Your browser doesn't support javascript.
loading
Show: 20 | 50 | 100
Results 1 - 15 de 15
Filter
1.
Rev. bras. psicanál ; 55(1): 63-83, jan.-mar. 2021.
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1288968

ABSTRACT

O objetivo deste texto é apresentar a importância fundamental do infantil para a clínica e a teoria psicanalíticas. O infantil pode ser apreendido na experiência psicanalítica como expressão princeps da realidade psíquica, da dimensão inconsciente da subjetividade humana. O infantil não concerne apenas aos analistas de crianças, pois não é assimilável à infância ou às fases de desenvolvimento. Diferente do infantilismo comportamental, o infantil obedece a uma sobredeterminação causal, não linear, de composição aberta ao acaso, ao incerto. Longe de ser uma memória fotográfica do passado ou de condutas infantis no adulto, o infantil aponta para os modos de registro e inscrição do que Freud chamou de Erlebnis, "vivência infantil". A tese nuclear é que, para o sujeito, na clínica psicanalítica e independentemente de preferências por um ou outro modelo teórico-clínico, estará sempre em jogo a eficácia dessas inscrições, sua metabolização e simbolização possível ou não, e sua força pulsional viva no presente. O infantil não emerge apenas como resistência ou testemunho do recalcamento da sexualidade infantil, mas como representante atual e vivo da busca por uma experiência criativa e reparadora (neogênese) do que não pôde ser experimentado como continuidade de ser, como expressão potencial, como impulso criativo, e que, por incapacidade ou inadequação do objeto primário, teve de ser recalcado ou clivado. Transformar a relação com o infantil não significa eliminá-lo, mas permitir um reordenamento, uma ressignificação para que o novo possa advir. Fonte de desilusão ou inspiração, nunca deixará de ser referência.


This work aims at showing the extreme importance of the infantile for the psychoanalytical clinic and theory. The infantile may be grasped during the psychoanalytical experience as the princeps expression from psychic reality, from the unconscious of the human subjectivity. The infantile does not concern only children's analysts, as it is not connected to childhood or the development phases; which is different than childish behavior patterns. The infantile follows a casual predominance, non-linear, open to chance, to the doubtful. It is not about having a photographic memory about the past or an adult having childish behavior - the infantile shows what Freud called Erlebnis, "childish perception". The thesis is that, for the subject, the impact of these registrations, their metabolization and symbology, being possible or not, and their strength, is alive in the present, being the subject in a psychoanalytical clinic and not determining preferences for this or that theory-clinical model. The infantile does not emerge only as resistance or testimonial of repressed childhood sexuality, but also as current and vivid representation of the search for a creative and restorative (neogenesis) experience of what couldn't be experimented as the continuity of being, as expression of one's potential, as creative impulse that, due to inability or inadequacy of the primary object, had to be repressed or cleaved. Transforming the relation with the infantile does not mean eliminating it. It is about allowing a reorganization, redefinition, so that something new can arise from it. It can be source of disappointment or inspiration, but it will always be a reference.


El objetivo de este texto es presentar la importancia fundamental de lo infantil para la clínica y la teoría psicoanalíticas. Lo infantil puede ser aprehendido en la experiencia psicoanalítica como expresión prínceps de la realidad psíquica, de la dimensión inconsciente de la subjetividad humana. Lo infantil no atañe solo a los analistas de niños, pues no es asimilable a la infancia o las fases de desarrollo; diferente del infantilismo comportamental, lo infantil obedece a una sobredeterminación causal, no linear, de composición abierta al acaso, a lo incierto. Lejos de una memoria fotográfica del pasado o de conductas infantiles en el adulto, lo infantil apunta a los modos de registro e inscripción de lo que Freud llamó Erlebnis, "vivencia infantil". La tesis nuclear es que, para el sujeto, en la clínica psicoanalítica e independientemente de preferencias por este o aquel modelo teórico-clínico, estará siempre en juego la eficacia de estas inscripciones, su metabolización y simbolización posible o no, y su fuerza pulsional viva en el presente. Lo infantil no emerge solo como resistencia o testimonio de la represión de la sexualidad infantil, sino como representante actual y vivo de la búsqueda por una experiencia creativa y reparadora (neogénesis) de lo que no pudo ser experimentado como continuidad de ser, como expresión potencial, como impulso creativo y que, por incapacidad o inadecuación del objeto primario, debió ser reprimido o clivado. Transformar la relación con lo infantil no significa eliminarlo, sino permitir una reordenación, una resignificación para que lo nuevo pueda advenir. Fuente de desilusión o inspiración, nunca dejará de ser referencia.


L'objectif de ce texte, c'est de présenter l'importance fondamentale de l'infantile pour la clinique et la théorie psychanalytique. L'infantile peut être appréhendé dans l'expérience psychanalytique en tant que l'expression princeps de la réalité psychique, de la dimension inconsciente de la subjectivité humaine. L'infantile ne concerne pas seulement les analystes d'enfants, car ce n'est pas assimilable à l'enfance ou aux phases de développement ; contrairement à l'infantilisme comportemental, l'infantile obéit à une surdétermination causale, non linéaire, de composition ouverte au hasard, à l'incertain. L'infantile désigne les manières d'enregistrement et d'inscription de ce que Freud a appelé Erlebnis, « vécu infantile ¼, bien qu'il ne soit pas une mémoire photographique du passé ou de conduites infantiles chez l'adulte. La thèse nucléaire, c'est que, pour le sujet, dans la clinique psychanalytique et indépendamment de préférences par l'un ou l'autre modèle théorique-clinique, il sera toujours en jeu l'efficace de ces inscriptions, sa métabolisation et symbolisation possible ou non, et sa force pulsionnelle vivante à présent. L'infantile n'émerge pas seulement en tant que résistance ou témoin du refoulement de la sexualité infantile, mais en tant que représentant actuel et vivant de la quête d'une expérience créative et réparatrice (néogenèse) de ce qui ne peut pas être expérimenté comme une continuité d'être, comme une expression potentielle, comme une impulsion créative et qui, par incapacité ou inadéquation de l'objet primaire, a dû être refoulé ou clivé. Transformer le rapport avec l'infantile ne signifie pas l'éliminer, mais permettre un reclassement, une resignification pour que le nouveau puisse advenir. Toute en étant une source de désillusion ou d'inspiration, il ne laissera jamais d'être une référence.


