ABSTRACT
Neste artigo é realizada uma reflexão teórica seguida de proposição a respeito do problema da judicialização excessiva na relação entre médicos e pacientes. É apontada a crescente transposição de poder da Medicina para o Direito, evidenciada no número de demandas evitáveis em desatenção ao debate social, favorável ao desígnio emancipatório propiciado pelo diálogo e reflexão ética. Discute-se a responsabilidade médica e o poder médico em uma estrutura de assimetria para com o paciente, tendo em vista a correlação poder e saber, colocados no discurso segundo a abordagem foucaultiana. Aponta-se seguidamente o direito à igualdade, em conformidade aos direitos humanos, e sugere-se a implementação destas reflexões no meio social e na educação médica para valorização dos papéis do paciente e do médico enquanto sujeitos ativos da tentativa de consecução de consensos tendo em vista a observância dos princípios da Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos.
En este articulo es realizada una reflexión teórica seguida de una proposición sobre el problema de la judicialización excessiva en la relación entre médicos y pacientes, que apunta al creciente trasvase del poder de la medicina al Derecho, evidenciado en el número de las demandas evitables en desatención al debate social favorable al designio de emancipación a través del diálogo y la reflexión ética. Se discute la responsabilidad médica y el poder médico en una estructura asimétrica para con el paciente con respecto a la correlación entre el poder y el saber en el discurso con un enfoque foucaultiano. A continuación, se enseña el derecho a la igualdad conforme a los derechos humanos, y se sugiere la implementación de estas reflexiones en el medio social y en la educación médica para valorización de los papeles del paciente y del médico como sujetos activos en el intento de lograr un consenso con el fin de observar los principios de la Declaración Universal sobre Bioética y Derechos Humanos.
This paper presents a theoretical discussion followed by a proposition about the problem of excessive judicialization of the relationship between doctors and patients. It points out the transposition of the power of medicine for law in a process of growth regarding the number of avoidable demands that ignore social debate, favorable to the emancipatory design provided by dialogue and ethical reflection. We discuss medical liability and the medical power in an asymmetric structure to the patient regarding a correlation between power and knowledge placed in the speech according to Foucaults approach. Following that, we point out the right to equality, in accordance with human rights, suggesting the implementation of such ideas in the social and medical education in order to value the roles of patientand doctor as active subjects of the attempt to achieve consensus, aiming to observe the principles of the Universal Declaration on Bioethics and Human Rights.