Subjetividade e câncer de mama: transformações a partir do adoec(s)er / Subjectivity and breast cancer: transformations after getting ill

Este texto aborda a experiência de encontro da autora com mulheres que adoeceram com câncer de mama. Trata, especialmente, da experiência de profunda ruptura com o ?projeto feminino? e busca tecer algumas considerações acerca da organização psíquica, emocional e subjetiva dessas mulheres a partir dessas vivências. Esse olhar se encontra implicado não apenas na experiência de encontro com a possibilidade da morte real, mas principalmente nos desdobramentos de como isto afeta de modo a constituir e desconstituir o psiquismo da mulher. Inclui também como ela se sente cuidada pelos médicos e pela equipe cuidadora que toma parte de seu tratamento e, de forma menos explorada, mas não menos importante, aborda o sofrimento dos cuidadores, submetidos às mesmas angústias de todo ser humano diante da dor de viver e à finitude da vida.

A visita de Mortícia: Escuta-dor por meio de imagens / Mortícia's visit: Listening to pain through images

Nesse artigo a autora aborda a escuta por imagens como uma modalidade de escuta da clínica psicanalítica contemporânea, e apresenta como se desenvolve seu raciocínio teórico-clínico a partir de sua experiência clínica. Revela, ainda, o modo como considera, especialmente, o sofrimento mental do analista em estreita implicação com as transformações que se operam no campo analítico.

Desejo materno e pulsão de vida/morte / Mother’s wish and the life/death drive

Este artigo aborda o caso clínico de um menino de 9 anos, adotado, que chega à análise com sintomas de anorexia. A história dos pais, em especial a materna, permite estabelecer hipóteses para a compreensão da construção do sintoma da criança.Este texto também estabelece relações do sintoma da anorexia com o mito do “deus do vinho”, apontando a necessidade da criança em questão, buscar a filiação do espírito mais do que da carne

Depressão e constituição psíquica / Depression and psychic constitution

Este breve artigo aborda a idéia de depressão, não como um campo da patologia, mas como um estado que inaugura a constituição do psiquismo pela experiência de desamparo. Percorrendo alguns mitos, é possível lançar um olhar nas experiências de desamparo, tomadas como portais de passagem, que lançam o “ser animal” na trajetória de “ser humano”, possibilitada pela instauração do espaço psíquico. Tal percurso supõe que o mito do “desamparo originário”, em que o “ser pré-humano” perde sua perfeita condição de relação com um meio satisfatório, seguidos do mito do trauma do nascimento e o mito da primeira mamada [e cuidados maternos] sejam igualmente marcados pela experiência de perda de satisfação e integração absoluta com o ambiente