ABSTRACT
RESUMO No mundo, o câncer colorretal apresenta altas taxas de incidência e mortalidade, com diferenças segundo nível de desenvolvimento sociodemográfico. O objetivo foi analisar as disparidades sociodemográficas do câncer colorretal na população brasileira com 30 anos ou mais. Trata-se de estudo de série temporal da incidência, mortalidade, Anos de Vida Ajustados por Incapacidade (Disability Adjusted Life Years - DALY) e prevalência, segundo sexo, no Brasil e nas Unidades da Federação (UF) de 1990 a 2019. A tendência foi estimada pela regressão de Joinpoint, e o índice sociodemográfico (SDI - Socio-Demographic Index) foi utilizado na análise de correlação. Os dados analisados foram estimados pelo Global Burden of Diseases Study 19. No Brasil e nas UF, as maiores taxas dos indicadores foram observadas no sexo masculino, com tendência de aumento em ambos os sexos. Houve associação positiva entre o SDI e todos os indicadores analisados, exceto para DALY em homens. As diferenças nas taxas e tendências entre as UF parecem refletir os processos de desenvolvimento do País, tais como urbanização e industrialização, em que as UF mais desenvolvidas possuem taxas elevadas com tendências de estabilidade, e as UF em desenvolvimento, com comportamento inverso, sugerindo melhorias de acesso aos serviços de saúde e diagnósticos.
ABSTRACT In the world, colorectal cancer presents high rates of incidence and mortality, with differences according to the level of sociodemographic development. The objective of this study was to analyze the sociodemographic disparities of colorectal cancer in the Brazilian population aged 30 and older. This is a time series study of incidence, mortality, disability-adjusted life years (DALY), and prevalence, by sex, in Brazil and its Federal Units (FU) states from 1990 to 2019. The trend was estimated using Joinpoint regression analysis, and the Socio-Demographic Index (SDI) was used in the correlation analysis. The data analyzed were estimated by the Global Burden of Diseases Study 19. In Brazil and its states, the highest rates of these indicators were observed in males, with an increasing trend in both sexes. There was a positive association between SDI and all the analyzed indicators except for DALY in men. The differences in rates and trends between the states reflect the country's development processes, such as urbanization and industrialization. More developed states have high rates with stable trends, while less developed states exhibit the opposite behavior, suggesting improved access to healthcare services and diagnosis.
ABSTRACT
RESUMO Comportamentos de risco na adolescência impactam a saúde de curto e longo prazo. A análise de dados de saúde dos países do Mercado Comum do Sul (Mercosul) pode fortalecer a vigilância e apoiar políticas públicas. Objetivou-se comparar as prevalências de indicadores em saúde de adolescentes nos países do Mercosul. Estudo descritivo, com dados do 'Global School-based Student Health Survey' na Argentina (2018), no Paraguai (2017) e no Uruguai (2019), e da 'Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar' no Brasil (2015 e 2019). Analisaram-se as prevalências e os intervalos de confiança de 95% de indicadores para a população total de adolescentes e segundo o gênero. A experimentação do álcool antes dos 14 anos foi maior na Argentina enquanto a embriaguez foi maior no Brasil. O consumo atual de cigarro e o uso de qualquer produto do tabaco foram mais elevados na Argentina. A prática regular de atividade física foi menor no Brasil, já o comportamento sedentário foi maior no Uruguai. O Brasil teve o menor uso de preservativo na última relação sexual. Houve diferenças dos comportamentos de risco para saúde entre os adolescentes dos países estudados. Os resultados podem auxiliar entidades governamentais desses países a promoverem intercâmbio de boas práticas.
ABSTRACT Risk behaviours in adolescence have a short- and long-term impact on health. Analysing health data from the Southern Common Market (Mercosur) countries can strengthen surveillance and support public policies. To compare the prevalence of health indicators among adolescents in Mercosur countries. A descriptive study was conducted using data from the Global School-based Student Health Survey in Argentina (2018), Paraguay (2017), and Uruguay (2019), as well as from the National Survey of School Health in Brazil (2015 and 2019). Prevalence and 95% confidence intervals of indicators were analysed for the total adolescent population and by gender. Alcohol experimentation before the age of 14 was higher in Argentina, while drunkenness was higher in Brazil. Current cigarette smoking and any tobacco product use were higher in Argentina. Regular physical activity was lower in Brazil. Sedentary behaviour was higher in Uruguay. Brazil had the lowest condom use at last sexual intercourse. There were differences in health risk behaviours among adolescents in the studied countries. These results can assist governmental entities in these countries in promoting the exchange of best practices.
ABSTRACT
RESUMO A pandemia de covid-19 reduziu o acesso aos alimentos e aumentou a insegurança alimentar. Objetivouse analisar a prevalência de Insegurança Alimentar e Nutricional (IAN) em adolescentes brasileiros durante a pandemia de covid-19 segundo características sociodemográficas e examinar a associação entre IAN e comportamentos de risco e proteção em adolescentes brasileiros durante esse período. Estudo transversal com dados da 'ConVid Adolescentes - Pesquisa de Comportamentos', realizada entre junho e outubro de 2020, utilizando-se um questionário autoaplicado por meio de celular ou computador. A população foi adolescentes de 12 a 17 anos, totalizando 9.470. Utilizou-se a Razão de Prevalência (RP) e Intervalo de Confiança de 95% (IC95%), por meio da regressão de Poisson com variância robusta. A prevalência de IAN (26,1%) foi mais elevada entre os adolescentes da raça/cor preta e parda e que estudam em escola pública. Os adolescentes que relataram IAN tiveram menor consumo de hortaliças e frutas, menor prática de atividade física e maior uso de cigarros e álcool. A IAN foi mais prevalente em adolescentes com piores condições socioeconômicas, e, adolescentes com IAN apresentaram maior frequência de comportamentos de risco para a saúde evidenciando a importância de políticas públicas intersetoriais para a redução de desigualdades.
