ABSTRACT
Estudo ecológico, de série temporal, que teve como objetivo analisar a tendência do estado nutricional de gestantes adolescentes assistidas pela atenção primária à saúde em Minas Gerais. Os dados foram provenientes do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, referente ao estado nutricional de 140.969 gestantes adolescentes entre os anos de 2010 a 2019; apresentados em variação percentual anual por meio da regressão linear simples. O baixo peso mostrou tendência decrescente nas macrorregiões Sul e Triângulo do Norte com variação anual de -0,88% (IC95% -1,67; -0,09) e -0,79% (IC95% -1,06; -0,51) e o excesso de peso registrou tendência crescente nas macrorregiões Nordeste, Noroeste, Norte, Triângulo do Sul e Vale do Aço com a variação anual de 0,28% (IC95% 0,04;0,52), 0,37% (IC95% 0,23;0,51), 0,64% (IC95% 0,32;0,95), 0,44% (IC95% 0,18;0,70) e 0,57% (IC95% 0,26;0,88), respectivamente. Conclui-se que, no período avaliado, houve a tendência de aumento do excesso de peso entre as gestantes adolescentes no estado de Minas Gerais, acompanhando o processo de transição nutricional no país (AU).
An ecological and time-series study to analyze trends in the nutritional status of pregnant adolescents assisted in Primary Health Care in Minas Gerais. The data came from the Food and Nutrition Surveillance System, referring to the nutritional status of 140,969 pregnant adolescents between 2010 and 2019, presented in annual percentage change using simple linear regression. Low weight showed a decreasing trend in the South and Northern Triangle macro-regions with annual variations of -0.88% (95% CI: -1.67;-0.09) and -0.79% (95% CI: -1.06;-0.51); in turn, excess weight recorded an increasing trend in the Northeast, Northwest, North, Southern Triangle and Vale do Aço macro-regions, with annual variations of 0.28% (95% CI: 0.04;0.52), 0.37% (95% CI: 0.23;0.51), 0.64% (95% CI: 0.32;0.95), 0.44% (95% CI: 0.18;0.70), and 0.57% (95% CI: 0.26;0.88), respectively. It is concluded that, during the evaluated period, there was an increasing trend in excess weight among pregnant adolescents in the state of Minas Gerais, following the nutritional transition process in the country (AU).
Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , Pregnancy in Adolescence , Primary Health Care , Food and Nutritional Surveillance , Nutritional Status , Health Information SystemsABSTRACT
Analisar a situação da alimentação de crianças atendidas nos serviços de Atenção Primária à Saúde. Os dados foram provenientes dos relatórios públicos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, referentes ao consumo alimentar de crianças de 5 a 9 anos de idade, assistidas pela Atenção Primária à Saúde do estado de Minas Gerais, entre 2015 a 2019. Os dados foram apresentados em percentual, variação percentual média e pontos percentuais, obtidos por meio da regressão linear simples. O consumo alimentar de 120.666 crianças caracterizou-se inadequado, com crescente tendência no hábito de realizar as refeições assistindo à televisão, em ambos os sexos (p = 0,045 para o sexo feminino, p = 0,008 no sexo masculino). Faz-se necessária maior atenção à população estudada para promoção de alimentação adequada e saudável, incluindo o cuidado multiprofissional, na rede de Atenção Primária à Saúde.
To analyze the dietary situation of children assisted in Primary Health Care services. Data originated from public reports from the Food and Nutritional Surveillance System, referring to the food consumption of children aged 5 to 9 years old and assisted by Primary Health Care in the state of Minas Gerais between 2015 and 2019. Data was presented in percentage, average percentage variation, and percentage points, found using a simple linear regression. The food intake of 120,666 children was characterized as inadequate, with a growing tendency towards the habit of having meals while watching television in both sexes (p=0.045 for females, p=0.008 for males). Greater focus on the population studied here is necessary to promote adequate and healthy eating in children, including the provision of multidisciplinary care in the Primary Health Care network.
ABSTRACT
Introduction: Objectives: To analyze food consumption and factors associated with the nutritional status of children aged less than two years old.Methods: A cross-sectional study with a sample of 344 infants under two years of age and their mothers, followed-up at Family Health Units. The mothers' and infants' sociodemographic and anthropometric variables and the food consumption of these children were assessed with structured questionnaire. The association strength between the dependent and independent variables was assessed by the Odds Ratio, both in the univariate and in the multiple analysis, with a 5% significance level.Results: The prevalence of inadequate nutritional status was 38.08%. It was observed that 29.09% of the children under six months of age were not offered breast milk exclusively or that it was offered for less than 30 days. Consumption of ultra-processed foods was noticed, mainly industrialized juice in the last month [OR: 1.96, CI: 1.05-3.65], as well as low fruit intake and the habit of eating while watching television in infants older than six months of age. After adjusting for confounding variables, the following remained associated with nutritional status: gestational anemia [OR: 3.58, CI: 1.46-8.77] and maternal work [OR: 0.38, CI: 0.18-0.80].Conclusion: Inadequate nutritional status, characterized by low or excess weight, was associated with the fact that the mother worked and to gestational anemia. In addition, there was early introduction of ultra-processed food products in the diet of children under 24 months of age, replacing food considered natural and healthy, thus showing inappropriate eating practices in view of the recommendations for the age group.
