ABSTRACT
A pandemia da covid-19 impôs transformações no cotidiano mundial, em âmbito micro e macroestrutural. Seu impacto psicológico desestabiliza e evidencia desigualdades e vulnerabilidades psicossociais brasileiras. Configura-se como um estudo de perspectiva crítica, com base na Psicologia Sócio-histórica, com o objetivo de mapear os posicionamentos da Psicologia, vindos de diferentes campos, diante das ações de saúde mental. Para tanto, utiliza-se o site do Conselho Federal de Psicologia para a análise de 62 documentos, que resultaram em dois eixos de produção crítica: 1) a relação da Psicologia com o Conselho Federal de Psicologia; e 2) da Psicologia com a sociedade. Revela-se o abismo social entre segmentos da sociedade brasileira; formas de exclusão da população carcerária; violência doméstica contra as mulheres e as crianças; dificuldades de acesso a estratégias sociais, na educação e na saúde, e de superação dos impasses acirrados com a infecção global pelo novo coronavírus. Conclui-se que a diversidade de públicos, temáticas, áreas de atuação e referenciais teóricos materializa um compromisso crítico e científico da Psicologia.(AU)
The COVID-19 pandemic imposed transformations in the world daily life, at the micro and macrostructural levels. Its psychological impact destabilizes and highlights Brazilian inequalities and psychosocial vulnerabilities. This is a critical perspective study, based in socio-historical Psychology, aiming to map the positions of Psychology, from different fields, in the face of mental health actions. To this end, the Federal Council of Psychology website is utilized to analyze 62 documents, which resulted in two axes of critical production: 1) the relation between Psychology and the Federal Council of Psychology; and 2) Psychology with society. They reveal the social gap between segments of Brazilian society; ways of excluding prison po7pulation; domestic violence against women and children; and difficulties in accessing social strategies, in education and health, and in overcoming impasses aggravated by the global infection by the new coronavirus. In conclusion, the diversity of public, themes, areas of professional performance, and theoretical references materialize Psychology's critical and scientific commitment.(AU)
La pandemia del COVID-19 provocó transformaciones globales en lo cotidiano a nivel micro y macroestructural. Su impacto psicológico desestabiliza y destaca las desigualdades y vulnerabilidades psicosociales en Brasil. Esta es una investigación en la perspectiva crítica, basada en la psicología sociohistórica, con el objetivo de mapear las posiciones de la Psicología, procedentes de diferentes campos, frente a las acciones de salud mental. Para este fin, se utiliza el sitio web del Consejo Federal de Psicología para el análisis de 62 documentos, lo que resultó en dos ejes de producción crítica: 1) la relación de la Psicología con el Consejo Federal de Psicología; y 2) de la Psicología con la sociedad. Se revelan la brecha social entre los segmentos de la sociedad brasileña; las formas de exclusión de la población carcelaria; la violencia doméstica contra las mujeres y los niños; y las dificultades para acceder a las estrategias sociales, en la educación y la salud, para superar los impasses agravados por la infección global por el nuevo coronavirus. Se concluye que la diversidad de públicos, temáticas, áreas de actividad y referentes teóricos materializa un compromiso crítico y científico de la Psicología.(AU)
Subject(s)
Humans , Male , Female , Socioeconomic Factors , Pandemics , COVID-19 , Anxiety , Pain , Pneumonia, Viral , Poverty , Psychology , Public Policy , Quality of Life , Refugees , Research , Role , Safety , Sexual Behavior , Authoritarianism , Social Isolation , Social Problems , Sports , Torture , Population Characteristics , Food Relief , Ill-Housed Persons , Marriage , Poverty Areas , Child Abuse , Child Welfare , Quarantine , Public Health , Hunger , Codependency, Psychological , Coronavirus Infections , Combat Disorders , Congresses as Topic , Crime , Armed Conflicts , Relief, Assistance and Protection in Disasters , Access to Information , Judiciary , State , Dehumanization , Human Rights Abuses , Depression , Developing Countries , Air Pollution , Education , Elder Abuse , Emergencies , Obligatory Vaccination , Professional Training , Information Technology , Emigrants and Immigrants , Social Marginalization , Help-Seeking Behavior , Physical Abuse , Social Segregation , Gender-Based Violence , Cultural Rights , Internet-Based Intervention , Psychological Distress , Gender Identity , Emotional Abuse , Social Cohesion , Social Vulnerability , Humanitarian Crisis , Family Support , Post-Acute COVID-19 Syndrome , Post-Infectious Disorders , Health Promotion , Human Rights , Jurisprudence , MalpracticeABSTRACT
A extensão do neoliberalismo para além do campo econômico resultou na consolidação da racionalidade do capital como lei social geral e o campo da educação tem servido como importante instrumento político de manutenção desse discurso. No Brasil, presencia-se a crescente exposição à condição de precariedade induzida, especialmente de crianças e jovens da periferia, sujeitos indesejáveis e não sonhados pela nação, expostos cotidianamente a uma lógica de guerra. Contudo, a união de corpos coletivos engajados em fomentar políticas de vida em territórios marginalizados tem se implicado performaticamente para fazer vingar o sonho de um futuro diferente para as próximas gerações. Através da articulação Psicanálise, Educação e Política, caminhos possíveis apresentam-se para pensar a educação escolar a contrapelo da escola neoliberal
