ABSTRACT
Abstract Objective To study the results of only posterior decompression and instrumentation in dorsal and dorsolumbar spine tuberculosis. Methods The patients (n = 30) who were included in this study had dorsal or dorsolumbar spine tuberculosis, with or without neurological deficit, and with or without deformity. All 30 patients were managed by only posterior approach decompression and instrumentation. We studied cases for correction and maintenance of deformity at dorsal and dorsolumbar spine, functional outcome by the Oswestry disability index (ODI) and visual analogue scale (VAS) scores, as well as neurological outcome by the Frankel grade. Results In the current series, 30 patients were operated with single stage posterior decompression and instrumentation, and showed significant improvement in neurological status and functional outcomes, which were accessed by the ODI score, VAS score, and Frankel grade. Conclusion The posterior (extracavitary) approach provides optimum access to the lateral and anterior aspects of the spinal cord for good decompression. It facilitates early mobilization and avoids problems of prolonged recumbency, provides better functional outcome, and significantly better sagittal plane kyphosis correction.
Resumo Objetivo Estudar os desfechos da descompressão posterior isolada e instrumentação na tuberculose da coluna dorsal e dorsolombar. Métodos Os pacientes (n = 30) incluídos neste estudo apresentavam tuberculose na coluna dorsal ou dorsolombar, acompanhada ou não por déficit neurológico e/ou deformidade. Todos os 30 pacientes foram tratados apenas por descompressão posterior e instrumentação. Estudamos a correção e manutenção da deformidade na coluna dorsal e dorsolombar, o desfecho funcional segundo o índice de deficiência de Oswestry (ODI) e a escala visual analógica (EVA); o desfecho neurológico foi estudado de acordo com a classificação de Frankel. Resultados Na atual série, 30 pacientes foram submetidos à descompressão posterior e instrumentação em estágio único e apresentaram melhora significativa no estado neurológico e desfecho funcional segundo os scores de ODI, EVA e classificação de Frankel. Conclusão A abordagem posterior (extracavitária) permite o acesso ideal aos aspectos laterais e anteriores da medula espinhal para uma boa descompressão. Facilita a mobilização precoce, evita problemas associados ao decúbito prolongado, proporciona melhor desfecho funcional e corrige a cifose no plano sagital de maneira significativamente melhor.
Subject(s)
Humans , Discitis , Tuberculinum kochABSTRACT
Abstract Objective To describe the clinico-epidemiological, laboratory, and radiological characteristics of tuberculous spondylodiscitis in the Brazilian population, and to assess whether there are differences between patients in whom the etiological agent in Pott disease was isolated or not. Methods Patients diagnosed with tuberculosis (TB) of the spine (Pott disease) underwent follow-up between 2009 and 2019 at a quaternary hospital and were divided into 2 groups: successful isolation (SI) of the etiological agent (through bacilloscopy, culture, or positive molecular rapid test) and unsuccessful isolation (UI) of the etiological agent. Results From a total of 26 patients diagnosed with TB of the spine, 21 (80.7%) were male, with a mean age of 40 ± 22.5 years. The average lymphocyte counts were higher in the UI group (25.35 ± 13.08; p= 0.025) compared to the SI group (14.18 ± 7.48). Moreover, the monocyte/lymphocyte ratio was lower in the UI group (0.39 ± 0.22; p= 0.009) than in the SI group (0.89 ± 0.65). Relative lymphocyte counts higher than or equal to 16.7 had a sensitivity of 76.9% and specificity of 62.5% in the UI group. Values higher than or equal to 0.58 for the monocyte/lymphocyte ratio showed a sensitivity of 84.6% and specificity of 75.0% in the UI group. Conclusion No differences were observed regarding the clinico-epidemiological and radiological characteristics of the two experimental groups. However, the UI group had higher lymphocyte counts and a lower monocyte/lymphocyte ratio.
