ABSTRACT
A leishmaniose visceral Americana é a forma clínica mais grave das leishmanioses e considerada uma doença emergente pela Organização Mundial de Saúde. Estudos têm relacionado a incidência da doença humana à ocorrência da leishmaniose visceral canina. Uma das principais estratégias de controle da leishmaniose visceral preconizadas pelo Programa Nacional de Controle das Leishmanioses do Ministério da Saúde é a eliminação de cães com diagnóstico positivo para infecção, contudo, o sacrifício de cães tem sido uma estratégia muito questionada na literatura dada a complexidade de fatores envolvidos no processo de transmissão e a própria operacionalização da medida. Este estudo verificou a partir de modelos teóricos da dinâmica de transmissão, a influência das ações de controle na efetividade da eliminação canina como estratégia de controle da doença, foram feitas análises de diferentes estratégias de eliminação, do custo dessas estratégias e do tempo necessário para se alcançar a interrupção da transmissão. Como resultado, sugere-se que para o estudo da dinâmica da transmissão da leishmaniose visceral canina, seja utilizado um modelo que diferencie cães com e sem sintomas. E um programa de controle que tenha como alvo apenas cães sintomáticos não resulta na interrupção da transmissão. Mais esforços são necessários para obter testes com maior especificidade para cães infectantes, e um planejamento a longo prazo das ações de controle, a fim de diminuir o sacrifício desnecessário de cães e alcançar o controle da leishmaniose visceral canina.