La extensión del neoliberalismo más allá del campo económico resultó en la consolidación de la racionalidad del capital como ley social general y el campo de la educación ha servido como importante instrumento político de sustentación de ese discurso. En Brasil, se presencia lacreciente exposición a la condición de precariedad inducida, especialmente de niños y jóvenes de los suburbios, sujetos indeseables y no soñados por la nación, expuestos cotidianamente a una lógica de guerra. No obstante, la unión decuerpos colectivos comprometidos en fomentar políticas de vida en territorios marginalizados se ha implicado de manera performática para posibilitar el sueño de un futuro diferente para las próximas generaciones. A través de la articulación entre Psicoanálisis, Educación y Política,caminos posibles se presentan para pensar la educación escolar a contrapelo de la escuela neoliberal
The extension of neoliberalism beyond the economic field resulted in the consolidation of the rationality of capital as a general social law and the field of education has served as an important political instrument for maintaining this discourse. In Brazil, there is an increasing exposure to the condition of induced precariousness, especially of children and young people from the periphery, undesirable subjects and not dreamed of by the nation, exposed daily to a logic of war. However, the union of collective bodies engaged in fostering life policies in marginalized territories has been performatively involved to make the dream of a different future come true for the next generations. Through the articulation of Psychoanalysis, Education and Politics, possible ways are presented to think about school education against the grain of the neoliberal school
L'extensión du néo-libéralisme, au délà du champ écónomique, a resulté dans la cosolidationde la rationalité du capital comme loi sociale générale et le champ de l'éducation sert comme un important instrument politique pour le maintien de ce discours. Au Brésil, il y ala croissance de l'exposition des enfants et des jeunes de la périphérie pauvre et marginalisée à la précarisation induite. Ceux-ci considerés des sujets indésirables et que la nation ne les rêve plus sont aussi exposés toujours à une logique de guerre. Cependent, l'union des mouvements colectifs engagés en nourrir politiques de vie dans les térritoires marginalisés, a dévélopée le rêve d'un futur plus promisseur pour les générations de l'avenir. Avec l'articulation de la Psychanalise, l'Éducation et la Politique, des chemins possibles se présentent pour réflechir sur l'éducation au contrepoids de l'école néo-libérale
Subject(s)
Poverty Areas , Education, Primary and Secondary , Education , Politics , Residential Segregation , Human RightsABSTRACT
Este artigo tem como objetivo discutir a reinvençaÌo de territoÌrios das infaÌncias e juventudes perifeÌricas a partir de fotografias e poemas produzidos pelo fotoÌgrafo Leo Silva e pelo poeta Talles Azigon (identificados após a aprovação do artigo) como modo de re-existeÌncia em Fortaleza. SaÌo problematizaçoÌes advindas da realizaçaÌo de uma pesquisa-inter(in)vençaÌo de ethos cartograÌfico, junto a esses jovens, em que as imagens e os poemas emergem como dispositivos luÌdicos na produçaÌo de movimentos contra-hegemoÌnicos frente aÌs "imagens oficiais" historicamente impostas sobre as periferias. Por meio dessas fotografias e poemas, e, portanto, da arte, a reivindicaçaÌo dos territoÌrios retrata e narra infaÌncias e juventudes de periferias de Fortaleza a partir de suas poteÌncias e naÌo de suas precarizaçoÌes. Como experimentaçaÌo, o artigo foi produzido a partir desses poemas e fotografias, aleÌm de contar com as participaçoÌes de (a ser identificado, caso o artigo seja aceito, pois atua como participante da escrita do artigo) e (a ser identificado, caso o artigo seja aceito, pois atua como participante da escrita do artigo) na elaboraçaÌo do texto como um movimento decolonial de (des)habitar a escrita acadeÌmica.
This article aims to discuss the reinvention of territories of peripheral childhoods and youths based on photographs and poems produced by photographer Leo Silva and poet Talles Azigon (identified after acceptance of the article) as a way of re-existing in Fortaleza. These are problematizations arising from the realization of an inter(in)vention research of cartographic ethos, with these young people, in which images and poems emerge as playful devices in the production of counter-hegemonic movements against the "official images" historically imposed on the peripheries. Through these photographs and poems, and, therefore, through art, the claim of territories portrays and narrates childhoods and youths on the outskirts of Fortaleza from their strengths and not from their precariousness. As an experiment, the article was produced from these poems and photographs, in addition to counting on the participation of (to be identified if the article is accepted, as it acts as a participant in the writing of the article) and (to be identified if the article is accepted, as it acts as a participant in the writing of the article) in the elaboration of the text as a decolonial movement (dis)inhabiting academic writing.
