ABSTRACT
Resumo A análise integrada da morfologia urbana e das características funcionais permite uma melhor compreensão da estrutura e da dinâmica intraurbana das cidades médias, indicando uma série de elementos que demonstram associações entre o espaço intraurbano e a intensidade e qualidade do relacionamento de uma determinada centralidade com o seu entorno. Com base no estudo de caso de Montes Claros, Minas Gerais, apresentamos uma proposta metodológica de avaliação de aspectos morfológicos e funcionais de cidades médias, utilizando como principal fonte de dados o Censo Demográfico em conjunto com outras informações geoespaciais livres (i.e., modelo digital de terreno e imagens de satélite). Identificamos a distribuição espacial dos tipos de ocupação, isto é, a densidade de edificações dos tipos domicílio, comércio e serviços e em construção. Ademais, quantificamos e avaliamos as características (renda e estrutura etária) dos vetores de expansão de Monte Claros. Nesse município, identificamos a formação de centralidades intraurbanas menos desenvolvidas em relação a outros polos de desenvolvimento de Minas Gerais (Juiz de Fora, Uberlândia, Pouso Alegre, dentre outros). Na cidade, a concentração das funções em duas centralidades (centro principal e subcentro de maior destaque) amplia a segregação socioespacial, diante da ausência de centralidades importantes nas proximidades das áreas de maior crescimento periférico entre 2000 e 2010.
Abstract Integrated analysis of urban morphology and functional characteristics allows for a better understanding of the structure and intra-urban dynamics of intermediate cities, indicating a series of elements that demonstrate associations between intra-urban space and the intensity and quality of the relationship of a given centrality with its surroundings. Based on the case study of Montes Claros, Minas Gerais, we present a methodological proposal for evaluating morphological and functional aspects of intermediate cities using information from the Demographic Census and other free geospatial datasets (i.e. digital terrain model and satellite images). We identified the spatial distribution of the types of occupation, such as (a) density of residential type buildings, (b) trade and services and (c) under construction. Furthermore, we quantified and evaluated the characteristics (income and age structure) of the expansion vectors of Montes Claros. In Montes Claros, we identified the formation of less developed intra-urban centralities compared to other development hubs in Minas Gerais (Juiz de Fora, Uberlândia, Pouso Alegre, among others). In the city, the concentration of functions in two centralities (the main center and the most prominent subcenter) increases socio-spatial segregation, given the absence of important centralities close to areas with the greatest peripheral growth between 2000 and 2010.
Resumen El análisis integrado de la morfología urbana y las características funcionales permite una mejor comprensión de la estructura y dinámica intraurbana de las ciudades intermedias, indicando una serie de elementos que demuestran asociaciones entre el espacio intraurbano y la intensidad y calidad de una determinada centralidad con su entorno. Con base en el estudio de caso de Montes Claros, Minas Gerais, presentamos una propuesta metodológica para evaluar aspectos morfológicos y funcionales de ciudades intermedias utilizando como fuente principal de información del censo demográfico y otra información geoespacial gratuita (es decir, modelo digital del terreno e imágenes de satélite). Identificamos la distribución espacial de los tipos de ocupación, como 1) densidad de edificaciones de tipo residencial; 2) comercio y servicios, y 3) en construcción. Además, cuantificamos y evaluamos las características (estructura de ingresos y edades) de los vectores de expansión de Monte Claros. En Montes Claros, identificamos la formación de centralidades intraurbanas menos desarrolladas en comparación con otros polos de desarrollo en Minas Gerais (Juiz de Fora, Uberlândia, Pouso Alegre, entre otros). En la ciudad, la concentración de funciones en dos centralidades (el centro principal y el subcentro más destacado) incrementa la segregación socioespacial, dada la ausencia de centralidades importantes cercanas a las áreas de mayor crecimiento periférico entre 2000 y 2010.