Resumo Objetivo Descrever as características clínico-epidemiológicas, laboratoriais e radiológicas da espondilodiscite tuberculosa na população brasileira e avaliar se há diferenças entre pacientes em que o agente etiológico da doença de Pott foi isolado ou não. Métodos Os pacientes diagnosticados com tuberculose (TB) da coluna (doença de Pott) foram acompanhados em um hospital quaternário entre 2009 e 2019 e divididos em 2 grupos: isolamento positivo (IP) do agente etiológico (por baciloscopia, cultura ou teste rápido molecular positivo) e isolamento negativo (IN) do agente etiológico. Resultados De um total de 26 pacientes com diagnóstico de TB da coluna, 21 (80,7%) eram do sexo masculino, e a média de idade era de 40 ± 22,5 anos. As contagens médias de linfócitos foram maiores no grupo IN (25,35 ± 13,08; p= 0,025) do que no grupo IP (14,18 ± 7,48). Além disso, a relação monócito/linfócito foi menor no grupo IN (0,39 ± 0,22; p= 0,009) do que no grupo IP (0,89 ± 0,65). O número relativo de linfócitos maior ou igual a 16,7 teve sensibilidade de 76,9% e especificidade de 62,5% no grupo IN. A razão monócito/linfócito maior ou igual a 0,58 teve sensibilidade de 84,6% e especificidade de 75,0% no grupo IN. Conclusão Não observamos diferenças em relação às características clínico-epidemiológicas e radiológicas entre os dois grupos experimentais. No entanto, o grupo IN apresentou maior número de linfócitos e menor razão monócito/linfócito.
Subject(s)
Humans , Tuberculosis, Spinal/diagnosis , Tuberculosis, Spinal/epidemiology , Brazil , DiscitisABSTRACT
ABSTRACT Background: Pyogenic Spinal Epidural Abscess (PSEA) is difficult to diagnose and can have devastating consequences. Magnetic Resonance Imaging (MRI) has high sensitivity and specificity, which are further increased with the use of contrast. There are several classifications of vertebral infectious processes, with emphasis on spondylodiscitis. Objective: To analyze the morphological parameters and their reproducibility; and to analyze different resonance imaging sequences. Methods: Using an image database, a morphological classification of PSEA was planned, with five parameters: Region (R), indicating the upper and lower limits of the abscess; Location (U), indicating whether the abscess is anterior or posterior within the canal; Compromise (C), meningeal or content of the structures; Association (A), discitis, osteomyelitis or both; and Perivertebral (P), anterior, lateral or posterior extravertebral abscess. The first three parameters give an idea of the volume of the PSEA, while the last two give the related infectious foci. Thirty-five cases were analyzed using Kappa's coefficient. Results: The global intra- and interobserver reproducibility was Kappa 0.81. The results for each parameter were as follows: R=0.95, U=0.92, C=0.66, A=0.70 and P=0.80. The first three give a notion of volume and the last two relate to the presence of vertebral infectious foci outside the canal. T2 weighted MRI with contrast was found to be the most effective imaging sequence. Conclusion: The morphological classification is simple to use, with excellent reproducibility. The parameters with the highest reproducibility were region and location, with values >0.92. The addition of gadolinium contrast increased the sensitivity of the diagnosis; the use of sagittal and axial images in T2-MRI was the most sensitive imaging sequence. Evidence Level III; Original.
