Estimulação elétrica transcutânea (TENS)em ginecologia e obstetrícia: alternativa nas síndromes dolorosas / Transcutaneous electrical nerve stimulation (TENS) in gynecology and obstetrics: pain syndromes alternative

A estimulação elétrica transcutânea (TENS) vem sendo muito utilizada como recurso não farmacológico no alívio da dor, nas mais diversas doenças. Suas aplicações variam conforme a intensidade, a freqüência, a largura do pulso na estimulação e a colocação dos eletrodos sob a pele. O conhecimento dos mecanismos de ação da TENS, no organismo humano, baseia-se principalmente no seu efeito analgésico. Muitos estudos estão sendo feitos para determinar se a TENS seria efetiva em todas as formas de sintomas dolorosos e se sua ação perdura por longo tempo não só imediatamente após a aplicação da corrente. A teoria mais aceita da ação da TENS é a Teoria das Comportas, baseada na velocidade de propagação do estímulo e na produção de neurotransmissores inibidores como a B-endorfina e a B-lipotropina. A TENS parece clinicamente eficaz nas dores agudas e crônicas, principalmente nas de carater crônico. Observa-se que seu uso vem sendo cada vez mais freqüente nas doenças ginecológicas que cursam com dor, principalmente em pós-operatório de laparotomias, dismenorréias primárias, vulvodinias, cefaléias pré-menstruais, distúrbios dolorosos da tensão pré-menstrual. A eletroestimulação transcutânea pode ser uma das opções terapêuticas no tratamento de pacientes que necessitam de analgesia, por ser um recurso de baixo custo e não apresentar efeitos colaterais.

Endometriose pélvica e fibromialgia: epifenômeno ou comorbidade? / Pelvic endometriosis and fibromyalgia: epiphenomenous or comorbidity?

A endometriose pélvica é uma doença com características patogênicas similares às da fibromialgia. As manifestações dolorosas podem ser confundidas e/ou acentuadas quando as doenças estão associadas. O conhecimento da propedêutica e dos aspectos diagnósticos da fibromialgia e da endometriose pélvica elucida algumas queixas comuns na prática clínica, sendo essencial para a escolha de uma terapêutica satisfatória. O padrão ouro do diagnóstico da endometriose pélvica é a videolaparoscopia com comprovação histológica. Alguns sinais são sugestivos, como a dismenorréia, a dor pélvica crônica, a presença de massa anexial e a infertilidade. Já a fibromialgia apresenta uma manifestação sindrômica característica, disgnosticada pela clínica. Tanto a endometriose como a fibromialgia são de difícil diagnóstico, levando muitas destas pacientes a uma verdadeira maratona nos consultórios médicos. As características peculiares, a persistência e a intensidade das manifestações clínicas, aliadas ao tratamento inadequado, comprometem seu perfil emocional com a presença de depressão e ansiedade no quadro clínico destas doenças. As semelhanças entre os sintomas e a associação das duas patologias fazem com que o diagnóstico e as opções terapêuticas sejam abordadas por uma equipe multiprofissional para a melhora na qualidade de vida destas pacientes.

Neurofisiologia da dor na endometriose pélvica: abordagens terapêuticas / Neurophisyology of pain in pelvic endometriosis: therapeutyc approach

A endometriose pélvica vem freqüentemente acompanhada por infertilidade e manifestações dolorosas, como dismenorréia, dor pélvica crônica e dispareunia. A dor é uma das manifestações mais incapacitantes na vida das mulheres, sendo objeto de estudo e finalidade neste trabalho. O conhecimento da neurofisiologia da dor e suas manifestações é essencial para a escolha de uma terapêutica adequada. O diagnóstico da endometriose é obtido após a visualização dos implantes à videolaparoscopia e sua comprovação histológica. A demora na elucidação diagnóstica e a escolha de um tratamento adequado leva à cronificação dos sintomas dolorosos, dificultando a resolução do problema. Os modelos terapêuticos levam efeitos colaterais que influem na qualidade da vida destas pacientes, trazendo limitação física e social e, conseqüentemente, comprometimento psicossomático. As características peculiares, a persistência e a intensidade dos sintomas, aliada ao tratamento inadequado, tornam necessário do enfoque multidisciplinar, disponível nos centros especializados, para melhora na qualidade de vida.