Introdução: Objetivos: analisar o consumo alimentar e os fatores associados ao estado nutricional de crianças menores de dois anos de vida.Método: Estudo de corte transversal realizado com uma amostra de 344 lactentes menores de dois anos de idade e suas respectivas mães, acompanhadas em Unidades de Saúde da Família. As variáveis sociodemográficas, antropométrica das mães e dos lactentes e o consumo alimentar dessas crianças foram avaliadas por meio de questionário estruturado. A força de associação entre as variáveis dependente e as independentes foi avaliada pelo odds ratio, tanto na análise univariada quanto na múltipla, com nível de significância de 5%.Resultados: A prevalência do estado nutricional inadequado foi de 38,08%. Observou que 29,09% das crianças menores de seis meses de idade não chegaram a receber leite materno de forma exclusiva ou o tempo de oferta foi inferior a 30 dias. Notou-se o consumo de alimentos ultraprocessados, principalmente, do suco industrializado no último mês [OR:1,96, IC 95%: 1,05-3,65], baixa ingestão de frutas e o hábito de comer assistindo televisão nos lactentes maiores de seis meses. Após ajuste para variáveis de confusão, permaneceram associadas ao estado nutricional: anemia gestacional [OR: 3,58 IC: 1,46-8,77] e trabalho materno [OR, 0,38, IC 95%: 0,18-0,80].Conclusão: A presença do estado nutricional inadequado, caracterizado pelo baixo ou excesso de peso, associou-se ao fato de a mãe trabalhar e à anemia gestacional. Ademais, constatou-se a participação precoce de alimentos ultraprocessados na alimentação das crianças menores de 24 meses de idade, substituindo alimentos considerados naturais e saudáveis, evidenciando assim práticas alimentares inadequadas frente às recomendações para a faixa etária.
ABSTRACT
Abstract Objectives: to investigate sociodemographic and economic factors associated with food insecurity among pregnant women assisted by the universal healthcare network of Lavras, Minas Gerais. Methods: a cross-sectional study investigated socioeconomic and demographic, obstetric, and nutritional conditions experienced by pregnant women. Households in which pregnant women lived were classified as food secure or food insecure using the Brazilian Food Insecurity Scale. Prevalence estimates and prevalence ratios with 95% confidence intervals were generated to test for associations between food insecurity and several socioeconomic and demographic indicators using Poisson regression analysis. Results: among 173 pregnant women who participated in the study, 48% lived in households with some level of food insecurity. Adjusted models showed that pregnant women living in food-insecure households had higher prevalence ratios of lower education attainment (aPR = 1.43, CI95% = 1.07-1.91), woman being the head of the household (aPR = 1.39, CI95% = 1.02-1.87), having family monthly income lower than 1 ½ MW (aPR = 1.68, CI95% = 1.11-2.52) and participating in the government cash transfer program (aPR = 1.47, CI95% = 1.08-1.99). Conclusions: the high prevalence of food insecurity in pregnant women assisted by the public healthcare system was associated with structural social factors. Results of this study will contribute to develop an intersectoral health and nutrition policy in order to promote food security among marginalized communities and vulnerable populations, such as pregnant women.
Resumo Objetivos: investigar fatores sociodemográficos e econômicos associados à insegurança alimentar entre gestantes atendidas pelo sistema único de saúde de Lavras - Minas Gerais. Métodos: características socioeconômicas, demográficas, obstétricas e nutricionais de gestantes foram coletadas em estudo transversal. Os domicílios das gestantes foram classificados em segurança ou insegurança alimentar utilizando a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. Estimativas de prevalência e razão de prevalência com intervalos de confiança de 95%, testaram associações entre insegurança alimentar e indicadores socioeconômicos e demográficos utilizando modelos de Poisson. Resultados: entre as 173 gestantes participantes deste estudo, 48% viviam em domicílios com algum nível insegurança alimentar (IA). Modelos ajustados indicaram que gestantes em IAapresentaram maior prevalência de escolaridade inferior a oito anos de estudo (aRP = 1.39, IC95% = 1.07-1.91), ser chefe de família (aRP = 1.39, IC95% = 1.02-1.87), ter renda mensal inferior a 1½ salário mínimo (aRP = 1.68, IC95% =1.11-2.25), e ser participante do Bolsa Família (aRP = 1.47, IC95% = 1.08-1.99). Conclusão: a alta prevalência de insegurança alimentar em gestantes do sistema público de saúde de Lavras está associado a fatores socio-estruturais. Os resultados desta pesquisapoderão contribuir com o desenvolvimento de políticas intersetoriais de saúde e nutrição para a promoção da segurança alimentar entre comunidades marginalizadas e populações vulneráveis.
Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , Socioeconomic Factors , Nutritional Status , Pregnant Women , Prevalence Ratio , Food Insecurity/economics , Sociodemographic Factors , Unified Health System , Brazil , Health Status DisparitiesABSTRACT
Introdução: As organizações não governamentais têm assumido papel complementar ao sistema de saúde na assistência ao paciente oncológico. A identificação das particularidades dos pacientes atendidos por essas instituições faz-se necessária para que melhores abordagens sejam definidas. Objetivo: Analisar a relação entre estado nutricional e qualidade de vida em indivíduos com câncer assistidos por uma organização não governamental. Método: Estudo seccional com indivíduos com câncer, realizado de agosto a outubro 2017. Aplicou-se um questionário com informações socioeconômicas, antropométricas e condições de saúde. Para avaliar a qualidade de vida, utilizou-se o questionário EORTC-QLQ-C30. Resultados: Dos 163 pacientes, a maioria era do sexo feminino e o tipo de câncer mais prevalente foi o de mama (26%). A maioria (58,6%) apresentava excesso de peso (39,5% sobrepeso e 19,1% obesidade, respectivamente), sendo o câncer de mama o tipo mais associado a esse estado nutricional. Observou-se que a qualidade vida global foi satisfatória (76,0±20,74), exceto na função emocional (54,2±32,81). Nas escalas de sintomas, os domínios mais afetados foram insônia (41,5±43,84), seguida de dor (34,6±36,17) e constipação (32,9±42,55). Pacientes desnutridos apresentaram significativamente mais náuseas e vômitos e menos diarreia (p<0,001).Pacientes com perda de peso grave apresentaram pior função social; e aqueles com perda de peso moderada relataram maior perda de apetite e diarreia (p<0,01). Conclusão: O estado nutricional teve impacto na qualidade de vida dos indivíduos com câncer, assistidos pela organização não governamental, demonstrando a importância de abordagem multiprofissional nessas instituições que possa beneficiar esses pacientes.
Introduction: Non-governmental organizations have assumed a complementary role to the health care system for cancer patients. Identification of the particularities of patients assisted by those institutions is necessary for defining better approaches. Objective: To analyze the relationship between nutritional status and quality of life in individuals with cancer assisted by a non-governmental organization. Method: Cross-sectional study with individuals with cancer ̧ from August to October 2017. A structured questionnaire was applied with socioeconomic information, anthropometric and health conditions. EORTC-QLQ-C30 was used to evaluate quality of life. Results: From 163 patients, the majority were female and the most prevalent type of cancer were breast (26%). Most (58.6%) were overweight (39.5% pre-obese and 19.1% obesity, respectively), with breast cancer being more associated with this nutritional status. It was observed that overall quality of life was satisfactory (76.0±20.74), except in emotional function (54.2±32.81). At symptoms scales, the most affected domains were insomnia (41.5±43.84), followed by pain (34.6±36.17) and constipation (32.9±42.55). Malnourished patients had significantly more nausea and vomiting and less diarrhea (p<0.001). Patients with severe weight loss had worse social function and those with moderate weight loss reported greater loss of appetite and diarrhea (p<0.01). Conclusion: Nutritional status had an impact on the quality of life of cancer patients assisted by the non-governmental organization, demonstrating the importance of multiprofessional approaches in these institutions that could benefit those patients.
