ABSTRACT
O racismo estrutural é uma realidade na sociedade brasileira e pode ser manifestado no interior de famílias inter-raciais. As crianças e as pessoas adultas que experienciam sentimentos de aceitação ou de rejeição nas dinâmicas familiares desenvolvem diferentes formas de ver a si mesmas, os outros e o mundo ao redor. Este estudo teve por objetivo avaliar as percepções de suporte emocional, rejeição parental na infância e discriminação cotidiana entre pessoas brancas, pardas e pretas. Participaram 175 pessoas, 80% do gênero feminino, com idade da amostra total variando de 18-39 anos (M = 24; DP = 5,11). Cento e três participantes se identificaram como branca/o, 42, como preta/o e 30, como parda/o. Todos responderam um formulário online composto pela Escala de Lembranças de Práticas Parentais, Escala de Discriminação Cotidiana e questões sociodemográficas. O resultado do teste Manova indicou que não houve diferença estatisticamente significativa entre as pessoas brancas, pardas e pretas em relação ao suporte emocional e à rejeição parental. Quanto à percepção de discriminação, houve diferença estatisticamente significativa nas subescalas de Tratamento Injusto [X²(2) = 17,360; p < 0,001] e Rejeição Pessoal [X²(2) = 27,970; p < 0,001], pessoas pretas apresentaram maiores médias que pardas e brancas, respectivamente. Discute-se a importância de falar sobre racismo nas relações familiares. Espera-se percepções de rejeição parental menor para pessoas brancas e de discriminação cotidiana maior para pardas e pretas.(AU)
Structural racism is a reality in Brazilian society and it can manifest within interracial families. Children and adults who experience feelings of acceptance or rejection in family dynamics develop different forms of seeing themselves, others, and the world around them. This study aimed to analyze perceptions of emotional support, parental rejection in childhood, and everyday discrimination between white, mixed, and black people. The participants were 175 people, 80% women, aged between 18 to 39 years (M = 24; DP = 5.11). A hundred and three participants identified themselves as white, 42 as black, and 30 as mixed. All answered an online form with the Memories on Parenting Practices, Everyday Discrimination Scale, and sociodemographic questions. Results show that the MANOVA test indicated no statistically significant difference between white, black, and mixed people regarding emotional support and parental rejection. Concerning the perception of discrimination, there was a statistically significant difference in the Unfair Treatment [X2(2) = 17.360; p < 0.001] and Personal Rejection [X2(2) = 27.970; p < 0.001] subscales, black people presented higher averages than mixed and white groups, respectively. This study discusses the importance of discussing racism in family relationships. Perceptions of lower parental rejection for white people and higher everyday discrimination for mixed and blacks are expected.(AU)
El racismo estructural es una realidad en la sociedad brasileña y puede manifestarse en familias interraciales. Los niños y los adultos que experimentan sentimientos de aceptación o rechazo en la dinámica familiar desarrollan diferentes formas de verse a sí mismos, a los demás y al mundo que los rodea. Este estudio tuvo como objetivo evaluar las percepciones de apoyo emocional, rechazo de los padres en la infancia y discriminación cotidiana entre personas blancas, mestizas y negras. Participaron 175 personas, 80% mujeres, con una edad de la muestra total de entre 18 y 39 años (M = 24; DE = 5,11). Ciento tres participantes se identificaron como blancos; 42 como negros y 30 como pardos. Todos respondieron un formulario en línea que consta de la Escala de Recuerdo de Prácticas de Crianza, la Escala Discriminación en la Vida Cotidiana y de preguntas sociodemográficas. El resultado de la prueba Manova indicó que no hubo diferencias estadísticamente significativas entre las personas con respecto al apoyo emocional y el rechazo de los padres. En cuanto a la percepción de discriminación, hubo uma diferencia estadísticamente significativa en las subescalas de trato injusto [X2(2) = 17,360; p < 0,001] y rechazo personal [X2(2) = 27,970; p < 0,001], los negros tenían promedios más altos que los pardos y los blancos, respectivamente. Se discute la importancia de hablar de racismo en las relaciones familiares. Se esperan percepciones de menor rechazo de los padres hacia las personas blancas y mayor discriminación diaria hacia los pardos y negros.(AU)
Subject(s)
Humans , Female , Adult , Young Adult , Social Support , Family , Racism , Social Discrimination , Social Status , Psychology , Psychosexual Development , Psychotherapy , Public Policy , Race Relations , Social Change , Social Isolation , Socioeconomic Factors , National Health Strategies , Intergenerational Relations , Domestic Violence , Colonialism , Western World , Affect , Culture , Denial, Psychological , Comprehension , Racial Groups , Ego , Family Conflict , Family Therapy , Enslavement , Psychological Trauma , Social Oppression , Social Privilege , Disgust , HumanitiesABSTRACT
Partindo da psicologia, este texto compõe nosso exercício ético-político de assumir a perspectiva dos povos e de suas organizações, neste caso em específico, da Aty Guasu, movimento étnico-social dos Kaiowá e Guarani de Mato Grosso do Sul. A colonização e expropriação violenta dos territórios tradicionais destes povos, o tekoha guasu, culminou na limitação do modo originário de ser, segundo os princípios cosmológicos, desdobrando-se na precarização da saúde, visível pelos altos índices de desnutrição, suicídio, violência e mortalidade. Com este estudo, visamos descrever e analisar aspectos da dimensão saúde para os Kaiowá e Guarani a partir de suas próprias narrativas. Como estratégia metodológica, realizamos a análise documental de todos os comunicados, em formato de notas, publicados entre 2011 e 2013 no blog do movimento na internet. Também participamos, de 2015 a 2020, de momentos importantes para as comunidades, como as Grandes Assembleias Kaiowá e Guarani, com registros em diário de campo. Esses procedimentos, articulados às produções teóricas da antropologia, psicologia da libertação, estudos decoloniais e anticoloniais, possibilitaram o entendimento da indissociabilidade da saúde indígena dos processos de colonização territorial e intersubjetiva. Nesse sentido, a saúde dos Kaiowá e Guarani, tendo o tekoha como aspecto vital, segundo a cosmopolítica, encontra-se em profundo conflito devido à expropriação, expulsão e confinamento empreendido pelas políticas colonialistas. Portanto, propomos a compreensão do tekoha como indicador da saúde Kaiowá e Guarani e os movimentos de reocupação dos territórios, protagonizados pela organização autônoma das comunidades e sintetizados pela sentença: "terra é vida", como retomada da saúde.(AU)
From the psychology, this text makes up our ethical-political exercise of regarding the perspective of the peoples and their organizations, in this specific case, Aty Guasu, ethnic-social movement of the Kaiowá and Guarani of Mato Grosso do Sul. Colonization and violent expropriation of the traditional territories of these peoples, the tekoha guasu, resulted in limiting the original way of being, according to cosmological principles, unfolding in the precariousness of health, visible from the high rates of malnutrition, suicide, violence, and mortality. With this research, we aim to describe and analyze aspects about the health dimension for the Kaiowá and Guarani from their own narratives. As a methodological strategy, we carry out the Document Analysis of all communications, in the form of notes, published between 2011 and 2013 on the organization's blog on the internet. We also participated, from 2015 to 2020, of important moments for the communities, such as the Highs Assemblies Kaiowá and Guarani, with records in a field diary. These proceedings, articulated with the theoretical productions of anthropology, liberation psychology, decolonial and anticolonial studies, made it possible to understand the inseparability of indigenous health from the processes of territorial and intersubjective colonization. In this sense, the health of the Kaiowá and Guarani, taking the tekoha as a vital aspect, according to cosmopolitics, is in deep conflict due to the expropriation, expulsion, and confinement undertaken by colonialist policies. Therefore, we propose the understanding of the tekoha as an indicator of Kaiowá and Guarani health, and the movements of reoccupation of territories, led by the autonomous organization of communities and synthesized by the sentence: "land is life," as a recovery of health.(AU)
