ABSTRACT
Objetivo: avaliar as formas de apresentação clínica da enterocolite necrosante neonatal e os fatores associados à doença. Métodos: estudo retrospectivo dos casos de enterocolite necrosante neonatal (ECN) (n=56) ocorridos na UTI Neonatal Lagoa, entre dezembro de 1986 e julho de 1992. O diagn6stico e o estadiamento da doença seguiram o critério de Bell modificado. Foram avaliados o diagn6stico e a evolução de todos os casos. Posteriormente, foram selecionados os casos de enterocolite grau II e III(n=44) e comparados com um grupo controle (n=44), selecionado pelo peso de nascimento (250g) e época de internação (2 semanas). Para a análise estatística, foi considerado significante p<0,05. Resultados: dos 2.447 recém-natos internados na UTI, 56 (2,3po cento ) evoluíram com enterocolite. O peso médio dos pacientes foi de 1.908,5g; a idade gestacional média, de 35 semanas e um dia; a idade média do diagn6stico foi de 10, 7 dias; 51 (91,1por cento ) pacientes foram alimentados anteriormente ao diagnóstico; 18 (32, 1por cento) necessitaram de cirurgia de urgência; em 9 (16,9por cento) as hemoculturas foram positivas; 10 (17,8) pacientes faleceram. Observaram-se quatro padrões evolutivos da doença: aguda fulminante, aguda com pneumatose, insidiosa e suspeita. Comparativamente ao grupo controle, três fatores associaram-se significativamente à enterocolite: apnéia(p=0,045), a progressão rápida da dieta (acima de 20 ml/kg/dia)(p=0,048) e a presença de agente infeccioso (p=0,000).Conclusões: os fatores associados significativamente à enterocolite foram a ocorrência de apnéia, a progressão rápida da dieta e a identificação do agente infeccioso