O tratamento farmacológico do Alcoolismo / The pharmacological treatment of alcoholism

O objetivo principal deste trabalho de revisäo de literatura é apresentar - após uma rápida abordagem de questöes acerca dos efeitos bioquímicos e clínicos da ingesta de alcoólicos, das hipótese acerca dos mecanismos de bio-regulaçäo da ingesta de álcool e de mecanismos pelos quais um psicofármaco poderia modificar o comportamento do beber - quatro grandes grupos de fármacos utilizados no tratamento do alcoolismo. Concluímos esta revisäo enfatizando que, muito mais do que ansiarmos irrealisticamente por um agente farmacológico único para o tratamento do alcoolismo, deveríamos pensar em termos da avaliaçäo e do uso de diferentes agentes no contexto de problemas específicos, enfrentados por pacientes alcoolistas em cada fase de sua condiçäo clínica

Alcoolismo: caracterizaçäo de subgrupos de etilistas a partir de variáveis clínicas e psiquiátricas / Alcoholism: characterization of subtypes of alcoholics departing from medical and psychiatric variables

Neste trabalho avaliamos dados demográficos, sócio-econômicos, biomédicos e neuropsiquiátricos de 89 pacientes do Programa de Atençäo a Alcoolistas do CIESAM-HUUFJF, objetivando, através do estudo da influência de variáveis clínicas e psiquiátricas na adesäo ao tratamento, a caracterizaçäo de subtipos. Observamos associaçäo positiva da adesäo - por um período superior a 6 meses - com: presença de comorbidade psiquiátrica (35 por cento contra 18 por cento entre os pacientes sem comorbidade psiquiátrica); consumo solitário (44 por cento entre os que bebiam apenas sozinhos, 25 por cento entre os que bebiam apenas em grupo e 26 por cento entre os que bebiam em ambas as situaçöes); manifestaçöes sintomáticas primariamente clínicas (39 por cento contra 19 por cento no caso de manifestaçöes primariamente psiquiátricas); diagnóstico clínico de Abuso (40 por cento contra 27 por cento entre os diagnosticados como Dependentes); um menor volume de ingesta (44 por centono caso de consumo médio de até 4 doses/dia contra 33 por cento entre os que consumiam acima de 4 doses/dia); início precoce do uso de alcoólicos (34 por cento entre os que iniciaram o consumo até os 20 anos de idade contra 20 por cento entre os que iniciaram o uso após os 20 anos). Os resultados desse estudo sugerem a existência de subtipos de etilistas cujas características clínicas e psiquiátricas parecem influenciar na resposta ao programa de tratamento utilizado

Alcoolismo: utilidade do MMPI (Inventário Multifásico Minesota de Personalidade) na identificaçäo de subgrupos de etilistas a partir de sua adesäo a propostas terapêuticas / Alcoholism: userfulness of MMPI (Minesota Multiphasic Personality Inventory) in the identification of subgroups of alcoholics after their adherence to therapeutic proposals

Neste trabalho analisamos variáveis demográfica, socioeconômicas, clínicas e de personalidade (MMPI) recolhidas dos prontuários de 69 pacientes do programa de alcoolistas do CIESAM-HU-UFJF, objetivando a caracterizaçäo de seus perfis psicossociais. 78 por cento destes pacientes completaram o MMPI, 30 pro cento aderiram ao tratameto por até 6 meses. A adesäo ao tratamento tendeu a ser maior entre os pacientes de maior escolaridade e entre os diagnosticados como abusadores;foi maior entre os pacientes com elevaçäo patológica na escala Pt (43 por cento) e menor entre aqueles com elevaçäo na escala Pd (23 por cento. A validaçäo do MMPI tendeu a ser maior entre os abusadores (57 por cento) do que entre os dependentes (43 por cento) e correlacionou-se significativamente à escolaridade dos pacientes - 55 por cento de validade entre os pacientes com, no máximo o 1§ grau e 25 por cento entre aqueles com 2§ ou 3§ graus (p=0,042). Os resultados deste estudo reforçam conclusöes de trabalhos anteriores e apontam para algumas variáveis psicossociais capazes de interferirem na adesäo destes pacientes a uma proposta terapêutica e, assim nos parece, demonstram a utilidade do MMPI na identificaçäo de subtipos de alcoolistas