ABSTRACT
Resumen Este texto discute sobre la psicología social latinoamericana -originariamente conectada con tradiciones críticas de acción social (educación popular, ciencias sociales militantes, filosofía de la liberación)- y la recepción en dicho espacio de paradigmas emergentes vinculados al giro decolonial, las epistemologías del Sur y otras tendencias autonomistas y subalternistas para pensar los procesos de transformación social. Se revisa como dichos movimientos estarían desordenando y revitalizando una disciplina que, en su expresión hegemónica, se encontraba adormecida y cooptada por la institucionalización burocrática y la producción teórica neoliberal para leer e intervenir en el campo social. Para ello, se sitúa el desarrollo histórico de la disciplina en el clima teórico de tres momentos relevantes en la configuración del campo social. Se concluye con algunas observaciones sobre las posibilidades que asoman para pensar lo social-comunitario a la luz de estas epistemes emergentes, pero también algunos problemas/limitaciones a tener en consideración.
Resumo Discute-se a psicologia social comunitária latino-americana - originalmente ligada às tradições críticas da ação social no continente (educação popular, ciências sociais militantes, filosofia da libertação) - e sua recepção nesse espaço de paradigmas emergentes vinculados à virada decolonial, às epistemologias do Sul e suas tendências autonomistas e subalternistas para pensar os processos de transformação social. Revisa como esses movimentos estariam desordenando e revitalizando uma disciplina que, em sua expressão hegemônica, foi cooptada pela institucionalização burocrática e pela produção teórica neoliberal para ler e intervir no campo social. Pelo exposto, o desenvolvimento histórico da disciplina situa-se no clima teórico de três momentos relevantes na configuração do campo social. Conclui com algumas observações sobre as possibilidades que surgem para pensar o social-comunidade à luz dessas epistemes emergentes, mas também sobre problemas/limitações a serem considerados.
Abstract We discuss Latin American Community-Social Psychology - originally connected with critical traditions of social action (popular education, militant social sciences, philosophy of liberation) - and its reception of emerging paradigms linked to the decolonial turn, the epistemologies of the South, and its autonomist and subalternist tendencies to think about the processes of social transformation. We review how these movements would disorder and revitalize a discipline that, in its hegemonic expression, laid dormant and co-opted by bureaucratic institutionalization and neoliberal theoretical production to read and intervene in the social field. For this, we place the historical development of the discipline in the theoretical climate of three relevant moments in the configuration of the social field. We conclude with some observations on the possibilities that seem to think about the social-community in light of these emerging epistemes but also some problems/limitations worthy of consideration.
Resumé Nous discutons de la psychologie sociale communautaire latino-américaine - à l'origine liée aux traditions critiques de l'action sociale (éducation populaire, sciences sociales militantes, philosophie de la libération) - et sa réception dans ledit espace de paradigmes émergents liés au tournant décolonial, aux épistémologies du Sud et ses tendances autonomistes et subalternistes à penser les processus de transformation sociale. Il examine comment ces mouvements perturberaient et revitaliseraient une discipline qui, dans son expression hégémonique, était cooptée par l'institutionnalisation bureaucratique et la production théorique néolibérale pour lire et intervenir dans le champ social. Considérant le précédent, le développement historique de la discipline se situe dans le climat théorique de trois moments pertinents dans la configuration du champ social. Nous concluons par quelques observations sur les possibilités qui apparaissent de penser la social-communauté à la lumière de ces épistémès émergentes, mais aussi sur quelques problèmes/limites à prendre en considération.
Subject(s)
Psychology, Social/history , Social Change , Social Problems , Politics , Knowledge , Latin AmericaABSTRACT
A identidade é um tema de grande relevância política e social na atualidade, seja quando tratamos de movimentos minoritários que buscam reconhecimento e direitos, seja pelo crescimento de movimentos reacionários que se fundam em identidades que excluem a diferença e promovem comportamentos sociais hostis a sujeitos alterizados. No campo psicanalítico, por vezes, se trata a questão identitária como alheia às nossas discussões, utilizando-se o argumento de que trabalhamos com identificações em vez de identidades e encerrando-se, apressadamente, o debate. Com este artigo, pretendemos afirmar a importância do tema da identidade para a psicanálise e discutir, junto aos estudos decoloniais, maneiras de pensar a questão que levem em conta os seus aspectos problemáticos e, ao mesmo tempo, coloquem em evidência modos de relação com as identidades que se direcionam para a relacionalidade e para o enfrentamento dos mecanismos de dominação do mundo contemporâneo. Buscamos, para tanto, tocar nas especificidades dos processos identitários nos contextos marcados pelos efeitos da colonialidade do poder e investigar como as obras freudiana e lacaniana podem fornecer caminhos para pensar a identidade de acordo com o direcionamento proposto por este estudo.
Identity is a highly relevant political and social theme in contemporary times, whether we are discussing minority movements seeking recognition and rights, or the growth of reactionary movements that are founded on identities that exclude difference and promote social behaviors hostile to marginalized subjects. In the psychoanalytic field, the issue of identity is sometimes treated as irrelevant to our discussions, using the argument that we work with identifications instead of identities and hastily ending the debate. With this article, we intend to assert the importance of the theme of identity for psychoanalysis and discuss, together with decolonial studies, ways of thinking about the issue that take into account its problematic aspects while highlighting modes of relationship with identities that are directed towards relationality and confronting the mechanisms of domination in the contemporary world. To this end, we aim to touch on the specificities of identity processes in contexts marked by the effects of the coloniality of power and to investigate how the works of Freud and Lacan can provide pathways for thinking about identity in accordance with the direction proposed by this study.
La identidad es un tema de gran relevancia política y social en la actualidad, ya sea cuando tratamos de movimientos minoritarios que buscan reconocimiento y derechos, o por el crecimiento de movimientos reaccionarios que se basan en identidades que excluyen la diferencia y promueven comportamientos sociales hostiles hacia sujetos alterizados. En el campo psicoanalítico, a veces se trata la cuestión de la identidad como ajena a nuestras discusiones, utilizando el argumento de que trabajamos con identificaciones en lugar de identidades y cerrando el debate precipitadamente. Con este artículo, pretendemos afirmar la importancia del tema de la identidad para el psicoanálisis y discutir, junto con los estudios decoloniales, maneras de pensar la cuestión que tengan en cuenta sus aspectos problemáticos y, al mismo tiempo, pongan en evidencia modos de relación con las identidades que se dirigen hacia la relacionalidad y hacia el enfrentamiento de los mecanismos de dominación del mundo contemporáneo. Buscamos abordar las especificidades de los procesos identitarios en los contextos marcados por los efectos de la colonialidad del poder e investigar cómo las obras freudiana y lacaniana pueden proporcionar caminos para pensar la identidad de acuerdo con la orientación propuesta por este estudio.
