Your browser doesn't support javascript.
loading
Show: 20 | 50 | 100
Results 1 - 3 de 3
Filter
1.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 38(9): e00130222, 2022. tab
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1404046

ABSTRACT

Em 2022, foi publicado um importante relatório internacional acerca do "valor da morte" não apenas no campo da saúde, mas nas sociedades humanas de forma geral. Este relatório se propôs a reimaginar sistemas relacionados ao fim da vida nos quais a morte seja compreendida não apenas como um fenômeno fisiológico, mas também relacional e espiritual, com valor próprio e inseparável da vida. Identifica-se a baixa prioridade dada pela maior parte dos governos ao redor do mundo para a questão do alívio do sofrimento e dos cuidados com o luto, representada pelo baixo investimento em cuidados paliativos. Ao mesmo tempo, assistimos no Brasil a modificações ameaçadoras à exequibilidade de políticas de cuidados paliativos na atenção básica. A negação da finitude no âmbito dos sistemas de saúde se reflete em alguns indicadores mundiais, como o ranking de qualidade de morte da revista The Economist, em que o Brasil se encontra na 42ª posição, o mapeamento mundial de cuidados paliativos da Aliança Mundial de Cuidados Paliativos em Hospitais, no qual o Brasil se encontra no nível 3b, e o consumo mundial de opioides pelo Órgão Internacional de Controle de Entorpecentes, da Organização Mundial da Saúde, no qual o consumo dessas substâncias em nosso país está na casa das centenas de doses por milhão de habitantes por dia. Apesar de avanços notáveis nos campos legislativo e executivo no que se refere à temática dos cuidados paliativos, o Sistema Único de Saúde (SUS) e a atenção básica vêm sofrendo reveses importantes a nível estrutural que irão causar impacto na estruturação de uma política pública de cuidados paliativos. Este artigo procura fazer uma análise inicial dos impactos das políticas atuais dentro desse cenário e suas repercussões na construção de uma política de cuidados paliativos sólida.


En 2022 se publicó un importante informe internacional sobre el "valor de la muerte" no solo en el campo de la salud, sino en las sociedades humanas en general. Este informe se propuso reimaginar sistemas relacionados con el fin de la vida en los que la muerte se comprenda no solo como un fenómeno fisiológico, sino también relacional y espiritual, con un valor propio e inseparable de la vida. Se identifica la baja prioridad dada por la mayor parte de los gobiernos en todo el mundo para la cuestión del alivio del sufrimiento y de los cuidados con el duelo, representados por la baja inversión en cuidados paliativos. Al mismo tiempo, asistimos en Brasil a modificaciones amenazadoras a la viabilidad de políticas de cuidados paliativos en la atención básica. La negación de la finitud en el ámbito de los sistemas de salud se refleja en algunos indicadores mundiales como el ranking de calidad de la muerte de la revista The Economist en que Brasil está en la posición 42; el mapeo mundial de cuidados paliativos de la Alianza Mundial de Cuidados Paliativos y Hospicio donde Brasil se encuentra en el nivel 3b y el consumo mundial de opioides por la Junta Internacional de Fiscalización de Estupefacientes de la Organización Mundial de la Salud en el que nuestro consumo de opioides está en los cientos de dosis por millón de habitantes por día. A pesar de los notables avances en los ámbitos legislativo y ejecutivo en lo que se refiere a la temática de los cuidados paliativos, por otro lado, el Sistema Único de Salud brasileño (SUS) y la atención básica vienen sufriendo importantes retrocesos a nivel estructural que repercutirán en la estructuración de una política pública de cuidados paliativos. Este artículo pretende hacer un primer análisis de los impactos de las políticas actuales, dentro de este escenario, y sus repercusiones en la construcción de una política sólida de cuidados paliativos.


