ABSTRACT
Introducción: El bienestar médico ha cobrado relevancia en la atención de la salud, especialmente frente a la "epidemia de burnout". Este estudio se propone evaluar la implementación y efectividad de un programa para mejorar el bienestar del personal de la Unidad Académica de Ginecología y Obstetricia A de la Facultad de Medicina de la Universidad de la República, Uruguay. Método: Se desarrolló un estudio descriptivo siguiendo un modelo lógico de evaluación de programas. Se implementó una estrategia organizacional focalizada en la identificación de factores de estrés y la promoción del bienestar. La intervención incluyó encuestas cualitativas, grupos focales y la conformación de un Equipo de Referentes de Bienestar (ERB), capacitado para guiar el proceso de mejora continua. Resultados: Se identificaron prioridades en las dimensiones de carga laboral y exigencias en el trabajo, eficiencia y recursos, comunidad en el trabajo, cultura organizacional e integración trabajo-vida personal. A lo largo del proceso, se implementaron acciones clave para mejorar el ambiente laboral y la efectividad del equipo. El compromiso de los líderes de la unidad y el trabajo colaborativo con consultores externos fueron fundamentales para el éxito del programa. Discusión: Las intervenciones organizacionales, aunque más complejas, parecen ser más efectivas en la promoción del bienestar. Los cambios alcanzados en esta etapa inicial sugieren un impacto positivo, aunque se requiere un seguimiento a largo plazo para asegurar la sostenibilidad de las mejoras. Conclusiones: La experiencia innovadora presentada ofrece una hoja de ruta para la mejora del bienestar del personal de salud en contextos académicos y asistenciales, destacando la importancia del liderazgo y colaboración en estos procesos.
Introdução: O bem-estar médico ganhou relevância na área da saúde, especialmente face à "epidemia de esgotamento". Este estudo tem como objetivo avaliar a implementação e eficácia de um programa para melhorar o bem-estar do pessoal da Unidade Acadêmica de Ginecologia e Obstetrícia A da Faculdade de Medicina da Universidade da República, Uruguai. Método: Foi desenvolvido um estudo descritivo seguindo um modelo lógico de avaliação de programas. Foi implementada uma estratégia organizacional focada na identificação de fatores de stress e na promoção do bem-estar. A intervenção incluiu pesquisas qualitativas, grupos focais e a formação de uma Equipe de Referência em Bem-Estar (ERB), treinada para orientar o processo de melhoria contínua. Resultados: Foram identificadas prioridades nas dimensões carga de trabalho, recursos, comunidade no trabalho, cultura organizacional e equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Ao longo do processo, foram implementadas ações-chave para melhorar o ambiente de trabalho e a eficácia das equipes. O compromisso dos líderes das unidades e o trabalho colaborativo com consultores externos foram fundamentais para o sucesso do programa. Discussão: As intervenções organizacionais, embora mais complexas, parecem ser mais eficazes na promoção do bem-estar. As mudanças alcançadas nesta fase inicial sugerem um impacto positivo, embora seja necessário um acompanhamento a longo prazo para garantir a sustentabilidade das melhorias. Conclusões: A experiência inovadora apresentada oferece um roteiro para melhorar o bem-estar do pessoal de saúde em contextos académicos e de saúde, destacando a importância da liderança e da colaboração nestes processos.
Introduction: Physician well-being has gained relevance in health care, especially in the face of the "burnout epidemic." This study aims to evaluate the implementation and effectiveness of a program to improve the well-being of the staff of the Academic Unit of Gynecology and Obstetrics A of the Faculty of Medicine of the University of the Republic, Uruguay. Method: A descriptive study was developed following a logical model of program evaluation. An organizational strategy focused on identifying stress factors and promoting well-being was implemented. The intervention included qualitative surveys, focus groups, and the formation of a Well-Being Referent Team (ERB), trained to guide the continuous improvement process. Results: Priorities were identified in the dimensions of workload, resources, community at work, organizational culture, and work-life balance. Throughout the process, key actions were implemented to improve the work environment and team effectiveness. The commitment of unit leaders and collaborative work with external consultants were fundamental to the success of the program. Discussion: Organizational interventions, although more complex, appear to be more effective in promoting well-being. The changes achieved at this initial stage suggest a positive impact, although long-term monitoring is required to ensure the sustainability of improvements. Conclusions: The innovative experience presented offers a roadmap for improving the well-being of health personnel in academic and healthcare contexts, highlighting the importance of leadership and collaboration in these processes.
