ABSTRACT
A esclerose lateral amiotrófica (ELA) caracteriza-se por paralisia progressiva, secundária ao comprometimento de neurônios motores inferiores e superiores. Com a evolução da doença observa-se disfunção motora generalizada e insuficiência respiratória, perda progressiva de peso corporal e alterações na ingestão alimentar. O trabalho teve como objetivo avaliar o consumo alimentar, qualitativo e quantitativo, de pacientes com ELA, acompanhados no setor de Doenças Neuromusculares do HC-UNICAMP. Aplicou-se questionário de freqüência de consumo alimentar e o recordatório de 24 horas, em 23 pacientes. Os alimentos mais consumidos diariamente foram óleo (100%), arroz (96%), leite (96%), feijão (91%) e pão francês (74%). Todos os pacientes apresentaram inadequação para energia, fibras, cálcio e vitamina E. Considerando-se a predominância topográfica do comprometimento muscular na doença, foram observadas diferenças significativas entre pacientes predominantemente bulbares e de predomínio apendicular. Nos pacientes com maior envolvimento apendicular houve maior ingestão energética (p=0,02), de gordura saturada (p=0,03), monoinsaturada (p=0,04) e polinsaturada (p=0,001), além de colesterol (p=0,001) e fibras (p=0,001). Os resultados obtidos permitiram conhecer os hábitos alimentares desta população e estimar a ingestão alimentar. Os dados podem ser aplicados no atendimento nutricional, e orientações específicas poderão proporcionar uma alimentação mais adequada.
Amyotrophic lateral sclerosis (ALS) is characterized by progressive paralysis, secondary to the involvement of upper and lower motor neurons. With disease progression there is widespread motor dysfunction and respiratory failure, progressive loss of body weight and changes in food intake. The study aimed to assess food intake, quality and quantity of ALS patients, accompanied in the field of neuromuscular disorders of the HC-UNICAMP. Questionnaire was used for food frequency and recall of 24 hours in 23 patients. The daily food consumption were oil (100%), rice (96%), milk (96%), beans (91%) and French bread (74%). All patients had inadequate energy, fiber, calcium and vitamin E. Considering the prevalence of topographic affected muscle groups, significant differences were found between predominantly bulbar patients and predominantly appendicular. In patients with greater involvement appendicular energy intake was higher (p = 0.02), saturated fat (p = 0.03), monounsaturated (p = 0.04), polyunsaturated fat (p = 0.001), cholesterol (p = 0.001) and fiber (p = 0.001). The results helped to understand the eating habits of this population and to estimate the dietary intake. The data can be applied in the nutritional intervention, and specific guidelines may provide a more appropriate feeding.
La esclerosis lateral amiotrófica (ELA) se caracteriza por parálisis progresiva, secundaria a la implicación de la parte superior e inferior de las neuronas motoras. Con la progresión de la enfermedad existe disfunción motora generalizada e insuficiencia respiratoria, pérdida progresiva de peso corporal y cambios en la ingesta de alimentos. El objetivo del estudio fue evaluar la ingesta de alimentos, la calidad y la cantidad de pacientes de ELA, acompañado en el campo de los trastornos neuromusculares de la HC-UNICAMP. Se utilizó el cuestionario sobre la frecuencia de alimentos y recordatorio de 24 horas en 23 pacientes. El consumo diario de alimentos fueron aceite (100%), arroz (96%), leche (96%), frijol (91%) y pan francés (74%). Todos los pacientes tenían insuficiencia de energía, fibra, calcio y vitamina E. Teniendo en cuenta la prevalencia de la topográfico grupos musculares afectados, se encontraron diferencias significativas entre los pacientes predominantemente bulbar y predominantemente apendicular. En pacientes con afectación apendicular aumento fue mayor ingesta de energía (p = 0,02), grasa saturada (p = 0,03), monoinsaturados (p = 0,04), grasa poliinsaturada (p = 0,001), colesterol (p = 0,001) y fibra (p = 0,001). Los resultados ayudaron a comprender los hábitos alimentarios de esta población y para estimar la ingesta alimentaria. Los datos pueden ser aplicados en la intervención nutricional, y unas directrices específicas pueden proporcionar una alimentación más adecuada.