ABSTRACT
O viver das crianças portadoras do vírus do HIV é marcado por especificidades que dizem respeito ao estigma, preconceito e silêncio sobre a condição de saúde, os quais interferem na sua participação no processo terapêutico. A partir desta questão, criou-se uma história infantil cuja temática envolve o processo saúde-doença relacionado ao HIV/ aids na infância. O estudo em pauta, de cunho qualitativo, tem o objetivo de analisar de como a história infantil que aborde questões relacionadas ao HIV/aids (uso contínuo de medicação, sigilo, segredo, efeitos colaterais, exames, internações, entre outros) contribui para a compreensão do processo saúde-doença para a criança com HIV. Realizado no ambulatório de pediatria do Hospital Conceição em Porto Alegre/RS, no período entre maio e dezembro de 2011, o estudo contou com cinco crianças participantes, com idades entre sete e 10 anos, e seus cuidadores. Para a coleta de dados utilizou-se a técnica de grupo focal e entrevista. Os dados foram analisados mediante análise temática de conteúdo em que emergiram duas categorias: 1) Identificação com a história e a relação com o processo saúde-doença das quais derivaram as subcategorias: situações do cotidiano, vivências e perspectivas; 2) Compreensão da história e do processo saúde-doença, com suas subcategorias: conhecimentos prévios, apreensão e somando conhecimentos. Os resultados demonstraram que mediante a contação de histórias é possível conversar com as crianças sobre o processo saúde-doença sem revelar o diagnóstico, levando-as a compreenderem esse processo e a importância do tratamento. A interação com a história, por meio de catarse, permitiu a identificação de suas vidas com as das personagens e com seus projetos de vida. Percebeu-se que a história infantil pode ser um dos recursos para auxiliar pais, demais cuidadores, e profissionais da saúde envolvidos com a aids infantil a iniciar ou desencadear o processo de revelação do diagnóstico para a criança.
Subject(s)
Humans , Male , Female , Infant, Newborn , Infant , Child, Preschool , Child , Adolescent , Pediatric Nursing/education , Pediatric Nursing/instrumentation , Pediatric Nursing/methods , Acquired Immunodeficiency Syndrome/nursing , Acquired Immunodeficiency Syndrome/epidemiology , Acquired Immunodeficiency Syndrome/psychology , Acquired Immunodeficiency Syndrome/rehabilitationABSTRACT
Esta pesquisa foi realizada com o intuito de investigar a influência do brinquedo terapêutico, utilizado pela enfermeira, sobre o comportamento de crianças de 3 a 5 anos de idade, recém-hospitalizadas. Foi motivada por um interesse da autora em procurar meios que auxiliem as crianças a enfrentarem a situaçäo de hospitalizaçäo, a qual em geral representa para elas um grande estresse emocional, e que possam ser utilizados no cuidado de enfermagem. As crianças que compuseram a amostra foram divididas em dois grupos de estudo: experimental e controle. Foram feitas duas observaçöes do comportamento de cada uma das crianças. As que compuseram o grupo experimental participaram de uma sessäo individual de brinaquedo terapêutico, junto à enfermeira pesquisadora. Esta sessäo foi realizada entre as duas observaçöes do comportamento da criança. Os comportamentos das crianças foram agrupados e categorizados de acordo com o universo dos comportamentos apresentados por elas mesmas; em seguida realizou-se uma comparaçäo de sua frequência nas duas situaçöes de observaçäo, dentro do mesmo grupo de estudo e entre os dois grupos. Os resultados demonstraram que a maioria das crianças, de ambos os grupos, apresentavam, na primeira observaçäo, grande frequência de repostas comportamentais indicando que: mantinham pouca interaçäo interpessoal; apresentavam grande número de movimentos sem um objetivo aparente; tinham pouca iniciativa e independência em suas açöes; estavam, geralmente tristes; mantinham rápidos contatos visuais e näo reagiam ao que viam; verbalizavam pouco, e em geral näo expressando seus pensamentos de forma completa; näo brincavam e algumas vezes näo respondiam aos estímulos ou solicitaçöes. Na segunda observaçäo, a maioria das crianças do grupo controle manteve os mesmos tipos de respostas comportamentais. As componentes do grupo experimental, ao contrário, apresentaram uma progressäo positiva de seus comportamentos, após terem participado da sessäo de brinquedo terapêutico; observou-se que a maioria delas passou: a manter maior interaçäo com as outras pessoas, inclusive iniciando mais as interaçöes; a se movimentar, principalmente, para realizar alguma açäo com um objetivo aparente, demonstrando iniciativa e independência; a manter contatos visuais demonstrando estarem atentas e reagirem àquilo que viam; a verbalizar expressando seus pensamentos de forma completa; a demonstrar mais alegria; a brincar e a responder sempre aos estímulos ou solicitaçöes que lhe eram feitas. Concluiu-se disto, que o brinquedo terapêutico favoreceu o aparecimento de comportamentos mais compatíveis ao desenvolvimento esperado da criança nesta faixa etária, assim como os considerados de adaptaçäo ou de ego forte, evidenciando, portanto, uma influência positiva do uso desta técnica, no cuidado de enfermagem à criança de 3 a 5 anos de idade, recém-hospitalizada.