ABSTRACT
Vários modelos de estimativa do risco de câncer de mama foram criados e, entre estes, o modelo de Gail é comumente usado; no entanto, em mulheres latino-americanas submetidas a rastreamento mamográfico, não há estudos sobre o seu desempenho. Os objetivos do presente estudo foram estimar o risco de câncer de mama, utilizando o modelo de Gail 2 e verificar a prevalência de fatores de risco para a doença (índice de massa corporal, densidade mamográfica e classificação Breast Imaging Reporting and Data System), e sua relação com a estimativa de risco para câncer de mama (BCRE). Os dados clínicos de 3.665 mulheres (40-69 anos) participantes de um programa de rastreamento mamográfico no Brasil foram obtidos por revisão de prontuários. As BCRE foram calculadas utilizando modelo de Gail 2. A média da estimativa de risco em 5 anos foi de 1,0% (0,4-4,8%; desvio padrão, DP=0,4%) e ao longo da vida foi de 7,9% (2,6-39,0%, DP=2,6%). Em 6,7% da amostra, a BCRE foi ?1,67%. Quando avaliaram-se os fatores de risco não incluídos no modelo de Gail 2, observou-se associação entre aumento da densidade da mama e maior BCRE (p<0,001). As BCRE obtidas foram semelhantes às observadas em outros países. Nenhum dos fatores de risco para câncer de mama incluídos no modelo Gail 2 foram superestimados. A densidade mamográfica aumentada foi observada em mulheres com maior BCRE. A inclusão da densidade mamográfica no modelo de Gail 2 pode aumentar o seu desempenho.
ABSTRACT
In 2004, a population-based cohort (the Núcleo Mama Porto Alegre - NMPOA Cohort) was started in Porto Alegre, southern Brazil and within that cohort, a hereditary breast cancer study was initiated, aiming to determine the prevalence of hereditary breast cancer phenotypes and evaluate acceptance of a genetic cancer risk assessment (GCRA) program. Women from that cohort who reported a positive family history of cancer were referred to GCRA. Of the 9218 women enrolled, 1286 (13.9 percent) reported a family history of cancer. Of the 902 women who attended GCRA, 55 (8 percent) had an estimated lifetime risk of breast cancer ³ 20 percent and 214 (23.7 percent) had pedigrees suggestive of a breast cancer predisposition syndrome; an unexpectedly high number of these fulfilled criteria for Li-Fraumeni-like syndrome (122 families, 66.7 percent). The overall prevalence of a hereditary breast cancer phenotype was 6.2 percent (95 percentCI: 5.67-6.65). These findings identified a problem of significant magnitude in the region and indicate that genetic cancer risk evaluation should be undertaken in a considerable proportion of the women from this community. The large proportion of women who attended GCRA (72.3 percent) indicates that the program was well-accepted by the community, regardless of the potential cultural, economic and social barriers.