Subject(s)
Psychoanalysis , Social Identification , ColonialismABSTRACT
Resumo Com o advento da aids, uma articulação discursiva jornalística-biomédica-midiática contribuiu para acentuar a estigmatização sobre determinadas populações implicando uma colonização do HIV em que o vírus atingiria algumas pessoas enquanto outras estariam livres. Através de uma Análise do Discurso Crítica (ADC) realizou-se uma análise de retórica de algumas rupturas e continuidades discursivas nas áreas acadêmica-jurídica-midiática a partir de uma revisão narrativa de literatura (RNL). Os referenciais teóricos, éticos e políticos dos estudos decoloniais foram utilizados para a presente análise por entenderem que a colonialidade se reproduz em uma tripla dimensão: a do poder, do saber e do ser. Estes estudos foram articulados à uma crítica interseccional em que múltiplas formas de discriminação podem se sobrepor e serem experimentadas em intersecção tendo a contextualização sobre o que representou a aids, no Haiti, como eixo central comparativa para análise. Interessou-nos pensar a contribuição dessas perspectivas para lançar algumas provocações às respostas ao HIV/aids numa tentativa de superação de uma visão reducionista propagada por discursos morais e criminalizantes que, ao se posicionarem através de uma suposta neutralidade, dissimulam a interseccionalidade de gênero, classe, raça e sexualidade, levantando barreiras para as políticas e estratégias de promoção da saúde e prevenção ao HIV/aids.
Abstract With the advent of AIDS, a discursive journalistic-biomedical-mediatic articulation contributed to accentuate stigmatization on certain populations, implying a colonization of HIV in which the virus would reach some people while others would be free. Through a Critical Discourse Analysis (CDA), a critical literature review was carried out in some academic-legal-media areas from a narrative literature review (NLR). The theoretical, ethical and political references of decolonial studies were used for the present analysis because they understand that coloniality is reproduced in a triple dimension: that of power, knowledge and being. These studies were linked to an intersectional criticism in which multiple forms of discrimination can overlap and be experienced in intersection having the contextualization about what aids represented, in Haiti, as a comparative central axis for analysis. We were interested in thinking about the contribution of these perspectives to launch some provocations to the responses to HIV/AIDS in an attempt to overcome a reductionist view propagated by moral and criminalizing discourses that, by positioning themselves through supposed neutrality, conceal the intersectionality of gender, class, race and sexuality, raising barriers to health promotion and HIV/AIDS prevention policies and strategies.
ABSTRACT
RESUMO: Levantamos neste trabalho uma questão preliminar à perspectiva ética de uma possível clínica psicanalítica com povos indígenas. Esta questão é tratada em dois planos; através de um reposicionamento dos psicanalistas frente à dimensão hegemônica da branquitude colonial e, por outro, circunscrita a partir das noções da temporalidade em psicanálise; seja por meio da atemporalidade do inconsciente freudiano, seja pelo manejo inédito do tempo lógico introduzido por Lacan. Avançamos perguntando sobre o estatuto do inconsciente experienciado pelo compartilhamento coletivo dos sonhos por diferentes etnias indígenas e, em paralelo, por meio da leitura do extermínio e apagamento da língua, da cultura e dos sujeitos indígenas, autênticos donos dessas terras, em uma interpretação da história colonial do país através da repetição presente no famoso slogan: "Brasil; o país do futuro". O que a assertiva de Ailton Krenak - "o futuro é ancestral" - nos ensina em relação à ideia de retomada como possibilidade de um futuro para o Brasil?
ABSTRACT: In this work, we raised a preliminary question regarding the ethical perspective of a possible psychoanalytic clinic with indigenous peoples. This issue is addressed on two levels through a repositioning of psychoanalysts toward the hegemonic dimension of colonial whiteness and, on the other, circumscribed by the notions of temporality in psychoanalysis, whether through the timelessness of the Freudian unconscious or through the unprecedented management of logical time introduced by Lacan. We advance by asking about the status of the unconscious experienced by the collective sharing of dreams by different indigenous ethnicities and, in parallel, through the reading of the extermination and erasure of language, culture, and indigenous subjects, authentic owners of these lands, in an interpretation of the colonial history of the country through the repetition present in the famous slogan: "Brazil; the country of the future". What does Ailton Krenak's statement - "the future is ancestral" - teach us about the idea of recovery as a possibility of a future for Brazil?
Subject(s)
Psychoanalysis , Mental Health , Indigenous Culture , Indigenous PeoplesABSTRACT
Resumo O podcast Femigrantes BR se define como "um espaço de conversa de mulheres feministas e imigrantes pelo mundo". Em maio de 2022, o Femigrantes BR contava com 21 episódios, reunindo histórias de brasileiras que vivem e atuam em diversos países. Na voz das entrevistadas, histórias de vida expandem-se para além do relato pessoal, rico em si mesmo, para conectar-se com estruturas solidamente assentadas como as do racismo e das relações desiguais entre Norte e Sul Global. A partir do objeto e do cenário descritos, procuro investigar qual tem sido a contribuição dos feminismos, enquanto discurso político, para o "empoderamento" dessas mulheres migrantes e analisar como a midiatização do debate feminista reflete na forma como estas atuam na vida pública do país no qual passaram a viver. No esforço para atender a esses pontos, dedico-me a um trabalho imersivo nos meios digitais e, em diálogo com aportes dos estudos feministas da tecnologia, decoloniais, pós-coloniais e da comunicação midiática, intento pensar como ocupação feminista da internet pode potencializar transformações sociais nas estruturas desiguais de gênero e contribuir para desafiar as hierarquias entre Norte e Sul Global.
Resumen El podcast Femigrantes BR se define como "un espacio de conversación de mujeres feministas e inmigrantes por el mundo". En mayo de 2022, Femigrantes BR tuvo 21 episodios, que reunieron historias de mujeres brasileñas que viven y trabajan en varios países. En las voces de las entrevistadas, las historias de vida se expanden más allá del relato personal, rico en sí mismo, para conectarse con estructuras firmemente establecidas como las del racismo y de las relaciones desiguales entre el Norte y el Sur Global. A partir del objeto y el escenario descritos, busco investigar cuál ha sido la contribución de los feminismos, como discurso político, al empoderamiento de estas mujeres migrantes y analizar cómo la cobertura mediática del debate feminista se refleja en la forma de actuar en la vida pública del país en el que ahora viven. En el esfuerzo por atender estos puntos, me dedico a un trabajo de inmersión en los medios digitales y, en diálogo con aportes de los estudios feministas de la tecnología, decoloniales, poscoloniales y de la comunicación mediática, busco pensar cómo la ocupación feminista de la internet puede potenciar transformaciones sociales en las estructuras desiguales de género y contribuir a desafiar las jerarquías entre el Norte y el Sur Global.