Subject(s)
Humans , Demography , Censuses , Geographic Information Systems , Spatial Analysis , Socioeconomic Factors , Brazil , CitiesABSTRACT
O mundo vem testemunhando a rápida disseminação dos casos confirmados da síndrome respiratória aguda por meio do coronavírus (Sars-CoV-2 Covid-19). Nos primeiros meses de pandemia, as estatísticas indicam que as grandes cidades tornaram-se palcos destacados de contágio e disseminação da Covid-19. Diante desse cenário, o presente estudo oferece argumentos que auxiliam na construção e aferição preliminar de três hipóteses: a estrutura urbana e a organização das cidades interferem na taxa de distanciamento social e, portanto, no ritmo de contágio da doença; na cidade, a forma com que o sistema de transporte de pessoas está estruturado desempenha papel relevante no ritmo de disseminação da Covid-19; e a pandemia e as práticas de distanciamento físico e social alteram os padrões de mobilidade intraurbana. Analisam-se dados nacionais e regionais disponíveis em órgãos oficiais e outros trabalhos empíricos sobre a Covid-19 à luz de estudos teóricos sobre mobilidade urbana. Em seguida, por método indutivo, é feita uma associação destes dados aos diferentes modelos de cidades (compacta x espraiada), considerando, em especial, aspectos de mobilidade urbana. Os argumentos desenvolvidos nesse estudo parecem corroborar o teor central das hipóteses apresentadas. É preciso desenvolver modelos que incorporem estes elementos para avançarmos na compreensão da pandemia e, também, de elementos que auxiliem na construção de cidades mais resilientes a fenômenos como a Covid-19.
The world has witnessed the rapid spread of confirmed cases of acute respiratory syndrome through coronavirus (SARS-CoV-2 COVID-19). In the first months of the pandemic, statistics indicate that large cities have become prominent places of contagion and dissemination of COVID-19. In view of this, the present study offers arguments that assist in the construction and preliminary assessment of three hypotheses: 1) the urban structure and the organization of cities interfere in social distancing rates and, therefore, in the rate of contagion of the disease; 2) in cities, the way in which transport system is structured plays an important role in the pace of dissemination of COVID-19; 3) the pandemic and practices of physical and social distancing alter patterns of intra-urban mobility. National and regional data available from official agencies and other empirical studies on COVID-19 are analyzed in the light of theoretical studies on urban mobility. Then, using the inductive method, an association of these data is made with the different city models (compact vs. sprawled), considering, in particular, aspects of urban mobility. The arguments developed in this study seem to corroborate the central issues of the hypotheses presented in this work. It is necessary to develop models that incorporate these elements to advance in understanding the pandemic and elements that help in the construction of cities more resilient to phenomena such as COVID-19.
El mundo ha sido testigo de la rápida propagación de casos confirmados de síndrome respiratorio agudo a través del coronavirus (SARS-CoV-2, covid-19). En los primeros meses de la pandemia, las estadísticas indican que las grandes ciudades se han convertido en espacios prominentes de contagio y difusión de covid-19. En vista de esto, el presente estudio ofrece argumentos que ayudan en la construcción y evaluación preliminar de tres hipótesis: 1) la estructura urbana y la organización de las ciudades interfieren en la tasa de distancia social y, por lo tanto, en la tasa de contagio de la enfermedad; 2) en las ciudades, la forma en que se estructura el sistema de transporte colectivo de personas juega un papel importante en el ritmo de difusión de la covid-19; 3) la pandemia y las prácticas de distancia física y social alteran los patrones de movilidad intraurbana. Los datos nacionales y regionales disponibles de organismos oficiales y otros estudios empíricos sobre covid-19 se analizan a la luz de los estudios teóricos sobre movilidad urbana. Luego, utilizando el método inductivo, se hace una asociación de estos datos con los diferentes modelos de ciudad (compacto contra extendido), considerando, en particular, aspectos de la movilidad urbana. Los argumentos desarrollados en este estudio parecen corroborar el tenor central de las hipótesis. Es necesario desarrollar modelos que incorporen otros elementos para avanzar a la recopilación de datos de la pandemia y de otros elementos que permitan la construcción de ciudades más resistentes a los fenómenos como la covid-19.