Subject(s)
Set, Psychology , Child Behavior/psychology , Sexuality/psychology , Memory
2.
J. psicanal ; 53(98): 27-40, jan.-jun. 2020. ilus
Article in Portuguese | INDEXPSI, LILACS | ID: biblio-1154734

ABSTRACT

O presente artigo discorre sobre a temporalidade de nossa sociedade atual, fortemente pautada por Chronos, deus que diferencia dia e noite e confere estabilidade, mas que se converte em vigia e classificador da experiência do viver. Aponta como a pandemia tem representado um corte em tal temporalidade e provocado, entre outros efeitos, o confronto entre o tempo de Chronos e de Kairós. Discute como esse confronto se apresenta como possibilidade de contato com o "melhor instante" da experiência, em que a produção de sentido se dá, e como o setting analítico tem sido impactado por ele. Conclui que a reinvenção do setting nesse momento tem como eixo fundamental a confiabilidade construída na experiência entre paciente e analista, recurso que, por definição, assegura que os cacos resultantes do confronto possam ser objeto de partilha e restauração na experiência analítica.


This article discusses the temporality of our current society, strongly regulated by Chronos, the god who distinguishes day from night and gives stability, but who turns into a sentinel and classifier of the experience of living. It points out how the pandemic has represented a cut in such temporality and provoked, among other effects, the confrontation between the time of Chronos and that of Kairos. It debates how this confrontation is presented as the possibility of contact with the "best moment" of the experience, in which the production of meaning occurs, and how the analytical setting has been impacted by this. It concludes that the reinvention of setting at this moment has as its fundamental axis the state of trust constructed in the experience between patient and analyst, a resource which, by definition, ensures that the fragments remaining after the confrontation can be an object of sharing and restoration in the analytical experience.


Este artículo analiza la temporalidad de nuestra sociedad actual, fuertemente guiada por Chronos, el dios que diferencia día y noche y le da estabilidad, pero que se convierte en vigilante y clasificador de la experiencia de vivir. Señala cómo la pandemia ha representado una ruptura en la temporalidad y ha provocado, entre otros efectos, una confrontación entre el tiempo de Chronos y el de Kairós. Plantea cómo esta confrontación se presenta como posibilidad de contacto con el "mejor instante" de la experiencia - en la que la producción de sentido ocurre - y de qué modo afecta el setting analítico. Concluye que la reinvención del setting en este momento tiene como eje fundamental la confiabilidad construida en la experiencia entre paciente y analista, cuyo recurso, por definición, asegura que los fragmentos resultantes de la confrontación se puedan compartir y restaurar en la experiencia analítica.


Cet article traite de la temporalité de notre société actuelle, fermement guidée par Chronos, un dieu qui fait la différence entre le jour et la nuit et nous donne de la stabilité, mais qui se couvre comme gardien et classe l'expérience de vivre. Cet article montre encore comment la pandémie représente une coupure dans une telle temporalité et provoque, parmi d'autres effets, la confrontation entre l'époque de Chronos et celle de Kairós. Il examine également comment cette confrontation se présente comme une possibilité de contact avec « le meilleur moment ¼ de l'expérience, dans laquelle se produit la production de sens, et comment le setting analytique en a été impacté. Il conclut que la réinvention du setting en ce moment a comme axe fondamental la fiabilité construite dans l'expérience entre patient et analyste, une ressource qui, par définition, assure que les éclats résultant de la confrontation puissent être l'objet de partage et de restauration dans l'expérience analytique.


Subject(s)
Psychoanalysis , Time , Pandemics
3.
Rev. bras. psicanál ; 54(1): 99-111, jan.-mar. 2020. ilus
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1288881

ABSTRACT

O artigo resgata as perspectivas do brincar na teoria freudiana identificando dois modelos principais. O primeiro em que o brincar é compreendido a partir da teoria dos sonhos como realização de desejo, e o segundo, que surge em 1920, com o ensaio Além do princípio do prazer, quando ele é reposicionado ao lado dos sonhos traumáticos, das neuroses de guerra e da compulsão à repetição, às voltas com as questões do limite da representatividade e do colapso da temporalização da experiência. O fort-da inaugura, nesse contexto, uma perspectiva do brincar onde ele passa a ter uma função em si mesmo, quando apoia o sentido da experiência na materialidade, como ação disparadora do processo de simbolização.


The article rescues the prospects of playing in Freudian theory, identifying two main models. The first in which the game is based on the theory of the subjects as the realization of the desire, and the second, which appears in 1920, with the "Beyond the pleasure principle", when repositioned next to the traumatic dreams, neurosis of war and compulsion to repeat, dealing with the problems of the limit of representativeness and the collapse of the experience timing. Fort-da starts, in this context, a perspective of playing from which it begins to have a function in itself, at a time when it supports the sense of experience in materiality, as a triggering action to the symbolization process.


El artículo rescata las perspectivas del juego en la teoría freudiana, identificando dos modelos principales. El primero en el que se entiende el juego basado en la teoría de los sueños como realización de deseo, y el segundo, que aparece en 1920, con el ensayo "Más allá del principio del placer", cuando se repo-siciona junto a los sueños traumáticos, de las neurosis de guerra y la compulsión a repetir, lidiando con los problemas del límite de representatividad y el colapso de la temporalización de la experiencia. Fort-da inaugura, en este contexto, una perspectiva del juego donde este comienza a tener una función en sí mismo, en el momento en que apoya el sentido de la experiencia en la materialidad, como una acción desencadenante del proceso de simbolización.


