ABSTRACT
O objetivo do presente estudo é descrever a prevalência de deslocamento ativo entre adolescentes brasileiros no trajeto casa-escola considerando as unidades federativas e regiões do país, e verificar os preditores associados a esse comportamento. A amostra foi composta por 99.967 adolescentes (ambos os sexos; média de idade 14,24 anos) que participaram da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar em 2015. Para o estudo, foram consideradas informações relativas ao deslocamento ativo no percurso casa-escola (frequência e duração), aspecto socioeconômico e percepção de segurança no trajeto para a escola, sendo obtidas através de questionário. A análise estatística foi realizada por meio da regressão logística binária. Foi observado que 44,4% dos jovens realizam o deslocamento ativo (ir e voltar da escola através do uso de bicicleta/caminhada, pelo menos cinco dias na semana), sendo que a região Sudeste apresenta a maior porcentagem de adolescentes que aderem à tal prática (46,4%). Ser do sexo masculino (OR = 1,19), mais "novo" (OR = 0,89) e despender mais tempo por semana em deslocamento ativo (OR = 1,01) aumentam as chances de o adolescente realizar o deslocamento ativo em seu trajeto para a escola; enquanto que possuir carro em casa (OR = 0,72) e perceber o trajeto para a escola como inseguro (OR = 0,66) reduzem as chances de adoção a tal comportamento. Osresul-tados reforçam a característica multifatorial do deslocamento ativo, e a necessidade de intervenções centradas no sujeito e no ambiente
The purpose of this study is to describe the prevalence of active commuting among Brazilian adolescents in their route home-school by federal units and country regions, and to determine the predictors related to it. Sample comprised 99,967 adolescents (both sexes, mean age 14.24 years) that had taken part in the Bra-zilian National Adolescent School-based Health Survey in 2015. For the present study, it was considered information related to active commuting home-school (frequency and duration), socioeconomic status, and security perception at home-school route, which were obtained through questionnaire. Statistical analysis was performed by logistic regression. It was observed that 44.4% of adolescents reported to use the active commuting (go to and from school using bicycle or walking for, at least, five days a week), and the Southwest region showed the highest prevalence of adolescents who use the active commuting (46.4%). Boys (OR = 1.19), younger adolescents (OR = 0.89), and those who spent more weekly time in active commuting (OR = 1.01) are more prone to be adopt the active commuting in their route to and from school; on the other hand, having a car at home (OR = 0.72) and perceive the route to/from school as insecure (OR = 0.66) decrease their chances to adopt this behaviour. Results highlight that active commuting is a multifactorial trait, and the relevance to develop intervention strategies that should take into account both, subjects and the environment