Introducción: Organizaciones no gubernamentales han asumido papel complementario al sistema de salud en asistencia al paciente oncológico. Identificación de particularidades de pacientes atendidos por esas instituciones se hace necesaria para que se definen mejor enfoques. Objetivo: Analizar la relación entre estado nutricional y calidad de vida en individuos con câncer asistidos por una organización no gubernamental. Método: Estudio seccional con individuos con câncer, en el período de agosto a octubre de 2017. Se aplicó un cuestionario con informaciones socioeconómicas, antropométricas y condiciones de salud. Para evaluar la calidad de vida se utilizó el cuestionario EORTC-QLQ-C30. Resultados: De los 163 pacientes, la mayoría era del sexo femenino y el tipo de cáncer más prevalente fue de mama (26%). La mayoría (58,6%) presentaba exceso de peso (39,5% sobrepeso y 19,1% obesidad, respectivamente), siendo el cáncer de mama más asociado a ese estado nutricional. Se observó que la calidad de vida global fue satisfactoria (76,0±20,74), excepto en la función emocional (54,2±32,81). En las escalas de síntomas, los dominios más afectados fueron insomnio (41,5±43,84), seguida de dolor (34,6±36,17) y constipación (32,9±42,55). Los pacientes desnutridos presentaron significativamente más náuseas y vómitos y menos diarrea (p<0,001). Los pacientes con pérdida de peso grave presentaron una peor función social y aquellos con pérdida de peso moderada reportaron mayor pérdida de apetito y diarrea (p<0,01). Conclusión: El estado nutricional tuvo impacto en la calidad de vida de los individuos con cáncer asistidos por la organización no gubernamental, demostrando la importancia de enfoque multiprofesional en esas instituciones que puedan beneficiar a esos pacientes.
Subject(s)
Humans , Male , Female , Adult , Middle Aged , Aged , Quality of Life , Neoplasms/rehabilitation , Health Profile , Brazil , Organizations , Nutritional Status , Cross-Sectional StudiesABSTRACT
Trata-se de estudo transversal com objetivo de avaliar a atenção nutricional de gestantes de baixo risco, cadastradas em Estratégias de Saúde da Família. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário estruturado com informações socioeconômicas, obstétricas, estilo de vida e nutricionais. O estado nutricional foi analisado pelo Índice de Massa Corporal pré-gestacional/gestacional e ganho ponderal. Para avaliar o consumo alimentar foi aplicado o Recordatório Alimentar de 24 horas. Das 70 gestantes estudadas verificou-se que 22,9% eram de baixo peso e 40,0% estavam com excesso de peso. Os dados evidenciaram a associação significativa entre o Índice de Massa Corporal pré-gestacional e o estado nutricional (p< 0,000). Houve prevalência de ganho ponderal insuficiente, e a qualidade da alimentação da população avaliada mostrou-se aquém das recomendações preconizadas. Faz-se necessária maior atenção à população estudada, para melhoria da qualidade da atenção nutricional, incluindo o cuidado multiprofissional, na rede primária de saúde.
Current transversal study evaluated the nutritional care of low-risk pregnant women enrolled in Family Health Strategies. Data were collected through a questionnaire on socio-economical, obstetrical, lifestyle and nutritional information. Nutritional status was assessed by pre-pregnancy/pregnancy Body Mass Index (BMI) and weight gain and food consumption was evaluated by a 24-h Food Record. Further, 22.9% of the 70 pregnant women had low weight and 40.0% were overweight. Data revealed a significant association between pre-pregnancy BMI and nutritional state (p<0.000). Insufficient weight gain was prevalent and food quality of the evaluated population was below that recommended. Greater care to the population studied is required for better nutritional quality by multiprofessional care in first aid health units.
Subject(s)
Pregnancy , Prenatal Care , Primary Health Care , Pregnancy , Diet , Nutrition AssessmentABSTRACT
RESUMO Objetivo: Analisar variáveis associadas à deficiência de vitamina A (DVA) em crianças brasileiras de 6 a 59 meses de idade, considerando um modelo hierárquico de determinação. Métodos: Trata-se de um recorte da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS), realizada em 2006. A análise dos dados incluiu 3.417 crianças de seis a 59 meses com dados de retinol. A DVA foi definida como retinol sérico <0,7 mmol/L. Realizaram-se análises univariada e ajustada por regressão múltipla de Poisson, com nível de significância de 5%, utilizando-se modelo hierárquico de determinação que considerou três blocos de variáveis: vinculadas aos processos estruturais da sociedade (variáveis socioeconômicas e demográficas); ao ambiente imediato da criança (variáveis maternas, de segurança e consumo alimentar); e individuais (características biológicas da criança). Os dados foram expressos em razão de prevalência (RP). Resultados: Após ajuste para variáveis de confusão, permaneceram associadas à DVA: residir no Sudeste [RP=1,59; IC95% 1,19-2,17] e no Nordeste [RP=1,56; IC95% 1,16-2,15]; em zona urbana [RP=1,31; IC95% 1,02-1,72]; ter mãe com idade ≥36 anos [RP=2,28; IC95% 1,37-3,98]; sendo proteção consumir carne pelo menos uma vez nos últimos sete dias [RP=0,24; IC95% 0,13-0,42]. Conclusões: As principais variáveis associadas à DVA no país relacionam-se aos processos estruturais da sociedade e ao ambiente imediato da criança, e não aos individuais.