L'article récupère les perspectives du jeu dans la théorie freudienne, identifiant deux modèles principaux. Le premier dans lequel on comprend le jeu comme l'accomplissement du désir, ayant pour base la théorie du rêve ; et le second, qui apparaît en 1920, dans l'essai « Au-delà du principe du plaisir ¼ , où il est repositionné à côté des rêves traumatisants, des névroses de la guerre et de la répétition, qui font face aux questions de la limite de représentativité et de l'effondrement du transitoire de l'expérience. Le fort-da inaugure, dans ce contexte, une perspective de jeu où il commence à avoir une fonction en soi, au moment où il soutient le sens de l'expérience dans la matérialité, comme une action qui déclenche le processus de symbolisation.

4.
Rev. Subj. (Impr.) ; 19(1): 1-12, jan.-abr. 2019.
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1041616

ABSTRACT

Este artigo apresenta uma proposta fenomenológica estrutural de psicologia do desenvolvimento dos primeiros 12 meses de vida. A literatura clássica fenomenológica fomenta, neste artigo, um aprofundamento da compreensão antropológica piagetiana do desenvolvimento. As descrições minuciosas de Jean Piaget do desenvolvimento de seus três filhos foram utilizadas como paradigma para a apresentação de uma proposta de como a temporalidade se apresenta nos 12 primeiros meses de vida. Ao constatarmos uma temporalidade em expansão, porém imatura, aprofundamos a compreensão do papel vital do contato interpessoal no primeiro ano de vida como fator constituinte de uma estrutura psíquica saudável.


This article presents a structural phenomenological proposal of developmental psychology of the first 12 months of life. In this article, the classical phenomenological literature fosters a deepening of Piagetian anthropological understanding of development. Jean Piaget's detailed descriptions of the development of his three children acted as a paradigm for the presentation of a proposal of how temporality presents itself in the first 12 months of life. When we see an expanding but immature temporality, we deepen our understanding of the vital role of interpersonal contact in the first year of life as an essential factor of a healthy psychic structure.


Este trabajo presenta una propuesta fenomenológica estructural de psicología del desarrollo de los primeros 12 meses de vida. La literatura clásica fenomenológica fomenta, en este trabajo, una profundización de la comprensión antropológica piagetiana del desarrollo. Las descripciones minuciosas de Jean Piaget del desarrollo de sus tres hijos fueron utilizadas como paradigma para la presentación de una propuesta de como la temporalidad se presenta en los 12 primeros años de vida. Al constatar una temporalidad en expansión, aunque inmatura, profundizamos la comprensión del papel vital del contacto interpersonal en el primer año de vida como factor constituyente de una estructura psíquica saludable.


Cet article présente une proposition phénoménologique structurelle de la psychologie du développement des 12 premiers mois de la vie. La littérature phénoménologique classique promeut, dans cet article, un approfondissement de la compréhension anthropologique piagétienne du développement. Les descriptions détaillées de Jean Piaget sur le développement de ses trois enfants ont servi de paradigme à une proposition sur comment la temporalité se présente au cours des 12 premiers mois de la vie. Lorsque nous voyons une temporalité en expansion mais immature, nous approfondissons notre compréhension du rôle vital du contact interpersonnel au cours de la première année de la vie en tant que facteur constitutif d'une structure psychique saine.


Subject(s)
Psychology, Developmental , Psychological Theory , Psychopathology , Child Development
5.
Rev. latinoam. psicopatol. fundam ; 22(1): 130-149, enero-marzo 2019.
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1014216

ABSTRACT

Este artigo discute a autonomia da pessoa que faz uso problemático de substâncias psicoativas (UPSP). Após o exame da ideia de autonomia de quem faz UPSP, a partir dos paradigmas médico, psicológico e moral, que oscilam entre as compreensões do uso como compulsão ou escolha, discute-se os aspectos psicopatológicos envolvidos no UPSP, em especial a experiência da temporalidade e suas implicações para o debate da autonomia dessas pessoas e para o seu processo de recuperação pessoal.


This paper discusses the autonomy of subjects engaged in substance misuse (SM). After examining the concept of autonomy of subjects engaged in SM, based on medical, psychological and moral paradigms that range between understanding SM either as a compulsion or a choice, we discuss the psychopathological aspects involved in SM, i.e., the experience of temporality and its implications regarding the autonomy of these subjects and their recovery process.


Cet article discute l'autonomie de personnes sujettes à l'utilisation problématique de substances psychoactives (UPSP). Après avoir élaboré la notion d'autonomie de ces sujets à partir de paradigmes médicaux, psychologiques et moraux qui comprennent l'UPSP soit comme une contrainte, soit comme un choix, on discute les aspects psychopathologiques liés à l'UPSP, en particulier l'expérience de la temporalité et ses implications pour le débat sur l'autonomie de ces personnes et leur processus de rétablissement.


Este artículo discute la autonomía de la persona que sufre con el consumo problemático de sustancias psicoactivas (CPSP). Después examinar la idea de autonomía en quien tiene un CPSP, a partir de los paradigmas médico, psicológico y moral, que oscilan entre las comprensiones del uso como compulsión o elección, se discuten los aspectos psicopatológicos involucrados en el CPSP, en especial en la experiencia de la temporalidad, y sus implicaciones para el debate de la autonomía de esas personas y para su proceso de recuperación personal.


Dieser Artikel ergründet die Autonomie von Personen, die einen problematischen Gebrauch von psychoaktiven Stoffen machen. Wir analysieren den Begriff der Autonomie dieser Subjekte basierend auf medizinischen, psychologischen und moralischen Paradigmen, die den Drogenkonsum entweder als Zwang oder Wahl verstehen. Nachfolgend diskutieren wir dann die psychopathologischen Aspekte des Drogenkonsums, vornehmlich die Erfahrung der Temporalität und ihren Einfluss auf die Debatte über die Autonomie dieser Subjekte während ihres Rehabilitationsprozesses.