ABSTRACT The COVID-19 pandemic has reduced access to food and increased food insecurity. The objectives were to analyse the prevalence of Food and Nutritional Insecurity (FNI) in Brazilian adolescents during the COVID-19 pandemic according to sociodemographic characteristics and to examine the association between FNI and risk and protective behaviours in Brazilian adolescents during the that period. Cross-sectional study with data from the 'ConVid teenagers - Behaviour Survey,' carried out between June and October 2020, using a self-administered questionnaire via mobile phone or computer. The population was made up of teenagers aged 12 to 17, totalling 9,470. The Prevalence Ratio (PR) and 95% Confidence Interval (95% CI) were used, using Poisson regression with robust variance. The prevalence of FNI (26.1%) was higher among adolescents of black and mixed race/colour and who study in public schools. Adolescents who reported FNI had lower consumption of vegetables and fruits, less physical activity, and greater use of cigarettes and alcohol. FNI was more prevalent in adolescents with worse socioeconomic conditions, and adolescents with FNI showed a higher frequency of health risk behaviours, highlighting the importance of intersectoral public policies to reduce inequalities.
ABSTRACT
RESUMO O estudo descreveu as características dos indivíduos que utilizam os serviços da Atenção Primária à Saúde (APS) e avaliou a associação entre a avaliação elevada dos atributos da APS, sob a ótica dos usuários, com o estado de saúde e o uso dos serviços de saúde no Brasil. Trata-se de um estudo transversal que analisou dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019, com amostra de 9.562 adultos que responderam ao Primary Care Assessment Tool (PCATool). Foi testada a associação entre avaliação elevada da APS (escore geral ≥ 6,6) e estado de saúde e uso dos serviços. Verificou-se que os usuários adultos que mais utilizam a APS pública têm entre 40 e 59 anos, são mulheres, de baixa escolaridade e pardos. Os que melhor avaliaram a APS foram indivíduos que utilizaram o mesmo serviço, procuraram serviços nas últimas duas semanas e se internaram. Maior uso dos serviços aponta para melhor avaliação da APS.
ABSTRACT The present study described the characteristics of individuals who use Primary Health Care (PHC) services and evaluated the association between the high assessment of PHC attributes, from the perspective of users, with health conditions and the use of health services in Brazil. This work is a cross-sectional study that analyzed data from the 2019 National Health Survey, in which 9,562 adults responded to the Primary Care Assessment Tool (PCATool). The association between high PHC assessment (general score ≥ 6.6) and health conditions and the use of services was tested, and it was found that the adult users who most use public PHC are between 40 and 59 years of age, women, with a low level of education, and brown. Those who best evaluated PHC were individuals who used the same service, who sought out services in the last 2 weeks, and who had been hospitalized. The greater use of health services points to a better assessment of PHC.
Subject(s)
Brazil , Cardiovascular Diseases , Cerebrovascular Disorders , Statistics , Atrial Fibrillation , Atrial Flutter , Tobacco Use Disorder , Exercise , Coronary Disease , Diabetes Mellitus , Dyslipidemias , Overweight , Heart Failure , Heart Valve Diseases , Hypertension , Cardiomyopathies , ObesityABSTRACT
Resumo Objetivou-se analisar os fatores associados ao policonsumo de álcool, tabaco e drogas ilícitas, entre adolescentes escolares brasileiros de 13 a 17 anos. Estudo transversal, com dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (2019). A variável desfecho foi o relato de consumo das três substâncias nos últimos 30 dias. As variáveis independentes foram agrupadas em quatro blocos: características sociodemográficas; contexto familiar; situações estressoras; aspectos comportamentais. Foi realizada análise de regressão logística múltipla hierarquizada, permanecendo no modelo final as variáveis com p<0,05. A prevalência de policonsumo em adolescentes escolares foi 3,3%. No modelo final, sexo masculino, morar na região Centro-Oeste, Sul e Sudeste, faltar a escola sem permissão, pais não saberem o que fazem no tempo livre, ter pais fumantes, sofrer agressão física pelos pais, sentir que a vida não vale a pena ser vivida, experimentar bebida alcoólica e drogas ilícitas antes dos 13 anos, ter amigos que bebem bebida alcoólica, fumam e usam drogas na sua presença permaneceram associados ao desfecho. Os dados mostram alta prevalência de policonsumo de três substâncias entre adolescentes e sua associação a fatores sociodemográficos, familiares, comportamentais e a eventos estressantes.
Abstract The aim of this study was to analyze the factors associated with concurrent alcohol, tobacco and illicit drug use among Brazilian schoolchildren aged 13-17. We conducted a cross-sectional study using data from the 2019 National School-Based Health Survey. The outcome was use of the three substances during the last 30 days. Hierarchical multiple logistic regression was carried out with independent variables grouped into four blocks: sociodemographic characteristics; family context; behavioral aspects; and stressors. Variables with p<0.05 were retained in the final model. The prevalence of concurrent substance use was 3.3%. Being male, living in the Midwest, South and Southeast, skipping school without parent permission, parents not knowing what their children do in their free time, having parents who smoke, having experienced physical aggression from parents, feeling that life is not worth living, trying drinking and illicit drugs before the age of 13, and having friends who drink alcohol, smoke and use drugs in their presence remained associated with the outcome in the final model. The findings reveal high prevalence of concurrent alcohol, cigarette and illicit drug use among adolescents and that poly use is associated with sociodemographic, family, and behavioral factors and stressors.
ABSTRACT
Resumo Objetivo: descrever a mortalidade e os anos de vida ajustados pela incapacidade disability-adjusted life years - DALYs) para câncer de laringe no Brasil atribuíveis a fatores de risco ocupacionais e comportamentais. Métodos: estudo ecológico com dados do estudo Global Burden of Disease 2019. Foram obtidas taxas de mortalidade e de DALYs para o câncer de laringe atribuíveis aos riscos ocupacionais (ácido sulfúrico e amianto) e comportamentais (tabaco e álcool), de 1990 e 2019. Resultados: no Brasil, em 2019, a taxa de mortalidade por câncer de laringe atribuível aos riscos ocupacionais (ácido sulfúrico e amianto) foi 0,28 (II95%: 0,17;0,43) no sexo masculino e 0,03 (II95%: 0,02;0,04) no feminino, e a de DALYs foi 7,33 (II95%: 4,28;11,44) e 0,64 (II95%: 0,35;0,03), respectivamente. O ácido sulfúrico foi o principal risco ocupacional para a doença. Houve redução das taxas atribuíveis ao tabaco (mortalidade:-45,83%; DALYs:-47,36%) e aos riscos ocupacionais (mortalidade:-23,20%; DALYs:-26,31%), no Brasil, com aumento em alguns estados das regiões Norte e Nordeste. Conclusão: houve redução na mortalidade e na carga do câncer de laringe atribuível aos fatores ocupacionais no período, porém menor em comparação ao tabagismo, reforçando a importância de ações para reduzir o impacto dos riscos ocupacionais, como as medidas regulatórias aplicadas ao tabaco.