Este texto realiza un ejercicio ético-político desde el aporte de la Psicología al asumir la perspectiva de los pueblos y sus organizaciones, en este caso, de la Aty Guasu, un movimiento étnico y social de los Kaiowá y Guaraní. La colonización y expropiación violenta de los territorios tradicionales de estos pueblos, los tekoa guasu, culminó en la limitación de los modos originarios de ser según los principios cosmopolíticos, que tienen como resultado la precarización de la salud, visibles por los altos índices de desnutrición, suicidio, violencia y mortalidad. En este estudio se busca tejer aproximaciones acerca la dimensión salud para los Kaiowá y Guaraní a partir de sus proprias narrativas. La metodología utilizada realizó un Análisis Documental de todos los anuncios en formato de "notas", publicados en los años 2011 y 2013, en el blog del movimiento en la internet. También hubo participación, de 2015 a 2020, en momentos importantes para las comunidades, tales como en las Gran Asambleas Kaiowá y Guaraní, con registro en diario de campo. Estos procedimientos articulados a las producciones de la Antropología, Psicología de la Liberación, Estudios Decoloniales y Anticoloniales permiten comprender la condición indisociable de la salud indígena en los procesos de colonización territorial e intersubjetiva. En este sentido, la salud de los Kaiowá y Guaraní, por el tekoha ser aspecto vital según la cosmovisión de estos pueblos, se encuentra en profundo conflicto debido a la expropiación, expulsión y confinamiento practicado por las políticas colonialistas. Por lo tanto, comprender el tekoha como indicador de la salud Kaiowá y Guaraní, y los movimientos de reocupación de los territorios, protagonizado por la autonomía de las comunidades, como recuperación de la salud, sintetiza en la sentencia: "tierra es vida".(AU)
Subject(s)
Humans , Male , Female , Psychology , Health , Colonialism , American Indian or Alaska Native , Freedom , Social Problems , Social Sciences , Awareness , Torture , Warfare , Unified Health System , Brazil , Ceremonial Behavior , Health-Disease Process , Mortality , Amazonian Ecosystem , Cooking , Nature , Hazards , Culture , Ozone Depletion , Personal Autonomy , Capitalism , Dehumanization , Agriculture , Economics , Workforce , Ethnology , Equity in Water Access , Agribusiness , Genocide , Enslavement , Xenophobia , Occupied Territories , Empowerment , Freedom of Religion , Food Insecurity , Citizenship , History , Homicide , Linguistics , Malpractice , Medically Underserved AreaABSTRACT
Objetivamos reconstruir, por meio das vozes de mães de jovens negros mortos em ações policiais, a subtração da vida de seus filhos em contínuas políticas que precarizavam suas existências ao negar-lhes direitos básicos e cidadania. Participaram desta pesquisa seis mães. As conversas com elas, após cuidadosa aproximação, se iniciaram com a pergunta disparadora: "Como você gostaria de contar a história do seu filho?". Para subsidiar nossas análises, tomamos como centrais a articulação teórica e política das noções de genocídio negro e de necropolítica. Este artigo evidencia que, entre o nascimento e a interrupção da vida por balas que atravessam o corpo como um alvo predestinado, o racismo constrói trilhos de precarização da vida que a torna cada vez mais abjeta, vulnerável e descartável, conduzindo à morte precoce, ainda que preveníveis, de jovens negros, principalmente, residentes em periferias e favelas. Nesta discussão, fomentamos uma visão menos compartimentalizada das múltiplas políticas genocidas, trazendo para o diálogo outras políticas públicas, para além da segurança pública. Abordamos um continuum de produção e legitimação de mortes de jovens negros, centrando nossas análises nas formas de apagamento social e institucional desses jovens, que ocorreram anteriormente à morte física, de modo a desqualificar suas vidas. Esses processos contribuem para que a política de segurança pública extermine vidas de jovens negros sem causar ampla comoção social, a devida investigação criminal e, portanto, a responsabilização do Estado, pois já eram vidas mutiladas e desumanizadas em suas existências.(AU)
We aim to reconstruct, with the voices of mothers of young black people killed in police actions, the subtraction of their children's lives in continuous policies that undermined their existence by denying them basic rights and citizenship. Six mothers participated in this research. The conversations with them, after a careful approach, began with the triggering question: "How would you like to tell your child's story?". To support our analyses, we take as central the theoretical and political articulation of the notions of black genocide and necropolitics. This article shows that, between the birth and the interruption of life by bullets that pass through the body as a predestined target, racism builds trails of precariousness of life that makes it increasingly more abject, vulnerable, and disposable, leading to premature death, even if preventable, of young black people, mainly, living in suburbs and slums. In this discussion, we foster a less compartmentalized view of multiple genocidal policies, bringing to the dialogue other public policies, in addition to public safety. We approach a continuum of production and legitimization of deaths of young black people, centering our analysis on the forms of social and institutional erasure of these young people, which occurred before physical death, to disqualify their lives. These processes contribute to the public security policy to exterminate the lives of young black people without causing widespread social upheaval, due criminal investigation, and, thus, the accountability of the State, since they were already mutilated and dehumanized lives in their existence.(AU)
El objetivo de este artículo es reconstruir, a través de las voces de las madres de jóvenes negros asesinados en acciones policiales, la sustracción de la vida de sus hijos en políticas continuas que socavaron su existencia al negarles derechos básicos y ciudadanía. Seis madres participaron en esta investigación. Las conversaciones con estas madres, después de un enfoque cuidadoso, comenzaron con la pregunta desencadenante: "¿Cómo le gustaría contar la historia de su hijo?". Para apoyar el análisis, se tomó como eje central la articulación teórica y política de las nociones de genocidio negro y necropolítica. Este artículo muestra que, entre el nacimiento y la interrupción de la vida por balas que atraviesan el cuerpo como fin predestinado, el racismo construye senderos de precariedad de la vida que la hace cada vez más abyecta, vulnerable y desechable, conduciendo a una muerte prematura, incluso prevenible, de jóvenes negros, principalmente, residentes en la periferia y favelas. Esta discusión fomenta una visión menos compartimentada de múltiples políticas genocidas, llevando al diálogo otras políticas públicas, además de la seguridad pública. Se acerca a un continuo de producción y legitimación de muertes de jóvenes negros, centrando el análisis en las formas de borrado social e institucional de estos jóvenes, ocurridas antes de la muerte física, para descalificar sus vidas. Tales procesos contribuyen a la política de seguridad pública para exterminar la vida de los jóvenes negros sin provocar un gran revuelo social, la debida investigación criminal y, en consecuencia, la rendición de cuentas del Estado, pues ya eran vidas cuya existencia era mutilada y deshumanizada.(AU)
Subject(s)
Humans , Female , Public Policy , Women , Adolescent , Racism , Genocide , Prejudice , Psychology , Scapegoating , Social Justice , Social Problems , Social Support , Socioeconomic Factors , Sociology , Violence , Child Labor , Emergency Feeding , Unified Health System , Brazil , Bereavement , Illicit Drugs , Child Advocacy , Nutrition Policy , Colonialism , Statistics , Criminal Law , Hazards , Adolescent Health , Whistleblowing , Dehumanization , Disasters , Educational Status , Employment , Ethics , Fear , Social Stigma , Social Discrimination , Enslavement , Underage Drinking , Help-Seeking Behavior , Political Activism , Academic Failure , Freedom , Disgust , Respect , Empowerment , Social Vulnerability , Citizenship , Homicide , Human Rights , Income , Anger , Loneliness , MothersABSTRACT
Resumo Objetivo refletir sobre as interrelações do cuidado transcultural e as Epistemologias do Sul nas práticas em saúde e Enfermagem. Método trata-se um de estudo reflexivo, com base em uma revisão narrativa da literatura, destacando os conceitos da linha abissal, ecologia dos saberes e descolonização do saber do referencial das Epistemologias do Sul. Resultados após a análise reflexiva do material emergiram três eixos reflexivos, a saber: Populações ao Sul da linha abissal; Ecologia dos saberes e a interculturalidade; e Descolonização do saber nas práticas em saúde e Enfermagem: cuidado culturalmente congruente. Considerações finais e implicações para a prática a valorização da cultura de autocuidado de grupos populacionais vulneráveis ao sul da linha abissal é fundamental para oportunizar a visibilidade e a voz, retirados pelo processo de colonização no campo da saúde, fruto da supervalorização do saber biomédico. Observa-se a necessidade do diálogo entre os conhecimentos para a construção de um ambiente de aprendizagem mútua, caracterizado como ecologia dos saberes. Para isso, é preciso o processo de descolonização na perspectiva do pensamento pós-abissal, com a valorização do saber popular, em prol de um cuidado culturalmente congruente. Por fim, na Enfermagem, o referencial da Teoria da Universalidade e Diversidade do Cuidado Cultural instrumentaliza o enfermeiro para planejar e implementar o cuidado transcultural sensível.
