ABSTRACT
Contexto e objetivo: O objetivo é investigar as associações das características sociodemográficas, clínicas e laboratoriais de pacientes com câncer de próstata admitidos nos serviços de referência em Montes Claros, Minas Gerais. Tipo de estudo e local: Estudo transversal e analítico realizado em Montes Claros, norte de Minas Gerais, entre 1o de janeiro de 2007 e 31 de dezembro de 2012. Métodos: Foram coletadas, de 395 prontuários clínicos, características sociodemográficas, clínicas e laboratoriais dos pacientes e realizados análise descritiva, teste de qui-quadrado e regressão logística binária. Resultados: Houve maior prevalência de câncer de próstata nos pacientes com 55 a 69 anos (52,5%), com ensino fundamental incompleto (79%), residentes em cidades de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (76,2%). A maioria foi procedente de serviços privados (85,1%). Pacientes com história familiar de câncer (59,1%), sintomáticos, foram prevalentes (62,2%). A maioria (78,4%) foi diagnosticada em estágios precoces e nunca havia se submetido ao exame de toque retal (81%). A dosagem do antígeno prostático específico (PSA) recente acima de 10 ng/ml foi detectada em (57,9%) dos pacientes. Foi encontrada uma associação entre escore de Gleason ≥ 7 (odds ratio, OR: 2,21 intervalo de confiança, IC 95% 1,12-4,35), dosagem de PSA elevada (OR 2,36 IC 95% 1,12 - 4,94), e a não realização do toque retal (OR 4,80 IC 95% 1,06-21,66), bem como a presença de sintomas (OR 3,25 IC 95% 1,56-6,75) em câncer de próstata em estágio avançado. Conclusão: Este estudo demonstrou que os homens com câncer de próstata no norte de Minas Gerais, em sua maioria, procuraram o serviço quando já havia presença de sintomas, e que não haviam realizado exames preventivos.