ABSTRACT
OBJETIVO: avaliar os resultados obstétricos e perinatais em casos de fetos em apresentação pélvica, de termo, nascidos de pacientes com partos vaginais prévios, comparando-os a fetos de termo, em apresentação cefálica. PACIENTES E MÉTODOS: foram analisados retrospectivamente 8.350 nascimentos ocorridos no período de março de 1998 a julho de 2003. Ocorreram 419 partos (5,1 por cento) em apresentação pélvica, dos quais selecionaram-se 58 casos (grupo pélvico), que deveriam ter as seguintes características: antecedentes de um ou mais filhos nascidos pela via transpélvica, idade gestacional igual ou superior a 37 semanas, ausência de malformações fetais, inexistência de intercorrências durante a gestação, peso do recém-nascido no nascimento igual ou superior a 2.500 g e inferior a 3.750 g, e sem cesárea anterior. Esse grupo foi comparado a outro formado por 1.327 fetos com características semelhantes, em apresentação cefálica, de gestantes sem cesárea prévia (grupo cefálico). Analisaram-se a idade materna, paridade, idade gestacional, via de parto, peso do recém-nascido, presença de mecônio, índice de Apgar no primeiro e quinto minutos, necessidade de internação na unidade de tratamento intensivo neonatal e ocorrência de recém-nascidos pequenos e grandes para a idade gestacional. Os dados obstétricos e perinatais foram analisados pelo chi² e teste t de Student. Considerou-se como significante p<0,05. RESULTADOS: comparados os grupos pélvico e cefálico, respectivamente, mostraram-se significantemente diferentes para as seguintes variáveis: peso do recém-nascido (3.091±538 vs 3.250±497 g; p<0,01), parto vaginal (63,8 vs 95,0 por cento; p<0,0001), cesárea (36,2 vs 5,0 por cento; p<0,0001) e índice de Apgar <4 e <7 no primeiro minuto (p<0,0001). CONCLUSÕES: os resultados permitem concluir que em fetos de termo, em apresentação pélvica, de gestantes com partos vaginais prévios, o peso fetal, a via de parto e os índices de Apgar de primeiro minuto são diferentes, se comparados a fetos em apresentação cefálica, de gestantes com as mesmas características.
Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , Adult , Breech Presentation , Indicators of Morbidity and Mortality , Infant Mortality , Obstetric Labor Complications , Cesarean SectionABSTRACT
Objetivo: estudar a influência da assistência pré-natal e de fatores materno-fetais nas taxas de natimortalidade de um hospital universitário da região sul do Brasil. Métodos: estudo caso-controle de 61 casos de natimortos ocorridos antes do início do trabalho de parto no Hospital Geral da Universidade de Caxias do Sul, RS, entre março de 1998 e junho de 2001. Os controles (n=224) foram selecionados aleatoriamente entre os fetos nascidos vivos no mesmo período. A análise da qualidade da atenção pré-natal baseou-se nos critérios estabelecidos pelo Programa de Humanização do Parto e Nascimento do Ministério da Saúde (PNHPN, 2000). Para avaliar possíveis fatores de risco de natimortalidade foi utilizado o odds ratio (OR). Eventuais fatores de confusão foram avaliados por meio de regressão logística. Resultados: observou-se maior prevalência de prematuridade entre os casos de natimortos (idade gestacional média de 31,7+4,7 vs 38,6+0,9 semanas). O peso médio entre os natimortos foi de 1.705 g (+837 g) e de 3.080 g (+576 g) entre os controles. Acompanhamento pré-natal foi referido por 81,5 por cento das mães dos natimortos e 91,6 por cento do grupo controle. A análise inicial revelou associação de três fatores com o evento da natimortalidade: a atenção pré-natal inadequada quanto ao número de consultas médicas e solicitação de exames complementares básicos (43,6 vs 23,4 por cento), a história prévia de natimortalidade (6,6 vs 0,9 por cento) e a idade materna (27+7,9 anos vs 24+6,4 anos). Todavia, após o ajustamento desses resultados pela regressão logística, apenas a idade materna manteve associação significativa com o óbito fetal. Conclusões: no presente estudo, a idade materna foi o fator mais fortemente associado com a natimortalidade
Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , Adolescent , Adult , Fetal Death , Hospitals, University , Perinatal CareABSTRACT
O estudo descreve 29 casos de gestaçäo entre mulheres infectadas pelo vírus HIV-1 ocorridos entre março de 1998 e novembro de 2000 no Hospital Geral da Universidade de Caxias do Sul. A via de contaminaçäo materna predominante foi a sexual (41,4 por cento), seguida do uso de drogas injetáveis (34,4 por cento). Vinte e três gestantes referiram ter realizado acompanhamento médico pré-natal. Em 21 casos (72,3 por cento) o diagnóstico da infecçäo materna foi obtido antes do nascimento, sendo que somente 19 gestantes (65,5 por cento) receberam doses profiláticas de Zidovudina (AZT) durante a gravidez visando a prevençäo da transmissäo vertical do vírus. Em nenhum caso a administraçäo de AZT iniciou na 14ª semana de gestaçäo como preconizado internacionalmente. Verificou-se associaçäo com outras doenças sexualmente transmissíveis em 31 por cento dos casos (n=9), sendo a sífilis a mais prevalente (66,6 por cento). Vinte e oito (96,5 por cento) neonatos apresentaram sorologia positiva para o HIV-1, destes, somente sete (24,1 por cento) mantiveram-se em acompanhamento médico após a alta hospitalar. Seis (20,6 por cento) permaneceram HIV-positivos e dois (6,8 por cento) tornaram-se soronegativos.