Medo, estranheza e desmedida na transferência / Fear, strangeness and excess in transference / Miedo, extrañeza y desmesura en la transferencia

O artigo coloca a possibilidade de o medo ocorrer na transferência. As questões que surgem, então, são: o que dizem os pensadores da psicanálise a respeito de transferência e contratransferência? E o que faz o psicanalista na sessão de análise segundo sua compreensão destes conceitos?

The article points out that fear may occur in transference. The questions that arise are: what do the thinkers of Psychoanalysis say about transference and countertransference? And what does the psychoanalyst do according to his understanding of these concepts?

El artículo presenta la posibilidad de que el miedo ocurra en la transferencia. Las cuestiones que surgen son: ¿qué dicen los pensadores del psicoanálisis acerca de la transferencia y de la contratransferencia? Y ¿qué hace el analista en la sesión de psicoanálisis según su comprensión de estos conceptos?

O ressurgimento do mito mágico-sexual na inquietante estranheza / The resurgence of the magical-sexual myth in the disquieting strangeness

Este artigo tem por objetivo apontar a forma pela qual as crianças se deparam com a diferença sexual e os recursos aos quais recorrem para poderem lidar com tal enigma. O autor pretende demonstrar que a forma infantil de significar o enigma da sexualidade, ou o enigma da origem, diverge da lógica do adulto, marcada pela racionalidade e raciocínio objetivo. Nos relatos infantis, os mitos mostram ter uma função operacional que consiste na convivência de pensamentos opostos, que se excluiriam pela lógica ou/ou, mas que são experimentados numa adição que só enriquece e amplia esta questão. Assim, enquanto o sujeito do conhecimento busca a compreensão a partir da dedução e da síntese, a criança lida com a contradição de sentidos, entre o mágico e o racional, ampliando seus espaços e buscando uma resposta própria frente ao enigma da sexualidade.

This article strives to point out the way in which children deal with sexual difference and the resources they use in order to solve this enigma. The author intends to show that the infantile way of signifying the sexual enigma, or the origin enigma, diverges from the adult’s logic, which is marked by rationality and objective reasoning. In children’s accounts, the myths have an operational function that consists in joining opposite thoughts, which would exclude themselves by the logic of or/or, but that are experienced in an addition that enriches and amplifies this issue. Therefore, while the subject of knowledge searches for comprehension through deduction and synthesis, the child deals with the contradiction of meanings, between what is magical and what is rational, by amplifying its spaces and searching for its own answer to the enigma of sexuality.