Resumen Objetivo reflexionar sobre las interrelaciones del cuidado transcultural y las Epistemologías del Sur en las prácticas de salud y Enfermería. Método se trata de un estudio reflexivo, a partir de una revisión narrativa de la literatura, destacando los conceptos de la línea abisal, ecología del saber y descolonización del saber en el marco de las Epistemologías del Sur. Resultados luego del análisis reflexivo del material surgieron tres ejes reflexivos, a saber: Poblaciones al sur de la línea abisal; Ecología del conocimiento e interculturalidad; y Descolonización del saber en salud y prácticas de Enfermería: cuidado culturalmente congruente. Consideraciones finales e implicaciones para la práctica la valorización de la cultura del autocuidado de los grupos poblacionales vulnerables al sur de la línea abisal es fundamental para generar espacios de visibilidad y voz sustraídos por el proceso de colonización en el campo de la salud, producto de la sobrevaloración de la biomedicina conocimiento. Hay una necesidad de diálogo entre saberes para construir un ambiente de aprendizaje mutuo, caracterizado como la ecología del saber. Para ello, se necesita el proceso de descolonización desde la perspectiva del pensamiento postabismal, con la valorización del saber popular, en pro del cuidado culturalmente congruente. Finalmente, en Enfermería, el marco de la Teoría de la Universalidad y Diversidad del Cuidado Cultural equipa a los enfermeros para planificar e implementar un cuidado transcultural sensible.
Abstract Objective to reflect on the interrelationships of transcultural care and the Epistemologies of the South of health and Nursing practices. Method this is a reflective study, based on a narrative review of the literature, highlighting the concepts of abyssal line, ecology of knowledge, and decolonization of knowledge from the framework of the Epistemologies of the South. Results after the reflective analysis of the material, three reflexive axes emerged, namely: Populations south of the abyssal line; Ecology of knowledge and interculturality; and Decolonization of knowledge in health and nursing practices: culturally congruent care. Final considerations and implications for practice the appreciation of the self-care culture of vulnerable population groups south of the abyssal line is essential to create opportunities for visibility and voice removed by the colonization process in the health field, as a result of the overvaluation of biomedical knowledge. There is a need for dialogue between knowledge to build an environment of mutual learning, characterized as the ecology of knowledge. For this, the decolonization process is needed from the perspective of post-abyssal thinking, with the appreciation of popular knowledge, in favor of culturally congruent care. Finally, in nursing, the framework of the Theory of Universality and Diversity of Cultural Care equips nurses to plan and implement sensitive transcultural care.
Subject(s)
Humans , Transcultural Nursing , Colonialism , Social Determinants of Health , Cultural DiversityABSTRACT
Neste artigo, discuto as "agências" peculiares atribuídas à criança/infância sob o neoliberalismo como um sintoma de suas crises e antagonismos, com foco também nas lutas práticas e solidariedades que tais análises podem promover e oferecer. Especificamente, o tema deste dossiê se alinha com uma abordagem que denominei "Criança como método", que analisa a dinâmica geopolítica e as interseções performadas e resistidas pelas práticas em torno das crianças e da infância. Começarei delineando pontos de partida para a discussão que se segue, tais como a relação entre a criança e o (neo)liberalismo e a criança como um local de consumo/exposição. Descrevo as maneiras pelas quais a criança, como uma cifra para o sujeito europeu do capitalismo moderno tardio, esteve alinhada com o imperialismo, o colonialismo e o capitalismo racial extrativista como uma leitura particular de "Sua Majestade, o Bebê" de Freud. Em seguida, exploro uma série de posições (inclusive afetivas) de sujeito atribuídas às crianças (que, às vezes, as próprias crianças podem ocupar) como uma expressão dos compromissos da "Criança como método" para mapear como a "criança" reflete e contribui para a dinâmica geopolítica transnacional, no serviço de identificar novas possibilidades e relações subjetivas.
In this article, I discuss the peculiar 'agencies' attributed to the child/childhood under neoliberalism as a symptom of its crises and antagonisms, with a focus also on practical struggles and solidarities such analyses might promote/afford. Specifically, the theme of this Special Issue aligns with an approach I have named 'Child as method', which analyses the geopolitical dynamics and intersections performed and resisted by practices around children and childhood. I will start by outlining key starting points for the discussion that follows, such as the relation between the child and (neo)liberalism, and the child as a site of consumption/display. I outline the ways the child, as a cypher for the modern late capitalist European subject, has been aligned with imperialism, colonialism and extractive racial capitalism as a particular reading of Freud's 'His Majesty the Baby'. Following this, I explore a range of subject (including affective) positions accorded children (which children themselves may sometimes occupy), as an expression of Child as Method's commitments to map how 'child' reflects and contributes to transnational geopolitical dynamics, in the service of identifying new subjective possibilities and relations.
En este artículo, discuto las peculiares "agencias" atribuidas al niño/la infancia en el marco del neoliberalismo como síntoma de sus crisis y antagonismos, centrándome también en las luchas y solidaridades prácticas que tales análisis podrían promover/permitir. En concreto, el tema de este número especial se ajusta a un enfoque que he denominado "El niño como método", que analiza específicamente las dinámicas y intersecciones geopolíticas realizadas y resistidas por las prácticas en torno a los niños y la infancia. Comenzaré esbozando puntos de partida clave para el debate que sigue, como la relación entre el niño y el (neo)liberalismo, y el niño como lugar de consumo/exhibición. Describo las formas en que el niño, como una cifra para el sujeto europeo del capitalismo tardío moderno, ha sido alineado con el imperialismo, el colonialismo y el capitalismo racial extractivo como una lectura particular de 'Su Majestad el Bebé' de Freud. A continuación, exploro una variedad de posiciones de sujeto (incluidas las afectivas) otorgadas a los niños (que los propios niños a veces pueden ocupar), como una expresión de los compromisos de Child as Method para mapear cómo el 'niño' refleja y contribuye a la dinámica geopolítica transnacional, al servicio de identificar nuevas posibilidades y relaciones subjetivas.
Subject(s)
Humans , Child , Politics , Psychology , Colonialism , Capitalism , NarcissismABSTRACT
In this article, I discuss the peculiar 'agencies' attributed to the child/childhood under neoliberalism as a symptom of its crises and antagonisms, with a focus also on practical struggles and solidarities such analyses might promote/afford. Specifically, the theme of this Special Issue aligns with an approach I have named 'Child as method', which analyses the geopolitical dynamics and intersections performed and resisted by practices around children and childhood. I will start by outlining key starting points for the discussion that follows, such as the relation between the child and (neo)liberalism, and the child as a site of consumption/display. I outline the ways the child, as a cypher for the modern late capitalist European subject, has been aligned with imperialism, colonialism and extractive racial capitalism as a particular reading of Freud's 'His Majesty the Baby'. Following this, I explore a range of subject (including affective) positions accorded children (which children themselves may sometimes occupy), as an expression of Child as Method's commitments to map how 'child' reflects and contributes to transnational geopolitical dynamics, in the service of identifying new subjective possibilities and relations.
Neste artigo, discuto as "agências" peculiares atribuídas à criança/infância sob o neoliberalismo como um sintoma de suas crises e antagonismos, com foco também nas lutas práticas e solidariedades que tais análises podem promover/oferecer. Especificamente, o tema deste dossiê se alinha com uma abordagem que denominei "Criança como método", que analisa a dinâmica geopolítica e as interseções performadas e resistidas pelas práticas em torno das crianças e da infância. Começarei delineando pontos de partida para a discussão que se segue, tais como a relação entre a criança e o (neo)liberalismo e a criança como um local de consumo/exposição. Descrevo as maneiras pelas quais a criança, como uma cifra para o sujeito europeu do capitalismo moderno tardio, esteve alinhada com o imperialismo, o colonialismo e o capitalismo racial extrativista como uma leitura particular de "Sua Majestade, o Bebê" de Freud. Em seguida, exploro uma série de posições (inclusive afetivas) de sujeito atribuídas às crianças (que às vezes as próprias crianças podem ocupar) como uma expressão dos compromissos da "Criança como método" para mapear como a "criança" reflete e contribui para a dinâmica geopolítica transnacional, no serviço de identificar novas possibilidades e relações subjetivas.
En este artículo, discuto las peculiares "agencias" atribuidas al niño/la infancia en el marco del neoliberalismo como síntoma de sus crisis y antagonismos, centrándome también en las luchas y solidaridades prácticas que tales análisis podrían promover/permitir. En concreto, el tema de este número especial se ajusta a un enfoque que he denominado "El niño como método", que analiza específicamente las dinámicas y intersecciones geopolíticas realizadas y resistidas por las prácticas en torno a los niños y la infancia. Comenzaré esbozando puntos de partida clave para el debate que sigue, como la relación entre el niño y el (neo)liberalismo, y el niño como lugar de consumo/exhibición. Describo las formas en que el niño, como una cifra para el sujeto europeo del capitalismo tardío moderno, ha sido alineado con el imperialismo, el colonialismo y el capitalismo racial extractivo como una lectura particular de 'Su Majestad el Bebé' de Freud. A continuación, exploro una variedad de posiciones de sujeto (incluidas las afectivas) otorgadas a los niños (que los propios niños a veces pueden ocupar), como una expresión de los compromisos de Child as Method para mapear cómo el 'niño' refleja y contribuye a la dinámica geopolítica transnacional, al servicio de identificar nuevas posibilidades y relaciones subjetivas.
