ABSTRACT
Foram estudados 3.613 coraçöes de bovinos positivos para a cisticercose com o objetivo de verificar a localizaçäo dos cisticercos nos coraçöes inspecionados pela técnica de SANTOS (1976) e de contribuir para a melhoria do seu exame na rotina de inspeçäo pst mortem. Dos 3613 coraçöes infectados, oriundos de animais monocisticercósicos do ponto de vista de inspeçäo, 1064 (29,45 por cento) cisticercos, vivos (viáveis) e degenerados (mortos), tiveram localizaçäo externa (sub-epicárdia) e 2549 (70,55 por cento) cisticercos, vivos e degenerados, localizaçäo interna (sub-endocárdica). No coraçäo esquerdo foram encontrados 2646 (73,24 por cento) cisticercos, sendo 460 (12,7 por cento) vivos e 2186 (60,5 por cento) mortos. No direito, foram detectados 138 (3,8 por cento) cisticercos vivos e 829 (22,9 por cento) mortos. Tanto os cisticercos vivos como os degenerados foram constatados com maior freqüência internamente, ou seja: 432 (12 por cento) para os cisticercos vivos e 2117 (58,6 por cento) para os mortos. Houve, também, predominância dos cisticercos mortos (83,45 por cento) sobre os vivos (16,6 por cento). Com base nos resultados, conclui-se que o coraçäo esquerdo deve merecer a maior atençäo na prática da inspeçäo post mortem de bovinos, no sentido näo só de examiná-lo internamente mas, também, direcionar os cortes necessários para o músculo cardíaco dessa regiäo, uma vez que a ocorrência de cisticercos foi maior estatisticamente no coraçäo esquerdo que no direito.