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Trab. educ. saúde ; 17(1): e0017404, 2019. tab
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-979427

ABSTRACT

Resumo O artigo apresenta sentidos que usuárias da Estratégia de Saúde da Família atribuem à saúde e sua relação com o cuidado. Utilizou-se o método qualitativo, tomando-se como referencial teórico as discussões de Canguilhem e Winnicott acerca da noção de saúde, bem como apontamentos sobre medicalização da vida. O trabalho de campo foi desenvolvido por meio de entrevistas em profundidade entre maio e julho de 2015 com usuários da Estratégia de Saúde da Família e tratado pela análise hermenêutica. A saúde, relacionada tanto à ausência de doença e ao completo bem-estar, quanto à disposição para enfrentar os sofrimentos inerentes à vida. Coexistem a confiança incondicional na tecnologia médica e a aposta em modos de cuidado intuitivos ou oriundos de relações sociais. O serviço de saúde contribui com o acesso ao tratamento e, simultaneamente, reforça a aposta na prevenção de todos os infortúnios do corpo, bem como a ideia de que o direito à saúde é correlato à responsabilização individual de mantê-la perfeita. Numa cultura marcada pelo individualismo e competitividade, indivíduos que vivem em contextos de profundas injustiças sociais submetem-se a regras de prevenção do risco de adoecer, mas são restritas suas possibilidades de criação de modos singulares de fruição da vida.


Abstract This article presents meanings that women users of the Family Health Strategy program attribute to health and its relation to care. The qualitative method was applied, using as a theoretical reference the discussions of Canguilhem and Winnicott on the notion of health, as well as notes on the medicalization of life. The fieldwork was developed through in-depth interviews between May and July 2015, with users of the Family Health Strategy program, and was treated with a hermeneutical analysis. Health, related both to the absence of illness and to complete well-being, as well as to the disposition to face the sufferings inherent to life. There is a coexistence between the unconditional trust in medical technology and a wager on intuitive care modes or those originated from social relationships. The health service contributes to the access to the treatment and, at the same time, reinforces the commitment to the prevention of all the misfortunes of the body, as well as the idea that the right to health care is related to the individual responsibility to keep it perfect. In a culture marked by individualism and competitiveness, individuals living in contexts of deep social injustice submit to rules to prevent the risk of becoming ill, but their possibilities of creating unique ways of enjoying life are restricted.


Resumen El artículo presenta sentidos que usuarias de la Estrategia de Salud de la Familia atribuyen a la salud y su relación con el cuidado. Se utilizó el método cualitativo, tomándose como referencial teórico las discusiones de Canguilhem y Winnicott acerca de la noción de salud, así como apuntes sobre medicalización de la vida. El trabajo de campo fue desarrollado por medio de entrevistas en profundidad entre mayo y julio de 2015 con usuarios de la Estrategia de Salud de la Familia y tratado por el análisis hermenéutico. La salud, relacionada tanto a la ausencia de enfermedad y al completo bienestar, cuanto a la disposición para enfrentar los sufrimientos inherentes a la vida. Coexisten la confianza incondicional en la tecnología médica y la apuesta en modos de cuidados intuitivos u oriundos de relaciones sociales. El servicio de salud contribuyó con el acceso al tratamiento y, simultáneamente, refuerza la apuesta en la prevención de todos los infortunios del cuerpo, así como la idea de que el derecho a la salud es correlativo a la responsabilidad individual de mantenerla perfecta. En una cultura marcada por el individualismo y competitividad, individuos que viven en contextos de profundas injusticias sociales se someten a reglas de prevención del riesgo de enfermarse, pero son restrictas sus posibilidades de creación de modos singulares de fruición de la vida.


Subject(s)
Humans , Health , Health Services
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