ABSTRACT
Os autores atualizam os conhecimentos mais recentes a respeito das protozooses na infância, compreendendo as formas intestinais e aquelas que acometem sangue e tecidos. Em cada caso, o trabalho analisa a importância da infestação, sua conceituação e incidência, epidemiologia e microbiologia, clínica, e diagnóstico clínico, através de exames complementares e tratamento.As infecções parasitárias são ubíquas no mundo e se estima que cerca de um bilhão de pessoas estejam infestadas por helmintos intestinais. Infecções ou infestações parasitárias podem ocorrer em crianças de qualquer idade as pequenas que frequentam creches estão sob risco, por exemplo, de adquirir giardíase, disseminada através das fezes contaminadas. As crianças em idade pré-escolar e escolar precoce podem adquirir enterobíase (oxiuríase), além de escabiose e pediculose, estas últimas adquiridas também por contato íntimo interpessoal. Em todas as idades há risco de giardíase ou criptosporidiose, devido à ingestão de água contaminada em piscinas ou outras atividades recreacionais em lagoas, fontes, lagos, rios e cachoeiras etc.O contato com animais, de estimação ou não, é outra fonte potencial de exposição a parasitas e potenciais causadores de doenças, como Toxoplasma (contato com as fezes de gatos) e Toxocara (excretas de filhotes de cães e gatos). Além dessas circunstâncias, deve-se lembrar que algumas das doenças parasitárias são endêmicas em algumas regiões e viagens podem determinar risco aumentado de exposição e desenvolvimento de doenças.Os parasitas são definidos como micro-organismos uni ou multicelulares. Podem ser didaticamente classificados em dois grupos: parasitas unicelulares ou protozoários (subdivididos em intestinais e de sangue e tecidos) e multicelulares ou helmintos. Neste artigo serão abordadas as infestações por protozoários.