Subject(s)
Humans , Schools, Medical/organization & administration , Students, Medical/psychology , Occupational Health Program , Burnout, Professional/prevention & control , Education, Graduate , Gynecologists/psychology , Obstetricians/psychology , UruguayABSTRACT
A dengue é uma das arboviroses mais comuns em todo o mundo, com alta prevalência nas Américas, especialmente no Brasil.(1-3) Ela é causada por um grupo de vírus de RNA de cadeia simples, sentido positivo, pertencentes à família Flaviviridae, gênero Flavivirus. (2) Existem quatro sorotipos distintos do vírus da dengue (DENV) DENV 1, 2, 3 e 4 , que compartilham cerca de 65%-70% de semelhança na sequência de nucleotídeos.(4) Ao estudar esses quatro sorotipos, observa-se estreita relação entre DENV1 e DENV3, com homologia de até 78,4% entre eles. Por outro lado, o DENV4 demonstra relação mais distante com os outros três sorotipos.(5) A infecção por DENV normalmente confere imunidade vitalícia à reinfecção com o mesmo sorotipo.(6) Entretanto, a infecção secundária com sorotipos heterólogos ou cepas virulentas aumenta o risco de doença grave.(7) A transmissão da dengue ocorre predominantemente por meio da picada da fêmea do mosquito Aedes spp., sendo o Aedes aegypti e o Aedes albopictus os principais vetores de transmissão em áreas tropicais e subtropicais.(8,9) A transmissão do DENV apresenta variação sazonal, com picos de transmissão da doença no Brasil entre outubro de um ano e maio do ano seguinte.(3) Segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) americano, quase metade da população mundial vive em áreas com risco de dengue. A cada ano, cerca de 400 milhões de pessoas são infectadas pelo DENV. Aproximadamente 100 milhões de indivíduos adoecem e 40 mil morrem por doença grave.(1) A incidência da infecção também pode variar de ano para ano, com aumento da transmissão do DENV em intervalos de três a quatro anos. Nas Américas e no Brasil, em 2017 e 2018, ocorreu redução de mais de 50% dos casos de dengue, após a transmissão epidêmica do vírus da Zika. Entretanto, após 2019, houve aumento do número de casos registrados. Segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (MS), em 2023, foram notificados 1.658.816 casos prováveis de dengue no Brasil, concentrados principalmente na região Sudeste (56,41%), seguida pelas regiões Sul (23,8%) e Centro-Oeste (11,5%). Nesse mesmo ano, foram registradas 1.094 mortes, sendo esse o maior número de mortes dos últimos 20 anos. Os óbitos concentraram-se também no Sudeste, especialmente nos estados de São Paulo (286 mortes) e Minas Gerais (197 mortes).(10) Segundo dados do MS, o Brasil deverá registrar 1.960.460 casos de dengue em 2024, podendo esse número alcançar até 4.225.885 casos. Nas quatro primeiras semanas do ano, o país já contabilizou 217.841 casos prováveis da doença.(11) Este artigo se propõe a revisar alguns conceitos sobre a dengue, com foco no diagnóstico, tratamento e prevenção da doença, bem como em suas especificidades na gestação.
Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , Dengue/diagnosis , Gynecologists , Obstetricians , Pregnancy Complications/virology , Communicable Disease Control/methods , Women's Health/statistics & numerical data , Clinical Laboratory Techniques/methods , Disease PreventionABSTRACT
Objetivo: Identificar o conhecimento dos médicos ginecologistas e obstetras do Paraná sobre o reflexo disfórico da ejeção do leite e seus diagnósticos diferenciais. Métodos: Estudo observacional transversal com médicos ginecologistas e obste- tras associados ao Conselho Regional de Medicina do Paraná. A coleta de dados foi realizada por questionário online compreendendo perguntas de identificação do profissional, tempo de formação, conhecimento e experiência com reflexo disfóri- co da ejeção do leite, dificuldades de diferenciação entre os transtornos mentais puerperais, além da abordagem das questões psicológicas puerperais com as pa- cientes. Os resultados foram expressos por frequências e percentuais. Valores de p menores que 0,05 foram considerados significativos. Resultados: Entre os partici- pantes, 39,1% desconhecem o reflexo disfórico da ejeção do leite. Dos profissionais que já fizeram o diagnóstico, 72,4% apresentaram dificuldade em realizá-lo. Houve acerto majoritário em relação ao momento de ocorrência dos sintomas (90,6%) e tempo de duração (90,6%), mas deficiência no reconhecimento de todos os sin- tomas (3,1%), início das manifestações clínicas (12,6%) e tratamento (44%) pelos profissionais que conhecem o reflexo disfórico da ejeção do leite. Entre os especia- listas, 21,5% sentem-se capazes para diferenciar os três distúrbios e 24,1% têm difi- culdade na diferenciação entre as patologias. Apenas 65,5% dos médicos abordam as dificuldades emocionais na amamentação e, segundo 78,1% dos profissionais, poucas pacientes perguntam ou nunca perguntam sobre essas dificuldades. Con- clusão: O reflexo disfórico da ejeção do leite é uma condição pouco conhecida e confundida com outros transtornos mentais puerperais. É necessária maior divul gação sobre o tema entre os ginecologistas e obstetras, a fim de melhorar a assistência às puérperas, refletindo na persistência da amamentação e seus benefícios.
