ABSTRACT
Existem atualmente na regiäo metropolitana de Belo Horizonte 18 parques urbanos (também denominados "parques ecológicos") com coleçöes hídricas (lagoas, nascentes, córregos etc). Pesquisas iniciais em 17 destes parques mostraram a ocorrência de moluscos hospedeiros intermediários do Schistosoma mansoni em pelo menos quatro deles. Capturas mensais nestes parques, de agosto/94 a fevereiro/96, mostraram os seguintes resultados em relaçäo aos planorbíneos: Parque Julien Rien: 1.145 exemplares de Biomphalaria glabrata (2 mm a 13 mm); Parque Betânia: 149 exemplares de B. glabrata (4 mm a 13 mm); Parque Santa Lúcia: 2.431 exemplares de B. straminea (3 mm a 9 mm) e Parque Lagoa do Nado: três exemplares de B. tenagophila (3 mm a 10 mm). As visitas aos parques teräo prosseguimento e, após um diagnóstico sobre a situaçäo de cada parque, seräo sugeridas às autoridades municipais medidas de controle e/ou erradicaçäo adequadas a cada área.
Subject(s)
Animals , Biomphalaria , Parks, Recreational , Coastal Lagoon , MolluscaABSTRACT
Em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, a Biomphalaria straminea é encontrada na regiäo da Pampulha. Recentemente, o molusco foi encontrado em valas da antiga Barragem de Santa Lúcia, foco extinto de esquistossomose transmitida por B.glabrata. Os moluscos foram coletados e examinados para verificar se estavam naturalmente infectados com Schistosoma mansoni. Os exemplares negativos foram usados para criaçäo ou infecçäo com a cepa LE de S. mansoni, mantida no laboratório, e outra cepa VGS, obtida de ovos de fezes de escolar de Belo Horizonte. Dentre 1.890 moluscos capturados em 1994 e 1995, nenhum estava infectado com S. mansoni. Dentre 87 exemplares coletados no criadouro e expostos à cepa LE, nove (10,3 por cento) eliminaram cercárias; dentre 83 moluscos da F1, dez (12 por cento) eliminaram cercárias e dentre 88 exemplares coletados e expostos à cepa VGS, dez (11,3 por cento) eliminaram cercárias. Em Belo Horizonte, a esquistossomose é transmitida por B. glabrata e B. tenagophila. Entretanto, atualmente existe o risco de aparecimento de novo foco, no qual a B. straminea poderá vir a ser a transmissora, se medidas profiláticas adequadas näo forem tomadas pelas autoridades responsáveis pela construçäo de um parque e lago no local.