RESUMO Introdução: O abscesso peridural piogênico da coluna (PSEA) é de difícil diagnóstico e pode ter consequências devastadoras. A ressonância magnética (RM) tem alta sensibilidade e especificidade, que são aumentadas ainda mais com contraste. Existem várias classificações dos processos infecciosos vertebrais, com ênfase em espondilodiscite. Objetivo: Analisar os parâmetros morfológicos e sua reprodutibilidade; e analisar as diferentes sequências de imagens de ressonância. Métodos: A partir de um banco de imagens, foi planejada uma classificação morfológica do PSEA, com cinco parâmetros: Região (R) que indica os limites superior e inferior do abscesso; Localização (U), indicando se o abscesso é anterior ou posterior dentro do canal; Comprometimento (C), meníngeo ou de conteúdo das estruturas; Associação (A), discite, osteomielite ou ambas e Perivertebral (P), abscesso extravertebral anterior, lateral ou posterior. Os três primeiros parâmetros dão uma ideia do volume da PSEA, enquanto os dois últimos mostram os focos infecciosos relacionados. Trinta e cinco casos foram analisados usando o coeficiente de Kappa. Resultados: A reprodutibilidade global intra e interobservador foi Kappa 0,81. Os resultados para cada parâmetro foram os seguintes: R = 0,95, U = 0,92, C = 0,66, A = 0,70 e P = 0,80. Os três primeiros dão uma noção de volume e os dois últimos se relacionam com a presença de focos infecciosos vertebrais fora do canal. A RM ponderada em T2 com contraste foi considerada a sequência de imagens mais eficaz. Conclusões: A classificação morfológica é simples de usar e tem excelente reprodutibilidade. Os parâmetros com maior reprodutibilidade foram região e localização com valores > 0,92. A adição do contraste de gadolínio aumentou a sensibilidade do diagnóstico; o uso de imagens sagitais e axiais em RM T2 foi a sequência de imagens mais sensível. Nível de Evidência III; Original.
RESUMEN Introducción: El absceso epidural espinal piógeno (PSEA) es difícil de diagnosticar y puede tener consecuencias devastadoras. La resonancia magnética (RM) tiene una alta sensibilidad y especificidad, que aumentan aún más con el contraste. Existen varias clasificaciones de los procesos infecciosos vertebrales, con énfasis en la espondilodiscitis. Objetivo: Analizar los parámetros morfológicos y su reproducibilidad; y analizar las diferentes secuencias de imágenes de resonancia. Métodos: Utilizando un banco de imágenes, se planificó una clasificación morfológica del PSEA, con 5 parámetros: Región (R), que indica los límites superior e inferior del absceso; Ubicación (U), que indica si el absceso es anterior o posterior dentro del canal; Compromiso (C), meníngeo o contenido de las estructuras; Asociación (A), discitis, osteomielitis o ambas; y absceso perivertebral (P), anterior, lateral o posterior extravertebral. Los tres primeros parámetros dan una idea del volumen del PSEA y los dos últimos los focos infecciosos relacionados. Se analizaron 35 casos mediante el coeficiente Kappa. Resultados: La reproducibilidad general intra e interobservador fue Kappa 0,81. Los resultados de cada parámetro fueron los siguientes:: R=0,95, U=0,92, C=0,66, A=0,70 y P=0,80. Los tres primeros dan una noción de volumen y los dos últimos se relacionan con la presencia de focos infecciosos vertebrales fuera del canal. La resonancia magnética ponderada en T2 con contraste se consideró la secuencia de imágenes más eficaz. Conclusiones: La clasificación morfológica es sencilla de utilizar y tiene una excelente reproductividad. Los parámetros con mayor reproducibilidad fueron la región y ubicación con valores > 0,92. La adición de contraste de gadolinio aumentó la sensibilidad del diagnóstico; el uso de imágenes sagitales y axiales en RM T2 fue la secuencia de imágenes más sensible. Nivel de Evidencia III; Original.