6.
Rev. bras. psicanál ; 51(3): 179-194, 20170801. ilus
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1280136

ABSTRACT

Neste artigo, nós nos propomos a abordar aspectos essenciais dos modos pelos quais as memórias de experiências traumáticas são capazes de povoar a vida subjetiva, bem como suas formas de manifestação na situação analítica. A partir da distinção fundamental entre o modelo do recalque e o da clivagem psíquica, apoiada principalmente em nossas leituras de Freud e Winnicott, buscamos apontar possíveis dificuldades enfrentadas pelo sujeito em conferir às próprias experiências o caráter de um acontecimento, isto é, uma vivência passível de significação e localização como parte de uma história pessoal. Procuramos indicar, como uma das decorrências mais importantes desse quadro, o prejuízo da capacidade de autopercepção do sujeito enquanto protagonista de sua história.


In this paper, our purpose is to examine vital aspects of the ways that memories of traumatic experiences may populate the subjective life and to study the ways they appear in the psychoanalytic situation as well. We start from the fundamental distinction between the model of repression and the model of psychic cleavage. This distinction is particularly based on our readings of Freud's and Winnicott's works. We attempt to emphasize some difficulties that may be faced by the subject when he/she treats his/her own experiences as an event (i.e., an experience that can be meaningful and placed as a part of a personal history). We attempt to point out, as one of the most important consequences of this situation, the loss of the subject's ability of self-perception as the protagonist of his/her history.


En este artículo, nos proponemos abordar los aspectos claves de las formas en que los recuerdos de experiencias traumáticas son capaces de habitar la vida subjetiva y, también, sus manifestaciones en la situación analítica. A partir de la distinción fundamental entre el modelo de la represión y la escisión psíquica, apoyada principalmente por nuestra lectura de Freud y Winnicott, intentamos identificar posibles dificultades que afronta el sujeto en comprobar en las propias experiencias el carácter de un evento, es decir, una experiencia objeto de importancia y ubicación como parte de una historia personal. Se señala, como una de las más importantes derivaciones de este marco, la pérdida de la capacidad del sujeto de reconocerse a sí mismo como un actor importante en su historia.


Dans le présent article, nous nous proposons à aborder des aspects essentiels des manières avec lesquelles les mémoires d'expériences traumatiques sont capables de peupler la vie subjective, aussi bien que leurs façons de manifestations dans la situation analytique. En partant de la distinction fondamentale entre le modèle du refoulement et du clivage psychiques, basée surtout sur nos lectures de Freud et de Winnicott, nous cherchons à signaler les possibles difficultés auxquelles le sujet fait face pour attribuer le caractère d'un événement à ses propres expériences, c'est-à-dire, une expérience passible de signification et de localisation comme une part d'une histoire personnel. Nous voulons signaler, comme un des développements le plus important de ce cadre, le préjudice de la capacité d'auto-perception du sujet en tant que protagoniste de son histoire.

7.
Rev. latinoam. psicopatol. fundam ; 18(1): 62-73, 03/2015.
Article in Spanish | LILACS | ID: lil-742960

ABSTRACT

La crisis de la adolescencia encuentra su explicación en la actualización del conflicto edípico, demostrando por primera vez una ritmicidad y una estructura temporal en retroactividad que deshace los modelos del tiempo lineal, ubicando así a la adolescencia como el paradigma de la temporalidad de los procesos psíquicos en el sujeto.


A crise da adolescência é explicada pela atualização do conflito edípico, demonstrando pela primeira vez uma ritmicidade e uma estrutura temporal em retroatividade que desfaz os modelos do tempo linear, colocando assim a adolescência como o paradigma da temporalidade dos processos psíquicos no sujeito.


The crisis of adolescence is explained by an updated Oedipus conflict, showing for the first time rhythmicity and a temporal retroactive structure that undoes the linear time models. This article proposes to think adolescence as the paradigm of the temporality of psychic processes in subjects.


La crise de l’adolescence trouve son explication dans la réactualisation du conflit œdipien, en mettant en scène pour la première fois une rythmicité et une structure temporelle de façon rétroactive, défaisant les modèles du temps linéaire. Cet article propose de penser l’adolescence comme le paradigme de la temporalité des processus psychiques du sujet.


Subject(s)
Humans , Adolescent , Adolescent , Oedipus Complex , Personality Development
8.
Tempo psicanál ; 46(1): 55-63, jul. 2014.
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: lil-723038

ABSTRACT

Partimos da constatação de que o mal-estar atual se sustenta no discurso capitalista, discurso que apresenta a particularidade de não se confinar em um impossível simbolizável, mas de girar em círculos, instituindo assim uma máquina infernal que cria, ao mesmo tempo, o desespero e a mercadoria para consolá-lo. O apelo controlado ao desespero que curto-circuita a temporalidade do humano no mundo contemporâneo tem sido denominado de depressão. Propomos a hipótese segundo a qual a homogeneização dos afetos do humano que está na base dessa depressão promulgada pela classificação do DSM e a política sanitária neoliberal representam de maneira paradigmática as coordenadas do mal-estar contemporâneo. Dessa forma, o "todos deprimidos!" é uma nova forma de proletarização das subjetividades que, por um lado, consome o vínculo social e, por outro, ignora que, afetado pela linguagem, o sujeito está condenado a uma insatisfação generalizada.


