A arte de narrar a história de uma vida em orhan pamuk: possíveis aproximações com as ideias de Sigmund Freud / The art of narrating the story of a life in orhan pamuk: possible approaches to the ideas of Sigmund Freud

Este ensaio objetiva discutir alguns trechos do livro Istambul: Memória e Cidade. Nessa obra, a arte de narrar a história de uma vida está em articular memória coletiva, trajetória singular e a hüzün, o afeto compartilhado pelos habitantes da cidade. As autoras exercitam a reflexão sobre o pensamento que está contido na arte da escrita e estabelecem possíveis aproximações "entre" dois campos diversos do saber: a literatura de Orhan Pamuk e a psicanálise de Sigmund Freud. Nessa aproximação, são destacados: a melancolia, o estranhamento e o processo de criação do romancista que faz eco com as pulsões de vida.

This paper discusses some excerpts from the book Istanbul: Memories and the City. In this work, the art of narrating the story of a life is to articulate collective memory, singular trajectory and hüzün, affection shared by the inhabitants of the city. The authors exercite reflection about the thought that is contained in the art of writing and establish possible similarities "between" two different fields of knowledge: Orhan Pamuk's literature and Sigmund Freud's psychoanalysis. In this approach, are highlighted: melancholy, alienation and the creation of the novelist that echoes the life drives process.

Psicanálise e literatura / Psicoanálisis y literatura / Psychoanalysis and literature

Enquanto construía as bases do vasto tecido simbólico que designou psicanálise, Freud muitas vezes salientou o apreço que sentia pelos artistas e por seus insights intuitivos a respeito do funcionamento psíquico. Isto sentou as bases para que, ao longo do tempo, tenha se estabelecido, entre a psicanálise e a literatura, aquilo que Maria Helena Martins designou como um processo de iluminação mútua na construção de significados para o que nos cerca...

While constructing the foundations for the monumental symbolic fabric which he denominated psychoanalysis, often times Freud underscored the fondness he felt for artists and their intuitive insights on psychic functioning. That settled the foundations for the growth through time, between psychoanalysis and literature, of mutual illumination in the construction of meaning for our surroundings – in the words of Maria Helena Martins...

Mientras construía las bases del vasto tejido simbólico que designó como psicoanálisis, Freud muchas veces subrayó el aprecio que sentía por los artistas y por sus insights intuitivos respecto al funcionamiento psíquico. Eso asentó las bases para que, a lo largo del tiempo, se haya establecido, entre el psicoanálisis y la literatura, lo que Maria Helena Martins designó como un proceso de iluminación mutua en la construcción de significados para lo que nos cerca...