Análise clínica, tomográfica e histológica comparativa entre BoneCeramic e Bio-Oss, utilizados como enxertos após a elevação da mucosa do seio maxilar em humanos: relato de caso clínico com desenho do tipo boca dividida, acompanhado durante oito meses / Clinical, tomographic and histological comparison of BoneCeramic and Bio-Oss used for sinus lift procedures in humans: case report of a split-mouth design with a 8-month follow-up

O objetivo deste estudo foi apresentar um caso clínico, suportado por achados tomográficos e histológicos, de regiões enxertadas com HA+β-TCP (hidroxiapatita + beta fosfato tricálcio, BoneCeramic) ou osso bovino inorgânico liofilizado (Bio-Oss), em um procedimento de elevação bilateral da mucosa do seio maxilar. A necessidade de enxerto ósseo, para viabilizar a instalação de implantes na maxila posterior foi comprovada pela altura óssea residual inferior a 5 mm, bilateralmente, avaliada por tomografia computadorizada de feixe cônico em paciente edêntulo total, usuário de prótese total convencional. Após a osteotomia de acesso ao seio maxilar e o descolamento da mucosa sinusal, foi realizado o preenchimento da cavidade com substituto ósseo bovino inorgânico liofilizado (Bio-Oss) na maxila direita e com HA+β-TCP (BoneCeramic) na maxila esquerda. Nova tomografia computadorizada foi realizada oito meses após o procedimento de enxertia, e demonstrou ganho de tecido mineralizado em altura nas regiões enxertadas, compatível com a instalação de implantes. No ato da instalação dos implantes foram obtidas biópsias das áreas enxertadas com auxílio de broca trefina. A análise histológica demonstrou que, nas áreas em que ambos os enxertos foram realizados, havia remanescente do biomaterial sempre rodeado por tecido ósseo neoformado e tecido conjuntivo mole. Entretanto, a análise qualitativa subjetiva sugere uma tendência maior de presença de material mineralizado quando o osso bovino inorgânico liofilizado (Bio-Oss) foi utilizado. Dentro do limite deste estudo, pôde-se concluir que ambos os materiais, quando utilizados em procedimentos de enxertia para aumento ósseo no assoalho do seio maxilar em humanos, foram capazes de promover o ganho em altura óssea, apresentando comportamento clínico e tomográfico semelhantes depois de oito meses.

The aim of this study was to report a clinical case, supported by CBCT and histological findings, of regions grafted with HA + β-TCP (hydroxyapatite + beta tricalcium phosphate, BoneCeramic) or inorganic bovine bone lyophilized (Bio-Oss) for bilateral maxillary sinus lifting. The need for bone grafting in the posterior maxilla was confirmed by residual bone heights of less than 5 mm, in a totally edentulous patient, wearing a conventional total prosthesis. After osteotomy and detachment of the sinus mucosa, the formed cavities were filled with Bio-Oss (right side) and BoneCeramic (left side). A new CBCT scan was performed eight months after grafting procedure, and demonstrated gain of mineralized tissue height in the grafted regions, consistent with placement implant. After installation of the implants, biopsies were retrieved from the grafted areas with the aid of a trephine bur. Histological analysis demonstrated that, remaining biomaterial particles were always surrounded by newly formed bone and soft tissue in both sides. However, the subjective qualitative analysis suggests the presence of a larger trend of mineralized material when lyophilized inorganic bovine bone (Bio-Oss) was used. Within the limits of this study, it can be concluded that both materials were able to promote significant gain in bone maxillary height after eight months.

Avaliação do ângulo de convergência de preparos para coroas totais / Assessment of the convergence angle of full crown preparations

O grau de conicidade tido como ideal em preparos para coroas totais fixas é aquele que proporciona maior retenção da restauração. A literatura recomenda uma variação em torno de 2° a 6°, porém estes valores são dificilmente obtidos na prática clínica, mostrando-se freqüentemente superiores à angulação recomendada. Entretanto, conicidades maiores podem ser aceitáveis, visto que cada dente suporte tem características e necessidades próprias de retenção. O objetivo deste estudo foi mensurar a conicidade dos preparos para coroas totais realizados pelos alunos da disciplina de Prótese Fixa I do curso de Odontologia da Universidade Federal do Maranhão, a partir de seu ângulo de convergência. Para tanto, selecionou-se um total de 64 dentes de resina para manequim, preparados no período de 2005 a 2006. Esses corpos-de-prova foram agrupados de acordo com o arco e o grupo dental: G1 - dentes ântero-superiores (n = 36); G2 - dentes ântero-inferiores (n = 2); G3 - pré-molares superiores (n = 7); G4 - pré-molares inferiores (n = 4); G5 - molares superiores (n = 2); G6 - molares inferiores (n = 13). Por meio do programa AutoCAD 2006, as imagens foram capturadas com uma câmera de vídeo CCD acoplada a um estereoscóspio, mostrando-se o ângulo de convergência tanto no sentido vestibulolingual/palatino (VL/P) quanto mesiodistal (MD). Os dados foram submetidos a uma análise de variância (p = 0,05). O G2 foi o grupo que apresentou a menor média de conicidade no sentido VL/P (6,50°, p < 0.05), e o G1, as maiores médias no sentido MD (44,18°, p < 0,05). Assim, conclui-se que as média dos ângulos de convergência obtidas no presente estudo foram maiores que as preconizadas na literatura.