ABSTRACT Objective: To analyze the variables associated with vitamin A deficiency (VAD) in Brazilian children aged 6 to 59 months, considering a hierarchical model of determination. Methods: This is part of the National Survey on Demography and Health of Women and Children, held in 2006. Data analysis included 3,417 children aged from six to 59 months with retinol data. Vitamin A deficiency was defined as serum retinol <0.7 mol/L. Univariate and multiple Poisson regression analysis were performed, with significance level set at 5%, using a hierarchical model of determination that considered three conglomerates of variables: those linked to the structural processes of community (socioeconomic-demographic variables); to the immediate environment of the child (maternal variables, safety and food consumption); and individual features (biological characteristics of the child). Data were expressed in prevalence ratio (PR). Results: After adjustment for confounding variables, the following remained associated with VAD: living in the Southeast [PR=1,59; 95%CI 1,19-2,17] and Northeast [PR=1,56; 95%CI 1,16-2,15]; in urban area [RP=1,31; 95%CI 1,02-1,72]; and mother aged ≥36 years [RP=2,28; 95%CI 1,37-3,98], the consumption of meat at least once in the last seven days was a protective factor [PR=0,24; 95%CI 0,13-0,42]. Conclusions: The main variables associated with VAD in the country are related to structural processes of society and to the immediate, but not individual, environment of the child.
Subject(s)
Humans , Male , Female , Infant , Child, Preschool , Vitamin A Deficiency/epidemiology , Brazil , Risk FactorsABSTRACT
Objetivo Avaliar o impacto de um Programa de intervenção de enfermagem, na promoção do peso saudável. Métodos Estudo de intervenção que acompanhou 18 trabalhadores inscritos voluntariamente em um Programa de intervenção, no âmbito da prática de enfermagem, que envolveu ações de promoção da saúde por meio da reorientação alimentar para o controle do peso, com base nos documentos do Ministério da Saúde. O estado nutricional foi classificado pelo Índice de Massa Corporal e a obesidade central pela circunferência da cintura. A prática alimentar, obtida por recordatório de 24 horas, foi analisado pela frequência de consumo dos grupos de alimentos da pirâmide alimentar e adequação de energia e nutrientes. O acompanhamento individual foi semanal no primeiro mês, passando a quinzenal e mensal, posteriormente, por um período de quatro meses. Resultados No início do Programa, 72,2% dos trabalhadores apresentava obesidade central e mesma proporção tinha excesso de peso (sobrepeso/obesidade), com 44,4% de obesidade. Obesos apresentavam consumo 3 vezes maior dos grupos de carne/ovos; leguminosas; óleos/frituras; açúcares/doces. Cálcio foi o nutriente com menor percentual de adequação. A adesão ao Programa foi de 88,9% e ao final verificou-se diminuição de 11,1% de trabalhadores com excesso de peso e redução de 16,6% de obesidade central. Conclusão Os resultados sugerem efeito satisfatório do Programa implementado para a promoção do peso saudável, que pode ser desenvolvido por enfermeiros em locais de trabalho e também na atenção básica, em colaboração com nutricionistas.
Objective To evaluate the impact of a nursing intervention program to promote a healthy weight. Methods Intervention study that followed 18 workers voluntarily enrolled in an intervention program in the field of nursing practice, involving health promotion actions by eating reorientation for the control of weight, based on Ministry of Health documents. The nutritional status was classified by Body Mass Index and central obesity by waist circumference. The feeding practices, obtained by 24 hour recordatory was analyzed by frequency of consumption of food groups of the food pyramid and nutrient adequacy. The individual monitoring was weekly in the first month, biweekly and monthly passing later by a period of four months. Results Initially, 72.2% of workers had central obesity and the same proportion had excess weight (overweight / obesity), with 44.4% obesity. Obese patients had three times over consumption of meat / eggs; leguminous plants; oil / frying; sugars / sweets. Calcium was the nutrient with the lowest percentage of adequacy. There was 88,9% of adherence and a decrease of 11.1% of workers overweight / obese and reduction of 16.6% for central obesity. Conclusion The results suggest satisfactory from a program implemented to promote healthy weight, which can be developed by nurses at workplace and also in primary care, in collaboration with nutritionists.