Subject(s)
Socioeconomic Factors , Poverty Areas , Organizing Pneumonia , Art , Audiovisual Aids , Residence Characteristics , AdolescentABSTRACT
Introdução: A multiplicidade que permeia a alimentação, o comer e o cozinhar podem influenciar as práticas culinárias dos indivíduos modificando e sendo modificada pela trajetória social destes. Assim, é importante entendermos quais são os significados e representações construídos sobre as práticas culinárias de indivíduos ou de grupos sociais específicos. Objetivos: Problematizar as práticas culinárias de mulheres moradoras do Complexo Paraisópolis/São Paulo participantes do projeto Fazendeiras, no contexto da pandemia de COVID-19. Métodos: De natureza qualitativa, este estudo foi fundamentado em uma pesquisa de campo etnográfica, construída junto à vivência de dez mulheres em um projeto social chamado Fazendeiras, organizado pelo instituto Fazendinhando na favela do Jardim Colombo/Complexo Paraisópolis, São Paulo. Na primeira parte do estudo e com o objetivo de compreender o surgimento do projeto e suas ações, foram feitas entrevistas informais com três integrantes do instituto. Posteriormente, foi realizada a observação participante das aulas do curso de culinária cursado pelas interlocutoras deste estudo e de algumas ações sociais realizadas pelo instituto Fazendinhando, além da construção de um diário de campo durante todo o período da pesquisa, compreendido entre janeiro de 2021 e julho de 2022. Para análise do material, utilizamos a descrição densa e, posteriormente, as etapas de identificação e problematização das ideias; busca pelos sentidos socioculturais atribuídos; diálogo entre as ideias problematizadas, a literatura acerca do assunto e o referencial teórico baseada nos conceitos de interseccionalidade e de habitus. Resultados: Observamos a crítica situação de insegurança alimentar e nutricional agravada pela pandemia de COVID-19, e caracterizada a partir de questões de gênero, raça, classe, região de procedência, dentre outras opressões que se interseccionam em nossa sociedade. Com isso, limitadas estratégias alimentares e culinárias precisaram ser colocadas em prática pelas mulheres interlocutoras deste estudo. Além disso, vimos que para elas as práticas culinárias têm múltiplos significados permeados por suas trajetórias sociais e estilos de vida. Os significados versam sobre 1) carinho e cuidado com a família, pois, comida saborosa é uma demonstração de carinho, sendo suas práticas culinárias, principalmente, durante a pandemia uma das únicas formas que elas encontraram de demonstrar cuidado; 2) obrigação/responsabilidade, isso porque elas precisaram cozinhar desde pequenas para alimentar suas famílias e durante a pandemia eram as responsáveis por correr atrás da cesta básica; e 3) sobrevivência, já sendo considerada assim antes da pandemia e se (re)afirmando como durante a mesma, visto a possibilidade de fazer comida para vender. Conclusão: Observamos que as práticas culinárias são atravessadas por diferentes perspectivas que expressivamente destacam seu determinismo histórico-estrutural a partir de um modelo de sociedade capitalista, patriarcal e racista. Dessa forma, abordar questões que estruturaram e estruturam essas práticas culinárias baseadas na interseccionalidade de opressões de gênero, raça, classe, região de procedência, dentre outras é fundamental para pensarmos na manutenção das políticas públicas. Além disso, entendemos como urgente a descolonização da saúde pública na produção de conhecimento em alimentação e nutrição.
Introduction: The multiplicity that permeates food, eating and cooking can influence the culinary practices of individuals, modifying and being modified by their social trajectory. Thus, it is important to understand what are the meanings and representations built on the culinary practices of individuals or specific social groups. Objectives: To problematize the culinary practices of women living in the Complexo Paraisópolis/São Paulo participating in the Fazendeiras project, in the context of the COVID-19 pandemic. Methods: Qualitative in nature, this study was based on an ethnographic field research, built on the experience of ten women in a social project called Fazendeiras, organized by the Fazendinhando institute in the favela of Jardim Colombo/Complexo Paraisópolis, São Paulo. In the first part of the study, with the aim of understanding the emergence of the project and its actions, informal interviews were conducted with three members of the institute. Subsequently, participant observation was carried out of the cooking course classes attended by the interlocutors of this study and of some social actions carried out by the Fazendinhando institute, in addition to the construction of a field diary throughout the research period, between january 2021 and july 2022. For the analysis of the material, we used the dense description and, later, the stages of identification and problematization of the ideas; search for assigned sociocultural meanings; dialogue between the problematized ideas, the literature on the subject and the theoretical framework based on the concepts of intersectionality and habitus. Results: We observed the critical situation of food and nutritional insecurity aggravated by the COVID-19 pandemic, and characterized by issues of gender, race, class, region of origin, among other oppressions that intersect in our society. As a result, limited food and culinary strategies had to be put into practice by the women in this study. In addition, we saw that for them culinary practices have multiple meanings permeated by their social trajectories and lifestyles. The meanings are about 1) affection and care for the family, because tasty food is a demonstration of affection, and their culinary practices, especially during the pandemic, are one of the only ways they found to show care; 2) obligation/responsibility, because they had to cook since they were little to feed their families and during the pandemic they were responsible for running after the basic food basket; and 3) survival, already being considered as such before the pandemic and (re)asserting itself as during it, given the possibility of making food to sell. Conclusion: We observed that culinary practices are crossed by different perspectives that expressively highlight their historical-structural determinism from a model of capitalist, patriarchal and racist society. In this way, addressing issues that structured and structure these culinary practices based on the intersectionality of oppression of gender, race, class, region of origin, among others, is fundamental for us to think about the maintenance of public policies. In addition, we understand that the decolonization of public health in the production of knowledge in food and nutrition is urgent.