Nous partons du constat que le malaise actuel se soutient du discours capitaliste, discours qui présente la particularité de ne pas buter sur un impossible symbolisable mais de tourner en rond, instituant ainsi une machine infernale qui crée à la fois du désespoir et de la marchandise pour le consoler. L'appellation contrôlée du désespoir qui court-circuite la temporalité de l'humain dans le monde contemporain se dit : dépression. Nous proposons l'hypothese suivant laquelle l'homogénéisation des l'affects de l'humain qui est à la base de cette dépression promulguée par la classification du DSM et la politique sanitaire néolibérale représente de maniere paradigmatique les coordonnées du malaise contemporain. Tous déprimés est ainsi une nouvelle forme de prolétarisation des subjectivités qui d'une part consume le lien social et d'autre part ignore que, affecté par le langage, le sujet est condamné à une insatisfaction générique.


Subject(s)
Psychoanalysis , Affect , Capitalism , Depression/psychology
9.
Rev. latinoam. psicopatol. fundam ; 14(2): 237-251, jun. 2011.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-624991

ABSTRACT

Este artigo tem como propósito trazer uma contribuição à questão da repetição na teoria freudiana. Partindo dos textos pré-psicanalíticos propomos resgatar o conceito de vivência de dor, que nos coloca frente ao problema da repetição do desprazer. A dor aparece como uma falha dos dispositivos de proteção do aparato neuronal, apontando um processo que, mesmo envolvendo o desprazer, continua se repetindo, e nos dá indícios do que será designado, vinte anos depois, como compulsão à repetição.


This article discusses the question of repetition in Freudian theory. Beginning with pre-psychoanalytic texts, we go back to the concept of the experience of pain, which confronts us with the problem of the repetition of displeasure. Pain appears as a failure of protective mechanisms of the neuronal apparatus and indicates the existence of a process that, despite involving displeasure, continues to be repeated. The process also provides indications of the concept that, twenty years later, Freud called compulsion to repetition.


Cet article vise à apporter une contribution à la question de la répétition dans la théorie freudienne. En partant de textes pré-psychanalytiques, nous proposons reprendre le concept du phénomène de la douleur, ce qui nous met face au problème de la répétition du déplaisir. La douleur apparaÎt comme un échec des dispositifs de protection de l'appareil neuronal, indiquant un procédé qui, même en impliquant le déplaisir, se répète en permanence et nous fournit des indices de ce qui, vingt ans plus tard, sera nommé compulsion de répétition.


Este artículo objetiva contribuir sobre la cuestión de la repetición en la teoría freudiana. Se propone partir de los textos pré-psicoanalíticos para rescatar la vivencia del dolor, concepto que nos coloca frente al problema de la repetición del desplacer. El dolor aparece como una falla de los dispositivos de protección del aparato neuronal, señalando hacia un proceso que, aunque envuelva al desplacer, continua repitiéndose, lo que nos da indicios de lo que, veinte años después, será denominado como compulsión a la repetición.


Subject(s)
Humans , Mental Recall , Pain Perception , Repetition Priming
10.
Psicol. soc. (Impr.) ; 21(spe): 95-104, 2009.
Article in French | LILACS | ID: lil-537699

ABSTRACT

Dans cet article, il s'agira de travailler l'écriture comme lieu des reviviscences des événements de temps (sensations anciennes non encore psychisées).Dans ce temps du récit, de l'écriture de soi, tout devient image, tout se projette au-devant dans l'espace visible extime comme dit Lacan mais pourtant ce for extérieur est inaccessible. Les mots sont les témoins de ce temps d'une mémoire ouverte sur les visages mais des visages devenus visages-fantômes. Le temps de l'écriture est le temps du retour des visages en images de mémoire déformées par le travail du temps: ce temps psychique qui modifie les perceptions et offre un autre regard.


Neste artigo, a escrita é abordada como lugar de revivências dos acontecimentos do tempo (sensações antigas e ainda não subjetivadas). Nesse tempo da narrativa, da escrita de si, tudo se torna imagem, tudo se projeta em um espaço visível extimo, como diz Lacan, contudo esse foro exterior é inacessível. As palavras são as testemunhas desse tempo de uma memória aberta sobre os rostos, mas rostos que se tornaram rostos-fantasmas. O tempo da escrita é o tempo do retorno dos rostos em imagens de memória deformadas pelo trabalho do tempo: esse tempo psíquico que modifica as percepções e oferece um outro olhar.


In this article, I will develop ideas of writing as a place of revival time events (old sensations not yet "psychisées"). In this time of the narrative, writing of itself, everything becomes an image, everything is projected in the visible space "extime" as Lacan said but yet this outside forum is inaccessible. Words are the witnesses of that time of a memory open to the faces, but faces that became phantom-faces. The time of writing is the time of the return of faces in images distorted by the work of time: this psychic time changes the perceptions and offers another view.


Subject(s)
Handwriting , Psychoanalysis , Time , Imagery, Psychotherapy , Memory
11.
Rev. latinoam. psicopatol. fundam ; 11(2): 195-207, jun. 2008.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-488299

ABSTRACT

Relacionamos aqui dois aspectos fundamentais das intuições culturais sobre a passagem do tempo - a temporalidade cíclica e a contínua - com a psicopatologia e a terapêutica médica, psicológica e religiosa dos estados de estresse pós-traumáticos. Nas concepções culturais cíclicas do tempo, vida e morte são indissociáveis do movimento eterno do cosmos. A severidade e a persistência do trauma mental não são diretamente proporcionais à magnitude da catástrofe, mas associadas às características imaginárias e aos papéis que representam na mente. A cultura moderna tende a produzir indivíduos preparados para um mundo altamente complexo, sob pressão constante em um ritmo frenético. Quase todos os eventos devem ser antecipados, planejados ou controlados e os traços anancásticos de personalidade são bem aceitos pelas sociedades modernas. Todavia, face a eventos catastróficos, imprevisíveis, quando nada resta a fazer, esses indivíduos metódicos e organizados podem apresentar fragilidade e desespero. Nas comunidades tradicionais as vítimas parecem capazes de suportar níveis muito altos de agressão ou sofrimento - em situações traumáticas - sem mostrar sinais proporcionais de estresse mental. Enquanto que nos estratos superiores das comunidades modernas...


