ABSTRACT
Este estudo avaliou a eficácia de uma intervenção com foco nas práticas de socialização com 13 mães e um pai de crianças entre três e seis anos, com perfil internalizante, divididos em dois grupos: intervenção e comparação. O BCL/1½-5 anos e o CBCL/6-18 anos foram utilizados para avaliar os problemas internalizantes e indicaram somente uma redução significativa nas queixas somáticas do grupo intervenção do pré para o pós-teste. Essa redução pode estar associada aos seguintes fatores: (a) aumento da previsibilidade das contingências da relação pais-criança, diminuindo seu caráter aversivo e levando à extinção respondente das respostas fisiológicas que estariam relacionadas às queixas somáticas; e (b) substituição de práticas superprotetoras e coercitivas por práticas facilitadoras do desenvolvimento socioemocional, que levaria à extinção respondente de respostas fisiológicas ligadas a emoções eliciadas pelas práticas coercitivas e superprotetoras. Discutem-se as limitações da intervenção e de aspectos metodológicos comuns a estudos realizados em contexto clínico.
This study evaluated the efficacy of an intervention focused on socialization practices with 13 mothers and one father of children between three and six years with internalizing profile, divided into two groups: intervention and comparison. The CBCL/1½-5 years and CBCL/6-18 years were used for assess internalizing problems, indicating only a significant reduction in somatic complaints in the intervention group from pre to post-test. This reduction may be associated with the following factors: (a) increase of the predictability of contingencies parent-child relationship, decreasing its aversive character and leading to respondent extinction of physiological responses that are related to somatic complaints and (b) replacement of overprotective and coercive practices by facilitating socioemotional development leading to the extinction of respondent physiological responses related to emotions elicited by coercive practices and overprotection. The limitations of intervention and methodological aspects common in studies conducted in clinical settings are discussed.