Subject(s)
Humans , Male , Female , Occupational Health , Health Promotion , Nursing Care , ObesityABSTRACT
Introdução: Dentre as carências nutricionais de maior relevância destacam-se, neste estudo, anemia e deficiência de vitamina A, que constituem as principais preocupações das políticas públicas, na área de alimentação e nutrição. Apesar de medidas de prevenção e controle já terem sido implantadas no Brasil há algum tempo, suas prevalências continuam elevadas, com profundas repercussões na saúde infantil. Assim, embora reconhecidos como problemas de saúde pública e bastante explorados, politicamente, ainda há espectros de interesse epidemiológico a serem investigados. Objetivo: Analisar os determinantes da anemia e da deficiência de vitamina A (DVA), bem como a presença concomitante dessas duas carências nutricionais em crianças brasileiras. Métodos: Reanálise dos dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS) de 2006, abrangente inquérito das condições de saúde de mulheres e crianças brasileiras cuja 3ª edição incorporou a avaliação dos níveis de hemoglobina e vitamina A. Essa reanálise baseou-se numa amostra probabilística complexa com representação nacional, o que permitiu descrever a situação de anemia e DVA nas macrorregiões brasileiras e suas áreas urbanas e rurais. O presente estudo incluiu a análise de 3.417 crianças de 6 a 59 meses. Anemia foi definida como hemoglobina (Hb) <11g/dL, determinada pelo método da cianometa-hemoglobina. DVA foi definida como retinol sérico <0,7mol/L, avaliado por cromatografia líquida de alta eficiência. Para expansão da amostra utilizaram-se critérios adotados pela PNDS. As variáveis respostas foram presença de anemia, de DVA e carência concomitante de DVA e anemia, enquanto as explanatórias, analisadas considerando-se três dimensões, foram vinculação aos processos estruturais da sociedade (variáveis socioeconômicas e ambientais);ao ambiente imediato da criança (variáveis maternas, de segurança e consumo alimentar); e individual (características biológicas da criança). A força de associação entre as variáveis respostas e as explanatórias foi avaliada pelo odds ratio (OR), tanto na análise univariada (OR bruta) quanto na múltipla (OR ajustada), com nível de significância de 5%. Resultados: Determinantes da anemia: A prevalência de anemia no País foi de 20,5%. Na análise múltipla, permaneceram associadas à anemia residir no Nordeste [OR: 3,45; IC: 2,21-5,40] Sudeste [OR: 2,55; IC: 1,60-4,06] e Sul [OR: 2,22; IC: 1,39-3,55]; na zona urbana [OR: 2,01; IC: 1,35-3,00]; e ter insegurança alimentar grave [OR: 1,78; IC: 1,00-3,16], destacando-se como proteção ter mãe com 5 a 8 anos de estudo [OR: 0,62; IC: 0,41-0,92] e consumir carne pelo menos uma vez na semana [OR: 0,45; IC: 0,22-0,93]. Determinantes da DVA: A prevalência de DVA no País foi de 17,5%. Após ajuste para as variáveis de confusão, permaneceram associadas ao DVA residir no Nordeste [OR: 1,77; IC: 1,16-2,77] e Sudeste [OR: 1,74; IC: 1,16-2,72]; na zona urbana [OR: 1,29; IC: 0,91-1,87]; e ter mãe com idade 36 anos [OR: 3,14; IC: 1,48-7,09], considerando-se proteção consumir carne pelo menos uma vez na semana [OR: 0,19; IC: 0,09-0,40]. Determinantes da DVA e da anemia: A prevalência concomitante de DVA e anemia foi de 3,9%, sem associação entre elas (p>0,05). As variáveis estatisticamente associadas (p<0,05) com DVA e anemia na análise múltipla foram residir no Sudeste [OR: 4,28; IC: 1,96-11,68] e Nordeste [OR: 2,92; IC: 1,31-7,96]; na zona urbana [OR: 3,66; IC: 1,46-12,30]; e ter insegurança alimentar grave [OR: 3,64; IC: 1,41-8,84]; revelando-se proteção ter idade 2 anos de idade [OR: 0,51; IC: 0,26-0,99]; e consumir carne pelo menos uma vez na semana [OR: 0,04; IC: 0,00-0,23].Conclusões: Os resultados mostram redução importante na prevalência de anemia e DVA infantil no Brasil, embora, de acordo com o critério de importância epidemiológica da Organização Mundial da Saúde (OMS), continuem como problema moderado de saúde pública. Apesar das fortes evidências de que a DVA contribui para o desenvolvimento da anemia, constatou-se baixa prevalência concomitante dessas duas carências nutricionais entre as crianças brasileiras, e sem associação entre elas. Entretanto, anemia e DVA apresentam determinantes comuns (residir em macrorregiões menos e mais desenvolvidas e em área urbana), que reiteram o caráter trans-social dessas carências estudadas. O fato de terem como determinante a insegurança alimentar e como proteção consumir carne pelo menos uma vez por semana reforça a determinação social dessas deficiências nutricionais, embora a insegurança alimentar não tenha se associado à DVA. Os resultados evidenciaram como principais determinantes da anemia e da DVA aqueles relacionados aos processos estruturais da sociedade e do ambiente imediato da criança e não os individuais. Constatou-se, também, que as estratégias governamentais têm contribuído para a prevenção e controle dessas carências nutricionais no País, porém, sinaliza-se a necessidade de expansão da estratégia governamental no sentido de prevenção e controle da DVA, até então restrita a áreas de risco (região Nordeste e áreas pobres da região Sudeste).