In 2022, an important international report was published on the "value of death" not only in the field of health, but in relation to human societies in general. This report proposed to reimagine systems related to end of life in which death is understood not only as a physiological event but also as a relational and spiritual phenomenon with a value of its own and inseparable from life. It identifies the low priority given by most governments worldwide to the issue of alleviating suffering and supporting bereavement, evidenced by the low investment in palliative care. At the same time, we are witnessing in Brazil changes that threaten the feasibility of palliative care policies in primary health care. The denial of finitude within health systems is reflected in global indicators such as the quality of death index of The Economist magazine, in which Brazil ranks 42nd, the global atlas of palliative care of the World Hospice and Palliative Care Alliance, where Brazil is in level 3b, and the global trends in opioid consumption of International Narcotics Control Board of the World Health Organization, in which opioid consumption in Brazil is in the hundreds of doses per million inhabitants per day. Despite notable advances in the legislative and executive fields with regard to palliative care, the Brazilian Unified National Health System (SUS) and primary health care have suffered important structural setbacks that will impact the design of public policy for palliative care. The goal of this article is to undertake an initial analysis of the impacts of current policies within this context and their repercussions in the construction of a solid policy for palliative care.

2.
Interface (Botucatu, Online) ; 23: e170803, 2019. tab, graf
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1002329

ABSTRACT

Autores da Saúde Mental Global defendem, de um lado, o aumento do acesso aos cuidados de saúde mental, inclusive com o uso de intervenções padronizadas. De outro lado, na Atenção Primária à Saúde no Brasil, a apresentação sintomatológica do sofrimento emocional pelos pacientes dificulta sua identificação pelos profissionais, comprometendo o cuidado e exigindo uma abordagem culturalmente sensível. Objetivando conhecer a percepção de pacientes sobre o sofrimento emocional e seu cuidado na Atenção Primária, adotou-se método qualitativo de abordagem narrativa, com coleta de dados em grupos em salas de espera e roteiro baseado no instrumento McGill Ilness Narrative Interview. As narrativas foram tratadas por Análise de Conteúdo e revelaram que limitar a comunicação do sofrimento é negar o acesso ao cuidado. Contrapondo tal limitação, apontaram-se estratégias para nortear a estruturação de um cuidado que seja integral e culturalmente sensível.


Autores de la Salud Mental Global defienden, por un lado, el aumento del acceso a los cuidados de salud mental, incluso con el uso de intervenciones estandarizadas. Por el otro, en la Atención Primaria de la Salud en Brasil, la presentación sintomatológica del sufrimiento emocional por parte de los pacientes dificulta su identificación por parte de los profesionales, comprometiendo el cuidado y exigiendo un abordaje culturalmente sensible. Con el objetivo de conocer la percepción de pacientes sobre el sufrimiento emocional y su cuidado en la Atención Primaria, se adoptó el método cualitativo de abordaje narrativo, con colecta de datos en grupos en salas de espera y guion basado en el instrumento McGill Ilness Narrative Interview. Las narrativas se trataron por Análisis de contenido y revelaron que limitar la comunicación del sufrimiento es negar el acceso al cuidado. Contraponiéndose a tal limitación, se señalaron estrategias para nortear la estructuración de un cuidado que sea integral y culturalmente sensible.


Global Mental Health authors advocate on the one hand, for increased access to mental health care, including the use of standardized interventions. On the other, patients' symptomatic expression of emotional distress hampers its identification by Primary Care professionals in Brazil. This affects the provision of care and demands culturally sensitive approaches. In order to understand patients' perception of their emotional distress and of the care provided in Primary Health Care, a narrative qualitative method was adopted, involving data collection in groups in waiting rooms and the use of a script based on the McGill Illness Narrative Interview. We performed content analysis and found out that restricting communication of distress is associated with limited access to care. To face this limitation, strategies are suggested to guide the structuring of care that is both comprehensive and culturally sensitive.


Subject(s)
Humans , Male , Female , Primary Health Care , Stress, Psychological , Mental Health , Empathy
3.
Rio de Janeiro; s.n; 2018. 211 f p. tab, fig.
Thesis in Portuguese | LILACS | ID: biblio-966918

