ABSTRACT
As barreiras de comunicação têm impactos diretos nos resultados de saúde das pessoas surdas, que muitas vezes ficam expostas a riscos de tratamentos inadequados sem consentimento. Neste contexto, a comunicação tem papel fundamental na avaliação e implementação dos cuidados específicos para essa clientela. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura cujo objetivo foi identificar, avaliar e sintetizar evidências acerca de como é feito o atendimento a pessoa surda nos diversos serviços presentes na área da saúde. As bases de dados Pubmed/Medline, CINHAL e LILACS foram utilizadas para a busca dos estudos primários indexados nos últimos 10 anos. Os descritores controlados foram delimitados de acordo com o vocabulário padronizado para cada uma das bases de dados. Dos 3.273 estudos localizados e considerando os critérios de seleção adotados, 86 estudos foram lidos na íntegra e 11 estudos primários foram incluídos na revisão integrativa. Foi utilizado um instrumento validado para a extração dos dados. A análise dos dados foi descritiva. Os estudos primários incluídos foram divididos em três categorias temáticas: Uso das línguas de sinais ou escritas, Atendimento por intermédio de terceiros (intérpretes e familiares) ou leitura labial e; Uso de tecnologias de informação e comunicação e outros dispositivos de mídia. Por meio dos estudos primários avaliados pode-se observar que ainda há uma ausência de adequação dos serviços de saúde com relação ao atendimento da pessoa surda. Entre elas foram identificadas a ausência de treinamento dos profissionais de saúde em linguagem de sinais, dificuldades na compreensão da linguagem escrita, dificuldade de acesso a intérpretes de línguas de sinais, dependência de familiares e amigos para acessar os serviços de saúde e, dificuldades com a leitura labial. Os dados desta pesquisa possibilitam aos profissionais de saúde e de enfermagem conhecer melhor quais lacunas na comunicação com os surdos devem ser preenchidas nos serviços de saúde e dessa forma orientar a prática assistencial e políticas para a inclusão destes.
Communication barriers have a direct impact on the health outcomes of deaf people, who are often exposed to the risks of inappropriate treatment without consent. In this context, communication has a fundamental role in the evaluation and implementation of specific care for this clientele. It is an integrative review of the literature whose objective was to identify, evaluate and synthesize evidence about how care is provided for the deaf in the various services present in the health area. The Pubmed / Medline, CINHAL and LILACS databases were used to search for indexed primary studies in the last 10 years. The controlled descriptors were delimited according to the standardized vocabulary for each of the databases. Of the 3,273 studies located and considering the selection criteria adopted, 86 studies were selected for reading in full and 11 primary studies were included in the integrative review. A validated instrument was used for data extraction. Data analysis was descriptive. The included primary studies were divided into three thematic categories: Use of sign or written languages, Assistance through third parties (interpreters and family members) or lip reading and; Use of information and communication technologies and other media devices. Through the primary studies evaluated, it can be observed that there is still a lack of adequacy of health services in relation to the care of the deaf person. Among them were identified the lack of training of health professionals in sign language, difficulties in understanding written language, difficulty in accessing sign language interpreters, dependence on family and friends to access health services, and difficulties with lip reading. The data of this research enable health and nursing professionals to better understand which gaps in communication with the deaf should be filled in the health services and in this way guide the care practice and policies for their inclusion.