Subject(s)
Humans , Child , Politics , Psychology , Colonialism , Capitalism , NarcissismABSTRACT
A relação entre racismo, subjetividade e o trauma colonial tem, cada vez mais, ocupado os debates no campo dos estudos e pesquisas em Psicologia. Este artigo tem como foco os processos de subjetivação, levando em consideração a relação entre racismo, gênero e o trauma colonial, bem como as agências possíveis que emergem nas vidas das mulheres negras ativistas. Adotando a interseccionalidade enquanto lente epistemológica e metodológica negra, os discursos e práticas de mulheres que fazem parte do Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro assumem aqui o protagonismo, compondo um espaço perpassado por agências políticas de re-existência e reivindicação de falas, escutas e ações de mulheres negras. Pode-se considerar, a partir da atuação no Fórum, que a consciência e a participação em uma instituição coletiva política feminina negra atuam como forças impulsionadoras, tanto em espaços públicos, pressionando o poder do Estado, quanto formando as mulheres negras nos/para espaços microcapilares e cotidianos. Foi possível perceber como a agência das mulheres negras possibilita formas de devolver o trauma colonial ao mundo através de uma mística quilombola coletiva pelo bem viver.
The relationship between racism, subjectivity and colonial trauma has increasingly been debated in the field of studies and research in Psychology. This paper focuses on the processes of subjectivation, taking into account the relationship between racism, gender, and colonial trauma, as well as the possible agencies that emerge in the lives of black women activists. We adopt intersectionality as a black epistemological and methodological lens. The discourses and practices of women who are part of the State Forum of Black Women of Rio de Janeiro assume the leading role in this study, creating a space permeated by political agencies of re-existence and demand for black women's voices, listening, and actions. It can be considered, from the performance in the forum, that consciousness and participation in a collective black female political institution act as a driving force both in public spaces, as pressure on the power of the State, as well as preparing black women for microcapillary and everyday spaces. Therefore, it was possible to perceive how the agency of black women can return the colonial trauma to the world through a collective mystic quilombola for "good living".
La relación entre racismo, subjetividad y trauma colonial ha ocupado cada vez más los debates dentro del campo de estudios y investigaciones en Psicologia. Este artículo tiene por foco los procesos de subjetivación, tomando en cuenta la relación entre racismo, género y trauma colonial, así como las agencias críticas posibles que emergen en la vida de las mujeres negras activistas. Tomando la interseccionalidad como lente epistemológica y metodológica negra, los discursos y prácticas de mujeres que hacen parte del Fórum Estadual de Mujeres Negras de Rio de Janeiro asumen aquí el protagonismo, formando un espacio, permeado por agencia política de re-existencia y reivindicación de palabras, escuchas y acciones de mujeres negras. Se puede considerar a partir de la actuación en el Fórum que la consciencia y participación en una institución colectiva política femenina negra, actúan como fuerzas impulsoras tanto en espacios públicos, presionando el poder del Estado, así como formando mujeres negras en y para espacios microcapilares y cotidianos. Fue posible percibir como la agencia crítica de mujeres negras posibilita formas de devolver el trauma colonial al mundo a través de una mística cimarrona colectiva por el bien vivir.
Subject(s)
Humans , Female , Women , Colonialism , Black People , Racism , Political Activism , Gender Identity , Brazil , Intersectional Framework , Quilombola Communities , Life Change EventsABSTRACT
Este artigo objetiva colocar em evidência o debate acerca da categoria de violência em Fanon, com o objetivo de discutir seu uso também para os estudos de gênero. Faz-se isso a partir da análise de um conceito específico de sua obra e ainda pouco discutido: violência atmosférica. Diante de um número expressivo de produções acadêmicas sobre este autor no Brasil, este trabalho busca contribuir para o debate em torno deste conceito, na direção de percorrer os momentos em que ele é debatido pelo autor e também algumas das reações ao seu pensamento. É possível afirmar que Fanon apresenta uma epistemologia contracolonial da violência e que esse debate é um fio condutor em seus escritos. Como epistemologia, defende-se que o uso da categoria de violência em Fanon possa ser deslocado também ao campo dos estudos de gênero, de modo a compreender as diferentes formas que a violência se objetifica, bem como os contextos em que ela ocorre.
The purpose of this work is to put in evidence the debate around the category of violence by Fanon, with the objective of discussing its need to gender studies, too. We've done it from the analysis of a specific concept of his literary work that it is still little discussed: atmospheric violence. Facing an expressive number of academic works about this author in Brazil, this one looks for contributing with the discussion over this concept, to go through the moments when the subject is debated by the own author and some reactions about his thought. It's possible to affirm that Fanon shows a countercolonial epistemology and that this debate is a connection on his writings. As epistemology we defend that the violence category using by Fanon can be also moved to the gender studies area, in a way to understand the different manners which the violence is objectified as well as those contexts where it occurs.
Este artículo tiene como objetivo mostrar el debate sobre la categoría de violencia en Fanon, con el objetivo de discutir también su uso para los estudios de género. Para ello partimos del análisis de un concepto específico de su obra que es aún poco discutido: la violencia atmosférica. Frente a un número llamativo de producciones académicas sobre este autor en Brasil, este trabajo busca contribuir al debate en torno a este concepto, recurriendo a los momentos en que tal concepto es debatido por el autor y también a algunas de las reacciones a su pensamiento. Es posible afirmar que Fanon desarrolla una epistemología contra colonial de la violencia y que este debate es un hilo conductor en sus escritos. Como epistemología, argumentamos que el uso de la categoría de violencia en Fanon también puede trasladarse al campo de los estudios de género, con el fin de comprender las diferentes formas en que ésta se materializa, así como los contextos en los que se produce.
Subject(s)
Violence , Gender-Based Violence , Gender Identity , ColonialismABSTRACT
O objetivo deste artigo é problematizar as ideias de outro e de diferença. Por meio da exploração do uso do termo diversidade, inicia-se um questionamento sobre qual funcionamento psíquico subjaz à exaltação das pessoas, assim chamadas, diversas. Tomando conceitos das ciências sociais, especialmente as ideias de colonialidade e de heteropatriarcado, articula-se uma possibilidade de compreensão das noções de outro e de diversidade na psicologia analítica. Para isso, resgata-se a proposta de complexo cultural e retoma-se a perspectiva da materialidade do outro, desvelando o caráter narcísico em se observar e escutar o outro a partir de um interesse em si mesmo que permanece oculto.
The aim of this article is to problematize the ideas of the other and of difference. By exploring the use of the term diversity, a questioning begins about what psychic functioning underlies the exaltation of so-called diverse people. Taking concepts from the social sciences, especially the ideas of coloniality and heteropatriarchy, a possibility of understanding the notions of the other and of diversity in analytical psychology is articulated. The theoretical frame of cultural complexes is used for this purpose. The perspective of the materiality of the other is affirmed, thus revealing the narcissistic character of observing and listening to the other from an abstract perspective that only benefits one's own development.
El objetivo de este artículo es problematizar las ideas del otro y de la diferencia. Al explorar el uso del término diversidad, se inicia un cuestionamiento sobre qué funcionamiento psíquico subyace a la exaltación de las personas llamadas diversas. Tomando conceptos de las ciencias sociales, en especial las ideas de colonialidad y heteropatriarcado, se articula una posibilidad de comprensión de las nociones del otro y de la diversidad en la psicología analítica. Para tanto, se rescata la propuesta de un complejo cultural y se retoma la perspectiva de la materialidad del otro, revelando el carácter narcisista en observar y escuchar al otro desde un interés por uno mismo que permanece oculto.
Subject(s)
Humans , Gender Diversity , Psychology , Colonialism , Gender Norms , Family StructureABSTRACT
A partir da teoria dos complexos formulada por Jung este trabalho se propõe a fazer uma interlocução entre os estudos pós-junguianos sobre Complexos Culturais e as teorias decoloniais, utilizando como ponto de intersecção para esse diálogo os artivismos. Entende-se por artivismos toda produção artística que carrega em seu âmago a resistência e a subversão de quaisquer narrativas ou normas que colaborem ou promovam a opressão de um indivíduo e/ou grupo. Esse artigo tem o intuito de trazer a psicologia analítica para a arena dos debates contemporâneos na tentativa de ampliar a discussão entre indivíduo-grupo-sociedade, que podem contribuir para o desenvolvimento da psicologia analítica brasileira.