ABSTRACT

Esta pesquisa tem como foco o sofrimento emocional e o acesso a seu respectivo cuidado na Atenção Primária no âmbito local, e busca dialogar com o panorama do campo da Saúde Mental Global. Ao redor do mundo, milhões de pessoas padecem de problemas de saúde mental, mas cerca de 75% não recebem o tratamento de que precisam, principalmente em países de média e baixa renda. No Brasil, frequentemente, muitas buscam auxílio na Estratégia de Saúde da Família manifestando sofrimento por meio de queixas somáticas difusas, associadas ou não a doenças físicas e/ou mentais. Porém, o índice de reconhecimento do sofrimento por médicos generalistas ainda é baixo. Considerando que não há saúde sem saúde mental e a precariedade do cuidado de saúde mental, objetiva-se investigar a percepção de pacientes sobre o sofrimento emocional e o acesso a seu cuidado na Atenção Primária. A relevância desta pesquisa se deve a: escassez de pesquisas no tema, alta prevalência do sofrimento emocional e alto impacto socioeconômico, lacuna de tratamento. Adotando perspectiva qualitativa, foram realizados dois estudos. Um estudo empírico com grupos focais sobre sofrimento e cuidado e outro teórico-conceitual com revisão bibliográfica sobre os termos "acesso" e "treatment gap". Os grupos focais com pacientes em sala de espera ocorreram em unidades com serviços de Atenção Primária na Área Programática 2.2 no Município do Rio de Janeiro. Foi criado um roteiro de perguntas baseado no instrumento McGill MINI Narrativa de Adoecimento. As narrativas foram interpretadas com o método de Análise de Conteúdo e resultou em cinco categorias: 1) Explicação do Sofrimento; 2) Comunicação do Sofrimento ao Médico; 3) Comunicação da Estruturação do Cuidado; 4) Comunicação do Sofrimento no Contexto Assistencial; 5) Facilitadores e Barreiras. As barreiras envolvem crenças intrínsecas ao paciente, atitudes do médico e um contexto assistencial tumultuado, que interagem formando um looping antiterapêutico, o qual compromete o acesso ao cuidado. Analisando as barreiras segundo modelo multidimensional de acesso, constatou-se que as mesmas se correlacionam principalmente às dimensões simbólica, técnica e organizacional, mas não deixam de refletir também a conjuntura das dimensões econômico-social e política do acesso. Foram discutidas estratégias para contornar as barreiras e nortear o desenvolvimento de abordagens culturalmente sensíveis e socialmente relevantes que facilitem o acesso ao cuidado do sofrimento na APS brasileira


This research focuses on the emotional suffering and access to their respective care in Primary Care at the local level, and seeks to dialogue with the panorama of the field of Global Mental Health. Around the world, millions of people suffer from mental health problems, but about 75% do not receive the treatment they need, especially in middle- and low-income countries. In Brazil, frequently, many seek assistance in the Family Health Strategy by expressing emotional distress through somatic complaints, which may be associated or not with physical and/or mental illnesses. However, the rate of recognition of suffering by general practitioners is still low. Considering there is no health without mental health and also the precariousness of mental health care, the objective is to investigate the patients' perception of emotional distress and access to their care in Primary Care. The relevance of this research is due to: lack of research on the theme, high prevalence of emotional distress and high socioeconomic impact, treatment gap. Adopting a qualitative perspective, two studies were carried out. An empirical study with focus groups and another theoretical-conceptual study by literature review on the terms "access" and "treatment gap". Focus groups with patients in waiting rooms occurred in units with Primary Care services in 2.2 Catchment Area in the Municipality of Rio de Janeiro. A questionnaire was created based on the instrument McGill Narrative Interview (MINI). The narratives were interpreted using the Content Analysis method and resulted in five categories: 1) Explanation of Emotional Distress; 2) Communication of Emotional Distress to the Physician; 3) Communication of the Structure of Care; 4) Communication of Emotional Distress and Services Context; 5) Facilitators and Barriers. The barriers involve intrinsic patient beliefs, physician attitudes and a tumultuous care contexto. These barriers interact and shape an antitherapeutic looping, which compromises access to care. Analyzing the barriers according to a multidimensional model of access, it was verified that these correlate to the symbolic, technical and organizational dimensions, but they also reflect the conjuncture of the economic-social and political dimensions of access. Strategies to overcome barriers and guide the development of socially sensitive and culturally relevant approaches that facilitate access to the care of emotional distress in Brazilian PHC were discussed


Subject(s)
Humans , Physician-Patient Relations , Primary Health Care/statistics & numerical data , Stress, Psychological/psychology , Unified Health System , Brazil , Mental Health , Health Services Accessibility , Mental Health Services
SELECTION OF CITATIONS
SEARCH DETAIL