Subject(s)
Humans , Female , Women , Poverty Areas , Cooking , Qualitative Research , Food Insecurity , COVID-19 , Intersectional FrameworkABSTRACT
Este artigo relaciona o paradigma manicomial, relativo à assistência psiquiátrica, à compreensão e ao manejo do campo da saúde mental, ao paradigma proibicionista, referente ao porte, uso e à circulação de drogas, como duas séries de políticas e práticas sociais que operam a guerra de raças que está na base do Estado brasileiro. Com isso, propomos uma investigação arqueogenealógica acerca do emaranhado de condições de emergência das práticas e objetos de saber-poder mobilizados por esses dois paradigmas, atentando ao caráter político das verdades que as sustentam. Dedicamo-nos especialmente ao período entre o final do século XIX e o começo do XX ao interrogar as dinâmicas de forças que constituem as práticas sociais e seus efeitos de subjetivação, produzidos pela sujeição de corpos por meio de uma diversidade de mecanismos morais, disciplinares, eugênicos, higienistas e biopolíticos que articulam os anseios de modernização e produtividade do Estado brasileiro à gestão dos problemas de saúde e segurança do país, colocando a pobreza, o vício e a doença como desdobramento da sua constituição racial. Concluímos, por fim, que o conflito de raças aparece como fundo intrínseco que se atualiza no cerne e a partir dos campos problemáticos da saúde mental e das drogas, colocando como saída dos impasses sociais e políticos eliminar ou pelo menos diluir, via miscigenação ou submissão para integração, o elemento físico e cultural do negro do Brasil.(AU)
This article puts in relation the asylum paradigm, associated to psychiatric care, to the understanding and management of the mental health field, to the prohibitionist paradigm, that refers to the possession, use and circulation of drugs, as two series of social policies and practices that operate racial war that is in the base of the Brazilian State. So on, we propose an archeogenealogical investigation about the emergency conditions of the practices and objects of knowledge-power organized by these two paradigms, paying attention to the political character of the truths that support them. Looking especially at the period between the end of the 19th century and the beginning of the 20th, we questioned the dynamics of forces that constitute social practices and their effects of subjectivation, produced by the subjection of bodies through moral, disciplinary, eugenic, hygienist and biopolitics mechanisms that articulate the modernization and productivity aspirations of the Brazilian State to the management of the country's health and safety problems, understanding poverty, addiction and disease as consequences of its racial constitution. We conclude that the conflict of races is an intrinsic background that is updated at the heart of the problematic fields of mental health and drugs. Considering this, the solution for social and political impasses is the elimination or at least dilution, through miscegenation or submission for integration, of the physical and cultural element of black people in Brazil.(AU)
Este artículo relaciona el paradigma asilar de atención psiquiátrica, comprensión y manejo del campo de la salud mental, con el paradigma prohibicionista, referente a al uso y circulación de drogas, como dos series de políticas y prácticas sociales que operan la guerra racial que está en el fundamento del Estado brasileño. Así, proponemos una investigación arqueogenealógica sobre las condiciones de emergencia de prácticas y objetos de saber-poder movilizados por estos dos paradigmas, prestando atención al carácter político de las verdades que los sustentan. Nos dedicamos especialmente al período entre finales del siglo XIX y principios del XX buscando la dinámica de fuerzas que constituyen a las prácticas sociales y sus efectos de subjetivación, producidos por la sujeción de los cuerpos a través de una diversidad de mecanismos morales, disciplinarios, eugenésicos, higienistas y biopolíticos que articulan las aspiraciones de modernización y productividad del Estado brasileño a la gestión de los problemas de salud y seguridad del país, comprendiendo la pobreza, la adicción y la enfermedad como resultado de su constitución racial. Finalmente, concluimos que el conflicto racial aparece como un trasfondo intrínseco que se actualiza en el cerne y desde los campos problemáticos de la salud mental y de las drogas, tomando como soluciones a los impasses sociales y políticos nacionales, la eliminación o al menos la dilución, a través del mestizaje o de la sumisión para fines de integración, del elemento físico y cultural del negro en Brasil.(AU)
Subject(s)
Humans , Male , Female , Pharmaceutical Preparations , Illicit Drugs , Mental Health , Public Health , Racial Groups , Pathology Department, Hospital , Physiology , Prejudice , Primary Prevention , Psychiatry , Psychology , Psychology, Social , Psychomotor Agitation , Social Alienation , Social Work , Substance Withdrawal Syndrome , Legislation, Labor , Black or African American , Bronchitis , Cannabis , Family , Dopamine , Poverty Areas , Cognitive Behavioral Therapy , Cure in Homeopathy , Population Control , Civil Rights , Cocaine , Community Health Services , Substance-Related Disorders , Disaster Vulnerability , Culture , Personal Autonomy , Dangerous Behavior , Aggression , Depression , Growth and Development , Ethanol , Humanization of Assistance , Ethics , Fetishism, Psychiatric , Racism , Medicalization , Criminal Behavior , Social Segregation , Freedom , Workhouses , Mania , Hallucinations , Anthropology, CulturalABSTRACT
Resumo Para nutrir o solo da pesquisa de mestrado com outras perspectivas, este artigo apresenta-se como uma tentativa de incorporar novas referências e reelaborações a essa investigação que teve como proposta cartografar certos arranjos cotidianos da produção de vida, as dinâmicas do território e as formas de resistência a um projeto estrutural de precarização das existências a partir dos encontros com alguns habitantes de um bairro periférico de São Paulo/SP. Para a cobertura desse solo teórico/relacional (humano e extra-humano) que se pretende preparar e nutrir ao longo do processo de doutoramento, são incorporadas questões sobre os atravessamentos e efeitos do enfrentamento desigual da pandemia de covid-19 em grupos sociais marginalizados. Sem a pretensão de formular respostas definitivas nesta incipiente retomada, visa-se produzir uma espécie de "escrita-adubo" com outras perspectivas, intersecções e análises possíveis. A aposta é que as paisagens-narrativas rememoradas das vivências de encontros, que aqui são trazidas à tona, suscitem "germinações" passíveis de nova intervenção problematizadora nos processos de invisibilização de certas existências − e das territorialidades por elas habitadas - que paradoxalmente dão a ver os sistemáticos atos de "muralhamento" e de ocultação desses territórios geográfico-existenciais.
