ABSTRACT
Este estudo objetivou analisar as concepções da equipe multiprofissional sobre a implementação de cuidados paliativos em uma unidade de terapia intensiva adulto. Trata-se de uma pesquisa exploratório-descritiva, com abordagem qualitativa, realizada com 14 profissionais de saúde de um hospital público de ensino. Os dados foram coletados entre fevereiro e abril de 2012, através de entrevista semiestruturada e observação não participante e interpretados pela análise de conteúdo. Foram identificadas três categorias temáticas: Assistir o paciente terminal em UTI promovendo o conforto físico; Despreparo da equipe em lidar com o paciente terminal; e Desafios na prática dos cuidados paliativos no ambiente da terapia intensiva. Os entrevistados referiram conhecer parcialmente a proposta dos cuidados paliativos e na prática assistencial observam-se divergências nas condutas terapêuticas da equipe, demonstrando falta de interação e de comunicação entre os profissionais. Faz-se necessário a elaboração de uma política nacional que respalde o cuidado ao paciente crítico terminal, a educação permanente/continuada dos profissionais e a criação de protocolos assistenciais para promoção do conforto do paciente durante a fase final da vida e de sua família.
The scope of this paper was to analyze the perceptions of the multi-professional team on the implementation of palliative care in an adult intensive care unit. An exploratory-descriptive study using a qualitative approach was conducted with 14 health professionals from a public teaching hospital. The information was collected between February and April 2012, by means of semi-structured interviews and non-participatory observation interpreted using content analysis. Three thematic categories were identified: Care for terminal patients in an ICU fostering physical comfort; Lack of preparation of the team in dealing with terminal patients; and Challenges of palliative care practices in the intensive care environment. The interviewed parties reported having some knowledge of the proposal for palliative care though divergences were observed in the therapeutic conduct of the team in the care provided, demonstrating a lack of interaction and communication among the professionals. The drafting of a national policy to promote care for terminally ill patients is necessary, as well as ongoing training of professionals and the creation of care protocols for promoting the comfort of the patients and their families during the end of life phase.