ABSTRACT
Objetivos: Estimar a freqüência de lesões da mucosa oral em idosos internados nas várias especialidades de hospital geral, em Belo Horizonte, Minas Gerais; determinar com qual freqüência as lesões detectadas pelos pesquisadores haviam sido identificadas também pelos médicos responsáveis pelos pacientes estudados e veridicar a possível associação dessas lesões com sexo, tabagismo, etilismo, edentulismo e uso de próteses dentárias. Pacientes e métodos: Os pacientes foram selecionados de acordo com a idade (60 anos e mais), a partir do prontuário médico, de onde também se extraíram informações sobre o sexo, realização do exame da cavidade oral pelo médico assistente e sobre a detecção de lesões da mucosa oral pelo mesmo. O diagnóstico das lesões baseou-se nas suas características clínicas. Resultados: Foram avaliados 198 pacientes, com idade média de 75 anos, sendo 116 do sexo feminino e 82 masculino. Foram detectadas lesões nas cavidades orais de 69 pacientes (34,8 por cento). Em apenas 13 pacientes (6,6 por cento) as lesões haviam sido detectadas também pelo médico assistente. As lesões mais freqüentemente encontradas foram candidíase (23 por cento), epulis fissuratum (11 por cento), hiperplasia inflamatória (11 por cento), afta recorrente (10 por cento), papiloma (10 por cento), queilite angular (7 por cento) e leucoplasia (3 por cento). Em relação à associação das lesões com sexo, tabagismo, etilismo, edentulismo e uso de prótese, encontrou-se que o uso de prótese esteve associado com maior número de lesões, especificamente, com hiperplasia inflamatória. Conclusões: Os dados ora apresentados são comparáveis aos observados em outros estudos, mas, diferentemente daqueles, demonstram o pequeno interesse dos médicos pelo exame da cavidade oral dos seus pacientes. Ressaltamos, portanto, a importância deste trabalho, cujos resultados alertam para a necessidade da realização do exame da cavidade oral por todos os profissionais que cuidam de pacientes idosos.
Aims: To estimate the prevalence of oral mucosa lesions in elderly inpatients admitted to different specialities of a general hospital, its possible association with gender, smoking habit, alcohol use, edentulis and dental prosthesis anda how often these lesions go unrecognizes. Patients and methods: The case notes of all patients 60 years of age and older of both sexes were analyzes in order to identify whether the oral cavity was examined by the responsible doctor and what kind of oral mucosa lesions were detected. Results: A total of 198 patients (median age: 75 years) (116 females; 82 males) were evaluated. Oral cavity lesions were detected in 69 patients (34,8 percent). In only 13 patients (6,6 percent) lesions were recognized by the responsible doctor. The most frequently found lesions were: candidiasis (23 percent), epulis fissuratum (11 percent), inflammatory hyperplasia (11 percent), recurrente aphthous ulcer (10 percent), papilloma (10 percent), angular chelilitis (7 percent) and leucoplakia (3 percent). The use of dental prosthesis was associated with a greater number of lesions specifically inflammatory hyperplasia. Conclusions: The prevalence and type of oral mucosa lesions found in our study is similar to other studies. Nevertheless, is was clear that routine examination of the oral cavity was not performed regularly. It's highlighted the importance of routine examination of elderly oral cavity.