Subject(s)
Humans , Orthopedic Procedures , Osteomyelitis , Spinal Diseases , SpineABSTRACT
Introdução e objetivo: a espondilodiscite é a infeção que atinge o disco intervertebral e as vértebras contíguas e representa dois a quatro % do total das infeções osteoarticulares em idade pediátrica. O agente patogénico é identificado em cerca de metade dos casos, sendo o Staphylococcus aureus o mais frequentemente isolado. Estudos recentes demonstram que entre os seis meses e os quatro anos a Kingella kingae tem um papel etiológico importante. O objetivo da exposição deste caso clínico foi chamar atenção para esta patologia rara cujo diagnóstico é difícil e exige um elevado nível de suspeição. Descrição do caso: criança de 16 meses, sexo masculino, com antecedentes de obstipação, é trazida múltiplas vezes à Urgência Pediátrica por quadro com mais de um mês de evolução de irritabilidade persistente, dor abdominal e recusa da marcha de agravamento progressivo. Na segunda vinda à Urgência Pediátrica apresentava dorsolombalgia à palpação da coluna dorsolombar e diminuição da lordose lombar, o que motivou a realização de avaliação analítica, sumária de urina, ecografia renal e vesical e radiografia dorsolombar sem alterações. Na terceira vinda à Urgência Pediátrica foi decidido internamento e solicitada ressonância magnética nuclear dorsolombar e cintigrafia óssea que revelaram espondilodiscite em D7-D8. Parâmetros analíticos sem alterações valorizáveis, exceto discreta elevação da velocidade de sedimentação. Hemoculturas e restante estudo etiológico negativo. Iniciou terapêutica endovenosa com cefu-roxime e flucloxacilina, com melhoria progressiva das queixas álgicas. Aquando da alta, assintomático, mantendo flucloxacilina oral até completar seis semanas de tratamento. Reavaliado posteriormente, encontrando-se assintomático, com um exame físico, reavaliação analítica e radiografia dorsolombar sem alterações. Conclusões: a espondilodiscite é uma identidade de difícil diagnóstico, especialmente na criança, devido à sua raridade, clínica inespecífica, impossibilidade de as crianças verbalizarem os seus sintomas e aos sinais radiológicos tardios, requerendo um alto índice de suspeição. O intervalo médio de tempo entre o início dos sintomas e o diagnóstico é de três semanas a três meses. A ressonância magnética é o exame de escolha. As hemoculturas são, muitas vezes, negativas. O pilar do tratamento é a antibioterapia por várias semanas, mas a sua escolha e duração são controversas. O tratamento inadequado pode originar dor crônica, sequelas ortopédicas graves e complicações neurológicas devastadoras. Quando atempada e adequadamente tratada, a maioria dos casos apresenta uma evolução clínica benigna e autolimitada.
Introduction and objective: spondylodiscitis is an infection that affects the intervertebral disc and the contiguous vertebrae. It represents two to four % of all osteoarticular infections in pediatric age. The pathogen is identified in about half of the cases, with Staphylococcus aureus being the most frequently isolated. Recent studies show that between six months and four years, Kingella kingaehas an important etiological role. The purpose of the presentation of this clinical case was to draw attention to this rare pathology whose diagnosis is difficult and requires a high level of suspicion. Clinical case description: a sixteen-month-old male, with a history of constipation, is brought multiple times to the Pediatric Emergency Department for a clinical picture with more than a month of evolution of persistent irritability, abdominal pain and refusal to walk, with progressive worsening. On the second visit to the Pediatric Emergency Department, he presented dorsolombalgia on palpation of the dorsolumbar spine and decreased lumbar lordosis, which led to the performance of analytical evaluation, urinalysis, renal and bladder ultrasound and dorsolumbar radiography, all without changes. On the third visit to the Pediatric Emergency Department, hospitalization was decided and dorsolumbar nuclear magnetic resonance and bone scintigraphy were requested, revealing spondylodiscitis in D7-D8. Analytical parameters had no changes, except for a slight increase in erythrocyte sedimentation rate. Blood cultures and remaining etiological study negatives. Intravenous therapy with cefuroxime and flucloxacillin was started with progressive improvement of pain. Upon discharge he was asymptomatic and maintained oral flucloxacillin until a total of six weeks of treatment. He was subsequently reassessed and remained asymptomatic, with a physical examination, analytical evaluation and dorsolumbar radiography without changes. Conclusions: spondylodiscitis is an identity that is difficult to diagnose, especially in children, due to its rarity, unspecific clinic, inability for children to verbalize their symptoms and late radiologic signs, requiring a high index of suspicion. The average time between the onset of symptoms and the diagnosis is three weeks to three months. Magnetic resonance imaging is the exam of choice. Blood cultures are often negative. The mainstay of treatment is antibiotic therapy for several weeks, but its choice and duration are controversial. Inappropriate treatment can lead to chronic pain, severe orthopaedic sequelae and devastating neurological complications. When timely and properly treated, most cases have a benign and self-limited clinical course.
