ABSTRACT
Objetivos: Avaliar os principais dados referentes à intoxicaçao aguda por organofosforados (faixa etária, motivo do incidente, taxa de mortalidade, permanência hospitalar, quantidade ingerida, rota de administraçao); verificar a real incidência da síndrome intermediária; correlacionar achados clínicos com os níveis de colinesterase sérica. Desenho: Estudo retrospectivo a partir de banco de dados do Serviço de Arquivo Médico e do Centro de Informaçoes Toxicológicas. Local: Hospital-Escola da Universidade Federal de Santa Catarina. Pacientes: Uma série de 12 pacientes consecutivos internados com intoxicaçao aguda por organofosforados na Unidade de Terapia Intensiva do HU-UFSC no período de janeiro de 1983 a dezembro de 1994. Resultado: A amostra estudada foi de 12 pacientes, sendo sete do sexo masculino e cinco do feminino. A média etária foi de 27,25 + 9,30 anos. O tempo médio da exposiçao prévio ao primeiro atendimento foi de quatro horas e cinco minutos. Todos apresentaram sintomatologia compatível com a intoxicaçao aguda por organofosforados e foram classificados de acordo a gravidade do quadro clínico e a inibiçao da colinesterase sérica. Oito pacientes foram classificados como tendo crise colinérgica moderada e quatro severa. Quanto à inibiçao da colinesterase, quatro pacientes foi severa, quatro moderada, uma leve e três nao determinadas. Nao houve forte relaçao entre a inibiçao da colinesterase sérica e a severidade do quadro clínico. Apenas um paciente desenvolveu a síndrome intermediária. A taxa de mortalidade foi de 8,3 por cento. Conclusao: A evoluçao foi favorável na maioria dos pacientes; síndrome intermediária foi um evento isolado. Nao houve forte relaçao entre os níveis de colinesterase sérica e a gravidade do quadro clínico.