Objective: To identify the knowledge of gynecologists and obstetricians in Paraná about the dysphoric milk ejection re- flex and its differential diagnosis. Methods: Cross-sectional observational study was conducted with gynecologists and obstetricians associated in the Regional Council of Medicine of Paraná. Data collection was dove through an online question- naire with questions about professional identification, years of experience, knowledge and experience with the dysphoric milk ejection reflex, differentiation puerperal mental disorders difficulties, as well as the approach of postpartum psycholo- gical issues with patients. Results were expressed in frequen- cies and percentages. P values less than 0.05 were considered significant. Results: 39.1% of the participants unknown the dysphoric milk ejection reflex. Among the professionals who had diagnosed dysphoric milk ejection reflex, 72.4% reported difficulties in making the diagnosis. There was a high level of correct answers regarding the timing of symptoms (90.6%) and duration (90.6%), but deficiencies were observed in recognizing all symptoms (3.1%), onset of clinical manifestations (12.6%), and treatment (44%) by professionals who were familiar with dysphoric milk ejection reflex. 21.5% of specialists felt capab- le of differentiating between the three disorders, while 24.1% had difficulty in differentiating between the pathologies. Only 65.5% of doctors approach emotional difficulties in breastfee- ding and, according to 78.1% of professionals, few patients ask or never ask about these difficulties. Conclusion: Dysphoric milk ejection reflex is a condition that is poorly known and of- ten confused with other postpartum mental disorders. Greater awareness about this topic is necessary among gynecologists and obstetricians to improve care for postpartum women, lea- ding to the continuation of breastfeeding and its benefits.
Subject(s)
Humans , Male , Female , Health Knowledge, Attitudes, Practice , Depression, Postpartum/diagnosis , Milk Ejection , Puerperal Disorders/diagnosis , Gynecologists , Obstetricians , Mental Disorders/diagnosisABSTRACT
Transgênero (trans) é um termo que alberga toda a diversidade de gênero. A incongruência de gênero faz parte desse espectro e refere-se à pessoa cuja identidade de gênero é oposta ao sexo que lhe foi atribuído no nascimento. A terapia hormonal de afirmação de gênero, bem como a cirurgia de afirmação de gênero, é necessária para adequar o corpo ao gênero ao qual a pessoa se identifica. Os homens trans necessitam da terapia com testosterona, que visa reduzir as concentrações de estradiol e incrementar a testosterona circulante para níveis fisiológicos masculinos, resultando em masculinização. A mulher trans receberá o estradiol, associado ou não a um antiandrogênico, visando reduzir a testosterona e incrementar o estrogênio para níveis femininos, resultando em feminização. A cirurgia de afirmação de gênero é, frequentemente, requerida para completar as modificações fenotípicas para o homem e a mulher trans. O ginecologista e obstetra tem um papel crucial no provimento de cuidados a essa população. O presente artigo visa sistematizar algumas ações que o ginecologista e obstetra pode oferecer e que têm potencial para melhorar a qualidade de vida dos homens e mulheres trans. (AU)
Transgenero (trans) is an umbrella term that encompasses all gender diversity. Gender Incongruity is part of this spectrum and refers to the person whose gender identity is opposed to the sex assigned to them at birth. Gender-affirming hormone therapy as well as gender-affirming surgery are necessary to adapt the body to the gender to which the person identifies. Trans men require testosterone therapy to reduce estradiol concentrations and increase circulating testosterone to male physiological levels resulting in masculinization. Trans women will receive estradiol associated or not with an antiandrogenic to reduce testosterone and increase estrogen to female levels resulting in feminization. gender-affirming surgery is often required to complete phenotypic modifications for trans men and women. The gynecologist and obstetrician plays a crucial role in to provide care to this population. This article aims to systematize some actions that the gynecologist and obstetrician can offer to improve the quality of life of trans men and women. (AU)
Subject(s)
Humans , Male , Female , Adult , Middle Aged , Delivery of Health Care/ethics , Gynecology , Prostatic Neoplasms/prevention & control , Testosterone/administration & dosage , Breast Neoplasms/prevention & control , Contraception , Reproductive Techniques, Assisted , Estradiol/administration & dosage , Estrogens/administration & dosage , Venous Thromboembolism/prevention & control , Gynecologists , ObstetriciansABSTRACT