Abstract Objective: to describe mortality and disability-adjusted life years (DALYs) due to laryngeal cancer attributable to occupational and behavioral risk factors in Brazil. Methods: this is an ecological study with data from the 2019 Global Burden of Disease. Mortality and DALY rates for laryngeal cancer attributable to occupational (sulfuric acid and asbestos) and behavioral (tobacco and alcohol) risks were obtained from 1990 and 2019. Results: in 2019, the mortality rate from laryngeal cancer attributable to occupational hazards (sulfuric acid and asbestos) totaled 0.28 (95%UI: 0.17; 0.43) and 0.03 (95%UI: 0.02; 0.04), whereas and DALY rates, 7.33 (95%UI: 4.28; 11.44) and 0.64 (95%UI: 0.35; 0.03) in men and women in Brazil, respectively. Sulfuric acid configured the main occupational risk for the disease. The rates attributable to tobacco (mortality: −45.83%; DALYs: −47.36%) and occupational hazards (mortality: −23.20%; DALYs: −26.31%) decreased in Brazil but increased in some Northern and Northeastern states. Conclusion: laryngeal cancer mortality and burden attributable to occupational factors decreased in the period (although less than that for smoking), reinforcing the importance of actions to reduce the impact of occupational risks, such as the regulatory measures applied to tobacco.
ABSTRACT
Resumo O estudo objetiva comparar o consumo de diferentes produtos do tabaco entre os escolares adolescentes no Brasil em 2015 e 2019 e identificar os fatores associados ao seu uso. Estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2015 e 2019. Variáveis: uso atual de cigarro, uso de outros produtos do tabaco e uso de qualquer produto do tabaco. Foi usado o teste do Qui-quadrado de Pearson para verificar associação entre as variáveis, realizada análise bivariada e a multivariada por meio da regressão logística. O uso de cigarros se manteve estável entre 2015 (6,6%) e 2019 (6,8%). Mas houve aumento do uso de qualquer produto do tabaco (de 10,6% em 2015 para 14,8% em 2019), sendo o narguilé o mais frequente (7,8%) seguido do cigarro eletrônico (2,8%). O uso de cigarro foi mais elevado entre os adolescentes de 16 e 17 anos, com cor da pele preta e parda, que faltaram as aulas sem autorização, entre aqueles que relataram não ter amigos, que apresentavam outros fatores de risco como consumir bebidas alcoólicas e que eram fumantes passivos. A prevalência de tabagismo aumentou ao longo dos anos e foi associada com aspectos sociodemográficos e a outros comportamentos de risco à saúde, o que alerta para a necessidade de ações de promoção da saúde ao longo do ciclo de vida.
Abstract This cross-sectional study used data from Brazil's National Student Health Survey (PeNSE), from 2015 and 2019, to compare consumption of tobacco products among adolescent students in Brazil and identify associated factors. The study variables were current cigarette smoking, use of other tobacco products and use of any tobacco product. Pearson's Chi-square test was used to ascertain associations between the variables; bivariate and multivariate analyses were performed using logistic regression. Cigarette smoking remained stable between 2015 (6.6%) and 2019 (6.8%), but use of any tobacco product increased (from 10.6% in 2015 to 14.8% in 2019), involving particularly hookahs (7.8%) and e-cigarettes (2.8%). Cigarette smoking was greater among adolescents aged 16 and 17, whose skin colour was black or brown, who missed classes without permission, who reported having no friends, displayed other risk factors, such as drinking alcoholic beverages, or who were passive smokers. The prevalence of smoking has increased over the years and is associated with sociodemographic aspects and other health risk behaviour, highlighting the need for lifelong health promotion actions.
ABSTRACT
Resumo O estudo analisou a associação entre Cyberbullying e fatores sociodemográficos, familiares, de saúde mental e comportamentais em escolares (13 a 17 anos) brasileiros. Trata-se de um estudo transversal com dados da PeNSE 2019. Realizou-se análise multivariada com regressão de Poisson. A prevalência de Cyberbullying foi de 13,2% e foi maior entre os adolescentes que sentiam que ninguém se preocupava com eles (RP=1,47; 1,36-1,59); se sentiam tristes (RP=1,5; 1,4-1,7); referiram que a vida não vale a pena (RP=1,71; 1,59-1,84); não tinham amigos (RP=1,68; 1,50-1,87); sofriam agressão dos pais (RP=1,54; 1,45-1,65); faltavam às aulas sem autorização (RP=1,13; 1,06-1,20); usavam tabaco (RP=1,19; 1,10-1,30); bebidas alcóolicas (RP=1,16; 1,08-1,25); drogas ilícitas (RP=1,14; 1,04-1,25); e tiveram relação sexual (RP=1,23; 1,14-1,33). Tiveram menor prevalência os adolescentes do sexo masculino (RP=0,85; 0,80-0,91), os mais velhos (16-17 anos) (RP=0,88; 0,82-0,95) e que reportaram ter supervisão dos pais no tempo livre (RP=0,78; 0,73-0,83). O Cyberbullying tem elevada prevalência e destaca-se a importância de monitorar a prática, estabelecendo ações de prevenção nas escolas.
Abstract This cross-sectional study assessed data from Brazil's 2019 National Student Health Survey to investigate associations between cyberbullying and sociodemographic, family, mental health, and behavioural factors among Brazilian schoolchildren. Multivariate analysis by Poisson regression found 13.2% prevalence of cyberbullying, which was higher among adolescents who felt nobody cared about them (PR=1.47; 1.36-1.59); felt sad (PR=1.5; 1.4-1.7); reported that life was not worth living (PR=1.71; 1.59-1.84); had no friends (PR=1.68; 1.50-1.87); suffered parental aggression (PR=1.54; 1.45-1.65); missed classes without permission (PR=1.13; 1.06-1.20); used tobacco (PR=1.19; 1.10-1.30); alcoholic beverages (PR=1.16; 1.08-1.25); or illicit drugs (PR=1.14; 1.04-1.25); or had sexual intercourse (PR=1.23; 1.14-1.33). Prevalence was lower among boys (PR=0.85; 0.80-0.91); those 16-17 years old (PR=0.88; 0.82-0.95); and who reported having parental supervision in their free time (PR=0.78; 0.73-0.83). Cyberbullying has a high prevalence, highlighting the importance of monitoring this practice and establishing prevention measures in schools.