Subject(s)
Humans , Sign Language , Communication Barriers , Comprehensive Health Care , Persons With Hearing Impairments , LipreadingABSTRACT
ABSTRACT The aim of this study was to integrative review of publications concerning the role of speech and language therapists in regards to communication strategies in palliative care, as well as the characterization of the types of communication used in these cases. The search was conducted in the databases SciELO, LILACS and PubMed from 2001 to 2016. The studies selected included abstracts or full articles addressing aspects of communication in palliative care, especially those related to speech and language therapy, with an emphasis on communication. Ten articles focused on communication, and published after 2004, were selected, half being literature reviews, two, case reports, two others, quantitative exploratory studies, and one, a qualitative exploratory study, with only 3 specifically describing the communication strategies used by speech and language therapists in patients in palliative care. The descriptors found were: palliative care, communication, speech and language therapy, quality of life, dysphagia, swallowing and elderly. Four of the ten articles showed the importance of patients communication in palliative care. When described, it is up to the speech and language therapist to provide family support, evaluate the patient, favore patient-family and patient-team intervention, manage and intervene in communication and swallowing. Finally, the most used communication strategies were non-verbal communication, communication board, electronic equipment, verbal communication and speech valve. The analysis of the characterization of the communication in palliative care over the past 15 years allowed concluding that the attention to communication is recent and is only described in a few reports, includes non-verbal communication in different ways as the most frequent resource, but provides oral communication as an important factor for maintaining dignity and comfort in this scenario. Speech and language therapist are the main interlocutors for the maintenance, mediation and adaptation of communication, within the multidisciplinary team as well as among patients, their family and the care team.
RESUMO O objetivo foi realizar uma revisão integrativa das publicações referentes ao papel do fonoaudiólogo em relação às estratégias de comunicação em cuidados paliativos, bem como a caracterização das formas de comunicação utilizadas nesses casos. As buscas foram realizadas nos bancos de dados da SciELO, LILACS e PubMed no período de 2001 a 2016. Foram selecionados os estudos cujos resumos, ou textos na íntegra, abordavam aspectos da comunicação em cuidados paliativos, principalmente os relacionados com a atuação fonoaudiológica, com ênfase em comunicação. Foram selecionados 10 artigos, com enfoque em comunicação, a partir de 2004, sendo metade de revisão bibliográfica, dois relatos de caso, outros dois exploratórios quantitativos e um exploratório qualitativo, com apenas 3 deles descrevendo especificamente as estratégias de comunicação utilizadas por um fonoaudiólogo com pacientes em cuidados paliativos. Os descritores encontrados foram: cuidados paliativos (Palliative care), comunicação (communication), fonoaudiologia, qualidade de vida, disfagia, deglutição e idoso. Quatro dos dez artigos apontaram a importância da comunicação dos pacientes em cuidados paliativos. Quando descrito, compete ao fonoaudiólogo: oferecer suporte familiar, avaliar o paciente, favorecer a intervenção paciente-família e paciente-equipe, gerenciar e intervir na comunicação e deglutição. Finalmente, as estratégias de comunicação mais utilizadas foram: comunicação não verbal, prancha de comunicação, equipamentos eletrônicos, comunicação verbal e válvula de fala. A análise da caracterização da comunicação em cuidados paliativos nos últimos 15 anos permitiu concluir que a atenção à comunicação é recente, com poucos relatos ainda descritos, inclui a comunicação não verbal de diferentes maneiras como o recurso mais frequente, mas prevê a comunicação oral como um importante fator para a manutenção da dignidade e conforto nesse cenário. O fonoaudiólogo é o principal interlocutor para a manutenção, mediação e adaptação da comunicação, tanto entre equipe multiprofissional, quanto entre o paciente, sua família e a equipe de cuidado.
ABSTRACT
Como a comunicação suplementar e alternativa (CSA) é um recurso de tecnologia assistiva (TA) utilizado pelos terapeutas ocupacionais junto a pessoas com severos distúrbios na comunicação oral e escrita, procurou-se selecionar os trabalhos publicados sobre a temática no país, a fim de verificar a produção científica produzida na área de Terapia Ocupacional. Os locais para realizar a busca dos artigos foram os Cadernos de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos, a Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, Revista Brasileira de Educação Especial, Revista de Educação Especial e Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano. Utilizaram-se como palavras-chave tecnologia e inclusão escolar e, por meio de critérios específicos, selecionaram-se 16 artigos. Analisaram-se os dados com base nos procedimentos quantitativos por meio da ocorrência e qualitativos no que se refere ao conteúdo. Os dados revelam que o número de autores que investigam a temática ainda é baixo, mas ocorreu um aumento na publicação de artigos nos últimos anos. Ainda encontrou-se que a maioria das informações sobre CSA foi apenas citada de forma superficial nos diferentes artigos, sendo que poucas apresentaram o aprofundamento do assunto descrito. Considera-se que ainda existe a necessidade de se investir em estudos que tenham como foco a prática da CSA na Terapia Ocupacional.