Abstract The podcast Femigrantes BR is defined as "a space for conversation among feminist-immigrant women around the world". The podcast had 21 episodes, gathering stories of Brazilian women who live and work in several countries. In the voices of the interviewees, life stories expand beyond the personal account and connect with firmly established structures such as racism and the unequal relations between the Global North and South. Taking that object and scenario, I investigate what has been the contribution of feminisms, as political discourse, to the "empowerment" of those migrant women and analyse how the media coverage of the feminist debate reflects on the way they act in the public life of the country in which they now live. In the effort to attend to these points, I engage in an immersion in digital media and, in dialogue with contributions from feminist media, technology, decolonial, postcolonial studies, I discuss how the feminist occupation of the internet can potentiate social transformations in unequal gender structures and contribute to challenge hierarchies between North and Global South.
Subject(s)
Humans , Female , Feminism , Emigrants and Immigrants , Webcast , Empowerment , Politics , Brazil , Internationality , Social MediaABSTRACT
RESUMEN Los sectores dominantes de la sociedad describen las favelas a partir de definiciones negativas a priori, que han sido cuestionadas por diversos actores colectivos. A partir de una iniciativa conjunta de la comunidad académica y quienes residen en las favelas, se crea el Diccionario de Favelas Marielle Franco como una plataforma en línea que, a través de la construcción colectiva del conocimiento, busca difundir diferentes narrativas sobre estos territorios y sus poblaciones. En este artículo, discutimos cómo se produjeron los acuerdos y divergencias entre el conocimiento de la comunidad académica, activistas y habitantes de barrios marginalizados; y presentamos la trayectoria de la construcción del Diccionario, que busca superar tensiones y así incorporar otros lenguajes y registros capaces de sustentar las producciones y memorias de las favelas.
ABSTRACT: Dominant social groups describe favelas based on negative stereotypes, which are increasingly being challenged by various collective actors. Originating from a collaborative effort carried out by academics and favela residents, the Marielle Franco Favela Dictionary is an online platform that aims to spread alternative narratives regarding these territories and their populations through collective knowledge building. This article discusses the common ground and points of contention regarding the different forms of knowledge held by academics, activists, and favela residents. Furthermore, we reconstruct the trajectory of the Dictionary's creation, and in so doing overcome certain tensions and incorporate other languages and registers able to support the production of memory in favelas.
ABSTRACT
Este trabalho apresenta contribuições ao papel dos profissionais em Psicologia na Atenção Diferenciada à Saúde Indígena, destacando o entre-lugar teórico-prático ocupado junto aos povos Guarani, Kaiowá e Terena, e demonstrando a relação entre a Política Pública de Saúde, com suas exigências normativas e disciplinares, e a ordem cósmica, refletidas nos saberes em Saúde das diferentes figurações sociais e grupos-sujeitos com que trabalhamos. A partir dos diferentes ethos e estilos dos grupos indígenas e não indígenas e suas acepções de saúde, nos deparamos com a complexidade desse cenário-contexto, representada pela multiculturalidade/interculturalidade e pelas relações de poder e saber no cuidado em saúde. Assim, a Psicologia e demais profissões de saúde se veem desafiadas a produzirem uma Atenção à Saúde que cumpra sua função e tenha a eficácia simbólico-material necessária aos povos indígenas. Nesse sentido, a Cartografia como recurso metodológico nos permite acompanhar o processo, adentrar os textos e contextos de produção de Atenção à Saúde Indígena e compreender a emergência do pensamento limiar com a participação dos conhecimentos e saberes indígenas no cuidado em Saúde. A Psicologia Decolonial surge como alternativa, não como uma nova receita de atuação, mas provendo uma orientação teórico-prática que viabiliza a coexistência dos saberes indígenas e não indígenas no cuidado em Saúde. A supervisão das lideranças tradicionais e a entrada na cosmologia e nas epistemologias indígenas se tornam imprescindíveis para a atuação da Psicologia, possibilitando novos enlaces afetivo-intelectuais e políticos no cuidado em Saúde.(AU)
This work presents contributions to the role of professionals in Psychology in Differentiated Indigenous Healthcare, highlighting the theoretical-practical in-between occupied by indigenous people Guarani, Kaiowá, and Terena and demonstrating the relationship between the Public Health Politics, with its normative and disciplinary requirements, and the cosmic order, reflected in the knowledge of Health of the different social representations and subject-groups we work with. From the different ethos and styles of indigenous and non-indigenous groups and their meanings of health, we faced the complexity of this scenario-context, represented by multiculturalism/interculturalism and the relations of power and knowledge in healthcare. With this, the Psychology and other health professions are challenged to produce a Healthcare that fulfills its function and has the symbolic-material effectiveness necessary to the indigenous peoples. In this sense, the Cartography, as a methodological resource, allows us to follow the process, get into the texts and contexts of production in Indigenous Healthcare and understand the emergence of the threshold thought with the participation of indigenous knowledge and wisdom in the Healthcare. The Decolonial Psychology is an alternative, not as a new performance recipe, but as a theoretical-practical guideline that enables the coexistence of indigenous and non-indigenous knowledge in Healthcare. The supervision of traditional leaderships and the entry in the indigenous cosmology and epistemology became indispensable to the performance of Psychology, enabling new affective-intellectual and political links in Healthcare.(AU)
Este trabajo presenta contribuciones al papel de los profesionales en Psicología en la Atención Diferenciada a la Salud Indígena, destacando el entre-lugar teórico-práctico ocupado junto a los pueblos Guaraní, Kaiowá y Terena, y demostrando el tránsito entre la Política Pública de Salud, con sus requisitos normativas y disciplinarias, y el orden cósmico, reflejadas en los saberes en Salud de las diferentes figuraciones sociales y grupos-sujetos con los que trabajamos. Desde los diferentes ethos y estilos de los grupos indígenas y no indígenas y sus acepciones de Salud, nos encontramos con la complejidad de este escenario-contexto representada por la multiculturalidad / interculturalidad y por las relaciones de poder y conocer en el cuidado en Salud. Así, la Psicología y demás profesiones de salud se ven desafiadas a producir una Atención a la Salud que cumpla su función y tenga eficacia simbólico-material necesaria para los pueblos indígenas. En ese sentido, la Cartografía, como recurso metodológico, nos permite acompañar el proceso, adentrar a los textos y contextos de producción de Atención a la Salud Indígena y comprender la emergencia del pensamiento umbral con la participación de los conocimientos y saberes indígenas en el cuidado en Salud. La Psicología Decolonial surge como alternativa, no como una nueva receta de actuación, sino como orientadora teórico-práctica que viabiliza la coexistencia de los saberes indígenas y no indígenas en el cuidado en Salud.(AU)