Relacionamos aquí dos aspectos fundamentales de las intuiciones culturales sobre el pasaje del tiempo - la temporalidad cíclica y la continua - con la psicopatología y la terapéutica médica, psicológica y religiosa de los estados de estrés post-traumáticos. En las concepciones culturales cíclicas del tiempo, vida y muerte son indisociables del movimiento eterno del cosmos. La severidad y la persistencia del trauma mental no son directamente proporcionales a la magnitud de la catástrofe, sino asociadas a características imaginarias y papeles que representan en la mente. La cultura moderna tiende a producir individuos preparados para un mundo altamente complejo, bajo presión constante y en ritmo frenético. Casi todos los eventos deben ser anticipados, planeados o controlados y los rasgos anancasticos de personalidad son bien aceptos por las sociedades modernas. Además, ante eventos catastróficos, imprevisibles, cuando nada queda por hacer, estas personas controladas y rígidas pueden presentar fragilidad y desespero. En las comunidades tradicionales las victimas parecen capaces de soportar niveles muy altos de agresión o sufrimiento - en situaciones traumáticas - sin presentar señales proporcionales de estrés mental. En tanto que en los estratos superiores de las comunidades modernas...


Ce texte cherche à établir le rapport entre deux formes essentielles de conceptions intuitives culturelles sur le passage du temps - la temporalité cyclique et la continue - avec la psychopathologie et la thérapeutique de l'état de stress post-traumatique au Brésil. Dans les conceptions culturelles du temps de tendance cyclique, la vie et la mort sont indissociables dans le mouvement éternel du cosmos. La sévérité et la persistance du trauma mental ne sont pas directement proportionnelles à la magnitude de la catastrophe, mais associées à ses caractéristiques imaginaires et aux rôles qu'elles représentent dans l'esprit. La culture moderne tend à produire des individus préparés pour un monde très complexe, sous pression permanente et au rythme frénétique. Presque tous les événements doivent être anticipés, planifiés ou maîtrisés et les traits anankastiques de la personnalité sont bien acceptés par les sociétés modernes. Pourtant, face à des événements catastrophiques, imprévisibles, quand plus rien n'est à faire, ces personnes contrôlées et rigides peuvent présenter de la fragilité et du désespoir. Dans les communautés traditionnelles, les victimes semblent capables de supporter...


The present article relates two fundamental aspects of intuitive cultural conceptions of the passage of time - namely, cyclical and continuous - to the clinical psychopathology of post-traumatic stress in Brazil. People with predominantly cyclical cultural perceptions of time tend to see life and death as part of an eternal movement. For them, the severity and persistence of mental trauma are not directly related to the magnitude of a given catastrophe or traumatic experience. Rather, they are associated with characteristics of the mind and the roles they represent in the mind. Modern culture tends to produce individuals prepared for a highly complex world where nearly everyone is subject to constant pressure and a frantic pace of life. Almost all events must be anticipated, planned or controlled, and obsessive traits tend to be quite welcome in such a society. But when unpredictable catastrophic moments come up, when nothing can be done, such methodical persons may show frailty and great frustration. Traditional communities seem able to bear extremely high levels of aggression or suffering - in traumatic and catastrophic situations - without showing proportional signs of mental stress. Whereas in upper social layers of modern communities...


Subject(s)
Psychopathology , Stress Disorders, Post-Traumatic , Culture , Medicine
12.
Rev. latinoam. psicopatol. fundam ; 11(1): 39-54, mar. 2008.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-488288

ABSTRACT

A relação tempo-consciência tem sido negligenciada pela pesquisa científica. A temporalidade é origem e estrutura da consciência. A experiência temporal não pode ser abordada com clareza apenas pela pesquisa empírica, mas, para que se tente sua compreensão, solicita uma indagação conceitual transdisciplinar. O presente artigo procura traçar um painel das indagações mais relevantes nesse âmbito, a começar pela husserliana reflexão fenomenológica sobre a estrutura e a consciência do tempo, para chegar aos mais recentes estudos empíricos que procuram mapear as áreas e estruturas cerebrais na origem de uma determinada experiência. O estudo, no entanto, mostra a inadequação de descrições meramente instrumentais, e aponta a necessidade de se apreender a natureza da passagem do nível neurônico para o nível mental para explicar o fenômeno consciência. É preciso, portanto, investigar os complexos mecanismos de realização da consciência, que têm como fundamento a temporalidade imanente, o fluxo de vida no qual surge a consciência originária do tempo. Para tanto torna-se necessário alcançar um ponto de observação privilegiado, capaz de abarcar conceitualmente as diversas facetas da concretização da consciência; o autor afirma a necessidade de uma pesquisa transdisciplinar que envolva, ao menos, filosofia, psicologia e neurofisiologia.


La investigación científica ha descuidado la relación tiempo-conciencia. La temporalidad es origen y estructura de la conciencia. La experiencia temporal no puede ser abordada con claridad con el único instrumento de la investigación empírica. Para intentar comprenderla, se solicita una indagación conceptual interdisciplinaria. El presente artículo busca trazar un panel de las indagaciones más relevantes en ese ámbito, comenzando por la reflexión fenomenológica husserliana sobre la estructura y la conciencia del tiempo, para llegar a los más recientes estudios empíricos que buscan mapear las áreas y las estructuras cerebrales en el origen de una determinada experiencia. Entre tanto, el estudio indica la inadecuación de descripciones meramente instrumentales y señala la necesidad de aprehender la naturaleza del pasaje del nivel neuronal para el nivel mental para explicar el fenómeno de la conciencia. Es preciso, para esto, investigar los complejos mecanismos de realización de la conciencia, que tienen como fundamento la temporalidad inmanente, el flujo de vida en el cual surge la conciencia originaria del tiempo. Para eso, se hace necesario alcanzar un punto de observación privilegiado, capaz de conceptualmente abarcar las variadas facetas de la concretización de la conciencia; el autor afirma la necesidad de una investigación interdisciplinaria, englobando por lo menos, filosofía, psicología y neurofisiología.