As Augmentative and Alternative Communication (AAC) is a feature of Assistive Technology (AT) used by occupational therapists with people with severe disorders in oral and written communication, we tried to select papers on the subject in the country to verify the scientific production in the area of Occupational Therapy. The following sites were consulted to search for articles: the Journal of Occupational Therapy, Federal University of São Carlos; and the Journal of Occupational Therapy, University of Sao Paulo;Brazilian Journal of Special Education; The Journal of Special Education; and Journal of Human Growth and Development. We used ?technology? and ?school enrollment? as keywords and 16 articles were selected by specific criteria. We analyzed the data based on the quantitative procedures by means of the occurrence and quality with reference to content. The data reveal that the number of authors who have investigated the issue is still low, but the number of articles has grown in recent years. It was also observed that most information about AAC found in different articles was cited only in a superficial way, and few pieces were comprehensive in the matter described. It is considered that there is still a need to invest in studies that focus on the practice of AAC in Occupational Therapy.
Subject(s)
Self-Help Devices/psychology , Occupational Therapy , Communication Methods, TotalABSTRACT
O presente estudo, de abordagem qualitativa, buscou conhecer a opinião dos profissionais de saúde sobre a inclusão das pessoas com deficiência nas atividades de acolhimento, prevenção e tratamento em um Centro de Referência em DST/AIDS. As falas foram submetidas à técnica de análise de conteúdo de Bardin. A análise mostra que os profissionais conduzem seu serviço no sentido da inclusão, buscando formas de comunicação que alcancem essas pessoas, como o uso das Libras, adequação da estrutura física, igualdade de atendimento e entendimento das vulnerabilidades dessa população. Apesar das estratégias adotadas terem grande importância na facilitação de um atendimento acolhedor às pessoas com deficiência, partem em sua maioria, de atividades pontuais e de forma individual. É preciso uma articulação eficaz do serviço com gestores e atores políticos na construção e adequação de matérias, programas e políticas publicas para alcance equitativo e inclusão dessa população.
This qualitative study sought to ascertain the opinion of health professionals about the inclusion of people with disabilities in the activities of reception, prevention and treatment in a Reference Center for STD/AIDS. The data were submitted to Bardin's content analysis technique. The analysis showed that professionals conduct their service in the sense of inclusion, seeking ways of communication to reach these people as the use of LIBRAS, matching the physical structure, equality of attendance and understanding of the vulnerabilities of this population. Despite the great importance of strategies adopted in facilitating a friendly service to people with disabilities, those strategies leave mostly from isolated and individually activities. It is needed an effective link among the service managers and political actors in the construction and adaptation of materials, programs and public policies to achieve equitable and inclusion of this population.
Este estudio cualitativo buscó conocer la opinión de los profesionales de salud acerca de la inclusión de las personas con discapacidad en actividades de recepción, prevención y tratamiento en un Centro de Referencia de ETS/SIDA. Los datos fueran sometidos a la técnica de análisis de contenido de Bardin. El análisis muestra que los profesionales realizan sus servicios en el sentido de la inclusión, buscando formas de comunicación que llegan a estas personas, tales como el uso de la lenguaje de señales, adecuación de la estructura física, atención equitativa y comprensión de la vulnerabilidad de esta población. A pesar de la gran importancia de las estrategias adoptadas en la facilitación del atendimiento a las personas con discapacidad, la mayoría de esas estrategias parten de actividades aisladas e individuales. Así, se necesita un vínculo efectivo entre los gestores del servicio y actores políticos en la construcción y adaptación de materiales, programas y políticas públicas para lograr la inclusión equitativa y la inclusión de esta población.