Subject(s)
Humans , Male , Female , Psychology , Delivery of Health Care , Health of Indigenous Peoples , Cultural Competency , Geographic Mapping , Primary Health Care , Social Values , Sociology , Health Policy, Planning and Management , Colonialism , Cultural Diversity , Knowledge , Worldview , Healthcare Models , Indigenous Peoples , Health Policy , Health Services Research , Mental ProcessesABSTRACT
Esta Autoetnografia colaborativa teve como objetivo compreender a experiência de três estudantes em disciplina de Autoetnografia no programa de pós-graduação na Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais durante o período inicial da pandemia de Covid-19. Para tal, os diários de campo e as produções autoetnográficas dos estudantes - textos, poemas, fotografias, arquivos em áudio e arquivos em vídeo com performances ou dança - foram analisados. Destacaram-se os diversos aspectos terapêuticos e decoloniais que a Autoetnografia oportuniza pelo exercício metacognitivo. A disciplina humanizou o ambiente acadêmico proporcionando interconexão das ciências convencionais com as artes e a cultura. Este trabalho aponta os benefícios da Autoetnografia para a formação de profissionais de saúde críticos e reflexivos, especialmente os farmacêuticos, por promover competências apropriadas ao cuidado centrado na pessoa. (AU)
Esta autoetnografía tuvo el objetivo de comprender la experiencia de tres estudiantes de la asignatura de Autoetnografía en el programa de postgrado en la Facultad de Farmacia de la Universidad Federal de Minas Gerais durante el período inicial de la pandemia de Covid-19. Para ello, se analizaron los diarios de campo y las producciones autoetnográficas de los estudiantes: textos, poemas, fotografías, archivos de audio y archivos de video con performances o danza. Se destacaron los diversos aspectos terapéuticos y decoloniales a los que la Autoetnografía da oportunidad a partir del ejercicio metacognitivo. La asignatura humanizó el ambiente académico, proporcionando interconexión de las ciencias convencionales con las artes y la cultura. Este trabajo señala los beneficios de la Autoetnografía para la formación de profesionales de salud críticos y reflexivos, especialmente los farmacéuticos, por promover competencias apropiadas al cuidado centrado en la persona. (AU)
This collaborative autoethnography aimed to understand the experience of three students in an Autoethnography course in a graduate program at the Minas Gerais Federal University School of Pharmacy during the initial stages of the Covid-19 pandemic. To this end, the students' field journals and autoethnographic data - such as texts, poems, photographs, audio and video files with performances or dance - were analysed. The study highlighted multiple therapeutic and decolonial facets of autoethnography that arise from its metacognitive practice. This course humanized the academic environment, providing interconnectivity of conventional sciences with arts and culture. This research points out the benefits of including autoethnography in the training of health professionals as its critical and reflective features promote cultural and humanistic competences useful to person-centered care, which are very relevant to pharmacists. (AU)
Subject(s)
Humans , Male , Female , Cultural Competency , Self-Directed Learning as Topic , COVID-19 , Anthropology, Cultural/methods , Students , Education, Pharmacy, GraduateABSTRACT
Há 10 anos era proferida e publicada a palestra antinarcísica de Viveiros de Castro. Mais que mera síntese dos pontos centrais de seu perspectivismo ameríndio, o texto é explicitamente um manifesto pela descolonização do pensamento antropológico e, implicitamente, psicanalítico. Aceitando essa provocação, os autores sugerem posicionar o indígena como o estranho familiar brasileiro. Ao longo dos séculos até o presente, nota-se um esforço contínuo de recalcamento dos povos originários como um dos eixos da formação da identidade nacional. Com base nessa hipótese, os autores lançam duas perguntas: quais atributos do indígena desencadeiam tamanho esforço de recalque? Qual a função da psicanálise nessa operação? Para tal investigação, propõem um diálogo entre a antropologia de Viveiros de Castro e o conceito freudiano de Unheimliche. Apoiados nesses alicerces teóricos, argumentam que o Brasil é um país fundado sobre a experiência unheimlich e buscam rastrear esse movimento de prefixação de familiar para infamiliar do indígena brasileiro.
Ten years ago, the anti-narcissistic essay by Viveiros de Castro was published. More than a mere synthesis of the central points of his Amerindian perspectivism, the text is explicitly a manifesto for the decolonization of anthropological and, implicitly, psychoanalytic thinking. Accepting the author's provocation, the present work suggests positioning the indigenous people as the Brazilian uncanny. Over the centuries to the present, the continuous effort to repress the original inhabitants became a cornerstone of the national identity. From this hypothesis, we pose two questions: What attributes of the indigenous people trigger such a repression effort? What is the role of psychoanalysis in this operation? For such investigation, we propose a dialogue between Viveiros de Castro's anthropology and the Freudian concept of Unheimliche. Supported by these theoretical foundations, we will argue that Brazil is a country founded on the unheimlich experience, and we will seek to track this movement of prefixing the Brazilian indigenous people from familiar to uncanny.
Hace diez años se dio y se publicó la conferencia anti narcisista de Viveiros de Castro. Más que una mera síntesis de los puntos centrales de su perspectivismo amerindio, el texto es explícitamente un manifiesto para la descolonización del pensamiento antropológico e, implícitamente, psicoanalítico. Aceptando la provocación del autor, el presente trabajo sugiere posicionar al indígena como el siniestro brasileño. A lo largo de los siglos hasta el presente, ha habido un esfuerzo continuo para reprimir a los pueblos originales como uno de los ejes de la formación de la identidad nacional. Desde esta hipótesis, planteamos nuestra doble pregunta: ¿qué atributos de los pueblos indígenas desencadenan tal esfuerzo de represión? ¿Cuál es el papel del psicoanálisis en esta operación? Para tal investigación, proponemos un diálogo entre la antropología de Viveiros de Castro y el concepto freudiano de Unheimliche. Con el apoyo de estos fundamentos teóricos, argumentaremos que Brasil es un país fundado en la experiencia unheimlich.
Il y a dix ans, la conférence anti-narcissique de Viveiros de Castro a été donnée et publiée. Plus qu'une simple synthèse des points centraux de sa perspective amérindienne, le texte est explicitement un manifeste pour la décolonisation de la pensée anthropologique et, implicitement, psychanalytique. En acceptant la provocation de l'auteur, le présent ouvrage suggère de positionner l'indigène comme l'étrange familier brésilien. Au cours des siècles jusqu'à nos jours, il y a eu un effort continu pour réprimer les peuples originaux comme l'un des axes de la formation de l'identité nationale. À partir de cette hypothèse, nous posons notre double question : quels attributs des indigènes déclenchent un tel effort de répression ? Quel est le rôle de la psychanalyse dans cette opération ? Pour une telle enquête, nous proposons un dialogue entre l'anthropologie de Viveiros de Castro et le concept freudien d'Unheimliche. Soutenus par ces fondements théoriques, nous soutiendrons que le Brésil est un pays fondé sur l'expérience unheimlich.