ABSTRACT
Resumo O objetivo foi analisar a distribuição espacial da gravidez em menores de 14 anos e seis meses segundo regiões e municípios brasileiros e características sociodemográficas e de saúde das parturientes e nascidos vivos. Estudo ecológico, analisando o Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC), 2011-2021, em três grupos etários (<14 anos e 6 meses, 15-19 e 20 anos e mais), segundo variáveis demográficas e do parto. Foram aplicados os Índices Global e Local de Moran. No período foram 127.022 nascidos vivos de meninas 10-14 anos, na maioria negras, 21,1% em união estável ou casadas, com menor proporção de 7 consultas de pré-natal e captação no primeiro trimestre, maior proporção de baixo peso ao nascer e baixo índice de Apgar, residentes nas regiões Norte e Nordeste. A taxa média de nascidos vivos de 10-14 anos mostrou autocorrelação significativa com o espaço, especialmente em municípios do Centro-Oeste e Norte. A gravidez de 10 a 14 revela uma sequência de vulnerabilidades sofridas por essas meninas, pela gravidez em idade precoce, maior frequência entre negras, com implicações na morbimortalidade para ela e seus filhos; e pela violência presumida nesses casos, incluindo o acesso negado ao aborto legal.
Abstract The objective was to analyze the spatial distribution of pregnancy in children under 14 years and six months by Brazilian region and municipality and sociodemographic and health characteristics of pregnant women and live births. Ecological study analyzing the Live Birth Information System (SINASC) from 2011 to 2021 in three age groups (< 14 years and six months, 15-19 years, and 20 years and above) by demographic and birth variables. We applied the Global and Local Moran. A total of 127,022 live births to girls aged 10-14 years were identified during the period, most of whom were Black, 21.1% in common-law or married relationships, with a lower proportion of seven prenatal care appointments and enrollment in the first trimester, a higher proportion of low birth weight and low Apgar score, residing in the North and Northeast. The mean live birth rate for 10-to-14-year-old girls was significantly autocorrelated with space, especially in municipalities of the Midwest and North. Pregnancy from 10 to 14 years of age reveals several vulnerabilities suffered by these girls due to pregnancy at an early age, which is more common among Black women, with implications for morbimortality for them and their children and the presumed violence in these cases, including denied access to legal abortion.
ABSTRACT
Resumo O objetivo do artigo é estimar a subnotificação da violência contra as mulheres (VCM) no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) a partir de dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), para o Brasil e as unidades federadas (UF). Estudo ecológico utilizando o SINAN e a PNS, ambos do ano de 2019. No SINAN, foram selecionadas as notificações de casos de violências sexual, física e psicológica contra mulheres com idade igual ou superior a 18 anos. Na PNS, foram selecionadas as mulheres da mesma faixa etária com relato de violência psicológica, física ou sexual que tenham procurado atendimento em saúde em razão de consequência relacionada à violência vivida. Calculou-se a subnotificação do SINAN a partir da estimativa da população da PNS para o Brasil e cada UF. A subnotificação de VCM no Brasil foi de 98,5%, 75,9% e 89,4% para as violências psicológica, física e sexual, respectivamente. Os estados do Norte e Nordeste apresentaram os menores índices de notificação entre as UF. A VCM no Brasil apresenta grande subnotificação no setor saúde, demonstrando a necessidade de capacitação dos profissionais de saúde para o reconhecimento de situações de violência e conscientização da importância da notificação.
Abstract This article aims to estimate the underreporting of violence against women (VAW) in the Notifiable Diseases Information System (SINAN), based on data from the National Survey of Health (NSH), in Brazil and subnational units (SU). This work was an ecological study using SINAN and NSH, both from 2019. In SINAN, reports of sexual, physical, and psychological VAW, aged 18 years or older, were selected. In the NSH, women of the same age group who reported psychological, physical, or sexual violence, and who had sought health care due to consequences of the violence were selected. SINAN underreporting was calculated in reference to the NSH's estimated population, for Brazil and each SU. Underreporting of VAW in Brazil was 98.5%, 75.9%, and 89.4% for psychological, physical, and sexual violence, respectively. The North and Northeast states presented the lowest reporting rates among the states. VAW in Brazil is highly underreported by the health sector, showing the need for adequate training of health professionals to recognize situations of violence and raise awareness of the importance of reporting.
ABSTRACT
RESUMO Objetivo. Calcular o indicador de consumo de álcool per capita (APC) para o Brasil utilizando dados nacionais (APC Brasil), com vistas a estabelecê-lo como padrão ouro para o país em substituição ao indicador anteriormente calculado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com base em dados internacionais. Métodos. Foram selecionadas, no Brasil, as fontes públicas de dados necessárias para a composição do cálculo do APC registrado e definida a concentração alcoólica por categoria de bebida. Para as variáveis APC turista e APC não registrado, indisponíveis no Brasil, foram usadas as estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU) e da OMS. O indicador APC Brasil foi calculado e comparado ao indicador produzido pela OMS por meio de análise das medianas para o período de 2005 a 2020. Resultados. O indicador de consumo de álcool nacional foi de 9,2 litros per capita em 2005, chegando a 9,8 em 2020. Já o indicador da OMS mostrou, para 2005, um consumo de 8,4 litros per capita, com queda até 2016 e leve aumento para 7,8 em 2020. Conclusão. O APC Brasil foi calculado com base em fontes nacionais e mostrou tendência distinta em relação ao indicador da OMS, que se mostrou em queda. A disponibilização transparente e regular desse indicador por canais governamentais permitirá o seu monitoramento, possibilitando a elaboração de políticas para o enfrentamento do consumo do álcool no país.
ABSTRACT Objective. To calculate the alcohol per capita consumption (APC) in Brazil (Brazil APC) using national data and to establish the Brazil APC as gold standard for the country, replacing the indicator previously calculated by the World Health Organization (WHO) based on international data. Method. The Brazilian public data sources necessary for calculating the recorded APC were selected, and the alcohol concentration was defined by beverage category. For the variables of tourist APC and unrecorded APC, which are unavailable in Brazil, estimates from the United Nations (UN) and the WHO were used. The Brazil APC indicator was calculated and compared to the indicator produced by the WHO through analysis of the medians obtained for the period from 2005 to 2020. Results. The national alcohol consumption indicator was 9.2 liters per capita in 2005, reaching 9.8 in 2020. The WHO indicator showed a consumption of 8.4 liters per capita in 2005, decreasing until 2016 and slightly increasing to 7.8 in 2020. Conclusion. The Brazil APC was calculated based on national sources and showed a distinct trend compared to the WHO indicator, which showed a decrease. The regular and transparent provision of this indicator through government channels will support the development of policies to address alcohol consumption in the country.
