ABSTRACT
Objetivos: Avaliar, por meio de uma revisão de literatura, a eficácia da associação da pentoxifilina e tocoferol (PENTO) para o tratamento da MRONJ. Revisão de literatura: Trata-se de uma revisão de literatura que foi realizada em maio de 2024 nas bases de dados PubMed (U.S. National Library of Medicine) e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), com lapso temporal de 10 anos. A estratégia de busca foi formulada pela conjugação dos descritores indexados no DeCS/MeSH "Pentoxifylline", "Tocopherols" e "Bisphosphonate-Associated Osteonecrosis of the Jaw", combinados ao operador booleano "AND", e adaptados de acordo com as especificidades de cada base de dados. Os critérios de seleção foram: estudos em humanos publicados nos últimos 10 anos, que atendessem à pergunta norteadora, com texto completo disponível em inglês, português ou espanhol, revisões de literatura, séries ou relatos de caso e estudos retrospectivos. A busca inicial resultou na identificação de 23 artigos. Destes, 06 artigos foram incluídos na pesquisa. Considerações finais: Os estudos demonstram que o mecanismo de ação do protocolo PENTO ainda não é totalmente esclarecido, mas parece estar relacionado à inibição da inflamação e diminuição da fibrose. Essa associação foi relatada como bem tolerada, com efeitos colaterais mínimos e não dispendiosos quando comparados com outras modalidades de tratamento não cirúrgico. O protocolo PENTO é eficaz no tratamento não invasivo da MRONJ. Mais estudos prospectivos são necessários na área.
ABSTRACT
Resumo Este artigo teve como objetivo mapear os itinerários terapêuticos no cuidado em saúde em comunidades quilombolas rurais no norte de Minas Gerais, Brasil. Trata-se de um recorte de uma pesquisa qualitativa realizada em seis comunidades visitadas. Os dados foram produzidos por meio de 18 entrevistas individuais, analisados pelo referencial teórico-metodológico dos itinerários terapêuticos e organizados em três temas empíricos. As narrativas permitiram a compreensão dos percursos trilhados no cuidado em saúde pela população quilombola, a identificação dos componentes do subsistema popular (recursos naturais, o uso de chás e remédios caseiros), do subsistema familiar (transmissão de conhecimentos e herança cultural de cuidados), e do subsistema profissional (nível hospitalar, cuidados médicos, atenção primária e especializada). As dificuldades de acesso não decorrem apenas das distâncias geográficas, envolvem aspectos mais amplos da determinação social, como o racismo institucional, a baixa oferta de serviços, a necessidade de pagamento para deslocamentos e procedimentos médicos. Nesse sentido, fazem-se necessárias uma abordagem e intervenções das políticas públicas frente às desigualdades étnico-raciais, econômicas e de acesso aos serviços de cuidado em saúde.
Abstract This article aimed to map therapeutic itineraries in health care within rural Quilombola communities in the north of Minas Gerais, Brazil. This is a section of a qualitative research conducted in six visited communities. The data was collected through 18 individual interviews, analyzed using the theoretical-methodological framework of Therapeutic Itineraries, and organized into three empirical themes. The narratives allowed for understanding the paths taken in health care by the Quilombola population, identifying the components of the popular subsystem (natural resources, the use of teas and home remedies), the family subsystem (transmission of knowledge and cultural heritage of care), and the professional subsystem (hospital level, medical care, primary and specialized attention). The difficulties of access are not only due to geographical distances, but also broader aspects of social determination, such as institutional racism, low availability of services, the need for payment for transportation and medical procedures. In this sense, it is necessary to have an approach and interventions from public policies to address ethnic-racial, economic, and access inequalities in health care services.
ABSTRACT
Objetivo: Analisar a prevalência de obesidade abdominal e fatores associados em comunidades quilombolas do norte de Minas Gerais, Brasil. Métodos: Estudo transversal realizado em 2019, a partir de entrevistas estruturadas e mensuração do perímetro da cintura; empregou-se regressão de Poisson, separada por sexo, para calcular razões de prevalência (RP) da obesidade abdominal ajustadas pelas variáveis independentes e intervalo de confiança de 95% (IC95%). Resultados: 56,6% (IC95% 50,9;62,0) dos quilombolas observados apresentaram obesidade abdominal; na análise ajustada, entre homens, verificou-se associação do desfecho com idade de ≥;60 anos (60-69 anos: RP=2,52 - IC95% 1,33;4,75), não ser tabagista (RP=1,73 - IC95% 1,17;2,55) e referir hipertensão arterial (RP=1,42 - IC95% 1,11;1,80), enquanto, nas mulheres, associou-se com idade ≥50 anos (50-59 anos: RP=1,25 - IC95% 1,01;1,54), ex-tabagismo (RP=1,26 - IC95% 1,00;1,58), consumo de frango com pele (RP=1,09 - IC95% 1,00;1,19) e hipertensão (RP=1,22 - IC95% 1,11;1,36). Conclusão: Encontrou-se prevalência de obesidade abdominal alta entre os quilombolas, maior nos idosos, hipertensos, fumantes e ex-fumantes.