ABSTRACT
Este trabalho discute sobre algumas das posições que circunscrevem o encontro entre três campos do saber: a Psicologia, a Arteterapia e os feminismos pós-estruturais e decoloniais. O caminho trilhado parte das experiências vividas no grupo de estágio do Curso de Formação em Arteterapia denominado "Entre Mulheres". Diversidade de construções e posicionamentos diante de diferenças/desigualdades eram buscados na construção desse grupo, que contou com a presença de 14 mulheres com idades entre 22 e 50 anos, de distintas classes sociais, moradoras de Recife e da sua região metropolitana, negras e brancas, com diferentes graus de escolaridade. É sobre as experiências de diversidade de desigualdades, a partir das marcas/artes desenhadas e tatuadas nas peles dessas mulheres, que este texto vai tratar, buscando deslocar alguns dos saberes/poderes da Psicologia em seus (des)encontros com as epistemes feministas, e desses dois campos com a Arteterapia como método e epistemologia.
This paper discusses some of the positions and that circumscribe the encounter between three fields of knowledge: Psychology, Art Therapy and post-structural and decolonial feminisms. The path taken starts from the experiences lived in the internship group, from the Art Therapy Training Course, called "Entre Mulheres". Diversity of constructions and positions in the face of differences/inequalities were sought in the construction of this group, which was attended by 14 women aged between 22 and 50 years old, from different social classes, residents of Recife and its metropolitan region, black women and white, with different degrees of education. It is about the experiences of diversity of inequalities, based on the brands/arts designed and tattooed on the skins of these women, that this text will address, seeking to displace some of the knowledge/powers of Psychology in their (dis) encounters with feminists epistemes, and of these two fields with Art Therapy as a method and epistemology.
Este artículo discute algunas de las posiciones que circunscriben el encuentro entre tres campos del conocimiento: Psicología, Terapia de Arte y feminismos post-estructurales y descoloniales. El camino tomado parte de las experiencias vividas en el grupo de pasantías del curso de capacitación en Terapia de Arte llamado "Entre Mulheres". Se buscó diversidad de construcciones y posiciones frente a las diferencias/desigualdades en la construcción de este grupo, al que asistieron 14 mujeres de entre 22 y 50 años, de diferentes clases sociales, residentes de Recife y su región metropolitana, mujeres negras y blancas, con diferentes grados de educación. Se trata de las experiencias de diversidad de desigualdades, basadas en las marcas/artes diseñadas y tatuadas en las pieles de estas mujeres, que este texto abordará, buscando desplazar algunos de los conocimientos/poderes de la Psicología en sus (des) encuentros con epistemes feministas y de estos dos campos con la Terapia de Arte como método y epistemología.
Subject(s)
Humans , Female , Adult , Middle Aged , Young Adult , Art Therapy , Feminism , Psychology, Social , Women/psychologyABSTRACT
Resumo O ensaio epistemológico relaciona criticamente a epidemiologia com a pandemia de COVID-19 enquanto evento social. Explora-se a reflexão filosófica em que Agamben define contemporâneo como quem é capaz de se afastar e enxergar o lado escuro do seu tempo. À luz da crítica decolonial, questionam-se a ideia de "transição epidemiológica", com sua transcendência na teoria dos "determinantes sociais de saúde", e a disposição binarista das varáveis epidemiológicas, como suportes da estruturação quantitativa e biomédica da epidemiologia dos fatores de risco. A pretensão científica de domínio da natureza e o engendramento de um tempo histórico linear e evolutivo, que inicia com a modernidade ocidental, contextualizam os epistemicídios dos saberes populares e a colonização do saber epidemiológico. Historiciza-se a constituição do pensamento crítico decolonial e pontua-se seu potencial para a revelação do caráter estrutural da colonização do saber epidemiológico. Considera-se o futuro pós-pandemia e relacionam-se as ideias de bifurcação, originada de Ilya Prigogine e elaborada por Boaventura de Sousa Santos, e inédito viável, de Paulo Freire com a concepção do tempo como criação e a expectativa de transformação social.
Abstract This paper makes a critical assessment of epidemiology with the COVID-19 pandemic as a social event. It examines the philosophical reflection in which Agamben defines as contemporary those able to stand back to see the dark side of their own era. In the light of decolonial criticism, the concept of "epidemiological transition," with its theory of transcendence of "social determinants of health" and binarism of epidemiological variables as supports of the biomedical and quantitative structuring of the epidemiology of risk factors is queried. The scientific ambition to dominate nature and the engendering of a linear and evolutionary historical time, beginning in western modernity, contextualizes the epistemicides of popular wisdom and the coloniality of epidemiological knowledge. The theoretical constitution of decolonial thought is historically analyzed, highlighting its greater critical potential to reveal the structural colonization of epidemiological knowledge. The post-pandemic future is considered and Prigogine's idea of bifurcation - as elaborated by Sousa Santos - and Paulo Freire's untested feasibility are related with the concept of time as the creation and expectation of social transformation.
Subject(s)
Humans , Pandemics/prevention & control , COVID-19 , Social Conditions , Colonialism , SARS-CoV-2ABSTRACT
Resumo Apesar do incremento de estudos e discussões sobre os povos indígenas no Brasil, a relação da Psicologia, enquanto ciência e profissão, com a temática ainda é pouco abordada nos cursos de graduação e pós-graduação e nas produções acadêmicas. Com o propósito de realizar um balanço sobre a aproximação da produção do conhecimento em Psicologia com a temática indígena, este ensaio buscará apresentar as principais categorias teóricas e analíticas que possam contribuir com o diálogo entre esses dois campos. O método tomou como base a revisão integrativa, em que primeiramente destacamos as principais contribuições teóricas e analíticas acerca da produção acadêmica brasileira sobre os povos indígenas para, em seguida, situarmos a produção científica da Psicologia sobre o tema no Brasil. Ao final, sinalizamos para a importância de se construir um recorte crítico capaz de fortalecer a Psicologia nos estudos sobre os povos indígenas. Também destacamos os estudos pós-coloniais e decoloniais críticos ao eurocentrismo enquanto organizador e regulador da visão de mundo, da história e da concepção de ser humano.(AU)
Abstract Despite the increase in studies and discussions about indigenous peoples in Brazil, the relationship between psychology, as a science and profession, and the subject is still little addressed in undergraduate/postgraduate courses and academic productions. Aiming to assess the approximation of the production of knowledge in Psychology with the indigenous theme, this essay will present the main theoretical and analytical categories that can contribute to the dialogue between these two fields. To this end, this study comprises an integrative review that both highlights the main theoretical and analytical contributions of the Brazilian literature on indigenous peoples and situates the Brazilian scientific production in Psychology on the theme. This research signals the importance of building a critical cutout capable of strengthening Psychology in studies addressing indigenous peoples, stressing post-colonial and decolonial studies criticizing the role of Eurocentrism as an organizer and regulator of worldview, history, and the conception of the human being.(AU)
Resumen A pesar del aumento de los estudios y debates sobre los pueblos indígenas en Brasil, la relación entre la psicología, como ciencia y profesión, y el tema sigue siendo poco abordado en los cursos de grado y posgrado y en las producciones académicas. Con el propósito de hacer un balance sobre la aproximación de la producción de conocimiento en Psicología con el tema indígena, este ensayo se propone presentar las principales categorías teóricas y analíticas que pueden contribuir al diálogo entre estos dos campos. El método se basó en una revisión integradora en la que, en primer lugar, destacamos las principales contribuciones teóricas y analíticas acerca de la producción académica brasileña sobre los pueblos indígenas y, a continuación, situamos la producción científica de la Psicología en Brasil sobre el tema. Al final, señalamos la importancia de construir un recorte crítico capaz de fortalecer la psicología en los estudios sobre los pueblos indígenas. En esta ocasión, destacamos los estudios críticos postcoloniales y decoloniales del eurocentrismo mientras organizador y regulador de la visión del mundo, la historia y la concepción del ser humano.(AU)
Subject(s)
Humans , Psychology , Indians, South American/psychology , Colonialism/history , Indigenous Peoples/history , BrazilABSTRACT
Trata-se de examinar o ensaio O mal-estar na civilização, de Freud (1930), a partir de leituras feministas decoloniais, especialmente da obra Um feminismo decolonial, de Françoise Vergès (2020), e de Memórias da plantação, de Grada Kilomba (2019). Freud diz que há três ameaças feitas à civilização. Uma delas viria de cristãos que desnutriram a vida terrena com suas crenças na vida do além; outra teria sido feita por mulheres sedentas de sexo e de afetos familiares, dois aspectos que disputariam investimento libidinal com a cultura e o âmbito público da vida, espaços exclusivos de homens, únicos verdadeiramente capazes de sublimação; a última seria oriunda de cidadãos europeus simpatizantes dos povos colonizados. Não se trata aqui de julgar Freud anacronicamente por suas posições e elaborações teóricas pautadas em visões alinhadas aos processos de colonização e à misoginia. Apontar esses embaraçosos pontos é interessante hoje apenas na medida em que "ressitua" a psicanálise contemporânea e a coloca em alerta sobre esses lugares um tanto quanto retrógrados em termos civilizatórios. De qualquer maneira, o Moisés de Freud ainda é um texto freudiano que pode fazer frente aos tropeços do velho pai da psicanálise.