Objetivo: Avaliar as atitudes e crenças de pacientes e médicos ginecologistas-obstetras sobre o rastreamento cervical e o exame pélvico no Hospital Universitário de Brasília (HUB). Métodos: Foram realizadas entrevistas com pacientes que aguardavam por uma consulta previamente agendada no ambulatório de ginecologia e com médicos ginecologistas-obstetras que atuavam no HUB. Cada grupo respondeu a um questionário que enfocava a realização do rastreamento cervical e do exame pélvico (EP). Resultados: No total, 387 pacientes responderam ao questionário. Dessas, apenas 4,13% sabiam que, de acordo com as diretrizes brasileiras, o rastreamento cervical deveria ser iniciado aos 25 anos de idade, 5,17% sabiam que ele deveria ser encerrado aos 64 anos e 97,93% esperavam um intervalo menor do que o trienal recomendado. Após serem informadas sobre as diretrizes, 66,93% acreditavam que o início aos 25 anos é tardio, 61,5%, que o encerramento aos 64 anos é precoce, 88,37%, que o intervalo trienal é muito longo e 94,06% ficaram com receio de que problemas de saúde pudessem aparecer nesse intervalo. Dos 44 médicos que responderam ao questionário, embora a maioria concordasse com as diretrizes, somente 31,82%, 38,64% e 34,1% as seguia com relação à frequência, à idade de início e à idade de encerramento, respectivamente. Quanto ao EP, aproximadamente metade dos participantes de cada grupo considerava que o exame deveria ser realizado nas consultas regulares com o ginecologista. Conclusão: Foi observada uma discrepância entre as expectativas das pacientes e as diretrizes para o rastreamento de câncer cervical. A maior parte das pacientes não as conhecia e, quando informadas, não concordava com elas. Quanto aos médicos ginecologistas- obstetras, a maioria não as seguia, apesar de conhecê-las. Quanto ao EP, grande parte dos médicos e pacientes considerava-o importante e acreditava que ele deveria ser realizado de forma rotineira nas consultas ginecológicas.
Objective: Evaluate the attitudes and beliefs of patients and obstetrician-gynecologists about cervical screening and pelvic examination in the University Hospital of Brasília (HUB). Methods: Face-to-face interviews with patients waiting for a previously scheduled consultation at the gynecology outpatient clinics and attending obstetrician-gynecologists at the HUB. Each group answered a questionnaire addressing cervical screening and pelvic examination (PE). Results: 387 patients answered the questionnaire. Of these, only 4.13% were aware that, according to Brazilian guidelines, cervical screening should begin at age 25, 5.17% that it should stop at age 64 and 97.93% expected a shorter interval than the recommended triennial. After being informed of the guidelines, 66.93% believed that starting at age 25 is late, 61.5% that stopping at 64 is early, 88.37% that the triennial interval is too long, and 94.06% would be afraid that health problems could appear during the interval. Of the 44 participating physicians, although most agreed with the guidelines, only 31.82%, 38.64% and 34.1% followed them regarding frequency, starting and stopping age, respectively. As for EP, approximately half of the participants in each group believed that it should be performed in regular consultations with the gynecologist. Conclusion: There was a discrepancy between patients' expectations and cervical screening guidelines. Most patients didn't know and, when informed, didn't agree with them. As for Ob-Gyn physicians, most did not follow these guidelines, despite knowing them. As for pelvic exam, most physicians and patients considered it important and believed it should be routinely performed during gynecological consultations.
Subject(s)
Humans , Male , Female , Pelvis , Health Knowledge, Attitudes, Practice , Papanicolaou Test/methods , Patients , Mass Screening , Preventive Medicine , Gynecologists , ObstetriciansABSTRACT
Birth defects are an important factor for the quality of newborn population. With the development of molecular genetic technology, an increasing number of genetic disorders leading to birth defects can now be detected. The lack of the knowledge for the basics and clinical applications of molecular genetic techniques have emerged as a shortcoming for primary care physicians who have formed the first tier prevention for birth defects. Currently, government has paid more attention to the above problems and formulated more training programs for primary obstetricians and gynecologists, e.g., "Prenatal Screening and Prenatal Diagnosis Post Training Program", "National Birth Defects Training Program", "National Primary Obstetrician Training Program". To some extent, such programs have met the urgent need for birth defect prevention in primary hospitals. But at the same time, some problems have also emerged. For instance, the knowledge for birth defects among primary obstetricians and gynecologists is poor, and there is lack of young personnel. This article has aimed to discuss the strategies to systematically improve the ability for preventing birth defects among primary care physicians by analyzing the obstacles and challenges for primary obstetricians and gynecologists in the era of molecular genetic testing.
