ABSTRACT
A leishmaniose tegumentar americana é uma doença antropozonótica, causada por diferentes espécies de Leishmania, cujas manifestações clínicas variam de lesões cutâneas, que tendem para a cura espontânea, até graves lesões mucocutâneas mutilantes. As infecções por Leishmania podem levar a uma resposta imunológica específica por parte do hospedeiro, caracterizada pelo aumento de células T CD4+ e um perfil de citocinas Th1 ou Th2. Infecções por L. major, que é o modelo mais bem estudado, quando ocorrem em camundongos resistentes (como C57BL/6, CBA, C3H) estão associadas a uma resposta Th1, enquanto em camundongos susceptíveis (BALB/c) vinculam-se à resposta do tipo Th2. A resposta imune em humanos não é bem caracterizada como o é em camundongos e envolve o papel das citocinas, das moléculas co-estimulatórias e da saliva do flebótomo. Paralelamente, à existência de uma resposta imunológica por parte do hospedeiro, a sobrevivência e a persistência parasitária dependem de estratégias de escape da resposta imune adaptativa.