ABSTRACT
O avanço da psiquiatria contemporânea pelas vias da biomedicina conduziu à impressão de que a psicopatologia, enquanto ciência do padecimento humano em suas diferentes dimensões, teria se tornado obsoleta. Uma nosologia psiquiátrica construída em bases exclusivamente biológicas e experimentais tomaria seu lugar, fundando definitivamente a psiquiatria como especialidade médica de pleno direito. O presente artigo examina os impasses desse projeto de redução do psicopatológico ao nosológico e aponta algumas pistas pelas quais a teorização psicanalítica do sujeito e de seu pathos poderia fornecer as bases antropológicas para a fundação de uma psicopatologia apta a sustentar a clínica psiquiátrica...
The progress of modern psychiatry in the paths of biomedicine has led to the impression that psychopathology, as a science of human suffering in its various dimensions, would have become obsolete. A psychiatric nosology built exclusively on biological and experimental bases would take its place, definitely founding psychiatry as a medical specialty in its own right. This paper examines the dilemmas of that project to the reduction of the psychopathology into nosology and point some clues by which psychoanalytic theory of the subject and its pathos could provide the anthropological basis for the foundation of a psychopathology able to sustain psychiatric clinical practice...