Subject(s)
Humans , Male , Infant , Pediatrics , Spine , Discitis/pathology , Rare Diseases , Staphylococcus aureusABSTRACT
Abstract Sacral colpopexy is one of the standard procedures to treat apical pelvic organ prolapse. In most cases, a synthetic mesh is used to facilitate the colposuspension. Spondylodiscitis is a rare but potentially serious complication that must be promptly diagnosed and treated, despite the lack of consensus in the management of this complication.We report one case of spondylodiscitis after a laparoscopic supracervical hysterectomy and sacral colpopexy treated conservatively. We also present a literature review regarding this rare complication. A conservative approach without mesh removal may be possible in selected patients (stable, with no vaginal lesions, mesh exposure or severe neurologic compromise). Hemocultures and culture of imageguided biopsies should be performed to direct antibiotic therapy. Conservative versus surgical treatment should be regularly weighted depending on clinical and analytical progression. A multidisciplinary team is of paramount importance in the follow-up of these patients.
Resumo A colpopexia sacral é um dos procedimentos padrão para tratar o prolapso de órgãos pélvicos apical. Na maioria dos casos, uma tela sintética é usada para facilitar a colposuspensão. A espondilodiscite é uma complicação rara, mas potencialmente grave, que deve ser prontamente diagnosticada e tratada, apesar da falta de consenso no manejo dessa complicação. Relatamos um caso de espondilodiscite após histerectomia supracervical laparoscópica e colpopexia sacral tratada conservadoramente. Também apresentamos uma revisão da literatura sobre essa complicação rara. Uma abordagem conservadora sem remoção da tela pode ser possível em pacientes selecionadas (estáveis, sem lesões vaginais, exposição da tela ou comprometimento neurológico grave). Hemoculturas e cultura de biópsias guiadas por imagem devemser realizadas para direcionar a antibioticoterapia. O tratamento conservador versus o cirúrgico deve ser avaliado regularmente, dependendo da progressão clínica e analítica. Uma equipe multidisciplinar é de suma importância no acompanhamento desses pacientes.
Subject(s)
Humans , Female , Discitis/etiology , Uterine Prolapse/surgery , Laparoscopy , Gynecologic Surgical Procedures , Surgical Mesh/adverse effects , Pelvic Organ Prolapse/surgery , Conservative TreatmentABSTRACT
Abstract Spondylodiscitis is an uncommon but serious complication after spine surgeries, and its main etiologic agent is Staphylococcus aureus. Fungal infections are rare and mostly caused by Candida albicans. We report the clinical case of a 69-year-old male patient who underwent a L2-S1 arthrodesis for degenerative scoliosis correction. He presented an infection 2.5 months after the procedure, a spondylodiscitis at L5-S1 levels, caused by Candida parapsilosis. The treatment consisted of surgical material removal, tricortical iliac graft placement in an anterior approach (L5-S1), lumbopelvic fixation (from T10 to the pelvis) in a posterior approach, and drug treatment with anidulafungin and fluconazole. This last medication was administered for 12 months, with good clinical outcomes.