Abstract In order to nourish the soil of the master's research with other perspectives, this article is an attempt to incorporate new references and re-elaborations to the investigation that was designed to map certain daily arrangements of the production of life, the dynamics of the territory and the forms of resistance to a structural project of precarization of existence from the encounters with some residents of a peripheral neighborhood of São Paulo/SP. To cover this theoretical/relational ground (human and extra-human) intended to be prepared and nurtured throughout the doctoral process, questions about the crossings and effects of the unequal coping with the covid-19 pandemic on marginalized social groups have been incorporated. Without claiming to provide definitive answers in this incipient resumption, the aim is to produce a kind of "compost-writing" with other possible perspectives, intersections and analyses. The bet is that the narrative-landscapes recalled from the experiences of encounters, which are brought to light here, give rise to "germinations" subject to a new problematizing intervention in the processes of invisibilization of certain existences − and the territorialities they inhabit - that paradoxically reveal the systematic acts of "walling" and concealing these geographic-existential territories.
Subject(s)
Public Policy , Socioeconomic Factors , Poverty Areas , Social Segregation , COVID-19ABSTRACT
Com o objetivo de investigar a vivência da violência policial não letal por parte de uma família, esse estudo qualitativo foi conduzido com 5 parentes de 3 gerações distintas, entrevistando-os em sua residência, no Complexo de Favelas da Maré Rio de Janeiro RJ. Inicia o primeiro capítulo apresentando o território onde a pesquisa foi desenvolvida e as minhas imbricações com a polícia. Em seguida, descreve o percurso e os recursos metodológicos que orientaram a produção do corpus empírico que sustenta os resultados apresentados nesta pesquisa. Os participantes da pesquisa, os critérios de seleção para participação, a forma como são identificados, os procedimentos utilizados para chegar aos participantes, os cuidados necessários para realizar a pesquisa. Por fim, a escolha do modelo de análise temática para estruturar a análise dos relatos dos participantes e os aspectos éticos que envolveram o processo. No segundo capítulo, percorre os números da violência, noções teóricas do que pode se entender acerca desse fenômeno e apontamentos normativos e legais. O terceiro capítulo traz um breve histórico do processo de construção das emoções como objeto das ciências sociais e analisa os sentimentos presentes em relatos de experiências de vitimização em uma modalidade específica da violência, a violência policial. Os resultados apontam para um universo cercado pelo medo e a impotência, bem como permeado pela invasão ao domicílio, a tortura psicológica e a revista policial indiscriminada.
With the aim of investigating the experience of non-lethal police violence on the part of a family, this qualitative study was conducted with 5 relatives from 3 different generations, interviewing them at their residence, in Complexo de Favelas da Maré - Rio de Janeiro - RJ. I start the first chapter by presenting the territory where the research was developed and my interactions with the police. Next, I describe the path and methodological resources that guided the production of the empirical evidence that supports the results presented in this research. The research participants, the selection criteria for participation, the way they are identified, the procedures used to reach the participants, the care needed to carry out the research. Finally, the choice of the thematic analysis model to structure the analysis of the participants reports and the ethical aspects involved in the process. In the second chapter, I went through the numbers of violence, theoretical notions of what can be understood about this phenomenon and normative and legal notes. The third chapter will bring a brief history of the process of construction of emotions as an object of social sciences and will analyze the feelings present in reports of victimization experiences in a specific modality of violence, police violence. The results point to a universe surrounded by fear and apprehention and frequent home invasion, psychological torture and indiscriminate police searches.
Subject(s)
Humans , Violence , Family , Poverty Areas , Police , Emotions , Brazil , Personal Narrative , Life Change EventsABSTRACT
Este texto narra composições tecidas em meio à participação em atividades de extensão de duas universidades públicas brasileiras, uma do Sul e outra do Nordeste, que têm ensaiado costurar práticas clínicas com luta feminista numa perspectiva interseccional, entendendo que o sofrimento psíquico de mulheres brasileiras de periferias urbanas e de comunidades tradicionais é analisador e efeito de desigualdades de classe, raça, gênero, região da cidade. O encontro dessas duas iniciativas acabou por fiar uma rede de relações entre universidades e comunidades enlaçadas por projetos criados a partir de demandas prementes dos territórios vivos em que se situam. Tal encontro é atravessado com o tanto que se escuta de violência e de perda numa sociedade que a cada dia amplia um modo necropolítico de governar. Nesse entremeio de encontros atravessados, exercitamos a nomeação de uma clínica feminista e encontramos o exercício político de mulheres articuladas em movimento social. A singularidade e a singularização das mulheres se tecem nos tropeços das funções designadas na história deste país colonizado. Assim, esse alinhavo clínico não se interessa apenas por enredos familiares, mas quer enfrentar formas totalizantes e os códigos dominantes, e, nessa direção, afirma a radicalidade de uma indissociabilidade entre clínica e política.
This text narrates compositions woven in the midst of participation in extension activities of two brazilian public universities, which have been rehearsing to sew clinical practices with feminist struggle in an intersectional perspective, understanding that the psychic suffering of brazilian women from the urban periphery and from traditional communities is an effect of inequalities of class, race, gender, and region of the city. These two initiatives ended up spinning a network of relationships between universities and communities linked by projects created from the pressing demands of the living territories in which they are located. This encounter is crossed with violence and loss that are heard in a society that every day expands a necropolitical way of governing. We exercise the act of naming a feminist clinic and end up finding the political exercise of women articulated in social movements. The singularity of women is weaved in the setbacks of the designated functions in the history of this colonized country. Thus, this clinical approach is not only interested in family plots, but also wants to face totalizing forms and dominant codes, and, in this direction, affirms the radical nature of an inseparability between clinic and politics.