It is a question of examining the essay Culture and its Discontents, written by Freud (1930), from a decolonial feminist perspective, especially from Françoise Vergès' (2020) A decolonial feminism and Grada Kilomba's (2019) Memories of plantation. Freud says that there are three threats made to civilization. One would come from Christians who have malnourished earthly life with their beliefs in the hereafter; another would have been made by women thirsty for sex and family affections, two aspects that would dispute libidinal investment with culture and the public sphere of life, spaces exclusive for men, the only ones truly capable of sublimation; the latter would come from European citizens sympathetic to the colonized peoples. It is not a matter of judging Freud anachronically by his positions and theoretical elaborations based on visions aligned with the colonization processes and misogyny. Pointing out these embarrassing points is interesting today only insofar as it re-situates contemporary psychoanalysis and puts it on alert about these places somewhat retrograde in civilizing terms. In any case, Freud's Moses is still a Freudian text that can face the stumbling blocks of the old father of psychoanalysis.
ABSTRACT
Este trabalho apresenta algumas das disputas que vêm sendo travadas a partir da emergência das mulheres como sujeitas políticas na construção da Agroecologia no Brasil. Trata-se de etnografia feminista com a realização de observação participante. Partiu-se da descrição e análise de três cenas ocorridas em distintos encontros de Agroecologia, as quais foram tomadas como disparadores para pensar como se constroem os discursos feministas em relação às narrativas "hegemônicas" no movimento. Os resultados foram analisados à luz das teorias feministas decoloniais e apontam que, apesar de se tratar de um campo que busca desconstruir o paradigma moderno de hierarquização de saberes e práticas, percebe-se que não há um consenso acerca do reconhecimento do protagonismo e dos saberes aportados pelas mulheres. Devido a isso, elas constroem estratégias em diálogo com feminismos plurais e populares, no sentido de visibilizar e politizar suas práticas cotidianas.
This paper presents some of the disputes that have been fought since the emergence of women as subject in the construction of Agroecology in Brazil. This is feminist Ethnography with participant observation. It starts with the description and analysis of three scenes that occurred in different meetings of Agroecology and that were taken as triggers for thinking how feminist discourses are built in relation to the "hegemonic" narratives within the movement. The results were analysed in the light of the postcolonial and feminist theories, and point out that, although it is a field that seeks to deconstruct the modern paradigm of hierarchy of knowledge and practices, there is no consensus on the recognition of the role and knowledge contributed by women. Front of it, women build strategies in dialogue with plural and popular feminisms, in order to visualize and politicize their daily practices.
Este trabajo presenta algunas de las disputas que se han combatido desde el surgimiento de la mujer como sujetas a políticas en la construcción de la agroecología en Brasil. Es etnografía feminista con la realización de la observación participante. Se basó en la descripción y el análisis de tres escenas que ocurrieron en diferentes reuniones de agroecología y fueron tomadas como detonantes para pensar cómo se construyeron los discursos feministas en relación con las narrativas "hegemónicas" dentro del movimiento. Los resultados fueron analizados a la luz de las teorías feministas poscoloniales y señalan que, a pesar de ser un campo que busca deconstruir con el paradigma moderno de jerarquía de conocimiento según el conocimiento y las prácticas, se percibe que no hay consenso sobre el reconocimiento del protagonismo y el conocimiento aportados por las mujeres. En vista de esto, construyen estrategias en diálogo con feminismos plurales y populares, con el fin de visibilizar y politizar sus prácticas diarias.
Subject(s)
Feminism , Sustainable Agriculture , Psychology, Social , Women , Anthropology, CulturalABSTRACT
Este artigo tem como proposta discutir pistas metodológicas para construções coletivas de pesquisas com jovens, afirmando as juventudes como coautoras e pesquisadoras desse processo. A partir de uma experiência de PesquisarCOM Jovens no Trabalho Educativo (TEd) - uma modalidade do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) destinada a jovens de 14 a 18 anos incompletos -, emergiram as seguintes problematizações: como pesquisar junto com as jovens do Trabalho Educativo? Como expressar as intensidades e modos de experimentar as juventudes no Trabalho Educativo por meio de narrativas? Tendo como premissa sugestões dos jovens, foram confeccionados cadernos nos quais são narrados com ilustrações e textos as experiências coletivas e singulares das juventudes do TEd. Depois da produção dos cadernos e das narrativas, notou-se a importância de escutar e valorizar as experiências e os saberes dos jovens na construção das oficinas do TEd, principalmente o módulo de cidadania, para que o serviço não reproduza lógicas colonizadoras, racistas, epistemicidas e violentas.
This article aims to discuss methodological clues for collective construction of research with young people, affirming the youths as co-authors and researches of this process. From an experience of SearchingCOM young people in Educational Work - a modality of the Service of Living and Bonding (SCFV) aimed at young people from 14 to 18 years old incomplete - the following issues emerged: how to research together with young people in Educational Work? How to express the intensities and ways of experiencing youth in educational work through narratives? From the suggestions of the young, notebooks were made in which narratives with illustrations and texts are narrated the collective and singular experiences of the youth of TEd. After the production of notebooks and narratives, it was noted the importance of listening and valuing the experiences and knowledge of young people in the construction of TEd workshops, especially the citizenship module, so that the service does not reproduce colonizing, racist, epistemicidal logics and violent.
