ABSTRACT
A tumefaçäo do soalho bucal relacionada à glândula sublingual é uma entidade que tem sido pouco enfatizada na literatura e foi descrita inicialmente por Campos, em 1996, como uma hiperplasia da glândula sublingual. Ocorre em pacientes com perda de dentes posteriores inferiores e pode causar problemas na adaptaçäo de próteses totais ou parciais inferiores. O objetivo deste trabalho foi definir as principais alteraçöes microscópicas e a epidemiologia das tumefaçöes do soalho bucal. Foram removidas 24 glândulas sublinguais de 19 pacientes, 15 do gênero feminino e quatro do masculino, com idade variando de 48 a 74 anos e média de 57 anos. A indicaçäo para cirurgia foi o traumatismo sobre a regiäo no soalho bucal ou para possibilitar a adaptaçäo de próteses. O material obtido foi corado com H.E., Tricrômico de Mallory e P.A.S. Das 24 glândulas sublinguais removidas, seis foram consideradas microscopicamente normais, apesar do aspecto clínico alterado. Nas 18 glândulas alteradas, observamos as seguintes alteraçöes: 1) Atrofia acinar e aumento no número de ductos e formaçöes ductiformes. 2) Fibrose intersticial e retençäo de muco intraductal em 17 casos. 3) Discreto infiltrado mononuclear e diminuiçäo do tecido linfóide em 16 casos. 4) Infiltraçäo de tecido adiposo em 15 casos. 5) Oncocitose em cinco glândulas. Ocorrem principalmente em mulheres após a quarta década de vida, sempre associadas com ausência de dentes posteriores inferiores. Sugerimos que as tumefaçöes do soalho bucal em desdentados parciais ou totais sejam consideradas entidade nosológica