Resumo As espondilodiscites são complicações infrequentes, porém graves em pós-operatórios de cirurgias da coluna vertebral, tendo como principal agente etiológico o Staphylococcus aureus. As infecções fúngicas são raras, sendo a Candida albicans a principal representante desse grupo. Relatamos o caso clínico de um paciente do sexo masculino, 69 anos, operado com artrodese de L2 a S1 para correção de escoliose degenerativa. O paciente apresentou quadro clínico infeccioso 2 meses e meio após o procedimento, relacionado à espondilodiscite L5-S1, causada por Candida parapsilosis. O tratamento consistiu na remoção do material cirúrgico, colocação de enxerto tricortical de ilíaco pela via anterior (L5-S1) e fixação lombopélvica (de T10 à pelve) pela via posterior, além de iniciar o tratamento medicamentoso com anidulafungina e fluconazol, mantendo essa última medicação por 12 meses, com boa evolução clínica.
Subject(s)
Staphylococcus aureus , Discitis , Fluconazole , Candida parapsilosis , Anidulafungin , MycosesABSTRACT
ABSTRACT Introduction: The main causative agent of spinal infections is Mycobacterium Tuberculosis, followed by saprophytes of the skin. The most affected segment is the lumbar, followed by the thoracic. Objective: Case report. Results: A previously healthy 40-year-old man with posterior cervical pain and myelopathy was referred to our spine service for vertebral destruction syndrome in C3-C4 and altered carbohydrate metabolism. Microdiscectomy and abscess drainage were performed and a biopsy was taken for definitive diagnosis. Multiresistant Serratia Marcescens was isolated in the culture. Both the myelopathy and carbohydrate intolerance were resolved as the infection was resolved. Conclusion: The significance of this case lies in the infective presentation of the S. Marcescens in an immunocompetent person, since it is mainly an opportunistic microorganism, and in the atypical location. The most commonly isolated pathogen is Mycobacterium Tuberculosis, followed by Staphylococcus aureus. Identification of the causative agent is essential to the initiation of antibiotic therapy. Therefore, microbiological isolation plays a fundamental role in the treatment, recovery and quality of life of the patient. Level of evidence V; Case report.
RESUMO Introdução: O principal agente causador das infecções da coluna vertebral é o Mycobacterium tuberculosis, seguido pelos saprófitos da pele. O segmento mais afetado é o lombar, seguido pelo torácico. Objetivo: Relato de caso. Resultados: Um homem, anteriormente saudável, de 40 anos, com dor cervical posterior e mielopatia como principal sintomatologia, foi encaminhado ao nosso serviço de coluna vertebral com síndrome de destruição vertebral em C3-C4 e alteração do metabolismo de carboidratos. A microdiscectomia e a drenagem de abscessos foram realizadas e uma biópsia foi feita para diagnóstico definitivo. A Serratia marcescens multirresistente foi isolada na cultura. Tanto a mielopatia como a intolerância a carboidratos foram resolvidas, uma vez que a infecção foi tratada. Conclusão: A importância desse caso reside na apresentação infecciosa da S. marcescens em uma pessoa imunocompetente, uma vez que esse é principalmente um microrganismo oportunista e por sua localização atípica. O patógeno mais comumente isolado é o Mycobacterium tuberculosis, seguido pelo Staphylococcus aureus. A identificação do agente causador é essencial para início da terapia com antibióticos. Portanto, o isolamento microbiológico desempenha um papel fundamental no tratamento, recuperação e qualidade de vida do paciente. Nível de evidência: V; Relato de caso.
