ABSTRACT
RESUMO O curso universitário é gerador de estresse, e, de acordo com a literatura, há elevada prevalência de sintomas depressivos e transtornos emocionais em até metade dos universitários. Cerca de um terço das pessoas com síndromes funcionais ou síndromes somáticas funcionais (SSF) sofre de ansiedade ou depressão. Percebe-se, assim, a associação das SSF com fatores psicossociais e estresse. Objetivo Verificar a prevalência de síndrome funcional em estudantes e residentes de Medicina. Métodos Foram entrevistados 200 estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que cursavam o quinto, sexto, nono e décimo períodos, sendo 25 homens e 25 mulheres de cada período, bem como 27 residentes de várias especialidades do Hospital das Clínicas da UFMG (11 homens e 16 mulheres). Os voluntários responderam aos questionários Beck Depression Inventory (BDI) e Stait-Trait Anxiety Inventory (Stai), ambos validados no Brasil para avaliação da depressão e ansiedade, e a questionário para verificar a presença de síndromes funcionais. Resultados Oitenta e sete indivíduos (38,3%) tiveram o diagnóstico de síndrome somática e funcional (SSF), sendo prevalente nos residentes (48,1%) e nos alunos do quinto ano (43%) e menor nos alunos do terceiro ano (30%). Mulheres e seguidores da religião espírita foram os que apresentaram maior associação com SSF (p < 0,05), assim como os que possuíam maiores pontuações no questionário de avaliação de depressão e aqueles em período de formação mais avançado no curso médico. A SSF foi mais encontrada em estudantes com idade menor que 24 anos (39,4%), com renda inferior a dez salários mínimos (53,2%), casados (46,7%), com filhos (80%), entre os que possuíam parentesco médico (40,8), em tabagistas e alcoolistas (58,5%) e em estudantes com traços de ansiedade alta (45,6%). Conclusão As síndromes funcionais são frequentes entre os estudantes e residentes de Medicina. Elas ocorrem mais no sexo feminino e em deprimidos em períodos de maior tensão emocional.
ABSTRACT University courses generate stress, to the detriment of students’ health and quality of life. A high prevalence of symptoms of depression and emotional disturbances can be identified in university students. Some patients with anxiety and depression fulfill the criteria for functional somatic syndromes (FSS). Thus, it can be observed that FSS is associated with psychosocial factors and stress. Objective To verify the prevalence of the FSS in medical students and residents. Methods This study involved interviews with 200 3rd and 5th-year medical students from the Universidade de Minas Gerais (UFMG) Medical School, of whom 25 were male and 25 were female in each semester group, as well as 27 residents from the UFMG Clinical Hospital (11 male and 16 female). The volunteers answered the Beck Depression Inventory (BDI) and Stait-Trait Anxiety Inventory (STAI) questionnaires and a questionnaire to verify the presence of FSS. Results Women, religious followers of spiritualism, volunteers with the highest scores on the depression questionnaire and those who were in the most advanced semester were found to show association with FSS (p < 0.05). The FSS could be identified in students aged over 24 years (39.4%), with an income of less than 10 minimum wages (53.2%), married (46.7%), with children (80%), among those who had family members who were doctors (40.8%), smokers and alcoholics (58.5%), and students with high anxiety traits (45.6%). Conclusion Functional syndromes are common among medical students and residents. These syndromes occurred more often in females and in patients with depression during periods of emotional stress.
ABSTRACT
OBJETIVO: Este trabalho visa a verificar se de fato existe relação entre o risco de demência e a falta de estímulo físico ou mental em idosos. MÉTODOS: Trezentos e três idosos, com idade de 80 anos ou mais, foram estudados por meio de questionários específicos e distribuídos em três grupos de acordo com a prática de atividade física ou mental. Todos foram submetidos ao Miniexame do Estado Mental (MEEM) e, a partir da pontuação obtida, considerando diferentes pontos de corte, de acordo com a escolaridade, foi comparado o risco de desenvolvimento de demência entre os grupos. RESULTADOS: Não houve diferença da pontuação entre sexos. Comparando as incidências de risco aumentado de demência, os indivíduos que não praticavam atividade alguma tiveram risco relativo de 4,27, quando comparados com os indivíduos que praticavam atividade mental, e de 2,21, quando comparados aos praticantes de atividade física. Esses últimos tiveram risco relativo de 1,93, em relação aos praticantes de atividade mental. CONCLUSÃO: A prática regular de atividades físicas e mentais retarda o declínio cognitivo, reduzindo o risco de demência. Entre essas atividades, as mentais foram mais eficazes.
OBJECTIVE: This study aims to verify if there is a relation between risk of dementia and the absence of physical or mental stimulation in the elderly. METHODS: Three hundred and three elderly people with the age of 80 years old or over, were assessed by means of the specific questionnaires. They were divided into three groups according to practice of physical or mental activity. They were submitted to the Mini-Mental State Examination (MMSE) and assessed according to their educational level and the risk of dementia. RESULTS: There was not difference in scores between the genders. When comparing the increased risk of dementia incidence, individuals who did not practice any activity had a 4.27 relative risk when compared to individuals who practiced mental activity, and 2.21 when compared to practitioners of physical activity. The practitioners of physical activity had a 1.93 relative risk in relation to practitioners of mental activity. CONCLUSION: The regular practice of physical and mental activities delays the cognitive decline, reducing the risk of dementia. The mental activity was more effective.