RESUMEN Objetivo. Calcular el indicador del consumo de alcohol per cápita en Brasil a partir de datos nacionales, con miras a establecerlo como patrón de referencia para el país en sustitución del indicador calculado anteriormente por la Organización Mundial de la Salud a partir de datos internacionales. Métodos. Se seleccionaron las fuentes públicas de datos de Brasil necesarias para estructurar el cálculo del consumo de alcohol per cápita registrado y se definió la concentración de alcohol por clase de bebida. Para las variables de consumo de alcohol per cápita por parte de turistas y consumo per cápita no registrado, que no están disponibles en Brasil, se utilizaron estimaciones de las Naciones Unidas y de la Organización Mundial de la Salud. Se calculó el indicador del consumo de alcohol per cápita en Brasil y se comparó con el indicador elaborado por la OMS mediante un análisis de las medianas correspondientes al período 2005-2020. Resultados. El indicador nacional del consumo de alcohol fue de 9,2 litros per cápita en el 2005, con un aumento a 9,8 en el 2020. El indicador de la Organización Mundial de la Salud mostró un consumo de 8,4 litros per cápita en el 2005, con una reducción hasta el 2016 y un leve aumento a 7,8 en el 2020. Conclusión. Se calculó el consumo de alcohol per cápita en Brasil a partir de fuentes nacionales, lo que mostró una tendencia distinta de la tendencia descendente del indicador de la Organización Mundial de la Salud. La disponibilidad transparente y regular de este indicador por medio de los canales gubernamentales permitirá su seguimiento, con lo cual se podrán formular políticas para enfrentar el consumo de alcohol en el país.
ABSTRACT
ABSTRACT Multiple myeloma is the second most common hematological cancer; it accounts for approximately 10% of all hematologic malignancies and 1%-2% of all cancer diagnoses. From 1990 to 2019, an ecological study was conducted to describe and evaluate trends in Brazil's morbidity, mortality, and disease. The Global Burden of Disease data described age-standardized (+40 years) incidence, prevalence, mortality, disability-adjusted life years, and its components in Brazil and across its 27 federative units according to sex and Socio-demographic Index quintiles. Trends were estimated using linear regression and expressed as Average Annual Percentage Changes (AAPC) and 95% Confidence Intervals (CI). Ascending trends of the measures were found for both sexes in Brazil and its federative units. Mortality increased to a lesser extent than incidence (AAPC=1.3%; 95%CI=1.2-1.3 vs. AAPC=1.5%; 95%CI= 1.5-1.5 for men; AAPC=0.9%; 95%CI=0.9-0.9 vs. AAPC=1.1%; 95%CI=1.1-1.2 for women), resulting in higher rising trends in prevalence for both sexes. All the measures were significantly higher in high- and high-middle socio-demographic quintiles; however, higher ascending trends were found in lower socio-demographic quintiles. Aging, level of development, diagnosis, and treatment appear to explain Brazil's ascending multiple myeloma rates and their differences among the federative units.
RESUMO O mieloma múltiplo é o segundo câncer hematológico mais comum; representa aproximadamente 10% de todas os cânceres hematológicos e 1%-2% de todos as neoplasias. Foi conduzido um estudo ecológico para descrever a morbidade, a mortalidade e a carga da doença no Brasil e suas 27 unidades federativas e avaliar tendências entre 1990-2019. Dados do estudo da Carga Global de Doenças foram avaliados para descrever medidas ajustadas por idade: incidência, prevalência, mortalidade, anos de vida ajustados pela incapacidade e seus componentes de acordo com sexo e Índice Sociodemográfico. As tendências foram estimadas usando regressão linear e expressas como Variação Percentual Anual Média (AAPC) e Intervalos de Confiança (IC) 95%. Tendências ascendentes das medidas foram observadas. A mortalidade aumentou em menor extensão comparada à incidência (AAPC=1,3%;IC95%=1,2-1,3 vs. AAPC=1,5%;IC95%=1,5-1,5 homens; AAPC=0,9%; IC95%=0,9-0,9 vs. AAPC=1,1%; IC95%=1,1-1,2 mulheres), resultando em tendências crescentes da prevalência para ambos os sexos. Todas as medidas foram mais altas nos quintis do índice sociodemográfico alto e médio-alto; tendências ascendentes mais altas foram encontradas em quintis do índice sociodemográfico mais baixos. Envelhecimento, nível de desenvolvimento, acesso ao diagnóstico e tratamento parecem explicar as medidas ascendentes do mieloma múltiplo no Brasil e suas diferenças entre as unidades federativas.
ABSTRACT
RESUMO Objetivou-se caracterizar o perfil sociodemográfico da população indígena adulta e idosa não aldeada do Brasil, bem como estimar a prevalência de multimorbidade e doenças/condições crônicas específicas, e para as mais frequentes, de acordo com o sexo e as faixas etárias. Estudo transversal com dados de indígenas (idade ≥ 20 anos) que participaram da Pesquisa Nacional de Saúde em 2019. A média de idade foi de 45,2 anos (IC 95%: 43,1-47,3), 23,2% eram idosos (idade ≥ 60 anos), e 87,5% residiam em área urbana. Cerca de 60% apresentavam ao menos uma doença/condição crônica, e as mais prevalentes foram: hipertensão arterial (29,3%; IC 95%: 23,7-35,5), doenças/problemas crônicos da coluna vertebral (20,6%; IC 95%: 17,3-24,5), hipercolesterolemia (14,3%; IC 95%: 11,7-17,4), depressão (10%; IC 95%: 7,4-13,5) e artrite/reumatismo (10%; IC 95%: 6,6-14,9). Nos idosos, a prevalência de hipertensão arterial foi cerca de 3,6 vezes maior do que nos adultos (65% versus 18,1%; p < 0,001), e 28,6% referiram doenças/ problemas crônicos da coluna vertebral em relação a 18,2% dos adultos (p = 0,019). O estudo apresenta dados inéditos sobre a prevalência de doenças/condições crônicas na população indígena não aldeada no Brasil, indicando elevadas prevalências de hipertensão arterial, doenças/problemas da coluna, hipercolesterolemia, depressão e artrite/reumatismo.