Introduction: Among the most relevant nutritional deficiencies, anemia and vitamin A deficiency stand out, constituting the main concerns of public policy in food and nutrition area. Even though prevention and control measures have already been implemented in Brazil some time ago, their prevalence remains high, with profound effects on child health. Thus, in spite of recognized as problems of public health and plenty explored, politically, there are still spectra of epidemiological interest to be investigated. Objective: To analyze the determinants of anemia, vitamin A deficiency (VAD), as well as these two concomitant nutritional deficiencies in Brazilian children. Methods: Reanalysis of data from the National Survey on Demography and Health of Women and Children (PNDS) of 2006, comprehensive survey of health of women and children in Brazil, whose 3rd edition incorporated the evaluation of hemoglobin and vitamin A levels. This reanalysis was based on a complex random sampling with national representation, which allowed describing the situation of VAD and anemia in Brazilian regions and their urban and rural areas. This study included analysis of 3.417 children aged from 6 to 59 months. Anemia was defined as hemoglobin (Hb) <11g/dL, determined by cyanometahemoglobin method. VAD was set as serum retinol <0.7 mol/L, evaluated by high performance liquid chromatography. To expand the sample, the criteria adopted by PNDS were used. The variable responses were presence of anemia, VAD and concomitant deficiency of VAD and anemia, while the explanatory, analyzed considering three dimensions, were link to the structural processes of society (socioeconomic and environmental variables), to the immediate environment of the child (maternal variables, of safety and food consumption); and individual (biological characteristics of the child).The strength of association between the response and the explanatory variables was evaluated by odds ratio (OR), both in univariate (crude OR) and in multiple analysis (adjusted OR), with a significance level of 5%. Results: Determinants of anemia: The prevalence of anemia in the Country was 20.5%. In multiple analysis, remained associated with anemia living in the Northeast [OR: 3,45, CI; 2,21-5,40], Southeast [OR: 2,55; CI: 1,60-4,06] and South [OR:2,22;IC:1,39-3,55]; in urban area [OR: 2,01; CI: 1,35-3,00], and having severe food insecurity [OR: 1,78; CI :1,00-3,16], highlighting as protection having a mother with 5 to 8 years of study [OR: 0,62; CI: 0,41-0,92] and consuming meat at least once a week [OR: 0,45; CI: 0,22-0,93]. Determinants of VAD: The prevalence of VAD in the Country was 17.5%. After adjustment for confounding variables, remained associated with DVA living in the Northeast [OR: 1,77; CI: 1,16-2,77] and Southeast [OR: 1,74; CI: 1,16-2,72]; in urban area [OR: 1,29; CI: 0,91-1,87]; and having a mother aged 36 years [OR: 3,14; CI :1,48-7,09], considering protection to consume meat at least once a week [OR: 0,19; CI: 0,09-0,40]. Determinants of anemia and VAD: The concomitant prevalence of VAD and anemia was 3.9%, with no association between them (p>0,05). Variables statistically associated (p <0.05) with VAD and anemia in multiple analysis were living in the Southeast [OR: 4,28; CI: 1,96-11,68] and Northeast [OR: 2,92; IC: 1,31-7,96]; in urban area [OR: 3,66; CI: 1,46-12,30], and having severe food insecurity [OR: 3,64; CI: 1,41-8,84]; revealing protection being 2 years old [OR: 0,51; CI: 0,26-0,99]and consuming meat at least once a week [OR: 0,04; CI: 0,00-0,23]. Conclusions: The results show a significant reduction in the prevalence of child anemia and VAD in Brazil, although according to the criterion of epidemiological importance of the World Health Organization (WHO), they continue as a moderate public health problem. Despite strong evidences that VAD contributes to the development of anemia, it was verified a low prevalence of these two concomitant nutritional deficiencies among Brazilian children, and no association between them. However, anemia and VAD present common determinants (living in macro-regions less and more developed and in urban areas), reaffirming the transocial character of these nutritional deficiencies. The fact they have as a determinant food insecurity and as protection consuming meat at least once a week reinforce the social determination of these nutritional deficiencies, although food insecurity was not associated with VAD. The results showed as major determinants of anemia and VAD, those related to structural processes of society and the immediate environment of the child and not the individuals. It was also verified that government strategies have contributed to the prevention and control of these nutritional deficiencies in the Country, but it is signalized the need for expansion of the government's strategy for prevention and control of VAD, so far restricted to high-risk areas (Northeast and poor areas of the Southeast).