Este texto narra composiciones tejidas en medio de la participación en actividades de extensión de dos universidades públicas brasileñas, que vienen ensayando para coser prácticas clínicas con la lucha feminista en una perspectiva interseccional, entendiendo que el sufrimiento psíquico de las mujeres brasileñas de la periferia urbana y de las comunidades tradicionales es efecto de las desigualdades de clase, raza, género y región de la ciudad. El encuentro de estas dos iniciativas terminó tejiendo una red de relaciones entre universidades y comunidades unidas por proyectos creados a partir de las demandas apremiantes de los territorios vivos en los que se ubican. Este encuentro se cruza con la cantidad de violencia que se escucha en una sociedad que cada día expande una forma necropolítica de gobernar. Ejercitamos la nominación de una clínica feminista y encontramos el ejercicio político de las mujeres articulado en movimiento social. La singularidad de la mujer se teje en los retrocesos de las funciones asignadas en la historia de este país colonizado. Así, este enfoque clínico no sólo se interesa por las tramas familiares, sino que quiere enfrentarse a formas totalizadoras y códigos dominantes, y, en esa dirección, afirma la radicalidad de una inseparabilidad entre clínica y política.
Subject(s)
Humans , Female , Psychology/methods , Women , Poverty Areas , Feminism , Political Activism , Psychological Distress , Politics , Brazil , Intersectional FrameworkABSTRACT
Esta pesquisa objetivou discutir situações em que grupos armados atuam como reguladores de relações sociais entre moradoras e moradores do Complexo da Maré. A partir de uma análise documental no banco de dados do Núcleo Interdisciplinar de Ações para Cidadania (Programa de Extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro), constatamos tal prática nos enunciados de usuários atendidos pelo programa. Usamos os relatos com a proposta de complexificar essa realidade em que grupos civis armados, majoritariamente ligados ao comércio de psicoativos no território, assumem o papel de promotores de justiça, garantindo direitos por vezes não acessados pela população pelas vias formais, quase sempre "classistas", sexistas e racistas. Colocamos em questão a produção da favela como território de exceção, uma das forças que sustentam a criminalização desta lógica resolutiva informal, contribuindo na manutenção da desigualdade social brasileira.
Subject(s)
Social Isolation , Social Justice , Poverty AreasABSTRACT
Este artigo tem como finalidade apresentar uma abordagem sobre o potencial dos valores do lazer, dentro da ótica de cidadania, em uma das maiores favelas de São Paulo, procurando enfatizar o aspecto histórico urbano e espacial, e os efeitos colaterais na distribuição de equipamentos para uma qualidade de vida melhor. E, ainda, entender qual a relevância do Instituto Rugby Para Todos (IRPT) na vida dos jogadores que vivem na comunidade de Paraisópolis e em uma sociedade onde o índice de pessoas carentes de direitos fundamentais tem sido algo preocupante e desafiador. Os relatos dos jogadores sobre as mudanças que o instituto trouxe para as suas vidas e os seus sentimentos para com o projeto são essenciais para a pesquisa.
This paper aims to present an approach regarding the potential of leisure values within the perspective of citizenship in one of the biggest slums in São Paulo, while seeking to emphasize on its spatial and urban-historical aspects and its collateral effects on distribution of equipment required to improve quality of life. The impact caused by Rugby Institute for All (IRPT) in the players lives in a society where the number of people in need of their fundamental rights has been something concerning and quite challenging. It is taken into account the various aspects mentioned by the players about changes related to their feelings after taking part in the project.
Subject(s)
Humans , Quality of Life , Poverty Areas , Urban Area , Social Participation/psychology , Leisure Activities , Life Change EventsABSTRACT
Este artigo teve como objetivo analisar se a cor da pele do imigrante (negro ou branco) influencia as justificativas para a tomada de posição frente a uma situação de violência policial cuja vítima era um imigrante suspeito de tráfico de drogas. Participaram do estudo 300 estudantes universitários paraibanos. Os dados foram processados pelo software Iramuteq, por meio da classificação hierárquica descendente (CHD). Como resultado, na condição de imigrante branco, não foram verificados posicionamentos favoráveis à conduta policial. Já na condição de imigrante negro, houve discordância com a ação policial, todavia, houve também culpabilização do imigrante, por vezes utilizada como argumento para tentar justificar ou tolerar a abordagem policial. Assim, constatou-se a existência de um consenso desfavorável em relação à figura do imigrante negro, embasado em argumentos preconceituosos que costumam ser utilizados pela sociedade no intento de proteger os grupos majoritários e fomentar a manutenção da estrutura social, reforçando o preconceito racial e as desigualdades sociais.(AU)
This article aimed to analyze if the immigrants' skin color (black or white) influences the justifications for the positioning in the face of police violence whose victim is an immigrant suspected of drug trafficking. A total of 300 university students from the state of Paraíba participated in the study. The data were processed by the IRAMUTEQ software, by descending hierarchical classification (DHC). As a result, in the condition of white immigrant, no favorable positions were verified for police conduct. In the condition of black immigrant, on the other hand, there was disagreement with the police action, however, blaming the immigrant also occurred, sometimes used as an argument to try to justify or tolerate the police approach. Thus, an unfavorable consensus regarding the figure of the black immigrant was found, based on prejudiced arguments usually used by society in an attempt to protect the majority groups and promote the maintenance of the social structure, reinforcing racial prejudice and social inequalities.(AU)
