Enteropatia Ambiental Assintomatica: alteracoes funcionais e morfologicas na mucosa jejunal decorrentes do ambiente desfavoravel / Asymptomatic ambientic enteropathy: morphologic and functional changes in the jejunal mucosa decurrent of the unfavorable ambient

Foram estudadas 40 criancas portadoras de Enteropatia ambiental-assintomatica de ambos os sexos com idade media de 6,5 meses. Os pacientes foram submetidos aos seguintes exames de investigacao laboratorial: D-xilose, biopsia de intestino delgado, cultura de fezes e de secrecao jejunal e parasitologico de fezes. Nosso estudo demonstrou alto indice de proliferacao bacterianano intestino delgado alto por uma microflora semelhante a colonia em 61,2% das criancas. Esta proliferacao bacteriana intestinal provavelente ocorre por meio deexposicoes episodicas recorrentes e sao decorrentes do ambiente promiscuo e das condicoes subhumanas de vida destas criancas. As alteracoes morfo-funcionais de mucosa do intestino delgado na Enteropatia ambiental iniciam-se na fase precoce da vida e sao similares em criancas com ou sem manifestacoes gastrointestinais. A atrofia vilositoria grau II, embora nao patognomonica, e a lesao mais comumente encontrada em criancas portadoras de Enteropatia ambiental (62,0%), e caracteriza-se por alteracoes vilositarias inespecificas de moderada intensidade e presenca constante de um aumento do infiltrado linfoplasmocitario do corion. As alteracoes morfologicas observadas na Enteropatia ambiental podem variar de leve a atrofia vilositaria sobtotal, sendo a lesao focal e descontinua. Utilizando-se metodos estatisticos nao parametricos nao foi possivel estabelecer relacao causa/efeito entre proliferacao bacteriana do intestino delgado alto e alteracoes morfo-funcionais da mucosa jejunal, dados justificaveis pela presenca de uma proliferacao bacteriana episodica recorrente e das alteracoes histologica da mucosa jejunal serem focal e descontinua .

Etiologia da diarréia infecciosa endêmica: da criança de baixo nível sócio-econômico em Säo Paulo / Etiology of infectious endemic diarrhea: children of low economic and social level in Säo Paulo

Foram estudadas 701 criancas com diarréia e 214 controles, pesquisando-se os seguintes enteropatógenos: E. coli enteropatogênica clássica (EPEC), E. coli enterotoxigênica (ETEC), E. coli enteroinvasora (EIEC), Shigella, Salmonella, Y. enterocolítica, Campylobacter e Rotavirus. Com exceçäo de Y. enterocolítica, que foi encontrada em apenas 01 criança do grupo controle, todos os demais enteropatógenos foram isolados dos grupos diarréico e controle, em uma freqüência variável. EPEC, Shigella, Salmonella e Rotavirus foram mais freqüentes no grupo de crianças com diarréia, sendo as diferencas entre os dois grupos estatisticamente significantes. Os fenótipos ST+ e LT+/ST+ de ETEC foram isolados somente de crianças com diarréia, numa freqüência significantemente maior em relaçäo ao grupo controle. As diferenças de freqüência de EIEC e Campylobacter, nos grupos diarréico e controle, näo foram significantes. EPEC e Salmonella foram mais freqüentes nas crianças diarréicas, menores de 01 ano de idade. No grupo diarréico, a freqüência de Shigella, ETEC, EIEC e Campylobacter cresceu a medida que aumentou a idade das crianças. Neste mesmo grupo, Rotavirus predominou nas nas crianças de faixa etária compreendida entre 5 e 11 mêses. Foram encontradas infecçöes mistas em 39 (12,9%) de 303 crianças com diarréia. Em 38,3% das crianças diarréicas näo foi encontrado qualquer dos enteropatógenos investigados. De um modo geral, as curvas de freqüência em relaçäo a idade, dos diferentes enteropatógenos, foi semelhante nos dois grupos de crianças estudados