Three new species of Astyanax from drainages of southern Brazil (Characiformes: Characidae)

Three new species of Astyanax are described from southern Brazil: A. dissensus and A. xiru from the laguna dos Patos system and rio Uruguay basin, the first species also occurring in the rio Tramandaí system, and A. procerus from the laguna dos Patos system. Astyanax procerus and A. xiru possess outer row premaxillary teeth pentacuspid and inner row heptacuspid, maxillary with one tri- to pentacuspid teeth, 18-23 branched anal-fin rays, and two humeral spots. Astyanax procerus has the largest body depth (38.3-46.0% of SL), while A. xiru has the lowest body depth (32.5-37.5% of SL) among the three species. The characters combination can distinguish these species from its congeners. Astyanax dissensus distinguish from Astyanax species by the presence of one developed heptacuspid teeth on maxillary, 22-28 branched anal-fin rays, 35-39 perforated scales along the lateral line, two humeral spots, conspicuous lateral band continuous on middle caudal rays, 6-7 scale row between dorsal-fin origin and lateral line, and head length 22.7-27.3% of SL. All three species has the predorsal region of the body scaled. An identification key to the species of Astyanax species from the rio Uruguay basin, and laguna dos Patos and rio Tramandaí systems is provided.

Três espécies novas de Astyanax são descritas para o sul do Brasil: A. dissensus e A. xiru do sistema da laguna dos Patos e bacia do rio Uruguai, a primeira espécie ocorrendo também no sistema do rio Tramandaí e A. procerus do sistema da laguna dos Patos. Astyanax procerus e A. xiru possuem dentes da série externa do pré-maxilar pentacuspidados e da série interna heptacuspidados, um dente tri ou pentacuspidado no maxilar, 18-23 raios ramificados na nadadeira anal e duas manchas umerais. Astyanax procerus possui maior altura do corpo (38,3-46,0% do CP), enquanto A. xiru é uma espécie relativamente baixa (32,5-37,5% do CP). Estes caracteres, no conjunto, auxiliam a diagnosticar estas duas espécies das demais do gênero. Astyanax dissensus distingue-se das demais espécies por apresentar um desenvolvido dente com sete cúspides no maxilar, 22-28 raios ramificados na nadadeira anal, 35-39 escamas perfuradas na linha lateral, duas manchas umerais, uma faixa lateral contínua sobre os raios medianos da nadadeira caudal, 6-7 séries de escamas entre a origem da nadadeira dorsal e a linha lateral, comprimento da cabeça 22,7-27,3% do CP. Todas as três espécies novas possuem a região pré-dorsal com escama. Uma chave de identificação das espécies de Astyanax da bacia do rio Uruguai, e dos sistemas da laguna dos Patos e do rio Tramandaí é fornecida.

Redescription of Astyanax obscurus (Hensel, 1870) and A. laticeps (Cope, 1894) (Teleostei: Characidae): two valid freshwater species originally described from rivers of Southern Brazil

Astyanax obscurus and A. laticeps are redescribed. Both species were originally described from the laguna dos Patos system, Rio Grande do Sul, Brazil. The deepest and most robust body area close to the middle of the pectoral fins length, robust head, snout short and abrupt, body depth smaller than 41 percent of SL, reduced number of branched anal-fin rays, presence of one or two humeral spots, and a dark midlateral body stripe extending to the tip of the middle caudal-fin rays include both in the A. scabripinnis species complex. The presence of two humeral spots (vs. one), external row of the premaxillary with pentacuspid teeth (vs. tricuspid), and absence of bony hooks in all fins in males (vs. presence in anal and ventral fins) distinguish A. obscurus from A. laticeps. These species distinguish from species of this complex by meristic and morphometric characters and color pattern. An identification key for the species of genus occurring in the laguna dos Patos system is presented.