Este artículo tuvo como objetivo analizar si el color de la piel del inmigrante (blanco o negro) influye en las justificaciones para tomar una posición frente a una situación de violencia policial cuya víctima era un inmigrante sospechoso de narcotráfico. 300 estudiantes de Paraíba participaron en el estudio. Los datos fueron procesados por el software IRAMUTEQ, utilizando la clasificación jerárquica descendente (CHD). Como resultado, como inmigrante blanco, las posiciones favorables a la conducta policial no fueron verificadas. Sin embargo, como inmigrante negro, hubo desacuerdo con la acción policial, sin embargo, la presencia de culpar al inmigrante a veces se usaba como argumento para tratar de justificar o tolerar el enfoque policial. Por lo tanto, hubo un consenso desfavorable con respecto a la figura del inmigrante negro, basado en argumentos prejuiciosos que la sociedad suele utilizar en un intento de proteger a los grupos mayoritarios y promover el mantenimiento de la estructura social, reforzando los prejuicios raciales y las desigualdades sociales.(AU)
Subject(s)
Humans , Male , Female , Adolescent , Adult , Middle Aged , Young Adult , Behavior , Address , Racial Groups , Emigrants and Immigrants , Psychology , Safety , Authoritarianism , Skin , Social Behavior , Socioeconomic Factors , Students , Awareness , Violence , Black or African American , Poverty Areas , Police , Color , Aggression , External Causes , Racism , Social Marginalization , Criminal Behavior , Respect , Social Structure , White People , Human RightsABSTRACT
Resumo Este artigo pretende analisar, a partir de um prisma interseccional, o sofrimento psicossocial de mães de jovens assassinados nas dinâmicas da violência em territórios periféricos de Fortaleza, no Ceará. As reflexões são oriundas de uma pesquisa-intervenção, que, ao tomar a interseccionalidade como conceito-chave, permite-nos acompanhar realidades vividas de mulheres sem incorrer em uma despolitização e individualização de seus sofrimentos. O trabalho buscou articulações de estudos da Psicologia Social com autoras dos feminismos e de áreas afins que tratam sobre violências, mulheres negras e interseccionalidades. Os dados foram produzidos por entrevistas e observações de mobilizações sociais. A seção de resultados e discussão chama a atenção para: (1) processos de culpabilização e sua relação com classe, raça e gênero, em que as mortes dos filhos são indutoras de maior precarização nas vidas dessas mulheres; e (2) medo, isolamento, solidão e silenciamento atuantes no sofrimento psicossocial, produzindo novas formas de sociabilidade.
Abstract This article aims to analyze, from an intersectional perspective, the psychosocial suffering of mothers of young people murdered in the dynamics of violence in peripheral territories of Fortaleza. The reflections come from research-intervention, which, by taking intersectionality as a key concept, allows us to follow the realities experienced by women without incurring a depoliticization and individualization of their sufferings. The work sought to articulate studies from Social Psychology with authors of Feminisms and related areas that deal with violence, black women and intersectionalities. Data were produced by interviews and observations of social movements. The results and discussion section draws attention to a) blaming processes and their relationship with class, race and gender, in which the deaths of youth induces more precariousness in these women's lives, and b) fear, isolation, loneliness and silence as actors in the psychosocial suffering producing new forms of sociability.
Résumé Cet article vise à analyser, dans une perspective intersectionnelle, la souffrance psychosociale des mères de jeunes assassinés dans la dynamique de la violence dans les territoires périphériques de Fortaleza-CE. Les réflexions sont issues de la recherche-intervention, qui, en prenant l'intersectionnalité comme concept clé, permet de suivre les réalités vécues par les femmes sans entraîner une dépolitisation et une individualisation de leurs souffrances. Le travail recherchait des articulations d'études de psychologie sociale avec des auteurs de féminismes et de domaines connexes qui traitent de la violence, des femmes noires et des intersectionnalités. Les données ont été produites par des entretiens et des observations de mobilisations sociales. La section résultats et discussion attire l'attention sur a) les processus de blâme et leur relation avec la classe, la race et le sexe, dans lesquels la mort d'enfants induit une plus grande précarité dans la vie de ces femmes et b) la peur, l'isolement, la solitude et le silence agissant dans le souffrance psychosociale, produisant de nouvelles formes de sociabilité.
Resumen Este artículo propone analizar, desde una perspectiva interseccional, el sufrimiento psicosocial de madres de jóvenes asesinados en las dinámicas de violencia en los territorios periféricos de Fortaleza, en Ceará (Brasil). Las reflexiones provienen de la investigación-intervención, que al tomar la interseccionalidad como concepto clave nos permite seguir con las realidades vividas por las mujeres sin incurrir en una despolitización e individualización de sus sufrimientos. Este trabajo buscó articular los estudios de Psicología Social con los autores de feminismos y áreas afines que abordan la violencia, la mujer negra y las interseccionalidades. Los datos fueron producidos por entrevistas y observaciones de movilizaciones sociales. El apartado de resultados y discusión llama la atención sobre: (1) los procesos de culpabilización y su relación con la clase, la raza y el género, en los que la muerte de los niños induce a una mayor inseguridad en la vida de estas mujeres; y (2) el miedo, el aislamiento, la soledad y el silenciamiento que actúan en el sufrimiento psicosocial produciendo nuevas formas de sociabilidad.