ABSTRACT The aim of this study was to characterise the sociodemographic profile of the adult and elderly non-indigenous population of Brazil, as well as to estimate the prevalence of multimorbidity and specific chronic diseases/conditions, and for the most frequent ones, according to gender and age groups. Cross-sectional study with data from indigenous people (aged ≥ 20 years) who took part in the National Health Survey in 2019. The average age was 45.2 years (95% CI: 43.1-47.3), 23.2% were elderly (age ≥ 60 years), and 87.5% lived in urban areas. Around 60% had at least one chronic disease/condition, and the most prevalent were: hypertension (29.3%; 95% CI: 23.7-35.5), chronic spinal diseases/problems (20.6%; 95% CI: 17.3-24.5), hypercholesterolaemia (14.3%; 95% CI: 11.7-17.4), depression (10%; 95% CI: 7.4-13.5) and arthritis/rheumatism (10%; 95% CI: 6.6-14.9). In the elderly, the prevalence of hypertension was around 3.6 times higher than in adults (65% versus 18.1%; p < 0.001), and 28.6% reported chronic spinal diseases/ problems compared to 18.2% of adults (p = 0.019). The study presents unpublished data on the prevalence of chronic diseases/conditions in the non-indigenous population in Brazil, indicating a high prevalence of hypertension, spinal diseases/problems, hypercholesterolaemia, depression and arthritis/rheumatism.
ABSTRACT
A qualidade insuficiente da causa básica de óbito no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) subenumera as violências, e se faz necessária a redistribuição das causas garbage (CG) em causas válidas na prevenção em saúde pública. Este estudo estimou a mortalidade de causas externas usando método de redistribuição de CG (GBD-Brasil), e comparou com dados do SIM e estimados do estudo GBD-IHME de 2010 a 2019 no Brasil e Unidades Federativas (UF). O algoritmo de redistribuição das CG do GBD-Brasil aplica etapas prévias do GBD-IHME com modificações, usando dois critérios: proporção das causas-alvo (válidas) ou reclassificação de causas investigadas. Os dados do SIM estão sem correção. Utiliza-se taxas padronizadas por método direto, regressão local na série temporal e razão das taxas GBD-Brasil e SIM como fator de correção para lesões de trânsito, quedas, suicídios e homicídios. O Brasil registrou 1,34 milhão de óbitos com causas externas válidas e 171.700 CG em 10 anos. A redistribuição de CG do GBD-Brasil aumentou em 12,2% as causas válidas, e a curva de tendência das taxas foi semelhante à encontrada com dados do SIM, mas divergem entre si e com o GBD-IHME em UFs do Norte e do Nordeste. As estimativas do GBD-Brasil mudaram o padrão das causas externas nas UFs, aplicando maiores correções em quedas nas UFs do Norte e do Nordeste e homicídios nas demais UFs. O método GBD-Brasil pode ser utilizado na análise de mortes violentas por buscar maior simplicidade metodológica, que garante tanto replicação por gestores públicos como consistência do dado estimado, considerando a composição local do dado no processo de redistribuição.
Insufficient quality of the underlying cause of death in the Brazilian Mortality Information System (SIM), acronym in Portuguese underlists violence and it is necessary to redistribute garbage causes (GC) into valid causes in public health prevention. This study estimated mortality from external causes using the GC redistribution method (GBD-Brazil) and compared it with SIM and estimated data from the GBD-IHME study from 2010 to 2019 in Brazil and its states. The GBD-Brazil GC redistribution algorithm applies previous steps of the GBD-IHME with modifications, using two criteria: proportion of target causes (valid) or reclassification of investigated causes. The SIM data were not adjusted. Standardized rates by direct method, local regression in the time series, and the ratio of the GBD-Brazil and SIM rates are used as correction factors for traffic injuries, falls, suicides, and homicides. Brazil recorded 1.34 million deaths with valid external causes and 171,700 CG in ten years. The redistribution of GC from GBD-Brazil increased valid causes by 12.2%, and the trend curve of the rates was similar to that found with SIM data, but diverged from each other and from the GBD-IHME in states in the North and Northeast regions. The GBD-Brazil estimates changed the pattern of external causes in the states, applying greater corrections to falls in the states of the North and Northeast and homicides in the other states. The GBD-Brazil method can be used in the analysis of violent deaths because it seeks greater methodological simplicity, which guarantees both replication by public managers and consistency of the estimated data, considering the local composition of the data in the redistribution process.
La calidad insuficiente de la causa de muerte en el Sistema de Información de Mortalidad brasileño (SIM) subestima la violencia, por lo cual es necesario redistribuir las causas garbage (CG) en causas válidas en la prevención de la salud pública. Este estudio estimó la mortalidad por causas externas por el método de redistribución de CG (GBD-Brasil) y la comparó con los datos de SIM y con los datos estimados del estudio GBD-IHME de 2010 a 2019 por el país (Brasil) y sus estados. El algoritmo de redistribución de CG del GBD-Brasil aplica los pasos anteriores de GBD-IHME con modificaciones, utilizando dos criterios: proporción de causas objetivo (válidas) o reclasificación de las causas investigadas. Los datos del SIM no están corregidos. Las tasas estandarizadas se utilizan método directo, regresión local en las series de tiempo y relación de tasas GBD-Brasil y SIM como factor de corrección para lesiones de tráfico, caídas, suicidios y homicidios. Brasil registró 1,34 millones de muertes por causas externas válidas y 171.700 CG en diez años. La redistribución de CG de GBD-Brasil aumentó las causas válidas en un 12,2%, y la curva de tendencia de las tasas fue similar a la encontrada con los datos SIM, pero divergieron entre sí y con el GBD-IHME en los estados del Norte y Nordeste. Las estimaciones del GBD-Brasil cambiaron el patrón de causas externas en los estados mediante la aplicación de mayores correcciones a las caídas en los estados del Norte y Nordeste y a los homicidios en los otros estados. El método GBD-Brasil se puede utilizar en el análisis de muertes violentas porque es una metodología más simple, lo que garantiza tanto la replicación por parte de los gestores públicos como la consistencia de los datos estimados, teniendo en cuenta la composición local de los datos en el proceso de redistribución.
