ABSTRACT
Este estudo analisa a atuação da Fundação das Pioneiras Sociais nas olíticas públicas voltadas para a assistência à saúde da população feminina a partir de meados do século XX e, mais especificamente, sobre a sua contribuição para o controle do câncer do colo do útero no Brasil. No que concerne ao desenvolvimento das ações para o controle dessa doença, a Fundação das Pioneiras Sociais contribuiu de forma significativa com a criação e o patrocínio de um centro de pesquisas voltado para a saúde da mulher. A Fundação das Pioneiras Sociais surgiu por iniciativa da primeira dama Sarah Kubitschek e exerceu suas atividades entre os anos de 1956 a 1990. Procuramos acompanhar a trajetória da Fundação em sua obra de benemerência, que culminou com a criação de escolas pelo interior do país, de hospitais especializados, hospitais-volantes equipados para o atendimento médico e odontológico e hospitais flutuantes, na Amazônia. Particular ênfase foi dada à abordagem das chamadas doenças crônico-degenerativas, sobretudo os cânceres femininos, baseadas na promoção da saúde e em estratégias de prevenção. Nossa hipótese de pesquisa é que a partir da década de 1960, ações desenvolvidas no âmbito da FPS permitiram aos médicos da instituição um acúmulo de conhecimentos e experiências que contribuíram para a elaboração de políticas voltadas para a saúde da mulher, com vistas a um impacto positivo sobre os indicadores do câncer de colo do útero no Brasil
Subject(s)
Disease , Health Policy , Uterine Cervical Neoplasms , Women's HealthABSTRACT
Introdução: Trata-se de uma reflexão crítica sobre a atuação da Fundação das Pioneiras Sociais na assistência à saúdeda população feminina, a partir de meados do século XX e, mais especificamente, sobre a sua contribuição para o controle do câncer do colo do útero no Brasil. Objetivos: Descrever a contribuição da Fundação das Pioneiras Sociais no campo das chamadas doenças crônico-degenerativas, sobretudo do câncer feminino; analisar as ações inovadorascom estratégias de massa para o controle do câncer do colo do útero no Brasil. Método: O trabalho foi elaborado a partir da análise dos relatórios da Fundação das Pioneiras Sociais e de fontes secundárias, referentes ao desenvolvimento das ações para o controle do câncer feminino no Brasil. Resultados: Como resultado preliminar é possível relacionar a atuação da Fundação das Pioneiras Sociais com as primeiras ações organizadas de controle do câncer do colo do útero, em larga escala, e identificar a implementação de iniciativas inovadoras para o enfrentamento de nós críticos dessecampo de atuação. Conclusão: No que concerne ao desenvolvimento das ações para o controle do câncer do colo doútero no Brasil, a Fundação das Pioneiras Sociais contribuiu de forma significativa com a criação e o patrocínio de um centro de pesquisas voltado para a saúde da mulher. A partir da década de 1960, foram postas em prática iniciativas que procuravam utilizar o teste Papanicolaou como técnica de prevenção em massa do câncer do colo do útero
Subject(s)
Female , Humans , Brazil , Delivery of Health Care/history , Uterine Cervical Neoplasms/prevention & control , Voluntary Health Agencies/historyABSTRACT
Este estudo tem por objetivo analisar o discurso de práticas científicas no Brasil. Elegemos como tema preferencial a contribuição de uma geração de cientistas que, a partir dos anos 1930, atuou na elaboração de projetos modernizadores para o sertão. Partimos da premissa que não houve uma descontinuidade entre o discurso higienista de saneamento dos sertões das décadas de 1910-20 e as idéias de modernidade agrícola desenvolvidas a partir de 30. Ao mesmo tempo em que cobravam responsabilidade do Estado na promoção de saúde e educação no campo, cientistas e intelectuais assumiram o papel de promotores da modernização por meio da divulgação de seus conhecimentos.Tomamos a revista agrícola O Campo como objetivo de análise por considerarmos que a mesma se inscreve num momento histórico onde se cristaliza no país um ideário moderno para a sociedade rural, insinuando desde a década de 20. Essa revista representou o ideal daqueles que se autodelegaram a missão de integrar o interior do país à nação.Nesse sentido, esses cientistas viam-se como promotores da modernização a partir da percepção de um passado colonial que influenciara o método de trabalho do homem do sertão. Com isso, observamos o ideário de construção de um novo homem do campo que, agora com saúde, deveria aprender a trabalhar com mais racionalidade. Este ideário estava, assim, voltado para a construção de um novo ethos cultural.