ABSTRACT
A partir de notícias que anunciaram número de assassinatos por intervenção do Estado e óbitos presentes em maioria nos casos de Covid-19 no Brasil, inúmeros artistas disponibilizaram seus ritmos para denunciar o "pacto narcísico da branquitude" e suas engrenagens de silenciamento da violência, tortura e genocídio do povo preto. O presente artigo busca demonstrar a partir de uma perspectiva decolonial como as/os poetas pretas/os explicitam a reinvenção de corpos em meio ao luto cotidiano provocado pela necropolítica. Foram eleitos o "Instagram" e "Youtube" como território-pista, para que fossem analisados alguns dos poemas que compõem esse artigo. As poesias selecionadas foram as que apresentaram maior circulação no dia determinado. Concluímos que o poeta-opositor é um armado em disputa pelo sentido da vida. Suas rimas alcançam todos os cantos, são manifestações calorosas de contramemória, circulando por entre as corporificações que o fazem trafegar na atmosfera do mundo, produzindo subjetividade.
Based on news announcing the number of murders by State intervention and the deaths present in most cases of Covid-19 in Brazil, countless artists made their rhythms available to denounce the "narcissistic whiteness pact" and it's gears of silencing the violence, torture and genocide of the black people. This article seeks to demonstrate from a decolonial perspective, how black poets produce the reinvention of bodies in the midst of the daily mourning caused by the necropolitics. It was elected "Instagram" and "YouTube" as territory-track, so that some of the poems that make up this article could be analyzed. The selected poems were those with the greatest circulation on the given day. We conclude that the opponent-poet is armed in dispute for the meaning of life. Their rhymes reach every corner, they are manifestations of countermemory, they circulate between embodiments that make it traffic on the atmosphere of the world, producing subjectivity.