Based on the theory of complexes formulated by Jung, this work aims to establish a dialogue between post-Jungian studies on Cultural Complexes and decolonial theories, utilizing artivism as an intersection point for this dialogue. Artivism is understood as any artistic production that carries at its core the resistance and subversion of any narratives or norms that collaborate or promote the oppression of an individual and/or group. This article aims to bring analytical psychology to the arena of contemporary debates in an attempt to broaden the discussion between individual-group-society, which can greatly contribute to the development of Brazilian analytical psychology.
A partir de la teoría de los complejos formulada por Jung, este trabajo propone establecer un diálogo entre los estudios pos-junguianos sobre los Complejos Culturales y las teorías decoloniales, utilizando el artivismo como punto de intersección de dicho diálogo. Se entiende por artivismo toda producción artística que lleve en su núcleo la resistencia y subversión de cualesquiera narrativas o normas que coadyuven o promuevan la opresión de un individuo y/o grupo. Este artículo tiene como objetivo traer la psicología analítica a la arena de los debates contemporáneos en un intento de ampliar la discusión entre individuo-grupo-sociedad, que puede contribuir en gran medida al desarrollo de la psicología analítica brasileña.
Subject(s)
Political Activism , Art , Psychology , Colonialism , CultureABSTRACT
Resumo Este ensaio tem como objetivo trazer reflexões acerca das contribuições da terapia ocupacional social com base nos estudos decoloniais latino-americanos, a fim de realizar um giro decolonial na área. O texto toma como hipótese que os debates e os referenciais teóricos e metodológicos constituídos por esse subcampo foram - e são - importantes para um movimento de desobediência epistêmica. Entende-se que a terapia ocupacional social se desenvolve como uma proposta contra-hegemônica dentro de um contexto profissional centralmente pautado em perspectivas anglo-saxônicas, que universalizam a experiência euro-norte-americana fincada em relações hierárquicas de colonialidade. Alguns elementos que evidenciam esse fato dizem respeito a uma práxis terapêutico-ocupacional social pautada nas compreensões dialéticas sobre indivíduo-coletivo e cotidiano-estrutura social. Assim, desenvolvemos esses elementos de maneira mais detalhada nos tópicos: (1) a questão social e o compromisso ético-político: articulador social para decolonizar; (2) descentrando referenciais: conhecimentos outros para decolonizar; (3) entre o macro e microssocial: articulação entre dimensão sócio-histórica e cultural, vida cotidiana e atividade para decolonizar; e (4) ação individual-coletiva e territorial-comunitária: superação de práticas individualizadas e individualizantes para decolonizar. Cabe destacar que a terapia ocupacional social ainda necessita de avanços nessa discussão para ser capaz de adensar esse debate dentro de sua complexidade histórica e contemporânea.
Abstract This essay reflects on the contributions brought about by social occupational therapy based on Latin American decolonial studies for the decolonial turn in the field, arguing that the debates and theoretical and methodological references carried out by this subfield were and are important for an epistemic disobedience. Social occupational therapy establishes itself as a counter-hegemonic proposal within a professional context centered on Anglo-Saxon perspectives, which universalizes the Euro-North American experience based on hierarchical relations of coloniality. Some of its elements refer to a social occupational-therapeutic praxis based on dialectical understandings of individual-collective and everyday life-social structure. Hence, the paper details these elements in the topics: (1) the social question and the ethical-political commitment: social articulator to decolonize; (2) decentering references: other knowledge to decolonize; (3) between the macro and microsocial: articulation between the socio-historical and cultural dimension, daily life and activity to decolonize; and (4) individual-collective and territorial-community action: overcoming individualized and individualizing practices to decolonize. Social occupational therapy still needs to further this discussions to deepen the debate within its historical and contemporary complexity.
Subject(s)
Bioethics , Colonialism , KnowledgeABSTRACT
Este trabalho busca realizar reflexões sobre a psicologia, em seu percurso histórico junto às comunidades e povos tradicionais. Nesse encontro, procura examinar quais impasses, necessidades e giros são necessários para o pensar e fazer de outra psicologia, uma que se encontre com outras epistemologias e ontologias enraizadas e ancestralmente vividas na América Latina. Para isso, é imperioso compreender os alicerces de fixação modernos e coloniais em que a psicologia se forjou, enquanto uma ciência racionalista, supostamente abstrata e universal, que expressa em sua prática o exercício das colonialidades do saber e do ser, na colonização da subjetividade. O encontro com os povos tradicionais exige da psicologia uma revisitação a seus fundamentos e um giro de(s)colonial ao encontro das reexistências e resistências dessas comunidades, em seus mais de 522 anos de lutas. Ao se deparar com a realidade de conhecimentos, desafios históricos e perspectivas dos povos tradicionais, é possível afirmar que a psicologia se vê diante da necessidade de redefinir seus marcos epistêmicos e políticos.(AU)
This study reflects on psychology in its historical journey with traditional communities and peoples. In this encounter, it seeks to examine what obstacles, needs, and turns are necessary for thinking and doing another psychology, one that meets other ancestral epistemologies and ontologies rooted in Latin America. Such approach requires us to understand the foundations of modern and colonial fixation upon which psychology was forged, as a rationalist, (supposedly) abstract and universal science that expresses in its practice the exercise of the colonialities of knowledge and being, by colonizing subjectivity. From its encounter with traditional peoples, psychology is called upon to revisit its foundations and do a decolonial turn to meet the re-existences and resistances of traditional peoples, in their more than 522 years of struggle. When confronted with the reality of knowledge, historical challenges and perspectives of traditional peoples, psychology is faced with the need to redefine its epistemic and political frameworks.(AU)
Este trabajo busca reflexionar sobre la psicología en su recorrido histórico con las comunidades y pueblos tradicionales. En ese encuentro, pretende analizar qué impases, necesidades y giros son necesarios para pensar y hacer otra psicología, que se encuentre con otras epistemologías y ontologías arraigadas y ancestralmente vividas en América Latina. Para ello, es necesario comprender los fundamentos modernos y coloniales sobre los cuales se forjó la psicología como ciencia racionalista, supuestamente abstracta y universal, y que expresa en su práctica el ejercicio de las colonialidades del saber y del ser en la colonización de la subjetividad. El encuentro con los pueblos tradicionales requiere de la psicología una revisión de sus fundamentos y un giro de(s)colonial para encontrar las reexistencias y resistencias de estos pueblos en sus más de 522 años de lucha. Frente a la realidad de los saberes, desafíos históricos y perspectivas de los pueblos tradicionales, es posible afirmar que la psicología se encuentra ante la necesidad de redefinir sus marcos epistémicos y políticos.(AU)
Subject(s)
Humans , Male , Female , History, 21st Century , Psychology , Science , Career Choice , Thinking , Violence , Work , Colonialism , Western World , Cultural Characteristics , Capitalism , Democracy , Vulnerable Populations , Racism , Indigenous Peoples , Quilombola Communities , Human Rights , Latin AmericaABSTRACT
As origens da Psicologia brasileira se relacionam ao projeto de modernização do país, com que ela contribuiu por meio de uma concepção universal de sujeito e de processos de classificação e categorização, pouco atentos às necessidades da realidade social. No processo de redemocratização do país, condições históricas possibilitaram uma ruptura com essa perspectiva, operada pelo Projeto do Compromisso Social. Este texto apresenta uma reflexão sobre o caminho de construção dessa ruptura e de um projeto ético-político comprometido com a realidade brasileira. Analisa o percurso impulsionado na virada do século XX para o século XXI por meio da atuação de entidades da profissão, notadamente os Conselhos de Psicologia, em articulação com importantes mudanças na atuação das psicólogas. Tal percurso permitiu uma revisão crítica da Psicologia, sendo apresentado em cinco eixos: produção de sujeitos democráticos e defesa da democracia; construção de resistência à alienação e combate ao pensamento colonizado; perspectiva de serviços profissionais comprometidos com a garantia de direitos; aprimoramento da qualidade da prática profissional das psicólogas; e expansão das fronteiras da psicologia. Em cada um, são apresentadas ações, estratégias e projetos que levaram à ampliação e ao reconhecimento social da Psicologia, organizada, democrática, ousada e acessivelmente à maioria da população. Ao mesmo tempo, apresenta desafios para a continuidade desse projeto na realidade atual, apostando que, com 60 anos de regulamentação, a Psicologia é capaz de enfrentar novas questões que se colocam no país por meio da atuação das profissionais que levam adiante o projeto de compromisso social.(AU)
