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1.
Rev. mal-estar subj ; 12(3/4): 793-816, dez. 2012. tab
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: lil-747897

ABSTRACT

O presente trabalho aborda o processe de medicalização da vida, que ocorre quando problemas relacionados à existência humana - sejam comportamentos desviantes (loucura, abuso de álcool e drogas, abuso infantil etc.), outrora considerados problemas espirituais/morais ou legais/criminais, sejam processos da vida natural (sexualidade, parto, envelhecimento, morte etc.) - passam a ser redefinidos pela racionalidade médico-científica. O saber médico expande-se, assim, para o campo do não patológico, incidindo sobre comportamentos desviantes ou processos naturais, sendo seu acoplamento à vida cotidiana promovido pelas práticas de "promoção da saúde, tomando-se o conceito de saúde como "bem-estar" e "qualidade de vida", tal como na redefinição da Organização Mundial da Saúde (OMS). Propõe-se que a medicalização da vida em curso, por intermédio da "ideologia ou moralidade da saúde", não ocorra de forma impositiva. Subjacente à ela, encontra-se o processo de descentramento do sujeito na atualidade, que desloca a sua espessura ontológica conflituosa da "interioridade" psicológica rumo à "exterioridade" performática, devido á demanda de maximização do empenho corporal na cultura somática, sob a égide da governamentalidade neoliberal. Essa nova forma de subjetivação contemporânea, denominada "individualidade somática" ou "sujeito cerebral", que privilegia a neuroquímica do cérebro em detrimento de crenças, desejos e afetos, encontra nos produtos tecnocientíficos ofertados pelo complexo médico-industrial e promovidos pelo discurso neurocientífico o elixir para sua recusa da dor de existir.


This paper discusses the process of life medicalization that occurs when problems related to human existence - whether deviant behaviors (madness, drug and alcohol abuse, child abuse etc.), once considered spiritual/moral and legal/criminal problems, or natural processes of life (sexuality, childbirth, aging and death etc.) - are being redefined by the medical-scientific rationality. Thereby, the medical knowledge expands itself to the field of non-pathological, focusing on deviant behaviors or natural processes. Its penetration in everyday life is promoted by health promotion practices, which use the concept of health as "well-being" and "quality of life", a redefinition proposed by World Health Organization (WHO). The paper suggests that the ongoing life medicalization, which takes place through a "health ideology or health moral", should not happen so forcefully. Underlying, there is, in contemporaneity, the process of subject's decentering, which shifts its ontological conflictual thickness from the psychological "interiority" to a performative "externality", due to a demand for maximization of body performance in the somatic culture, under the aegis of neoliberal governmentality. This new form of contemporary subjectivation, called "somatic individuality" or "cerebral subject", which emphasizes the neurochemistry of the brain at the expense of beliefs, desires and affections, find, in the techno-scientific products offered by the medical-industrial complex and promoted by the neuroscientific discourse, the elixir for his refusal of the pain of living.


En este trabajo se analiza el proceso de medicalización, que se produce cuando los problemas relacionados con la existencia humana - sean conductas desviadas (la locura, las drogas y el abuso de alcohol, abuso de menores…), que antes se consideraban problemas espirituales/morales o legales / penales, sean procesos de la vida natural (la sexualidad, el nacimiento, la vejez, la muerte…) - se están redefiniendo por la racionalidad científica médica. El conocimiento médico se expande, así, para el campo del no patológico, incidiendo sobre las conductas desviadas o en los procesos naturales de manera que su acoplamiento a las prácticas de la vida cotidiana es promovido por "promoción de la salud", tomando el concepto de la salud como "bienestar" y "calidad de vida", como la redefinición de la Organización Mundial de la Salud (OMS). Se propone que la medicalización de la vida actual, a través de la "ideología o moralidad de la salud", no ocurra de manera imponente. Que se basa, es el proceso de descentramiento del sujeto en la actualidad, que cambia su espesor ontológico de conflicto "interno" psicológico hacia la "externalidad" performativa, debido a la demanda de maximización del empeño corporal en la cultura somática, bajo la égida de la gubernamentalidad neoliberal. Esta nueva forma de subjetividad contemporánea, llamada "individualidad somática" o "sujeto cerebral ", que se centra en la neuroquímica del cerebro a expensas de las creencias, los deseos , los afectos, encuentra en los productos tecnocientíficos ofrecidos por el complejo médico-industrial y promovidos por el discurso neurocientífico, el elixir para su rechazo del dolor de la existencia.