ABSTRACT
Resumo: O objetivo foi estimar a proporção do uso de contracepção de emergência alguma vez na vida entre adolescentes escolares brasileiros e a associação de fatores individuais, familiares e comunitários com o uso. Realizou-se estudo transversal, com amostra de 38.779 adolescentes escolares brasileiros, de 13 a 17 anos, respondentes da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) em 2019 que declararam iniciação sexual. Estimou-se a proporção do uso de contracepção de emergência alguma vez na vida e a forma de acesso ao método. As razões de proporções foram estimadas para avaliar quais os fatores associados ao uso de contracepção de emergência alguma vez na vida. A proporção de adolescentes que usou contracepção de emergência, ou que informaram o uso por seus parceiros, alguma vez na vida foi 37,9%. Quanto ao acesso à contracepção de emergência, as farmácias comerciais foram a principal forma de aquisição. Os adolescentes de 16 e 17 anos, os que procuraram por serviço de saúde no último ano, os residentes nas regiões Centro-oeste e Sudeste, e os com histórico de violência sexual usaram contracepção de emergência ou informaram o uso alguma vez na vida por seus parceiros com maior frequência. Residir na Região Sul do país esteve associado à menor proporção de adolescentes que usaram contracepção de emergência ou que informaram o uso por parceiros alguma vez na vida. A associação com fatores individuais, familiares e comunitários relacionados ao uso de contracepção de emergência pode refletir a não utilização ou falhas no uso de outros métodos contraceptivos, revelando lacunas nas políticas públicas relacionadas à saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes no país.
Abstract: This study aimed to estimate the proportion of use of emergency contraception at least once in life among Brazilian adolescent students, as well as the association of individual, family, and community factors with use. A cross-sectional study was carried out, including 38,779 Brazilian adolescent students, aged 13 to 17 years, participating in the Brazilian National Survey of School Health (PeNSE) in 2019, who declared sexual initiation. The proportion of emergency contraception use at least once in life and the form of access to the method were estimated. Proportion ratios were estimated to assess the factors associated with the use of emergency contraception at some point in life. The proportion of adolescents who used emergency contraception, or who reported the use by their partners, at some point in their lives was 37.9%. Regarding the access to the emergency contraception, commercial pharmacies were the main source of purchase. Adolescents aged 16 and 17 years, those who sought health services in the last year, those living in the Central-West and Southeast regions, and those who had a history of sexual violence used emergency contraception or reported their partners using them at least once in their lives. Living in the South region of Brazil was associated with a lower proportion of adolescents who used emergency contraception or who reported the use by their partners at least once in their lives. The association with individual, family, and community factors related to the use of emergency contraception may reflect the non-use or failures in the use of other contraceptive methods, revealing gaps in public policies related to the sexual and reproductive health of adolescents in Brazil.
Resumen: El objetivo fue estimar la proporción de uso de anticoncepción de emergencia alguna vez entre adolescentes escolares brasileños y la asociación de factores individuales, familiares y comunitarios con su uso. Se realizó un estudio transversal, con una muestra de 38.779 adolescentes escolares brasileños, de 13 a 17 años, entrevistados en la Encuesta Nacional de Salud del Escolar (PeNSE) en el 2019 que declararon iniciación sexual. Se estimó la proporción de uso de anticoncepción de emergencia alguna vez en la vida y la forma de acceder al método. Se estimaron ratios de proporciones para evaluar qué factores estaban asociados con el uso de anticoncepción de emergencia en algún momento de la vida. La proporción de adolescentes que usaron anticoncepción de emergencia, o que reportaron el uso por parte de sus parejas, en algún momento de sus vidas fue del 37,9%. En cuanto al acceso a la anticoncepción de emergencia, las farmacias comerciales fueron la principal forma de adquisición. Los adolescentes de 16 y 17 años, los que buscaron servicios de salud en el último año, los residentes en las regiones Centro-Oeste y Sudeste y aquellos con antecedentes de violencia sexual utilizaron anticoncepción de emergencia o reportaron el uso por parte de sus parejas en algún momento de sus vidas con más frecuencia. Vivir en la región Sur del país se asoció con una menor proporción de adolescentes que utilizaron anticoncepción de emergencia o que reportaron el uso por parte de sus parejas en algún momento de sus vidas. La asociación con factores individuales, familiares y comunitarios relacionados con el uso de anticoncepción de emergencia puede reflejar la falta de uso o las fallas en el uso de otros métodos anticonceptivos, lo que revela brechas en las políticas públicas relacionadas con la salud sexual y reproductiva de los adolescentes en el país.
ABSTRACT
ABSTRACT Objective: The risk of cardiovascular disease is about four times higher in patients with hypertension and diabetes mellitus, and its early detection is important to reduce mortality. The aim of this study was to estimate the co-occurrence of hypertension and diabetes mellitus, and the use of medications for the concomitant treatment of both diseases, in the population ≥50 years of age, according to health insurance/medical plan ownership, according to sociodemographic characteristics, and comparing the years 2011 and 2021. Methods: Using data from the Vigitel survey, crude and adjusted prevalence and prevalence ratios with 95% confidence intervals were estimated using Poisson regression with robust variance. Results: The prevalence of concurrent diagnosis of these conditions was 11.3% (95%CI 10.5-12.2) and 14.3% (95%CI 13.2-15.4) in 2011 and 2021, respectively. There was an increase of 32% among users with health insurance (11.1% in 2011 vs. 13.8% in 2021) and 46% among SUS users (11.4% in 2011 vs. 14.7% in 2021). In this period, there was an increase in concomitant drug use for the whole population, from 81.4% (95%CI 78.2-84.2) to 89.8% (95%CI 87.0-92.0). This increase can be attributed to the use of diabetes medications in both strata. Conclusion: This study showed that the simultaneous prevalence of hypertension and diabetes and the use of medication for these diseases were similar between SUS users and health insurance users, overcoming possible inequalities between the groups in the diagnosis and treatment of these conditions.