Psychology in Brazil is born alongside the country's modernization project, to which the science contributed by establishing a universal conceptualization of the individual and classification and categorization processes, hardly attentive to social reality. The historical conditions set forth by the country's re-democratization allowed a breaking from this perspective, operated by the Social Commitment Project. This paper reflects on the paths that led to this transformation and the ensuing ethical-political project committed to Brazil's reality. It analyzes the trajectory started in the turn of 20th to the 21st century, led by professional entities, namely the Psychology Councils, along with important changes in the psychologist's work. Such trajectory allowed for a critical review of Psychology in five axes: 1) production of democratic individuals and the defense of democracy; 2) construction of resistance against alienation and the fight against a colonized thought; 3) perspectives of professional services committed to ensuring rights; 4) enhanced quality of the psychologist's professional practice; 5) the broadening of the scope of psychology. For each axis, the text presents actions, strategies, and projects that led to the organized and democratic growth and social acknowledgment of Psychology, becoming accessible to most of the population. But it also points out the challenges for this project's current continuity, believing that with 60 years of regulation, Psychology is capable of facing new issues arising in the country by means of professionals who carry on the social commitment project.(AU)
Los orígenes de la Psicología brasileña están relacionados con el proyecto de modernización del país al que contribuyó a través de una concepción universal del sujeto y de procesos de clasificación y categorización poco atentos a las necesidades de la realidad social. En el proceso de redemocratización del país, las condiciones históricas permitieron romper con esta perspectiva, operada por el Proyecto de Compromiso Social. Este texto presenta una reflexión sobre el camino de construcción de esa ruptura y de un proyecto ético-político comprometido con la realidad brasileña. Se analiza la ruta promovida en la transición del siglo XX al siglo XXI, por medio de la acción de entidades de la profesión, en particular los Consejos de Psicología, en articulación con cambios importantes en la actuación de las psicólogas. Este camino permitió una revisión crítica de la Psicología y se presenta en cinco ejes: producción de sujetos democráticos y defensa de la democracia; construcción de resistencia a la alienación y combate al pensamiento colonizado; perspectiva de servicios profesionales comprometidos con la garantía de derechos; mejora de la calidad de la práctica profesional de las psicólogas; y ampliación de las fronteras de la psicología. El texto plantea desafíos para la continuidad de este proyecto en la realidad actual, apostando que con 60 años de regulación la Psicología esté en condiciones de hacer frente a las nuevas cuestiones que se presentan en el país gracias al trabajo de las profesionales que llevan adelante el proyecto de compromiso social.(AU)
Subject(s)
Humans , Male , Female , History, 20th Century , History, 21st Century , Psychology , Thinking , Democracy , Social Participation , Socioeconomic Rights , Politics , Poverty , Professional Practice , Psychological Tests , Social Control, Formal , Social Values , Socioeconomic Factors , Time , Work , Brazil , Hunger , Classification , Guidelines as Topic , Colonialism , Cultural Diversity , Worldview , Multidimensional Scaling Analysis , Human Rights , Interpersonal Relations , Latin AmericaABSTRACT
Este texto discute a atuação da Psicologia nas Políticas Públicas em nosso país, apontando para a necessidade de desmonte da ainda dominante subjetividade universal e centrada no indivíduo, bem como a possibilidade de resistência entendida como invenção. Para tal, discorre acerca de algumas instituições que devem ser enfrentadas: a colonialidade do poder, a branquitude e a interseccionalidade em diálogo com as ideias de Deleuze e Guattari. O funcionamento macropolítico dessa tríade busca a reprodução de situações de hierarquia, desqualificação e exclusão, mantidas na micropolítica do cotidiano por meio de microfascismos que miniaturizam a necessidade de igualar e julgar. Além dos microfascismos, temos a perspectiva de uma micropolítica ativa que se faz por transversalidade e pelo agenciamento com a diferença. Ao sustentar a imanência dessa macropolítica em micropolíticas, insistimos na indissociabilidade da interioridade/exterioridade e indivíduo/social, para um futuro da Psicologia que sustente a complexidade e a invenção da nossa profissão. Concluímos que é preciso operar para a resistência e invenção convocando o coletivo para fazer uma psicologia brasileira à altura do nosso tempo.(AU)
This paper discusses the role played by Psychology in Brazilian public policies, pointing to the need to dismantle the still dominant universal and individual-centered subjectivity, as well as the possibility of resistance understood as invention. For this purpose, it scrutinizes some institutions that must be confronted: the coloniality of power, whiteness and intersectionality, dialoguing with authors such as Gilles Deleuze and Félix Guattari. The macro-political functioning of this triad seeks to reproduce situations of hierarchy, disqualification, and exclusion, upheld in everyday life micropolitics by micro-fascisms that miniaturize the need to equalize and judge. Beyond these micro-fascisms, we observe an active micropolitics established by transversality and by agencying difference. By upholding the immanence of this macro-politics in micropolitics, we insist on the inseparability of interiority/exteriority and individual/social, for a future Psychology that asserts the complexity and invention of our profession. In conclusion, we must strive for resistance and invention by calling on the collective to make a Brazilian psychology that matches our time.(AU)
Este trabajo discute el papel de la Psicología en las Políticas Públicas en Brasil, señalando la necesidad de desmontar la subjetividad universal e individualista aún dominante, así como la posibilidad de resistencia entendida como invención. Para ello, se plantean algunas instituciones a las que hay que enfrentarse: la colonialidad del poder, la blancura y la interseccionalidad en diálogo con Gilles Deleuze y Félix Guattari. El funcionamiento macropolítico de esta tríada busca reproducir situaciones de jerarquía, descalificación y exclusión, mantenidas en la micropolítica de la vida cotidiana a través de microfascismos, que miniaturizan la necesidad de igualar y juzgar. Más allá de los microfascismos tenemos la posibilidad de una micropolítica activa que se hace a través de la transversalidad y de la agencia con la diferencia. Al sostener la inmanencia de esta macropolítica con la micropolítica, insistimos en la inseparabilidad de la interioridad/exterioridad y de lo individual/social hacia un futuro de la Psicología que sostenga la complejidad y la invención de nuestra profesión. Concluimos que es necesario operar para la resistencia y la invención convocando al colectivo para hacer una psicología brasileña a la altura de nuestro tiempo.(AU)
Subject(s)
Humans , Male , Female , Politics , Psychology , Public Policy , Colonialism , Poverty , Role , Social Support , Socioeconomic Factors , Work , Democracy , Geographic Information Systems , Racial Groups , Ego , Intersectional Framework , Social Vulnerability , Government , IndividuationABSTRACT
Pode a clínica psicológica escutar as subjetividades periféricas? A partir dessa problematização, o presente estudo teórico se propõe a pensar a relação entre clínicas psicológicas e subjetividades periféricas, aquelas vidas que estão afastadas dos diversos centros: políticos, sociais, econômicos, étnico-raciais, de gênero e sexualidades etc. Marcadas por relações de exclusão, opressões e precarizações, as subjetividades periféricas são vistas como produtos de processos de colonização que se atualizam em estratégias mais sofisticadas, investindo além do corpo biológico e alcançando os processos de subjetivação em suas múltiplas faces. Ao mesmo tempo, também são vistas como sujeitas, cujos processos de dessubjetivação dessa produção de território existencial terrificante expressam linhas de resistência crítica e inventiva que contornam um espaço fora do centro não como lugar de sujeição, mas de politização do corpo e afirmação da vida. O estudo aponta para a irrupção da fixidez teórico-metodológica e aposta na invenção de uma clínica que pensa a partir de onde os pés pisam, e da experimentação dos contextos e das vidas que se propõe cuidar, produzindo uma dupla tarefa de descolonização: da psicologia clínica ainda carregada de discursos e práticas colonizantes e das subjetividades que são produtoras e produtos de processos de opressão e exclusão.(AU)