Subject(s)
Female , Pregnancy , Infant, Newborn , Humans , Gynecology , Obstetrics , Gynecologists , Obstetricians , Molecular BiologyABSTRACT
Este artigo analisou a percepção e os sentimentos de casais sobre o atendimento recebido nos serviços de saúde acessados em função de perda gestacional (óbito fetal ante e intraparto). O convite para a pesquisa foi divulgado em mídias sociais (Instagram e Facebook). Dos 66 casais que contataram a equipe, 12 participaram do estudo, cuja coleta de dados ocorreu em 2018. Os casais responderam conjuntamente a uma ficha de dados sociodemográficos e uma entrevista semiestruturada, realizada presencialmente (n=4) ou por videochamada (n=8). Os dados foram gravados em áudio e posteriormente transcritos. A Análise Temática indutiva das entrevistas identificou cinco temas: sentimento de impotência, iatrogenia vivida nos serviços, falta de cuidado em saúde mental, não reconhecimento da perda como evento com consequências emocionais negativas, e características do bom atendimento. Os achados demonstraram situações de violência, comunicação deficitária, desvalorização das perdas precoces, falta de suporte para contato com o bebê falecido e rotinas pouco humanizadas, especialmente durante a internação após a perda. Para aprimorar a assistência às famílias enlutadas, sugere-se qualificação profissional, ampliação da visibilidade do tema entre diferentes atores e reorganização dos serviços, considerando uma diretriz clínica para atenção ao luto perinatal, com destaque para o fortalecimento da inserção de equipes de saúde mental no contexto hospitalar.(AU)
This study analyzed couples' perceptions and feelings about pregnancy loss care (ante and intrapartum fetal death). A research invitation was published on social media (Instagram and Facebook) and data collection took place in 2018. Of the 66 couples who contacted the research team, 12 participated in the study by filling a sociodemographic questionnaire and answering a semi-structured interview in person (n=04) or by video call (n=08). All interviews were audio recorded, transcribed, and examined by Inductive Thematic Analysis, which identified five themes: feelings of impotence, iatrogenic experiences in health services, lack of mental health care, not recognizing pregnancy loss as an emotionally overwhelming event, and aspects of good healthcare. Analysis showed experiences of violence, poor communication, devaluation of early losses, lack of support for contact with the deceased baby, and dehumanizing routines, especially during hospitalization after loss. Professional qualification, extended pregnancy loss visibility among different stakeholders, and reorganization of health services are needed to improve the care offered to grieving families, considering a clinical guideline for perinatal grief care with emphasis on strengthening the insertion of mental health teams in the hospital context.(AU)
Este estudio analizó las percepciones y sentimientos de parejas sobre la atención recibida en los servicios de salud a los que accedieron debido a la pérdida del embarazo (muerte fetal ante e intraparto). La invitación al estudio se publicó en las redes sociales (Instagram y Facebook). De las 66 parejas que se contactaron con el equipo, 12 participaron en el estudio, cuya recolección de datos se realizó en 2018. Las parejas respondieron un formulario de datos sociodemográficos y realizaron una entrevista semiestructurada presencialmente (n=4) o por videollamada (n=08). Los datos se grabaron en audio para su posterior transcripción. El análisis temático inductivo identificó cinco temas: Sentimiento de impotencia, experiencias iatrogénicas en los servicios, falta de atención a la salud mental, falta de reconocimiento de la pérdida como un evento con consecuencias emocionales negativas y características de buena atención. Los hallazgos evidenciaron situaciones de violencia, comunicación deficiente, desvalorización de las pérdidas tempranas, falta de apoyo para el contacto con el bebé fallecido y rutinas poco humanizadas, especialmente durante la hospitalización tras la pérdida. Para mejorar la atención a las familias en duelo, se sugiere capacitación profesional, ampliación de la visibilidad del tema entre los diferentes actores y reorganización de los servicios, teniendo en cuenta una guía clínica para la atención del duelo perinatal, enfocada en fortalecer la inserción de los equipos de salud mental en el contexto hospitalario.(AU)
Subject(s)