Este artículo tiene como objetivo discutir pistas metodológicas para la construcción colectiva de la investigación con los jóvenes, afirmando las juventudes como coautoras e investigadoras de este proceso. A partir de una experiencia de PesquisarCON jóvenes en el Trabajo Educativo - una modalidad del Servicio de Convivencia y Fortalecimiento de Lazos (SCFV) dirigida a jóvenes de 14 a 18 años - surgieron los siguientes problematizaciones: ¿cómo investigar junto con los jóvenes en el Trabajo Educativo? ¿Cómo expresar las intensidades y formas de experimentar la juventud en el trabajo educativo en narrativas? A partir de las sugerencias de los jóvenes, se hicieron cuadernos en los que se narran con ilustraciones y textos sobre las experiencias colectivas y singulares de los jóvenes de TEd. Después de la producción de cuadernos y narrativas, se señaló la importancia de escuchar y valorar las experiencias y el conocimiento de los jóvenes en la construcción de talleres de TEd, especialmente el módulo de ciudadanía, para que el servicio no reproduzca lógicas colonizadoras, racistas, epistemicidas y violentas.
Subject(s)
Age Groups , Psychology, Social , Research , Work , Adolescent , ProjectsABSTRACT
En el artículo se desarrolla una crítica al feminismo decolonial, crítico e intercultural, a partir de una genealogía del género, movimiento y pensamiento feminista. Asumimos el feminismo como una cosmovisión, mediante la cual no fragmentamos el mundo en partes inconexas, sino que lo analizamos desde una mirada holística, compleja y configuracional. Abordamos y problematizamos las principales tendencias del feminismo en el siglo XXI: feminismo intercultural, feminismo crítico y feminismo decolonial. Mediante un proceso deconstructivo-reconfigurativo proponemos la noción de Feminismo Alterativo como una alternativa a las miradas estrechas, limitantes y autocoloniales del feminismo contemporáneo y como una forma "otra" de sentir, conocer, pensar, aprender, hacer y vivir.
This article critiques decolonial, critical, and intercultural feminism based on gender genealogy, the feminist movement and thought. We assume feminism as a worldview through which we do not fragment the world into separate parts but rather analyze it from a holistic, complex, and configurational perspective. We address and problema- tize the main trends of feminism in the 21st century: intercultural feminism, critical feminism, and decolonial feminism. Through a deconstructive-reshaping process, we propose the notion of Alterative Feminism as an alternative to the narrow, limiting, and autocolonial views of contemporary feminism and as "other" way of feeling, knowing, thinking, learning, doing, and living.
ABSTRACT
Buscamos, no presente trabalho, abrir um espaço de interlocução de diferentes campos de saberes - a psicologia analítica, o feminismo decolonial e o feminismo negro - a fim de promover uma reflexão sobre o racismo na sociedade brasileira na atualidade e a importância da área clínica dentro deste contexto. O objetivo é - a partir de questionamentos que atravessaram as nossas práticas - instigar um diálogo para aprofundar de maneira plural o tema e introduzir um modo de pensar interseccional, possibilitando novas narrativas que contemplem olhares múltiplos sobre o fenômeno. Para tanto, o estudo junguiano sobre os complexos culturais demonstrou-se campo frutífero de reflexão crítica dentro da atuação clínica e de ampliação teórica a partir do diálogo transdisciplinar entre diferentes esferas de conhecimento. ■
This work aims to establish an interlocution between different areas of knowledge - analytical psychology, decolonial feminism and black feminism - in order to promote a reflection on racism in the current Brazilian society and the importance of the clinical work within this context. Our purpose is - based on a question that emerged from our practices - to instigate a dialogue to further our comprehension in a more plural way and to introduce an intersectional way of thinking, enabling new narratives that contemplate multiple perspectives on the phenomenon of racism. To this end, the Jungian study on cultural complexes proved to be a fruitful field of critical reflection within clinical practice and theoretical expansion based on the transdisciplinary dialogue between different fields of knowledge. ■
En el presente trabajo, buscamos abrir un espacio para la interlocución de diferentes campos del conocimiento - psicología analítica, feminismo descolonial y feminismo negro - con el fin de promover una reflexión sobre el racismo en la sociedad brasileña actual y la importancia del área clínica en este contexto. El objetivo fue - basado en preguntas que han atravesado nuestras prácticas - instigar un diálogo para profundizar el tema de manera plural e introducir una forma de pensar interseccional, posibilitando nuevas narrativas que contemplen múltiples perspectivas sobre el fenómeno. Por tanto, el estudio junguiano sobre los complejos culturales resultó ser un campo fructífero para la reflexión crítica dentro de la práctica clínica y de expansión teórica basada en el diálogo transdisciplinario entre diferentes esferas del conocimiento. ■
ABSTRACT
A partir de notícias que anunciaram número de assassinatos por intervenção do Estado e óbitos presentes em maioria nos casos de Covid-19 no Brasil, inúmeros artistas disponibilizaram seus ritmos para denunciar o "pacto narcísico da branquitude" e suas engrenagens de silenciamento da violência, tortura e genocídio do povo preto. O presente artigo busca demonstrar a partir de uma perspectiva decolonial como as/os poetas pretas/os explicitam a reinvenção de corpos em meio ao luto cotidiano provocado pela necropolítica. Foram eleitos o "Instagram" e "Youtube" como território-pista, para que fossem analisados alguns dos poemas que compõem esse artigo. As poesias selecionadas foram as que apresentaram maior circulação no dia determinado. Concluímos que o poeta-opositor é um armado em disputa pelo sentido da vida. Suas rimas alcançam todos os cantos, são manifestações calorosas de contramemória, circulando por entre as corporificações que o fazem trafegar na atmosfera do mundo, produzindo subjetividade.
Based on news announcing the number of murders by State intervention and the deaths present in most cases of Covid-19 in Brazil, countless artists made their rhythms available to denounce the "narcissistic whiteness pact" and it's gears of silencing the violence, torture and genocide of the black people. This article seeks to demonstrate from a decolonial perspective, how black poets produce the reinvention of bodies in the midst of the daily mourning caused by the necropolitics. It was elected "Instagram" and "YouTube" as territory-track, so that some of the poems that make up this article could be analyzed. The selected poems were those with the greatest circulation on the given day. We conclude that the opponent-poet is armed in dispute for the meaning of life. Their rhymes reach every corner, they are manifestations of countermemory, they circulate between embodiments that make it traffic on the atmosphere of the world, producing subjectivity.