Can psychological clinic listen to peripheral subjectivities? From this problematic, this theoretical study reflects on the relationship between psychological clinics and peripheral subjectivities-lives that are removed from the various centers: political, social, economic, racial-ethnic, gender and sexualities, etc. Marked by exclusion, oppression, and precariousness, peripheral subjectivities are seen as products of colonization processes that are reiterated by more sophisticated strategies, going beyond the biological body and reaching the subjectivation processes in its multiple facets. Simultaneously, they are seen as subjects, whose desubjectivation processes of this terrifying existential territory production express critical and inventive resistances that outline a peri-space not as a place of subjection, but of politicization of the body and affirmation of life. The study argues in favor of dismantling theoretical-methodological fixity and inventing a clinic rooted on experimentation of the contexts and lives it proposes to care for, engendering a double decolonization: of clinical psychology still laden with colonizing discourses and practices and of subjectivities that produce and are products of oppression and exclusion.(AU)
¿Puede la clínica psicológica escuchar las subjetividades periféricas? Desde esta problematización, este estudio se propone pensar la relación entre clínicas psicológicas y subjetividades periféricas, aquellas vidas que están apartadas de todos los centros: políticos, sociales, económicos, étnico-raciales, de género y sexualidades, etc. Marcadas por relaciones de exclusión, opresiones, precarizaciones, estas subjetividades periféricas son producto de los procesos de colonización que se actualizan en estrategias más sofisticadas que, más allá del cuerpo biológico, invisten en los procesos de subjetivación y sus múltiplos rostros. Al mismo tiempo, son agentes cuyos procesos de subjetivación de esta producción de territorio existencial petrificante exprimen líneas de resistencia crítica e inventiva que contornan el margen del centro no como espacio de sujeción, sino como espacio de politización del cuerpo y afirmación de la vida. El estudio realizado apunta a la necesidad de ruptura con los aportes teórico-metodológicos rígidos y apuesta en la invención de una clínica que piensa desde su fundamentación, y de la experimentación de los contextos y vidas que buscan cuidar, lo que produce una doble tarea de descolonización: de la psicología clínica aún marcada por las prácticas de colonialidad y de las subjetividades que son productoras y producto de los procesos de opresión y exclusión.(AU)
Subject(s)
Humans , Male , Female , Psychology, Clinical , Poverty Areas , Colonialism , Ownership , Psychology , Public Policy , Social Isolation , Social Problems , Socioeconomic Factors , Cultural Diversity , Sexuality , Social Investment Projects , Ethics , Racism , Ethnocentrism , Social Oppression , Social Privilege , Respect , Information Avoidance , Systemic RacismABSTRACT
Este trabalho apresenta contribuições ao papel dos profissionais em Psicologia na Atenção Diferenciada à Saúde Indígena, destacando o entre-lugar teórico-prático ocupado junto aos povos Guarani, Kaiowá e Terena, e demonstrando a relação entre a Política Pública de Saúde, com suas exigências normativas e disciplinares, e a ordem cósmica, refletidas nos saberes em Saúde das diferentes figurações sociais e grupos-sujeitos com que trabalhamos. A partir dos diferentes ethos e estilos dos grupos indígenas e não indígenas e suas acepções de saúde, nos deparamos com a complexidade desse cenário-contexto, representada pela multiculturalidade/interculturalidade e pelas relações de poder e saber no cuidado em saúde. Assim, a Psicologia e demais profissões de saúde se veem desafiadas a produzirem uma Atenção à Saúde que cumpra sua função e tenha a eficácia simbólico-material necessária aos povos indígenas. Nesse sentido, a Cartografia como recurso metodológico nos permite acompanhar o processo, adentrar os textos e contextos de produção de Atenção à Saúde Indígena e compreender a emergência do pensamento limiar com a participação dos conhecimentos e saberes indígenas no cuidado em Saúde. A Psicologia Decolonial surge como alternativa, não como uma nova receita de atuação, mas provendo uma orientação teórico-prática que viabiliza a coexistência dos saberes indígenas e não indígenas no cuidado em Saúde. A supervisão das lideranças tradicionais e a entrada na cosmologia e nas epistemologias indígenas se tornam imprescindíveis para a atuação da Psicologia, possibilitando novos enlaces afetivo-intelectuais e políticos no cuidado em Saúde.(AU)
This work presents contributions to the role of professionals in Psychology in Differentiated Indigenous Healthcare, highlighting the theoretical-practical in-between occupied by indigenous people Guarani, Kaiowá, and Terena and demonstrating the relationship between the Public Health Politics, with its normative and disciplinary requirements, and the cosmic order, reflected in the knowledge of Health of the different social representations and subject-groups we work with. From the different ethos and styles of indigenous and non-indigenous groups and their meanings of health, we faced the complexity of this scenario-context, represented by multiculturalism/interculturalism and the relations of power and knowledge in healthcare. With this, the Psychology and other health professions are challenged to produce a Healthcare that fulfills its function and has the symbolic-material effectiveness necessary to the indigenous peoples. In this sense, the Cartography, as a methodological resource, allows us to follow the process, get into the texts and contexts of production in Indigenous Healthcare and understand the emergence of the threshold thought with the participation of indigenous knowledge and wisdom in the Healthcare. The Decolonial Psychology is an alternative, not as a new performance recipe, but as a theoretical-practical guideline that enables the coexistence of indigenous and non-indigenous knowledge in Healthcare. The supervision of traditional leaderships and the entry in the indigenous cosmology and epistemology became indispensable to the performance of Psychology, enabling new affective-intellectual and political links in Healthcare.(AU)
Este trabajo presenta contribuciones al papel de los profesionales en Psicología en la Atención Diferenciada a la Salud Indígena, destacando el entre-lugar teórico-práctico ocupado junto a los pueblos Guaraní, Kaiowá y Terena, y demostrando el tránsito entre la Política Pública de Salud, con sus requisitos normativas y disciplinarias, y el orden cósmico, reflejadas en los saberes en Salud de las diferentes figuraciones sociales y grupos-sujetos con los que trabajamos. Desde los diferentes ethos y estilos de los grupos indígenas y no indígenas y sus acepciones de Salud, nos encontramos con la complejidad de este escenario-contexto representada por la multiculturalidad / interculturalidad y por las relaciones de poder y conocer en el cuidado en Salud. Así, la Psicología y demás profesiones de salud se ven desafiadas a producir una Atención a la Salud que cumpla su función y tenga eficacia simbólico-material necesaria para los pueblos indígenas. En ese sentido, la Cartografía, como recurso metodológico, nos permite acompañar el proceso, adentrar a los textos y contextos de producción de Atención a la Salud Indígena y comprender la emergencia del pensamiento umbral con la participación de los conocimientos y saberes indígenas en el cuidado en Salud. La Psicología Decolonial surge como alternativa, no como una nueva receta de actuación, sino como orientadora teórico-práctica que viabiliza la coexistencia de los saberes indígenas y no indígenas en el cuidado en Salud.(AU)
Subject(s)
Humans , Male , Female , Psychology , Delivery of Health Care , Health of Indigenous Peoples , Cultural Competency , Geographic Mapping , Primary Health Care , Social Values , Sociology , Health Policy, Planning and Management , Colonialism , Cultural Diversity , Knowledge , Worldview , Healthcare Models , Indigenous Peoples , Health Policy , Health Services Research , Mental ProcessesABSTRACT
Nesta dissertação discuto em um diálogo de primeira pessoa com meus semelhantes a presença da colonialidade e do racismo nos espaços democráticos do SUS (Sistema Único de Saúde) Discuto o universalismo europeu presente na saúde coletiva e a existência de uma sociedade amefricana no Brasil, apresenta ações coletivas e a valorização do intelectual periférico na produção de políticas públicas e como a ABADFAL se organiza para superar o racismo ainda presente no SUS e na sociedade brasiliana. Concluo que a colonialidade e o racismo ainda estão presentes na produção intelectual, política e gestão do SUS, ainda havendo a manutenção de populações subalternizadas e que uma ação coletiva tem se apresentado como forma de superar tal estrutura.
In this dissertation, I discuss, in a first-person dialogue with my peers, the presence of coloniality and racism in the democratic spaces of the SUS (Unified Health System). collectives and the valorization of the peripheral intellectual in the production of public policies and how ABADFAL organizes itself to overcome the racism still present in the SUS and in the Brazilian society. I conclude that coloniality and racism are still present in the intellectual, political and management production of the SUS, with the maintenance of subordinate populations and that collective action has been presented as a way to overcome this structure.