La recherche scientifique néglige le rapport temps-conscience. La temporalité est origine et structure de la conscience. La seule recherche empirique ne permet pas d'envisager avec clarté l'expérience temporelle, dont la compréhension demande une approche conceptuelle transdisciplinaire. Le présent article dresse un panorama des questionnements les plus importants dans ce domaine, à commencer par la réflexion husserlienne phénoménologique sur la structure et la conscience du temps, pour en arriver aux études empiriques les plus récentes, qui tentent de cartographier les zones et les structures cérébrales à l'origine d'une expérience donnée. Toutefois, l'étude montre l'inadéquation de descriptions purement instrumentales et indique la nécessité d'appréhender la nature du passage du niveau neuronal au niveau mental pour expliquer le phénomène de la conscience. Il faut donc étudier les complexes mécanismes de réalisation de la conscience, qui ont comme fondement la temporalité immanente, le flux de vie au sein duquel surgit la conscience originaire du temps. Pour ce faire, il devient nécessaire d'atteindre un point d'observation privilégié, capable d'inclure conceptuellement les diverses facettes de la concrétisation de la conscience. L'auteur affirme la nécessité d'une recherche transdisciplinaire, conjuguant philosophie, psychologie et neurophysiologie.


The time-consciousness relationship has been neglected by scientific research. Temporality is the origin and structure of consciousness. Therefore, temporal experience cannot be effectively approached simply through empirical research, since transdisciplinary conceptual investigations are needed. This article presents considerations on the most relevant investigations in the area, beginning with Husserl's phenomenological considerations on the structure and consciousness of time, and moving ahead to the most recent empirical studies aimed at mapping brain structures and areas related to certain experiences. However, the study shows up the inadequacy of mere instrumental descriptions and points out the need to grasp the nature of the passage from the neural level to the mental level in order to explain the phenomenon of consciousness. It is therefore necessary to investigate the complex mechanisms involved in consciousness, the foundation of which is immanent temporality, the flow of life, where time-based consciousness emerges. For this, an adequate point of observation must be established that can conceptually encompass the various angles of the substantiation of consciousness. The author posits the need for transdisciplinary research, including at least philosophy, psychology and neurophysiology.


Subject(s)
Conscience
13.
Rev. latinoam. psicopatol. fundam ; 8(4): 738-753, out.-dez. 2005.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-789536

ABSTRACT

Procuramos aqui relacionar dois aspectos fundamentais das intuições culturais sobre a passagem do tempo – a temporalidade cíclica e a contínua – com a terapêutica médica e especialmente com a psicopatologia, numa visão crítica do constructo moderno da depressão no idoso. Inspirado em perspectivas de natureza antropológica, o texto se apóia na experiência clínica cotidiana e na atitude fenomenológica que orienta essa prática. Nas concepções culturais que tendem a perceber a passagem do tempo de forma predominantemente cíclica, o envelhecer é parte de um movimento eterno, e a família se perpetua em seus descendentes, nas suas tradições, no vínculo com a terra ou no exercício do ofício familiar. As transformações culturais que têm proporcionado a passagem para enfoques mais direcionais do tempo vão destacando cada vez mais o papel individual na história social. Quando mais difícil for a passagem de Weltanschauungen tradicionais, de tendência circular, fatalista, repetitiva e eterna, para outras de tendência individualizante, burocratizante, planejadora e sucessiva, maiores as dificuldades para uma senectude satisfatória e maior a tendência à medicalização desse fracasso.


Buscamos aquí relacionar dos aspectos fundamentales de las intuiciones culturales sobre el pasaje del tiempo – la temporalidad cíclica y la continua – con la terapéutica médica y más especialmente con la psicopatología, en una visión critica del constructo moderno de la depresión en la vejez. Inspirado en perspectivas antropológicas, el texto busca apoyo en la experiencia clínica diaria y en la actitud fenomenológica que la orienta. En las concepciones culturales del tiempo que tienden a percibir su pasaje de forma predominantemente cíclica, envejecer es parte de un movimiento eterno, y la familia se perpetúa en sus descendientes, en sus tradiciones, en el vínculo con la tierra o en el ejercicio del trabajo familiar. Las transformaciones culturales que han proporcionado el pasaje para enfoques más direccionales del tiempo van destacando cada vez más el rol individual en la historia social. Cuanto más dificultoso sea el pasaje de Weltanschauungen tradicionales, de tendencia circular, fatalista, repetitiva y eterna para otras de tendencia individualizante, burocratizante, planeadora y sucesiva, más grandes las dificultades para una senectud satisfactoria así como la tendencia a la medicalización de este fracaso.


Nous cherchons ici à mettre en rapport deux aspects fondamentaux des conceptions intuitives culturelles sur la passage du temps – la temporalité cyclique et la temporalité continue – avec la thérapeutique médicale et notament avec la psychopathologie, dans une vision critique du concept moderne de dépression chez la personne agée. Inspiré des perspectives de nature anthropologique, le texte se fonde sur l’expérience clinique quotidienne et sur l’attitude phénoménologique guidant cette pratique. Dans les conceptions culturelles qui tendent à percevoir le passage du temps comme cyclique, le vieillissement fait partie d’un mouvement éternel et la famille se perpétue par ses descendants, ses traditions, ses liens avec la terre ou par l’exercice du métier familial. Les transformations culturelles qui ont une approche plus directionnelle du passage du temps montrent de plus em plus le rôle individuel dans l’histoire social. Plus il sera dificile de passer des Weltanschauungen traditionnelles, tendant à la circularité, à la répétition, au fatalisme et à l’éternité, à d’autres Weltanschauungen de tendance à l’individualisation, à la bureaucratie, à la planification et à la succession, plus les difficultés d’avoir une vieillesse satisfaisante seront grandes et la tendance à la médicalisation de ce problème sera plus importante.