Humans , Male , Female , Pregnancy , Adult , Middle Aged , Child Health Services , Mental Health , Humanization of Assistance , Fetal Death , Pain , Parents , Pediatrics , Perinatology , Placenta Diseases , Prejudice , Prenatal Care , Psychology , Psychology, Medical , Public Policy , Quality of Health Care , Reproduction , Syndrome , Congenital Abnormalities , Torture , Uterine Contraction , Birth Injuries , Maternity Allocation , Labor, Obstetric , Trial of Labor , Adaptation, Psychological , Abortion, Spontaneous , Child Care , Maternal-Child Nursing , Refusal to Treat , Women's Health , Patient Satisfaction , Parenting , Parental Leave , Health Care Quality, Access, and Evaluation , Privacy , Depression, Postpartum , Credentialing , Affect , Crying , Curettage , Reproductive Techniques, Assisted , Access to Information , Ethics, Clinical , Humanizing Delivery , Abortion, Threatened , Denial, Psychological , Prenatal Nutritional Physiological Phenomena , Parturition , Labor Pain , Premature Birth , Prenatal Injuries , Fetal Mortality , Abruptio Placentae , Violence Against Women , Abortion , User Embracement , Ethics, Professional , Stillbirth , Evaluation Studies as Topic , Nuchal Cord , Resilience, Psychological , Reproductive Physiological Phenomena , Fear , Female Urogenital Diseases and Pregnancy Complications , Fertility , Fetal Diseases , Prescription Drug Misuse , Hope , Prenatal Education , Courage , Psychological Trauma , Professionalism , Psychosocial Support Systems , Frustration , Sadness , Respect , Psychological Distress , Obstetric Violence , Family Support , Obstetricians , Guilt , Health Services Accessibility , Hospitals, Maternity , Obstetric Labor Complications , Labor, Induced , Anger , Loneliness , Love , Midwifery , Mothers , Nursing CareABSTRACT
Com os avanços tecnológicos e o aprimoramento da prática médica via ultrassonografia, já é possível detectar possíveis problemas no feto desde a gestação. O objetivo deste estudo foi analisar a prática do psicólogo no contexto de gestações que envolvem riscos fetais. Trata-se de um estudo qualitativo sob formato de relato de experiência como psicólogo residente no Serviço de Medicina Fetal da Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os registros, feitos por observação participante e diário de campo, foram analisados em dois eixos temáticos: 1) intervenções psicológicas no trabalho em equipe em consulta de pré-natal, exame de ultrassonografia e procedimento de amniocentese; e 2) intervenções psicológicas em casos de bebês incompatíveis com a vida. Os resultados indicaram que o psicólogo nesse serviço é essencial para atuar de forma multiprofissional na assistência pré-natal para gravidezes de alto risco fetal. Ademais, a preceptoria do residente é relevante para sua formação e treinamento para atuação profissional no campo da psicologia perinatal.(AU)
Face to the technological advances and the improvement of medical practice via ultrasound, it is already possible to detect possible problems in the fetus since pregnancy. The objective of this study was to analyze the psychologist's practice in the context of pregnancies which involve fetal risks. It is a qualitative study based on an experience report as a psychologist trainee at the Fetal Medicine Service of the Maternity School of UFRJ. The records, based on the participant observation and field diary, were analyzed in two thematic axes: 1) psychological interventions in the teamwork in the prenatal attendance, ultrasound examination and amniocentesis procedure; and 2) psychological interventions in cases of babies incompatible to the life. The results indicated that the psychologist in this service is essential to work in a multidisciplinary way at the prenatal care for high fetal risk pregnancies. Furthermore, the resident's preceptorship is relevant to their education and training for professional performance in the field of Perinatal Psychology.(AU)
Con los avances tecnológicos y la mejora de la práctica médica a través de la ecografía, ya se puede detectar posibles problemas en el feto desde el embarazo. El objetivo de este estudio fue analizar la práctica del psicólogo en el contexto de embarazos de riesgos fetal. Es un estudio cualitativo basado en un relato de experiencia como residente de psicología en el Servicio de Medicina Fetal de la Escuela de Maternidad de la Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Los registros, realizados en la observación participante y el diario de campo, se analizaron en dos ejes temáticos: 1) intervenciones psicológicas en el trabajo en equipo, en la consulta prenatal, ecografía y los procedimientos de amniocentesis; y 2) intervenciones psicológicas en casos de bebés incompatibles con la vida. Los resultados señalaron como fundamental la presencia del psicólogo en este servicio trabajando de forma multidisciplinar en la atención prenatal en el contexto de embarazos de alto riesgo fetal. Además, la tutela del residente es relevante para su educación y formación para el desempeño profesional en el campo de la Psicología Perinatal.(AU)
Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , Prenatal Care , Pregnancy, High-Risk , Psychosocial Intervention , Heart Defects, Congenital , Anxiety , Orientation , Pain , Parent-Child Relations , Parents , Paternity , Patient Care Team , Patients , Pediatrics , Placenta , Placentation , Pregnancy Complications , Pregnancy Maintenance , Prognosis , Psychoanalytic Theory , Psychology , Puerperal Disorders , Quality of Life , Radiation , Religion , Reproduction , Reproductive and Urinary Physiological Phenomena , General Surgery , Syndrome , Congenital Abnormalities , Temperance , Therapeutics , Urogenital System , Bioethics , Physicians' Offices , Infant, Premature , Labor, Obstetric , Pregnancy , Pregnancy, Animal , Pregnancy Outcome , Adaptation, Psychological , Pharmaceutical Preparations , Echocardiography , Magnetic Resonance Spectroscopy , Family , Abortion, Spontaneous , Child Rearing , Child Welfare , Mental Health , Family Health , Survival Rate , Life Expectancy , Cause of Death , Ultrasonography, Prenatal , Chromosome Mapping , Parental Leave , Mental Competency , Polycystic Kidney, Autosomal Recessive , Down Syndrome , Perinatal Care , Comprehensive Health Care , Chemical Compounds , Depression, Postpartum , Neurobehavioral Manifestations , Disabled Children , Diagnostic Techniques and Procedures , Gravidity , Crisis Intervention , Affect , Cytogenetic Analysis , Spirituality , Complicity , Value of Life , Humanizing Delivery , Death , Decision Making , Defense Mechanisms , Abortion, Threatened , Delivery of Health Care , Dementia , Uncertainty , Organogenesis , Qualitative Research , Pregnant Women , Early Diagnosis , Premature Birth , Nuchal Translucency Measurement , Child Mortality , Depression , Depressive Disorder , Postpartum Period , Diagnosis , Diagnostic Techniques, Obstetrical and Gynecological , Ethanol , Ego , Emotions , Empathy , Environment , Humanization of Assistance , User Embracement , Ethics, Professional , Cell Nucleus Shape , Prenatal Nutrition , Cervical Length Measurement , Family Conflict , Family Therapy , Resilience, Psychological , Reproductive Physiological Phenomena , Female Urogenital Diseases and Pregnancy Complications , Gestational Sac , Brief, Resolved, Unexplained Event , Fetal Death , Embryonic and Fetal Development , Multimodal Imaging , Mortality, Premature , Clinical Decision-Making , Pediatric Emergency Medicine , Child, Foster , Freedom , Burnout, Psychological , Birth Setting , Frustration , Sadness , Respect , Psychological Distress , Genetics , Psychological Well-Being , Obstetricians , Guilt , Happiness , Health Occupations , Hospitalization , Hospitals, Maternity , Hospitals, University , Human Development , Human Rights , Imagination , Infections , Infertility , Anencephaly , Jurisprudence , Obstetric Labor Complications , Licensure , Life Change Events , Life Support Care , Loneliness , Love , Medical Staff, Hospital , Intellectual Disability , Morals , Mothers , Narcissism , Congenital, Hereditary, and Neonatal Diseases and Abnormalities , Neonatology , Nervous System Malformations , Object AttachmentABSTRACT
Resumo Neste trabalho, examino as percepções de mulheres sobre o cuidado recebido no parto através da presença ou ausência da gratidão em relatos de parto de dois sites ingleses. Nos relatos, nem sempre a gratidão é expressa e nem sempre ela se dirige à equipe de saúde - agradece-se às doulas ou aos próprios sites, cujos vídeos de preparação para o parto teriam sido importantes para uma experiência positiva. O bom cuidado no parto nesses relatos está associado a uma boa comunicação entre parturiente e midwife (parteira), especialmente nas informações recebidas sobre os procedimentos e sobre o que fazer ao longo do trabalho de parto. Assim, tanto nesses relatos quanto na literatura de saúde pública sobre o parto, a boa equipe é aquela que dá à mulher condições de tomar suas próprias decisões, de fazer suas escolhas informadas. Ao fazê-lo, empodera a mulher e reduz a assimetria na relação entre profissional e paciente. Ao contrário, informações contraditórias ou pouca informação podem produzir ansiedade e desconforto. Argumento, assim, que o sentimento de gratidão, ausente ou presente nos relatos de parto, ilumina as dinâmicas da assistência ao parto na Inglaterra, revelando o que se constitui um bom cuidado.
Abstract In this paper, I examine women´s perceptions of birth care through the presence or absence of gratitude in birth stories from two English websites. In these narratives, gratitude is not always expressed nor is it necessarily addressed to the health team - doulas or the websites themselves are thanked for helping prepare for childbirth and for a positive experience. Good birth care in these stories is associated with good communication between women and midwife, especially regarding the information they receive about the procedures and about what to do during labor. Thus, both in these narratives and in the public health literature on childbirth, a good care team is one that enables women to make their own decisions and informed choices. In doing so, it empowers women and reduces asymmetry in the professional-patient relationship. On the contrary, contradictory or little information can produce anxiety and discomfort. Therefore, I argue that the feeling of gratitude, absent or present in birth reports, illuminates the dynamics of childbirth care in England, revealing what constitutes good care.