Subject(s)
Child , Anemia , Vitamin AABSTRACT
A alimentação, desde o nascimento até aos dois primeiros anos de vida, tem repercussões ao longo de toda a existência do indivíduo. Neste sentido, objetivou-se realizar uma revisão atualizada sobre alimentação infantil, abordando: o direito à saúde e nutrição; a importância da nutrição e alimentação no crescimento e desenvolvimento; aleitamento materno; alimentação complementar e alimentação no segundo ano de vida. Esta revisão teve o intuito de contribuir e orientar o planejamento, o monitoramento e a avaliação de programas governamentais para a promoção de saúde, nesta faixa etária. Acredita-se que alcançar a alimentação adequada, para as crianças menores de dois anos de idade, deve ser um componente essencial da estratégia global, para assegurar a alimentação de uma população. Embora seja atribuição dos profissionais de saúde a sua promoção e das mães a sua execução, o sucesso final da ação, também depende, principalmente, da definição de políticas públicas adequadas e da participação da sociedade.
Feeding from birth up to two years of age carries repercussions throughout a person?s lifetime. Accordingly, this paper aimed at doing an up-to-date review on infant feeding covering: the right to health and nutrition; the importance of nutrition and feeding while growing and developing; breastfeeding; complementary feeding; and feeding during the second year of life. The purpose was to contribute to and guide the planning, monitoring, and evaluation of government programs to promote health for this age group. It is believed that the goal of appropriate feeding of children under two years old must be an essential element of the overall strategy to ensure a population?s nourishment. Although it?s the health professional?s job to promote this action and the mother?s to carry it out, its final success also depends mainly on defining appropriate public policy, as well as on society?s participation.
Subject(s)
Breast Feeding , Infant Nutrition , Infant Nutritional Physiological PhenomenaABSTRACT
Avaliou-se prática alimentar de crianças menores de dois anos. Estudo transversal desenvolvido em 2004-2005, a partir de dados do Estudo de Consumo Alimentar Populacional de Belo Horizonte/ECAP-BH. A amostra compreendeu 148 crianças menores de dois anos. Realizou-se entrevista em domicílio com mães/responsáveis e levantou-se os alimentos consumidos nas últimas 24 horas, incluindo leite materno e idade de introdução da alimentação complementar. Medianas de aleitamento materno exclusiva e total foram 60 e 150 dias, respectivamente. A introdução de outros tipos de leite e de alimentos não-lácteos ocorreu precocemente. Do ponto de vista nutricional, as dietas eram desbalanceadas e o ferro foi o nutriente mais deficiente no primeiro ano de vida. Os resultados evidenciam a necessidade da implementação de medidas de intervenção nos serviços de saúde do município para a promoção da alimentação complementar saudável.
We evaluated the feeding practices of children younger than two years. This cross-sectional study was conducted in 2004-05. Data was obtained from the Population Study of Food Consumption in Belo Horizonte/ECAP-BH. The sample included 148 children younger than two years. We conducted interviews at home with mothers/guardians and surveyed the foods consumed in the past 24 hours, including breast milk and age at introduction of complementary feeding. The medians of exclusive and total breastfeeding were 60 and 150 days, respectively. The introduction of other types of milk and non-dairy foods occurred earlier. From a nutritional standpoint, the diets were unbalanced and iron was the most deficient nutrient in the first year of life. The results show the need to implement intervention measures in the municipal health services to promote healthy complementary feeding.
Se evaluó la práctica alimenticia de niños menores de dos años. Estudio transversal desarrollado en 2004-2005, a partir de datos del Estudio de Consumo Alimenticio Poblacional de Belo Horizonte/ECAP-BH. La muestra incluyó 148 niños menores de dos años. Se realizó entrevista en domicilio con madres/responsables y se tomó nota de los alimentos consumidos en las últimas 24 horas, incluyendo leche materna y edad de introducción de alimentación complementaria. Los promedios de amamantamiento materno exclusivo y total fueron 60 y 150 días, respectivamente. La introducción de otros tipos de leche y de alimentos no lácteos sucedió precozmente. Desde el punto de vista nutricional, las dietas estaban desbalanceadas, destacándose el déficit de hierro en el primer año. Los resultados evidenciaron la necesidad de implementar medidas de intervención en servicios de salud municipales para promoción de alimentación complementaria saludable.