Astyanax obscurus e A. laticeps são redescritas. Ambas espécies foram descritas do sistema da laguna dos Patos, Rio Grande do Sul, Brasil. A maior altura e robustez do corpo na vertical que passa pela metade do comprimento das nadadeiras peitorais, cabeça robusta, focinho curto e abrupto, altura do corpo menor que 41 por cento do CP, reduzido número de raios ramificados na nadadeira anal, presença de uma ou duas manchas umerais e barra escura horizontal na linha média do corpo estendendo-se até a extremidade dos raios da nadadeira caudal permitem sua inclusão no complexo de espécies A. scabripinnis. A presença de duas manchas na região umeral (vs. uma única), fileira externa do pré-maxilar com dentes pentacuspidados (vs. tricuspidados) e ausência de ganchos nas nadadeiras de exemplares machos (vs. presença nas nadadeiras anal e ventral) distinguem A. obscurus de A. laticeps. Estas espécies diferem das demais incluídas no complexo por caracteres merísticos e morfométricos e padrão decolorido. É fornecida uma chave de identificação para as espécies do gênero ocorrentes no sistema da laguna dos Patos.

Bunocephalus erondinae, a new species of banjo catfish from southern Brazil (Siluriformes: Aspredinidae)

Bunocephalus erondinae, a new species of banjo catfish is described from the laguna dos Patos system, Rio Grande do Sul, Brazil. The new species differs from its congeners by the bony epiphyseal bar very wide (vs. narrow). Bunocephalus erondinae is externally most similar to Bunocephalus doriae (rio Uruguay and rio Paraná-Paraguay basins), however, differs from this species by the following characters: the bony epiphyseal bar very wide (vs. narrow); metapterygoid round, width is equal the height (vs. metapterygoid elongate, width lesser than half of height), well developed lamina in the hypohyal and anterior ceratohyal bones (vs. little developed or absent), 32 vertebrae (vs. 34-35), first procurrent caudal-fin rays well developed (vs. vestigial), vertebral parapophysis 5 distally expanded, shaped like an axe (vs. not expanded).

Bunocephalus erondinae, uma espécie nova de bagre banjo é descrita do sistema da laguna dos Patos, Rio Grande do Sul, Brasil. A espécie nova é distinguível de todas as espécies do gênero pela barra epifiseal óssea muito larga (vs. estreita). Bunocephalus erondinae é externamente muito similar a Bunocephalus doriae (bacias do rio Uruguai e rio Pananá-Paraguai), porém, difere desta espécie pelos seguintes caracteres: barra epifiseal óssea larga (vs. estreita), metapterigoide arredondado, com largura igual a altura (vs. metapterigoide alongado, com largura menor que a metade da altura), lâmina bem desenvolvida no hipial e no cerato-hial anterior (vs. pouco desenvolvida ou ausente), 32 vértebras (vs. 34-35), primeiros raios prócorrentes caudais bem desenvolvidos (vs. vestigiais) da parapófise da quinta vértebra expandida na forma de um machado (vs. não expandida).

Reproductive biology of the Neotropical electric fish Brachyhypopomus draco (Teleostei: Hypopomidae) from southern Brazil

The reproductive biology of a population of the weakly electric fish Brachyhypopomus draco from southern Brazil is described. Information is provided on the establishment of the reproductive period in this species and its relations with environmental and feeding factors, as well as on the absolute and relative fecundities, spawning type, sex ratio and sexual dimorphism. The species exhibits a relatively long reproductive period, a relative fecundity of 0.173 oocytes per mg of female total weight, and fractional spawning. The sex ratio did not differ from 1:1 during all sampled months. Sexual dimorphism related to hypertrophy of the male's distal portion of caudal filament was observed and males grew to greater lengths than females. Male gonadosomatic index (GSI) was significantly related to water depth, oxygen saturation and temperature. Female GSI was significantly related to water depth and hepatosomatic index.(AU)

Descreve-se a biologia reprodutiva de uma população do peixe elétrico Brachyhypopomus draco do sul do Brasil. São apresentadas informações a respeito do período reprodutivo estabelecido e suas relações com fatores ambientais e alimentares, bem como a fecundidade absoluta e relativa, tipo de desova, proporção sexual e dimorfismo sexual. A espécie apresentou um período reprodutivo relativamente longo, uma fecundidade relativa de 0,173 ovócitos por mg de peso total da fêmea e uma desova do tipo parcelada. A proporção sexual encontrada foi de 1:1 durante todos os meses amostrados. Dimorfismo sexual relacionado com a hipertrofia da porção distal do filamento caudal dos machos e com o tamanho total dos espécimes - machos atingindo tamanhos maiores do que as fêmeas - foi encontrado. O IGS dos machos foi significativamente relacionado com a profundidade da água, a saturação de oxigênio e a temperatura; o IGS das fêmeas foi significativamente relacionado com a profundidade da água e o índice hepatossomático.(AU)