Subject(s)
Humans , Women , Internet , Humanizing Delivery , Pregnant Women , Obstetricians , Midwifery , Case Reports , Health Personnel , Patient-Centered Care , England , Doulas , Interpersonal RelationsABSTRACT
Resumo No Brasil, a violência obstétrica vem sendo pesquisada desde os anos 1980. Na década de 90, no entanto, o fenômeno passou a receber maior destaque. A forma de violência analisada neste trabalho refere-se a uma violência velada, chamada de "violência perfeita". Este ensaio reflete sobre a ocorrência da violência perfeita na obstetrícia, especialmente no que concerne às sutilezas do discurso médico, que pode travestir essa agressão numa forma de cuidado. A violência perfeita pode soar como preocupação da parte do médico com a saúde da gestante, que pode se submeter às recomendações médicas de forma passiva, por acreditar que deve ser o melhor para ela ou para o bebê. Ao praticar a violência perfeita, o obstetra pode interferir no desfecho do parto. A "epidemia" de cesarianas no Brasil tem sido justificada pelos médicos como preferência da mulher, mas pesquisas refutam essa hipótese e provocam a reflexão: quem está de fato escolhendo a modalidade de parto? O presente ensaio nos mostra que observar as sutilezas do discurso médico pode ajudar a responder essa pergunta.
Abstract In Brazil obstetric violence has been researched since the 1980s. However, in the nineties the phenomenon started to have a more prominent position. The form of violence analysed in this study refers to a covert violence, called "perfect violence". This essay reflects about the occurrence of perfect violence in obstetrics, especially regarding the subtleties of medical discourse, which can disguise this aggression as a form of care. This type of violence may sound as if it was a concern with the patient's health on behalf of the doctor, but it can make the patient submit herself to the medical recommendations in a passive manner, believing it is the best for her and her baby. In this way, violence is disguised as good practice, allegedly aiming at what is best for the patient. In practicing perfect violence, the doctor can interfere in the delivery outcome. The caesarean "epidemic" in Brazil has been justified by doctors as the woman's preference, but research undermines this hypothesis and raises the reflection: who is in fact choosing the type of childbirth? This essay shows us that observing the subtleties of medical discourse can help answering this question.
Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , Humanizing Delivery , Parturition , Violence Against Women , Obstetric Violence , Patient Care Team , Brazil , Personal Autonomy , Pregnant Women , Obstetricians , Gynecology , MidwiferySubject(s)
History, 20th Century , History, 21st Century , Gynecologists/history , Obstetricians/history , ChileABSTRACT
Background@#Postpartum Depression (PPD) and psychosis (PPP) are diseases that have detrimental impact to the patient and their family. Prenatal and postpartum screening are important to decrease its morbidity, hence obstetricians and gynaecologists’ (OBGYN) role in the diagnosis is vital. However, studies showed that the screening rate of PPD and PPP are low, which may be caused by several barriers.@*Objective@#This study aims to describe the knowledge, attitude and practices of the OBGYN’s practicing in a local tertiary hospital using a survey created by Leddy et al. in 2011.@*Methodology@#This survey is a 5-section questionnaire that tackled the clinical practice, knowledge, beliefs and attitudes of the subjects. It was given to 160 consultants with a response rate of 40% (n=64) during the time period of May 17, 2018 to June 27, 2018.@*Results@#The results showed that most OBGYN do not routinely screen for PPD and PPP (54.69%), which is analogous to literature but contrary to the original study. Most OBGYN agree that all the specified barriers to screening were limiting, the most cited among of which were their limited knowledge in the diagnostic criteria (PPD: 79.69%, PPP: 79.56%) and treatment options (PPD: 76.56%; PPP: 78.13%) and their lack in training in postpartum mental illnesses (PPD: 78.13%; PPP: 84.38%). These barriers were paralleled by the low scores in the knowledge section, despite the higher accuracy in diagnosing patients in the clinical cases. However, there was a low frequency screening rate among OBGYN’s with recent and personal experience with the disease.@*Conclusion@#This gap in knowledge can be addressed by organizing events for continuing medical education, focusing on peripartum mental health illnesses, creating avenues for research to increase knowledge among residents-in-training and fellows of the local organizing body, and establishing clear guidelines to incorporate screening in local practice during prenatal and postpartum care.
Subject(s)
Depression , Obstetricians , Postpartum Period , Psychotic DisordersABSTRACT
@#Fetal Pleural Effusion is a rare case whose management is still a matter of debate. Its course may spontaneously resolve or lead to pulmonary hypoplasia and result in death in utero or poor neonatal outcome. This paper is a report of 2 cases and their course, from prenatal diagnosis of Pleural Effusion to delivery. This report includes sonographic scans, description of the laboratory work – up and other imaging tests that were done. The 1st case report was successfully managed with Thoraco-amniotic shunting, while the 2nd case was seen late and had an adverse neonatal outcome. This case report was done to increase awareness among obstetricians and sonologists in offering counsel to patients and their families, especially in our low resource set-up, where in in utero interventions are not available.