Ce document examine le processus de médicalisation, qui se produit lorsque les problèmes liés à l'existence humaine - sont des comportements déviants (madness, la drogue et l'abus d'alcool, la maltraitance des enfants, etc ), autrefois considérées comme spirituel / moral ou problèmes juridiques / criminel, sont processus de la vie naturelle ( la sexualité, la naissance, la vieillesse, la mort, etc.) - sont redéfinies par la rationalité scientifique médicale. La connaissance médicale s'étend, pour le domaine de comportement déviant non pathologique ou en se concentrant sur les processus naturels et leur couplage à des pratiques de la vie quotidienne promues par " promotion de la santé, en prenant le concept de la santé comme "bien - vivant" et "qualité de vie", comme la redéfinition de l'Organisation mondiale de la Santé (OMS). Il est proposé que la médicalisation cours de la vie, par le biais de "l'idéologie ou de la moralité de la santé," ne se produit pas en forme imposante. La sous-tend, est le processus de dé - centralisation du sujet dans la réalité, il déplace son épaisseur ontologique de conflit "interne" psychologique vers «externalité¼ performative, en raison d'exiger engagement à maximiser la culture somatique du corps, sous l'égide de la gouvernementalité néolibérale. Cette nouvelle forme de subjectivité contemporaine, appelé "l'individualité somatique" ou "sous réserve cérébrale", qui met l'accent sur la neurochimie du cerveau au détriment des croyances, des désirs, des affections, trouvés dans les produits technoscientifiques offerts par le complexe médico-industriel et le discours neuroscientifique promu par l'élixir de refus de la douleur existe.


Subject(s)
Humans , Medicalization
2.
Rev. baiana saúde pública ; 34(3)jul-set. 2010.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-592258

ABSTRACT

O estudo analisou a Programação Pactuada Integrada PPI como instrumento de compartilhamento da gestão do Sistema Único de Saúde SUS em dois municípios baianos, na visão de atores sociais envolvidos na sua elaboração e execução, utilizando uma abordagem qualitativa exploratória. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e análise documental. Foram selecionadas e submetidas à técnica de análise temática as variáveis: formato da PPI, processo de pactuação de metas entre esferas de governo, negociação entre municípios e acompanhamento e avaliação da PPI. Os dados obtidos permitiram concluir que a PPI, como um dos instrumentos e mecanismos adotados pelo SUS para promover a descentralização e a integração entre as instâncias gestoras, ainda não foi capaz de garantir um efetivo compartilhamento do processo de planejamento entre as instâncias governamentais.


The study analyzed the Integrated Programmed Pactuation IPP as a tool for the sharing of the public health system s management, in two cities in the state of Bahia, Brazil, through the vision of social actors involved in its elaboration and execution, using an exploratory qualitative approach. The data was collected through semi-structured interviews and documental analysis. The following variables were selected and underwent a thematic analysis: format of IPP, process of pactuation of aims between the spheres of Government, negotiation between municipalities, the following up with the Integrated Programmed Pactuation and its evaluation. The obtained data led to the conclusion that the IPP, as one of the tools and mechanisms adopted by the Public Health System to promote the decentralization and integration among the managing resorts, has not yet been able to guarantee an effective sharing of the planning process among the governmental bodies.


El estudio examinó la Programación Acordada Integrada (PPI) como herramienta para compartir la gestión del Sistema Único de Salud (SUS) en dos municipios de Bahía, a través de la visión de los actores sociales involucrados en su elaboración y ejecución con un enfoque cualitativo exploratorio. Los datos fueron recolectados a través de entrevistas semiestructuradas y análisis documental. Fueron seleccionados y sometidos a la técnica de análisis temático las variables: formato del PPI, proceso de metas acordado entre las esferas del gobierno, negociado entre los municipios y el acompañamiento y evaluación de los PPI. Los datos mostraron que el PPI, como uno de los instrumentos y mecanismos adoptados por el SUS para promover la descentralización y la integración entre los niveles de gestión, no ha sido capaz de garantizar una distribución eficaz del proceso de planificación entre los organismos gubernamentales.


Subject(s)
Politics , Health Management , Health Planning , Unified Health System
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