ABSTRACT
Objetivou-se estudar a relaçäo entre qualidade dos hábitos de higiene e presença de portadores de agentes bacterianos enteropatogenos, em famílias que tiveram ou näo, uma criança com febre tifóide (FT). A amostra esteve constituída por 80 famílias: 40 com a presença, em cada uma, de uma criança com FT (Grupo A) e 40 em que nem as crianças nem seus pais nunca tiveram história de FT (Grupo B). Em cada grupo, 20 famílias pertenciam ao nível socioeconômico (NSE) baixo e 20 ao NSE alto. Para avaliar o NSE e os hábitos de higiene da criança foi utilizada entrevista estruturada; para medir os hábitos higiênicos da família (banho, cozinha e preparo dos alimentos) foram utilizadas observaçöes estruturadas; e os estudos bacteriológicos foram realizados em amostras de fezes e marcadores de mäo. Os resultados mostraram que no grupo A houve maior freqüência de portadores que no B. As espécies bacterianas foram significativamente mais freqüentes no Grupo A que no grupo B (nas fezes: E. coli, serotipos clássicos, Shigella ssp; e em marcadores de mäo: (E. coli). As famílias do grupo A tiveram taxas mais altas de microorganismos que as do grupo B. Foi encontrada associaçäo significativamente alta entre hábitos inadequados de higiene e as famílias portadoras. Os resultados mostraram a necessidade de ensinar hábitos específicos de higiene adequada a toda populaçäo, pois somente o fato de pertencer ao NSE alto näo previne os hábitos de higiene inadequados