RESUMEN Introducción: El principal agente causal de las infecciones de columna es la Mycobacterium Tuberculosis seguido de los saprófitos de la piel y el principal segmento afectado es el lumbar, seguido del torácico. Objetivo: Reporte de caso. Resultados: Presentamos un masculino de 40 años previamente sano, referido al servicio de columna por síndrome de destrucción vertebral C3-C4, con dolor cervical posterior y mielopatía como principal sintomatología, y alteración del metabolismo de carbohidratos. Se realizó microdiscectomía y drenaje de absceso con toma de biopsia para diagnóstico definitivo. En el cultivo se aisló Serratia Marcescens, multirresistente. La mielopatía y la intolerancia a los carbohidratos se resolvieron una vez resuelta la infección. Conclusión: La importancia de este caso radica en la presentación infectante de la S. Marcescens en una persona inmunocompetente ya que esta es principalmente un microorganismo oportunista y por su localización atípica. El patógeno más comúnmente aislado es Mycobacterium Tuberculosis seguido de Staphylococcus aureus. La identificación del agente causal es fundamental para iniciar la terapéutica antibiótica. Por lo tanto, el aislamiento microbiológico tiene un papel fundamental en el tratamiento, la recuperación y calidad de vida del paciente. Nivel de evidencia V; Reporte de caso.
Subject(s)
Humans , Serratia marcescens , Spinal Cord Diseases , DiscitisABSTRACT
Introdução: Objetivamos avaliar os principais aspectos clínico-epidemiológicos relacionados à espondilodiscite séptica, infecção do corpo vertebral e espaço discal, em uma série de casos. Métodos: Estudo transversal dos casos de espondilodiscite séptica no período de dez anos (2002 - 2012). Resultados: Foram identificados 12 pacientes com espondilodiscite séptica, sendo 58% homens e a idade média de 64 anos. Quanto aos sintomas, todos os pacientes apresentaram dor nas costas, 25% febre e 25% parestesias e paresia nos membros inferiores. Patologias associadas foram diabetes mellitus e neoplasias, ambas em 25% dos casos. O micro-organismo predominante foi Staphylococcus aureus, em 54% dos pacientes. Conclusão: Os achados desta série de casos corroboram os dados apresentados na literatura médica. O diagnóstico de espondilodiscite séptica deve ser considerado em todo o paciente com dor nas costas associada à febre e marcadores laboratoriais de inflamação. O diagnóstico precoce permite o pronto início de antibioticoterapia,proporcionando melhores desfechos.
Introduction: We aimed to evaluate the main clinical and epidemiological aspects related to septic discitis, infection of the vertebral body and discal space in a series of cases. Methods: Cross-sectional study of cases of septic spondylodiscitis treated at Hospital Santa Cruz in the 2002-2012 period. Results: Twelve patients with septic discitis were identified, 58% of whom males, with mean age of 64 years. As for symptoms, all patients had back pain, 25% had fever and 25% paresthesia and weakness in lower limbs. Associated pathologies were diabetes mellitus and cancer, both in 25% of cases. The predominant micro-organism was Staphylococcus aureusin 54% of patients. Conclusion: The findings of this series of cases corroborate the data reported in the medical literature. The diagnosis of septic spondylodiscitis should be considered in every patient with back pain associated with fever and laboratory markers of inflammation. Early diagnosis allows prompt initiation of antibiotic therapy, leading to better outcomes.
Subject(s)
Humans , Discitis , Intervertebral DiscABSTRACT
A espondilodiscite é a principal manifestação da osteomielite vertebral hematogênica em pacientes >50 anos, sendo o Staphylococcus aureus o agente envolvido na maioria dos casos. O diagnóstico clínico é dificultado pela inespecificidade dos sintomas e pela baixa incidência. Suas consequências podem ser desastrosas principalmente quando se compromete a coluna espinhal. Este relato apresenta caso de espondilodiscite por S. aureus após angioplastia coronariana percutânea.
Spondylodiscitis is the main manifestation of hematogenous vertebral osteomyelitis in patients over 50 years old, with Staphylococcus aureus the agent involved in most cases. Clinical diagnosis is complicated by nonspecific symptoms and low incidence. The consequences can be disastrous, especially when affecting the spine. This report presents a case of spondylodiscitis caused by S. aureus after percutaneous coronary angioplasty.
