ABSTRACT
A avaliação da acuidade visual em crianças não alfabetizadas, a partir dos 4 anos, é feita por meio de escala de figuras. Estas figuras são optótipos. Percebeu-se que as escalas nem sempre são adequadas porque as crianças não identificaram as figuras. O Objetivo deste estudo foi identificar figuras conhecidas das crianças e construir optótipos para compor uma escala de figuras adequada a uma realidade local. Como estudo comparativo experimental, realizado no período de março a outubro de 2003, teve como população 43.924 pré-escolares da rede municipal de Fortaleza-CE e como amostra 384 crianças de seis instituições, selecionadas de forma aleatória simples. A coleta de dados envolveu cinco etapas, caracterizadas por: 1. Elaboração de desenho livre pelas crianças; 2. Análise e seleção quantitativa dos desenhos; 3. Síntese das figuras selecionadas aproximando-as de optótipos; 4. Validação das figuras; 5. Transformação das figuras em optótipos. A primeira etapa teve como intuito o conhecimento das figuras que envolviam o cotidiano infantil e a percepção do aspecto cognitivo. Percebeu-se, então, o quanto estes estavam atrelados ao cotidiano destas crianças. Na segunda, os desenhos foram agrupados por similaridade e quantificados. Aqueles mais significativos foram: sol (216 vezes), boneco (186), casa (166), árvore (106), carro (34), bola (25), estrela (24) e coração (21). A transformação para optótipos na terceira etapa aconteceu com vistas a torná-las claras e perceptíveis à distância. Na terceira etapa as figuras de maior frequência foram sintetizadas na tentativa de aproximá-las de optótipos, respeitando sua principal característica, o contraste do preto da figura com o fundo branco. Para a quarta etapa, de validação das figuras, foram selecionadas oitenta crianças da faixa etária de 4 anos por se considerar que se as figuras fossem...