RESUMO Objetivo: O risco de doença cardiovascular é cerca de quatro vezes maior em pacientes com hipertensão arterial e diabetes mellitus, e sua detecção precoce é importante para diminuir a mortalidade. O objetivo deste estudo foi estimar a ocorrência simultânea de hipertensão arterial e diabetes mellitus, e o uso de medicamentos para tratamento concomitante de ambas as doenças, na população ≥50 anos, segundo posse de plano de saúde/convênio médico, de acordo com características sociodemográficas e comparando os anos de 2011 e 2021. Métodos: Utilizando dados do inquérito Vigitel, foram estimadas as prevalências e razões de prevalência brutas e ajustadas com intervalos de confiança de 95%, pela regressão de Poisson com variância robusta. Resultados: A prevalência de diagnóstico simultâneo dessas condições foi de 11,3% (IC95% 10,5-12,2) e de 14,3% (IC95% 13,2-15,4) em 2011 e 2021, respectivamente. Houve crescimento de 32% entre os usuários com plano de saúde (11,1% em 2011 vs. 13,8% em 2021) e 36% nos usuários do SUS (11,4% em 2011 vs. 14,7% em 2021). No período, houve aumento no uso concomitante de medicamentos para o conjunto da população, de 81,4% (IC95% 78,2-84,2) para 89,8% (IC95% 87,0-92,0). Esse aumento pode ser atribuído ao uso de medicamentos para diabetes, em ambos os estratos. Conclusão: O presente estudo mostrou que a prevalência simultânea de hipertensão e diabetes, assim como o uso de medicamentos para essas doenças, foram semelhantes entre usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e os usuários de planos de saúde/convênio, superando possíveis desigualdades entre os grupos no diagnóstico e tratamento dessas condições.
ABSTRACT
ABSTRACT Objective: To analyze the changes in the methodological aspects of the National Survey of School Health (PeNSE) and its comparability with the Global School-based Student Health Survey (GSHS). Methods: This evaluative study that utilized the PeNSE questionnaires from 2009, 2012, 2015, and 2019, and the GSHS questionnaires from 2013-2017 e 2018-2020. The variables analyzed included the sample size, representativeness and geographic stratification of PeNSE, the number of questions in PeNSE, the percentage similarity of the PeNSE 2019 relative to the 2015, and its comparability with GSHS. Results: Over the four editions of PeNSE, the sample size increased (from 63,411 in 2009 to 125,123 in 2019). There were changes in educational levels (exclusion of the 6th grade and inclusion of the 7th and 8th grades of primary and secondary education), geographic stratification (expanded to large regions and federation units), and the number of questions increased by 46%. Regarding the similarity between the 2015 and 2019 editions, 48 questions were added, 35 were excluded, and 4 were changed. In 2019, PeNSE presented 11 modules that were partially comparable and 3 that were potentially not to those of 2015. The PeNSE 2015 edition was more similar to the GSHS, with 10 comparable modules, whereas in 2019, this number was reduced to five. Conclusion: Since its creation, PeNSE has undergone several changes, including increased sample representativeness and number of questions across editions. However, changes to the questionnaires must be analyzed with caution, as they may compromise comparability with previous editions and international surveys.
RESUMO Objetivo: Analisar as mudanças ocorridas nos aspectos metodológicos da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) e sua comparabilidade com o Global School-Based Student Health Survey (GSHS). Métodos: Estudo avaliativo que utilizou o questionário da PeNSE de 2009, 2012, 2015 e 2019 e o do GSHS de 2013-2017 e 2018-2020. Analisaram-se as variáveis: amostra utilizada; representatividade e estratificação geográfica da PeNSE; número de questões da PeNSE; percentual de similaridade da PeNSE 2019 em relação à de 2015 e à sua comparabilidade ao GSHS. Resultados: Ao longo das quatro edições, a amostra aumentou (de 63.411 em 2009 para 125.123 em 2019), houve mudanças nos graus de escolaridade (exclusão do 6° ano e inclusão do 7° e 8° anos do ensino fundamental e ensino médio), na estratificação geográfica (ampliou para Grandes Regiões, unidades de federação), e o número de questões aumentou 46%. Quanto à similaridade entre as edições de 2015 e 2019, 48 questões foram inseridas, 35 excluídas e quatro foram alteradas. Em 2019, a PeNSE apresentou 11 módulos parcialmente e três pontencialmente não comparáveis à de 2015. A edição da PeNSE 2015 foi mais similar ao GSHS, contando com oito módulos comparáveis e, em 2019, esse número reduziu para seis. Conclusão: Desde sua criação, a PeNSE passou por diversas mudanças: houve aumento de representatividade da amostra e número de questões ao longo das edições. Entretanto, as mudanças nos questionários devem ser analisadas com cautela, uma vez que podem comprometer a comparabilidade com edições anteriores e com inquéritos internacionais.
ABSTRACT
Abstract This study aimed to analyze the association between adolescents' physical activity and the Brazilian capitals' built and social environment. The units of analysis of this ecological study were the 26 capitals and the Federal District, with data from the National Adolescent Health Survey (2012). The outcome variable was the reported regular physical activity (PA) of ninth graders in Brazilian schools. Exposure variables included characteristics of the natural environment, socioeconomic and educational indicators, urban infrastructure, urban violence, and sociocultural factors retrieved from several secondary sources of Brazilian databases. We adopted multiple linear regression to verify the association between PA and exposure variables. The percentage of active adolescents was 33.0% (95%CI: 32.1; 33.9). In the final model, higher PA was associated with lower temperature, higher Primary Education Development Index, the higher percentage of ramps for wheelchair users, and a higher percentage of leisure-time active adults. The data show that climatic and educational factors, the infrastructure, and the social environment of the capitals can contribute to Brazilian adolescents complying with the recommended weekly PA levels.
Resumo Este estudo teve como objetivo analisar a associação entre atividade física em adolescentes e ambientes construído e social das capitais brasileiras. Trata-se de um estudo ecológico cujas unidades de análise foram as 26 capitais e o Distrito Federal, com dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Adolescentes (2012). A variável de desfecho foi a prática regular de atividade física (AF) relatada pelos escolares do 9º ano de escolas brasileiras. As variáveis de exposição incluíram características do ambiente natural, indicadores socioeconômicos e educacionais, de infraestrutura, violência urbana e fatores socioculturais, obtidas de diferentes bases de dados de fontes secundárias brasileiras. Adotou-se a regressão linear múltipla para verificar a associação entre AF e variáveis de exposição. O percentual de adolescentes ativos foi de 33,0% (IC95%: 32,1; 33,9). No modelo final, foram associados à maior prática de AF: menor temperatura, maior Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, maior percentual de rampa para cadeirante e maior percentual de adultos ativos no lazer. Os dados mostram que fatores climáticos e educacionais, a infraestrutura e o ambiente social das capitais podem contribuir para que os adolescentes brasileiros cumpram os níveis semanais recomendados de AF.