Subject(s)
Humans , Female , Middle Aged , Cardiac Catheterization/methods , Cardiac Catheterization , Discitis/complications , Staphylococcus aureus , Angioplasty/methods , Angioplasty , StentsABSTRACT
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A espondilodiscite é uma entidade clínica de difícil diagnóstico devido à clínica inespecífica e sinais radiológicos tardios. O objetivo deste estudo foi relatar um caso de espondilodiscite secundária à endocardite bacteriana por Staphylococcus aureus, adquirido na comunidade. RELATO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 79 anos, branca, casada, procedente de Santa Cruz do Sul, RS, em tratamento regular de diabetes mellitus tipo 2 e hipertensão arterial sistêmica. Iniciou com piora de dor lombar crônica e dificuldade para deambular. Os exames de imagem demonstravam lesão lítica de vértebras lombares que após investigação foi definida como espondilodiscite decorrente de endocardite bacteriana. CONCLUSÃO: A endocardite infecciosa, em consequência da gravidade, deverá fazer parte do diagnóstico diferencial de doenças causadas por provável disseminação hematogênica, especialmente, em pacientes que apresentam condições que aumentam o risco de endocardite, como prolapso de valva mitral, doença valvar degenerativa e uso de fármacos por via venosa.
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Spondylodiscitis is a clinical entity difficult to diagnose because of nonspecific clinical and radiologics signs late. The aim was to report a case of spondylodiscitis secondary to bacterial endocarditis caused by Staphylococcus aureus, community-acquired. CASE REPORT: Female patient, 79 years old, white, married, resident of Santa Cruz do Sul, RS, regular treatment of type 2 diabetes mellitus and hypertension. Began with worsening of chronicback pain and difficulty in walking. Imaging tests showed osteolytic lesion of the lumbar vertebrae that after investigation it was defined to be due to complication of bacterial endocarditis. CONCLUSION: Infective endocarditis should be part of the differential diagnosis of disease caused by probable hematogenous dissemination, especially in patients who have conditions increase the risk of endocarditis, such as mitral valve prolapsed,valve heart disease degenerative and intravenous drug use.
Subject(s)
Humans , Female , Aged , Discitis , Endocarditis, Bacterial/complications , Staphylococcus aureusABSTRACT
Relata-se um caso de espondilodiscite por Brucella em um paciente do sexo masculino, 56 anos, fazendeiro, com manifestações sistêmicas da doença. O diagnóstico foi realizado por sorologia com título de 1/160, hemocultura positiva, o VHS foi elevado, bem como alterações radiológicas mostraram espondilodiscite ao nível de T8/T9 compatíveis com a patologia. O paciente foi tratado com estreptomicina 1gIM/dia por 15 dias, doxaciclina e rifampicina por seis semanas, com melhora clínica do quadro. O envolvimento vertebral na brucelose é uma complicação de ocorrência variável na literatura, mas considerado pouco freqüente, de difícil diagnóstico principalmente em regiões com alta prevalência de tuberculose, visto que esta pode mimetizar o quadro de brucelose. Chama-se atenção a um caso raro de espondilodiscite por brucelose, dada a necessidade de diagnóstico precoce e tratamento a fim de se evitar possíveis seqüelas.
A case of spondylodiscitis due to Brucella with systematic manifestation of the disease, in a 56-year-old male patient who was a farmer, is reported. The diagnosis was made from serological tests, with a titer of 1/160. The blood culture was positive and the blood sedimentation rate was high. Radiological abnormalities showed spondylodiscitis at the T8/T9 level that were compatible with this disease. The patient was treated with streptomycin at 1g IM/day for 15 days, and doxycycline plus rifampicin for six weeks, with a clinical improvement in the condition. Vertebral involvement in brucellosis is a complication of variable occurrence in the literature. However, it is considered to be infrequent and difficult to diagnose, particularly in regions with high prevalence of tuberculosis, given that this may mimic conditions of brucellosis. Attention is drawn to this rare case of spondylodiscitis due to brucellosis, given the need for early diagnosis and treatment in order to avoid possible sequelae.