Two fundamental aspects of cultural intuitive conceptions of time’s passage – cyclic and continuous temporality – are here related to medical therapy and psychopathology, in a critical view of depression in old age as a modern construct. Although inspired by anthropological perspectives this paper is based on daily clinical experience and on a phenomenological attitude. In predominantly cyclical cultural perceptions of time the process of ageing is part of an eternal movement, and families perpetuate themselves in their descendants, in their traditions, in land ties or in the practice of familiar crafts or skills. Cultural transformations that give rise to more directional approaches of time’s passage tend to implement individual roles more and more in social history. The more difficult the change from fatalist, repetitive, eternal cycling traditional Weltanschauungen to individualizing, bureaucratizing, planning and successive ones, the larger the chances of an unsuccessful old age and “medicalization” of this failure.

14.
Rev. latinoam. psicopatol. fundam ; 6(4): 102-116, out.-dez. 2003.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-792856

ABSTRACT

O trauma tem sido abordado na literatura psicanalítica especialmente como um trauma infantil de natureza sexual. A neurose traumática é tomada como modelo para a circunscrição de uma acepção de trauma que não se confunde com o trauma estrutural eficaz na constituição do psiquismo, e cuja sintomatologia não pode ser diretamente remetida à experiência infantil de natureza sexual.


El trauma ha sido estudiado en la literatura psicoanalítica especialmente como trauma infantil de naturaleza sexual. La neurosis traumática es tomada como modelo para la delimitación de la acepción del trauma que no se confunde con el trauma estructural eficaz en la constitución del psiquismo y cuya sintomatología no puede ser directamente remitida a la experiencia infantil de naturaleza sexual.


Le trauma a souvent été abordé en littérature psychanalytique comme un trauma infantile de nature sexuelle. La névrose traumatique est prise comme modèle pour la délimitation d’une acception du trauma qui ne peut être confondue avec le trauma structurel, efficace dans la constitution du psychisme, et dont la symptomatologie ne peut être directement attribuée à l’expérience infantile de nature sexuelle.


Traumas have been studied in psychoanalytic literature especially as early traumas of a sexual nature. The traumatic neuroses are taken as a model for delimiting a notion of trauma that should not be confused with the structural trauma present in the constitution of the psychism, as the latter’s symptoms cannot be directly attributed to infantile experiences of a sexual nature.

15.
Rev. latinoam. psicopatol. fundam ; 6(3): 120-143, jul.-set. 2003.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-792843

ABSTRACT

Este texto desenvolve a análise de uma organização psíquica marcada por expressivos traços perversos, tendo-se como eixo privilegiado as manifestações da implicação Corpo-Tempo. Utiliza-se como material de análise a novela “Loucura...” do poeta português Mário de Sá-Carneiro (1890-1916). Aponta-se a supervalorização egóica e correlativa desqualificação do objeto, percebendo-se então o objeto ser elevado à condição de fetiche na tentativa, por parte do sujeito, de evitar a angústia de castração e o reconhecimento da diferença sexual. Assinala-se o quanto estar imerso na completude narcísica faz instaurar a ilusão de um tempo eterno, sem ameaças e sem angústias. Por fim, desfeitas certas garantias ilusórias, vê-se o sujeito, no mais completo desamparo, ser lançado em face de um inevitável colapso psíquico.


Este texto desarrolla el análisis de una organización psíquica marcada por expresivos trazos perversos, teniendo como eje privilegiado las manifestaciones de la implicación cuerpo-tiempo. Se utiliza como material de análisis la novela “Loucura...” del poeta portugués Mário de Sá-Carneiro (1890-1916). Se apunta la supervaloración del yo y la correlativa descalificación del objeto, siendo que el objeto es así elevado a la condición de fetiche en el esfuerzo, por parte del sujeto, de evitar la angustia de castración y el reconocimiento de la diferencia sexual. Se señala también cuanto estar sumergido en la completud narcisista hace instaurar la ilusión de un tiempo eterno, sin amenazas y sin angustias. Finalmente, deshechas ciertas garantías ilusorias, se ve el sujeto en el más completo desamparo, arrojado para un inevitable colapso psíquico.


Ce texte développe l’analyse d’une organisation psychique marquée par des traits pervers expressifs, en prenant comme axe privilégié les manifestations de l’implication Corps-Temps. On utilise comme matière de l’analyse la nouvelle “Loucura...” du poète portugais Mário de Sá-Carneiro (1890-1916). On désigne la survalorisation moïque et la disqualification de l’objet correlative, et l’on perçoit alors l’objet comme étant élevé à la condition de fétiche dans la tentative de la part du sujet d’éviter l’angoisse de la castration et la reconnaissance de la différence sexuelle. On signale aussi à quel point être immergé dans la complétude narcissique fait établir l’illusion d’un temps éternel, sans menaces et sans angoisses. Enfin, certaines garanties illusoires une fois annulées, on voit le sujet, dans l’état de détresse le plus complet, être jeté devant un inévitable effondrement psychique.


This text presents an analysis of a psychic organization marked by severe perverse traits, taking manifestations of the body-time implication as a central theme. The novel “Loucura...,”’ by the Portuguese poet Mário de Sá-Carneiro (1890-1916) is used as a basis for analysis. The overvaluation of the ego and the correlate disqualification of the object are discussed, the object then being raised to the condition of a fetish as the subject tries to avoid the castration anxiety and the recognition of difference between the sexes. Also discussed is the question regarding to what extent being immersed in narcissistic plenitude creates an illusion of eternal time, without threats and without anxieties. Finally, with certain illusory guarantees eliminated, the subject is seen in a situation of total helplessness in the face of unavoidable psychic collapse.

SELECTION OF CITATIONS
SEARCH DETAIL