ABSTRACT
Habitualmente costuma-se classificar as ascites baseando-se na concentraçåo de proteínas totais. Entretanto, muitos problemas e excessöes têm sido observados com o uso desse critério. O objetivo deste estudo foi analisar o valor diagnóstico da classificaçåo das ascites em transudatos ou exsudatos baseando-se nas análises bioquímicas de rotina. Foram examinadas 183 amostras de líquido ascístico de pacientes adultos. Todas as amostras foram submetidas às contagens global e diferencial de leucócitos, dosagens bioquímicas de proteína total, glicose e amilase e análise microbiológica. Níveis de proteína < 2,5g/dl foram observadas em pacientes portadores de patologias tradicionalmente consideradas como exsudatos, enquanto que proteínas > 2.5g/dl foram observadas em pacientes com patologias classificadas como transudatos. Nåo se observou diferença significativa entre as concentraçöes de glicose nas amostras infectadas e estéreis. Amilase apresentou-se elevada apenas em pacientes com pancreatites. Este estudo reafirma que a dosagem de proteína total no líquido ascístico nåo é útil na discrimaçåo entre transudatos e exsudatos. Os resultados da análise bioquímica em amostras infectadas parecem indicar, neste fluído, uma resposta diferente daquela observada em outros líquidos biológicos