Subject(s)
Unified Health System , Colonialism , Community Participation , Racism , Public Policy , BrazilABSTRACT
Este estudo parte de uma pesquisa de cunho qualitativo, objetivando analisar a formação da identidade política ao longo de três gerações de mulheres da comunidade quilombola Cajá dos Negros, situada na zona rural da cidade de Batalha, Alagoas. As participantes da pesquisa foram três moradoras da comunidade (jovem de 18 anos, adulta de 26 anos e uma idosa de 60 anos), que apresentaram, em suas trajetórias, vivências de lutas e enfrentamentos ao sistema de dominação e de busca pelo rompimento de estruturas sociais racistas e sexistas. Para a produção das informações, foram utilizados, como instrumentos, a observação participante, os diários de campo e as entrevistas semiestruturadas. A análise das narrativas e observações registradas foram amparadas no método de análise de conteúdo, mediante o aprofundamento da pré-análise, exploração do material, quando foram construídas duas categorias temáticas: a identidade política quilombola na formação subjetiva de mulheres negras e a expressão da identidade política nas diferentes gerações. Como um espaço comunitário fortalecido, as mulheres focalizadas no estudo são vizinhas, amigas de vida e companheiras de luta, feições que possibilitam os destraves políticos na afirmação de uma identidade coletiva, negra e ancestral. As análises apontam as nuances das produções identitárias elaboradas, as quais se renovam a cada geração, com características singulares a cada uma delas, mas que mantêm em si elaborações de pertencimento, luta e transformação de suas vidas e da comunidade.(AU)
This study is part of a qualitative research aiming to analyze the political identity formation along three generations of women from the Cajá dos Negros quilombola community, located in the rural area of the municipality of Batalha, state of Alagoas. The research participants were three residents of the community (18-year-old, 26-year-old adult, and 60-year-old woman), who experienced struggles and confrontations with the system of domination and the search for the rupture of racist and sexist social structures in their trajectories. To produce information, we used participant observation, field diaries, and semi-structured interviews as instruments. The analysis of the registered narratives and observations were based on the content analysis method, by deepening the pre-analysis, exploring the material, in which two thematic categories were constructed: the quilombola political identity in the subjective formation of black women and the expression of political identity in different generations. As a strengthened community space, the women focused on in the study are neighbors, lifelong friends, and companions in the struggle, features that enable the political unlocking in affirming a collective, black, and ancestral identity. The analyses point to the nuances of the elaborated identity productions, which are renewed by each generation, with unique characteristics to each one of them, but which still maintain elaborations of belonging, struggle, and transformation of their lives and of the community.(AU)
Este estudio es parte de una investigación cualitativa, cuyo objetivo es analizar la formación de identidad política en tres generaciones de mujeres de la comunidad quilombola Cajá dos Negros, ubicada en el área rural de la ciudad de Batalha - AL. Los participantes de la investigación fueron tres residentes de la comunidad (18 años, 26 años, mujer adulta y 60 años), que experimentaron luchas y confrontaciones con el sistema de dominación y la búsqueda de la ruptura de las estructuras sociales racistas y sexistas en sus trayectorias. Para la producción de información, utilizamos la observación participante, los diarios de campo y las entrevistas semiestructuradas como instrumentos. El análisis de las narrativas y observaciones registradas comenzó desde el método de análisis de contenido, a través de la profundización del preanálisis, la exploración del material, en el que se construyeron dos categorías temáticas: la identidad política de Quilombola en la formación subjetiva de las mujeres negras y la expresión de la identidad política en diferentes generaciones. Como un espacio comunitario fortalecido, las mujeres presentadas en el estudio son vecinas, amigas de la vida y compañeras en la lucha, características que permiten el desbloqueo político en la afirmación de una identidad colectiva, negra y ancestral. Los análisis apuntan a los matices de las elaboradas producciones de identidad, que son renovadas por cada generación, con características únicas para cada una de ellas, pero que aún mantienen elaboraciones de pertenencia, lucha y transformación de sus vidas y la comunidad.(AU)
Subject(s)
Humans , Female , Adult , Middle Aged , Young Adult , Politics , Breeding , Ego , Gender Identity , Quilombola Communities , Psychology , Religion , Social Desirability , Societies , Violence , Black or African American , Brazil , Adaptation, Psychological , Ethnicity , Economic Development , Civil Rights , Colonialism , Cultural Diversity , Nature , Feminism , Dehumanization , Racial Groups , Agriculture , Dominance-Subordination , Education , Racism , Sexism , Enslavement , Occupied Territories , Social Oppression , Solidarity , Social Structure , Belonging , History , Human Rights , Memory , AnthropologyABSTRACT
O ensaio epistemológico objetiva informar sobre contribuições das críticas pós-colonial e decolonial para a contextualização do conceito de cultura na Epidemiologia. O pensamento pós-colonial, partindo do questionamento ao imperialismo britânico, e o decolonial, de origem latino-americana, dizem da persistência da colonialidade na cultura e na ciência. Com dimensão simbólica abrangendo sentidos diversos que vão da conservação à mudança e engendram hierarquizações sociais que favorecem a opressão, cultura é conceito polissêmico com trânsito interdisciplinar desde a Antropologia. Delineiam-se no texto perspectiva e forma do olhar, enfatizando-se a opção pelo ensaio; apresenta-se o conceito de cultura; indicam-se nos pensamentos pós-colonial e decolonial relações com a cultura relevantes para a Epidemiologia; aborda-se o uso do conceito na interdisciplinaridade entre Antropologia e Epidemiologia, resgatando-se propostas próximas da reflexão sobre colonização; sintetizam-se potenciais contribuições em apreciação epistêmica sobre Epidemiologia e o conceito de cultura. Amarras colonizadoras, como o sentido de dominação da natureza, a subordinação à biomedicina ocidental, o uso de classificações e variáveis forjadas segundo hierarquizações e oposições binarizadas, a desconsideração dos saberes populares, podem ser expostas pelas críticas pós-colonial e decolonial nas bases da Saúde Coletiva, e especialmente na ordenação teórico-conceitual epidemiológica hegemônica formulada segundo padrões culturais estranhos às realidades locais. As críticas pós-colonial e decolonial podem ser reveladoras da presença de racismos científicos e culturais invisibilizados na Epidemiologia.
This epistemological essay aims to inform about contributions of postcolonial and decolonial criticisms to the contextualization of the concept of culture in Epidemiology. The postcolonial, based on the questioning of the British imperialism, and the decolonial thought, of Latin American origin, reveal the persistence of coloniality in culture and science. Culture with its symbolic dimension encompassing diverse meanings ranging from conservation to change and creating hierarchies that favor oppression is a polysemic concept with interdisciplinary motion since Anthropology studies. The text outlines the perspective and shape of the gaze, emphasizing the essay format: the concept of culture is presented; the relation between post- and decolonial thought and culture are indicated as relevant to epidemiology; the use of the concept is approached in the interdisciplinarity between Anthropology and Epidemiology, reviewing proposals close to the reflection on colonization; and the potential contributions in epistemic appreciation on Epidemiology and the concept of culture are summarized. Colonizing ties as the sense of domination of nature, subordination to Western biomedicine, the use of classifications and variables forged according to binarized hierarchization and oppositions, and the disregard of popular knowledge can be exposed by postcolonial and decolonial criticisms in the bases of Collective Health, and especially in hegemonic theoretical-conceptual epidemiological ordering formulated according to cultural patterns foreign to local realities. Postcolonial and decolonial criticisms can reveal the presence of scientific and cultural racism concealed in Epidemiology.
El ensayo epistemológico pretende informar sobre las aportaciones de las críticas poscoloniales y decoloniales para contextualizar el concepto de cultura en Epidemiología. El pensamiento poscolonial, basado en el cuestionamiento del imperialismo británico, y el pensamiento decolonial, de origen latinoamericano, plantean la persistencia de la colonialidad en la cultura y la ciencia. Con una dimensión simbólica que abarca diversos significados que van desde la conservación hasta el cambio y engendra jerarquías sociales que favorecen la opresión, la cultura es un concepto polisémico con tránsito interdisciplinario desde la Antropología. En el texto se esboza la perspectiva y el modo de mirar, enfatizando la opción por el ensayo; se presenta el concepto de cultura; se señalan las relaciones con la cultura relevantes para la Epidemiología en los pensamientos poscolonial y decolonial; se aborda el uso del concepto en la interdisciplinariedad entre Antropología y Epidemiología, recuperando propuestas cercanas a la reflexión sobre la colonización; se sintetizan los potenciales aportes a la apreciación epistémica sobre la Epidemiología y el concepto de cultura. Los lazos colonizadores -como el sentido de dominación de la naturaleza, la subordinación a la biomedicina occidental, el uso de clasificaciones y variables forjadas según jerarquías y oposiciones binarizadas, y la desconsideración de los saberes populares- pueden ser expuestos por la crítica poscolonial y decolonial en las bases de la Salud Colectiva, más específicamente en el marco teórico-conceptual epidemiológico hegemónico formulado según patrones culturales extraños a las realidades locales. Las críticas postcoloniales y decoloniales pueden revelar la presencia de un racismo científico y cultural invisible en la Epidemiología.