ABSTRACT
Introdução: a dosagem da cotinina e da percentagem de carboxiemoglobina no sangue são utilizados como marcadores de exposição tabágica. O objetivo deste trabalho é quantificar a intensidade da exposição tabágica passiva em ratos, determinando a cotinina e a carboxiemoglobina em sangue animal. Metodologia: ratas virgens, divididas em grupos, foram expostas a fumaça de cigarro segundo o sistema de exposição descrito por Le Mesurier et al. (1981) e modificado por Silva et al. (1997), variando a quantidade de cigarros e o número de dias de exposição. A cotinina plasmática e a carboxiemoglobina foram determinadas pela técnica adaptada de Feyerabend et al. (1986) e pela técnica de Beutler e West (1984) respectivamente. Resultados: resultados mostram associação, através do coeficiente de correlação de Spearman, entre número de cigarros e níveis de cotinina e carboxiemoglobina, respectivamente 0,91 e 0,53 (p<0,05) para exposição única, e 0,89 e 0,75 (p<0,05) para exposição prolongada. Quando se variou o tempo, a intensidade de exposição constante, observou-se que apenas a cotinina, ao contrário da carboxiemoglobina, se correlacionou com o número de dias de exposição (rs = 0,696; p<0,05). Conclusões: para o modelo de exposição utilizado, a medida de carboxiemoglobina apresentou coeficientes de correlação maiores com a intensidade da exposição que a determinação de cotinina, e apenas a cotinina se correlacionou com o tempo da exposição.
Subject(s)
Animals , Mice , Rats , Carboxyhemoglobin , Cotinine , Tobacco Smoke Pollution , Tobacco Use Disorder/blood , Clinical TrialABSTRACT
Marcadores de exposição tabágica permitem avaliar a intensidade da exposição à fumaça do tabaco, quantificando a absorção da fumaça pelo fumante. O objetivo deste estudo é avaliar a intensidade da exposição tabágica em ratas lactantes, utilizando um modelo simplificado de exposição passiva, desde o início da gestação, por meio da medida de cotinina e carboxiemoglobina em sangue animal. Metodologia: ratas foram expostas, do segundo dia de gestação ao 17º dia de lactação, ao ar comprimido (n=18), à fumaça de 5 cigarros (n=15) e comparadas a grupo não exposto (n=18), segundo o sistema de exposição descrito por Le Mesurier et al, e modificado por Silva et al, variando a quantidade de cigarros e o número de dias de exposição. A cotinina plasmática e a carboxiemoglobina foram determinadas pela técnica adaptada de Feyerabend et al e pela técnica de Beutler e West, respectivamente. Resultados: a detecção de cotinina ocorreu somente nos animais expostos à fumaça do tabaco (mediana 78,8 ng/mL; min 25,4 nd/mL max 223,3 ng/mL) e a mediana de carboxiemoglobina foi significantemente mais elevada nos animais fumantes (mediana 11,4%; min 5,7% max 11,8%) do que nos animais dos grupos de controle (mediana 0,1%; min 0,1% max 1,22%) e expostos ao ar comprimido (mediana 0,1%; min 0,1% max 1,1%). Conclusão: para o modelo de exposição animal estudado e com animais em fase de reprodução, foi possível detectar cotinina e elevação do percentual sanguíneo de carboxiemoglobina, nos animais expostos à fumaça do tabaco.