Objetivo: Analizar la prevalencia de obesidad abdominal y factores asociados en comunidades quilombolas del norte de Minas Gerais, Brasil. Métodos: Estudio transversal realizado en 2019 a partir de entrevistas y medición de la circunferencia de la cintura; se utilizó la regresión de Poisson para calcular las razones de prevalencia (RP) de la obesidad abdominal ajustadas por variables independientes y un intervalo de confianza del 95% (IC95%). Resultados: 56,6% (IC95% 50,9;62,0) tenía obesidad abdominal; entre los hombres hubo una asociación del resultado con la edad ≥60 años (60-69 años: RP=2,52 - IC95% 1,33;4,75), no fumadores (RP=1,73 - IC95% 1,17;2,55) e hipertensión (RP=1,42; IC95% 1,11;1,80); en las mujeres, se asoció con la edad ≥50 años (50-59 años: RP=1,25 - IC95% 1,01;1,54), exfumadoras (RP=1,26 - IC95% 1,00;1,58), consumo de pollo con piel (RP=1,09 - IC95% 1,00;1,19) e hipertensión (RP=1,22 - IC95% 1,11;1,36). Conclusión: La prevalencia de obesidad abdominal fue alta entre quilombolas, y fue mayor en ancianos, hipertensos, fumadores y exfumadores.
Objective: To analyze the prevalence of abdominal obesity and associated factors in quilombola communities in Northern Minas Gerais, Brazil. Methods: This was a cross-sectional study conducted in 2019 through structured interviews and waist circumference measurement; Poisson regression was used, separated by gender, to calculate prevalence ratios (PR) of abdominal obesity adjusted by independent variables and 95% confidence interval (95%CI). Results: 56.6% (95% CI 50.9;62.0) of the observed quilombolas presented abdominal obesity; in the adjusted analysis, among men, there was an association of the outcome with age ≥60 years old (60-69 years old: PR=2.52 - CI95% 1.33; 4.75), not being a smoker (PR=1.73 - 95%CI 1.17;2.55) and reported arterial hypertension (PR=1.42 - 95%CI 1.11;1.80), while in women, it was associated with age ≥50 years old (50-59 years old: PR=1.25 - 95% CI 1.01;1.54), smoking cessation (PR=1.26 - 95% CI 1.00; 1.58), consumption of chicken with skin (PR=1.09 - 95% CI 1.00;1.19) and hypertension (PR=1.22 - 95% CI 1.11;1.36). Conclusion: There was high prevalence of abdominal obesity among quilombolas. It was higher in the elderly, smokers, former smokers and those with hypertension.
Subject(s)
Humans , Male , Female , Middle Aged , Aged , Body Mass Index , Obesity, Abdominal , Obesity/epidemiology , Brazil/epidemiology , Cross-Sectional Studies , Black People , Quilombola CommunitiesABSTRACT
Abstract Frailty is characterized as a set of factors related to the body structure that lead the subject to a process of physical vulnerability, increasing their dependence. The study aims to investigate the aggregation of factors related to physical frailty (PF) in elderly residents of a city with a low Human Development Index (HDI). This is a cross-sectional study carried out in the city of Ibicuí, state of Bahia, Brazil, and including a random 270 elderly people aged ≥ 60 years. The physical frailty condition was identified according to the criteria proposed by Fried and collaborators. In the data analysis, descriptive statistics, cluster analysis, and multinominal logistic regression procedures were used. The highest prevalence of aggregation was identified when the four risk factors were combined: weight loss, strength, walking speed and physical activity levels (O/E = 4.36; CI = 4.04 - 4.68). It was identified that older people (80 years old or more) with a lower level of education (unlettered) were more likely to have three or more risk factors for physical frailty (p <0.05). As for sociodemographic variables, those who were older and had lower levels of education were more likely to have three or more risk factors. The development of actions that encourage a healthier lifestyle to favor the prevention and treatment of physical frailty, as well as to increase health literacy and knowledge, may reduce the problems related to this condition in older adults, mainly thinking about the next generations.
Resumo A fragilidade é caracterizada como um conjunto de fatores relacionados à estrutura corporal que levam o sujeito a um processo de vulnerabilidade física, aumentando sua dependência. O estudo tem como objetivo investigar a agregação de fatores relacionados à fragilidade física (FP) em idosos residentes em um município com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Trata-se de um estudo transversal realizado na cidade de Ibicuí, estado da Bahia, Brasil, e incluiu aleatoriamente 270 idosos com idade ≥ 60 anos. A condição de fragilidade física foi identificada de acordo com os critérios propostos por Fried e colaboradores. Na análise dos dados, foram utilizadas estatísticas descritivas, análise de cluster e procedimentos de regressão logística multinominal. A maior prevalência de agregação foi identificada quando os quatro fatores de risco foram combinados: perda de peso, força, velocidade de caminhada e níveis de atividade física (O/E = 4,36; IC = 4,04 - 4,68). Identificou-se que idosos (80 anos ou mais) com menor escolaridade (analfabetos) apresentaram maior probabilidade de apresentar três ou mais fatores de risco para fragilidade física (p <0,05). Quanto às variáveis sociodemográficas, aqueles que eram mais velhos e com menor escolaridade tinham maior chance de apresentar três ou mais fatores de risco. O desenvolvimento de ações que estimulem um estilo de vida mais saudável para favorecer a prevenção e o tratamento da fragilidade física, bem como aumentar a alfabetização e o conhecimento em saúde, pode reduzir os problemas relacionados a essa condição nos idosos, principalmente pensando nas próximas gerações.