Subject(s)
Poetry , Activities of Daily Living , RacismABSTRACT
O artigo objetiva analisar a cobertura midiática do desastre socioambiental ocorrido em 2018, em Barcarena, no Pará, e discutir tanto as diferenças entre a duração do desastre (prolongada) e a duração da cobertura (concentrada), quanto os direcionamentos de escuta entre a repercussão de eventos gerados por vozes oficiais/institucionais e a presença/ausência de vozes populares de comunidades e movimentos sociais. Como resultado, apresenta três momentos de análise dos dados coletados em clipping nacional ao longo de oito meses: uma análise quantitativa da frequência da cobertura indicando alcance e duração da visibilidade midiática; um recorte quanti-quali apontando como a mídia agenda e promove enquadramento por meio das fontes acionadas na produção da notícia; e uma análise qualitativa, na perspectiva de colonial, de como aparecem na cobertura do desastre as vozes historicamente silenciadas. Para compreender o desastre como processo, busca-se antes situar o contexto da mineração na Amazônia a partir do aporte da Ecologia Política.
The article aims to analyze the media coverage of the socio-environmental disaster that occurred in 2018, in Barcarena, Pará, and to discuss both the differences between the duration of the disaster (prolonged) and the duration of the coverage (concentrated), as well as the listening directions between the repercussion events generated by official/institutional voices and the presence/absence of popular voices from communities and social movements. As a result, it presents three moments of analysis of data collected in national clipping over eight months: a quantitative analysis of the frequency of coverage indicating reach and duration of media visibility; a quanti-quali cut pointing out how the media schedules and promotes framing through the sources used in the production of the news; a qualitative analysis, in the decolonial perspective, of how historically silenced voices appear in the coverage of the disaster. To understand disaster as a process, we first seek to situate the context of mining in the Amazon from the perspective of Political Ecology.
El artículo tiene como objetivo analizar la cobertura mediática del desastre socioambiental ocurrido en 2018, en Barcarena, en Pará, y discutir tanto las diferencias entre la duración del desastre (prolongada) y la duración de la cobertura (concentrada) en cuanto a los direccionamientos de la escucha entre la repercusión de eventos generados por voces oficiales/institucionales y la presencia/ausencia de voces populares de comunidades y movimientos sociales. Como resultado, presenta tres momentos de análisis de los datos recogidos en clipping nacional a lo largo de ocho meses: un análisis cuantitativo de la frecuencia de la cobertura indicando alcance y duración de la visibilidad mediática; un recorte cuanti-quali señalando cómo los medios de comunicación agenda y promueve encuadre a través de las fuentes impulsadas en la producción de las noticias; y un análisis cualitativo, desde la perspectiva decolonial, de cómo aparecen en la cobertura del desastre las voces históricamente silenciadas. Para entender el desastre como proceso se busca, primero, situar el contexto de la minería en la Amazonía a partir del aporte de la Ecología Política.
Subject(s)
Humans , Industrial Disaster , Environmental Pollution , Environmental Journalism , Environmental Communication , Mining , Brazil , Data Collection , Mass MediaABSTRACT
Resumo A pesquisa partiu das inquietações e questionamentos gerados a partir da escuta realizada aos estudantes negros e negras da Universidade Federal de Pelotas no setting terapêutico de estágios curriculares obrigatórios do curso de psicologia. Seu objetivo é compreender os movimentos de (re)existência de estudantes negros e negras em meio a invisibilidade e o silenciamento impostos pelo racismo na perspectiva de contribuir para uma escuta psicológica qualificada. O referencial teórico-metodológico parte do pensamento crítico descolonial. Trata-se de um estudo qualitativo, cuja produção do material empírico ocorreu em abril de 2019. A construção do corpus de análise se deu a partir da realização de entrevistas abertas, gravadas em áudio e transcritas. Participaram das entrevistas quatro estudantes negros e negras que receberam atendimento psicológico pelo projeto de extensão "Diz Aí". A análise foi organizada em cinco etapas para a identificação de narrativas significativas e que permitiram a sistematização de três eixos temáticos: a) violência racista e produção de subjetividade; b) (re)existência, permanência e enfrentamento ao racismo na universidade; c) o "Diz Aí" como estratégia de (re)existência. A permanência de estudantes negros e negras no espaço universitário está relacionada com as possibilidades de (re)existência e de enfrentamento à violência racista. O encontro entre iguais, a constituição de coletivos negros e a escuta clínica figuram como importantes estratégias para permanecer e existir na universidade, estilhaçando a máscara do silenciamento.
Abstract The choice of the research theme arose from the concerns and questions originated from listening to black students of Federal University of Pelotas in the therapeutic setting of the Psychology Course compulsory curricular internships. This paper analyzes the movements of black student (re)existence amidst the invisibility and silencing imposed by racism so as to contribute to a qualified psychological listening. The theoretical and methodological framework is based on decolonizing critical thinking. This qualitative study used empirical material produced in April 2019. The corpus of analysis selected was recorded and transcribed open interviews applied to four black students who received psychological care by the project 'Diz Aí' (Say It). The analysis was organized in five steps to identify meaningful narratives that further allowed systematization into three thematic axes: (i) Racist violence and production of subjectivity; (ii) (Re)existence, permanence and racism fighting in the university; (iii) The project Say It as a strategy of (re)existence. The permanence of black students in the university space is related to the possibilities of (re)existence and fighting against racist violence. Conversion into equals, the building of black collectives and clinical listening are important strategies that must exist and remain in the university as a way to shatter the silencing mask.
Resumen La elección del tema de la investigación ha partido de las inquietudes y cuestionamientos generados a partir de la escucha realizada a los estudiantes negros y negras de la Universidade Federal de Pelotas en el setting terapéutico de las prácticas curriculares obligatorias del grado de Psicología. Tiene como objetivo comprender los movimientos de (re)existencia de estudiantes negros y negras en medio a la invisibilidad y el silenciamiento impuestos por el racismo, en la expectativa de contribuir a una escucha psicológica calificada. El referente teórico-metodológico parte del pensamiento crítico decolonial. Se trata de un estudio cualitativo, y la recopilación del material se llevó a cabo en abril de 2019. La construcción del corpus de análisis se ha dado a partir de la realización de entrevistas abiertas, grabadas en audio y transcritas. Participaron en las entrevistas cuatro estudiantes negros y negras, que han recibido atendimiento psicológico por el proyecto de extensión "Diz Aí". El análisis ha sido organizado en cinco etapas para identificar narrativas significativas las cuales han permitido la sistematización en tres ejes temáticos: a) Violencia racista y producción de subjetividad; b) (Re)existencia, permanencia y afrontamiento al racismo en la universidad; y c) El "Diz Aí" como estrategia de (re)existencia. La permanencia de estudiantes negros y negras en el espacio universitario está relacionada con las posibilidades de (re)existencia y de afrontamiento a la violencia racista. El encuentro entre iguales, la constitución de colectivos negros y la escucha clínica figuran como importantes estrategias para permanecer y existir en la universidad, destrozando la máscara del silenciamiento.