Subject(s)
Humans , Female , Adult , Middle Aged , Violence/psychology , Poverty Areas , Adolescent , Psychological Distress , Intersectional Framework , Homicide , Mothers/psychology , Social Isolation , Interviews as Topic , Community Participation , Observation , Fear , Public Nondiscrimination Policies , LonelinessABSTRACT
O consumo de crack na cena pública tem sido simbolicamente apropriado por meio de significados e práticas inseridos em contextos de vulnerabilidade e degradação social. O objetivo desta pesquisa foi investigar as implicações da dimensão ética dos processos de construção de representações sociais sobre o crack em usuários da rede socioassistencial. Foram realizados três grupos focais com 15 homens, todos usuários do Centro de Acolhimento e Apoio do Programa de Atenção Integral aos Usuários de Drogas e seus Familiares (Programa Atitude), em Pernambuco. As comunicações foram transcritas e os dados submetidos a uma análise de conteúdo. Os resultados evidenciam o papel dos afetos na regulação dos modos de ser e agir dos participantes diante das normas do campo representacional do crack e seus fenômenos. Destacaram-se afetos de raiva, ódio, vergonha e humilhação articulados com processos de exclusão e estigmatização social, racial e territorial, que os constroem hegemonicamente como alteridades criminalizadas e desumanizadas. Desse modo, a dimensão ética analisada indica que o sentido de vida que circunscreve as experiências desses sujeitos se conforma pela busca de um status social valorizado, processo no qual a relação com o crack está presente, mas não é exatamente o aspecto mais importante das suas experiências no mundo.(AU)
Crack consumption in the public scene has been symbolically appropriated by use of meanings and practices inserted in contexts of vulnerability and social degradation. This research aimed to investigate the implications of the ethical dimension of the construction processes of social representations about crack among users of the social assistance network. Three focus groups were carried out with 15 men, all users of the Reception and Support Center of the Comprehensive Care Program for Drug Users and their Families (Atitude Program) in the state of Pernambuco. Communications were transcribed and data submitted to content analysis. The results show the role of affections in the regulation of the participants' ways of being and acting in view of the norms of the representational field of crack and its phenomena. Affects of anger, hatred, shame, and humiliation stood out, articulated with processes of exclusion and social, racial and territorial stigmatization, which build them hegemonically as criminalized and dehumanized alterities. Thus, the analyzed ethical dimension indicates that the meaning of life that circumscribes the experiences of these subjects is conformed by the search for a valued social status, a process in which the relationship with crack is present, but it is not exactly the most important aspect of their experiences in the world.(AU)
El consumo de crack en la escena pública se ha apropiado simbólicamente a través de significados y prácticas insertas en contextos de vulnerabilidad y degradación social. El objetivo de esta investigación fue investigar las implicaciones de la dimensión ética de los procesos de construcción de representaciones sociales sobre el crack entre los usuarios de la red socioasistencial. Se compusieron tres grupos focales con 15 hombres, usuarios del Centro de Acogida y Apoyo del Programa de Atención Integral a los Consumidores de Drogas y sus Familias (Programa Atitude) en Pernambuco, Brasil. Los relatos se transcribieron, y los datos pasaron por un análisis de contenido. Los resultados muestran el papel de los sentimientos en la regulación de los modos de ser y actuar de los participantes frente a las normas del campo representacional del crack y sus fenómenos. Se destacaron los sentimientos de ira, odio, vergüenza y humillación, articulados con los procesos de exclusión, estigma social, racial y territorial, que los construyen de manera hegemónica como una figura de alteridad criminalizada y deshumanizada. Así, la dimensión ética en análisis apunta a que el sentido de la vida que circunscribe las vivencias de estos sujetos está conformado por la búsqueda de un estatus social valorado, proceso en el que la relación con el crack está presente, pero no es precisamente el aspecto más importante de sus experiencias en el mundo.(AU)
Subject(s)
Humans , Male , Adolescent , Adult , Middle Aged , Crack Cocaine , Ethics , Drug Users , Social Representation , Prejudice , Psychotherapy , Social Behavior , Poverty Areas , Public Health , Vulnerable Populations , User Embracement , Social Stigma , Narcotic-Related DisordersABSTRACT
O campo da Psicologia produz saberes e discursos que referenciam as políticas públicas que alteram ou sedimentam o lugar social atribuído ao sujeito. Este artigo considera que há modalidades de gestão política, controle e exploração que incluem em sua estratégia de dominação promover a experiência do sofrimento, seja composta pela angústia, culpa, vergonha ou humilhação social. Tendo em vista essa premissa, formulamos as vicissitudes e especificidades da escuta de sofrimento sociopolítico advindo de posições socialmente desqualificadas devido a fatores econômicos, raciais, culturais, religiosos, de gênero, entre outros. A vicissitude clínica que nos norteia é o silenciamento derivado desse sofrimento. A escuta clínica de sujeitos sob o desamparo discursivo se ancora na constatação de que o sofrimento sociopolítico desarvora o sujeito de seu lugar de fala, promovendo o abalo narcísico e a eclosão da dimensão traumática - questão diagnóstica que deve ser levada em conta -, e pondo em jogo um possível conflito de lealdades quanto ao pacto social daquele que pratica a psicanálise, o que pode gerar sua resistência à escuta. Essas considerações clínicas não seriam possíveis sem superar uma dicotomia e um recalque: a questão da política na psicanálise. Tais concepções supõem repensar dimensões táticas, estratégicas e éticas no atendimento clínico psicanalítico. Abordaremos as artimanhas do poder que produzem o desamparo discursivo e a dimensão traumática, chegando finalmente a algumas considerações sobre o tratamento a ser dado ao sofrimento sociopolítico e as especificidades da escuta nesses contextos.(AU)
The field of psychology produces knowledge and discourses that guide public policies and alter or consolidate the social place attributed to the subject. This article considers that there are modalities of political management, control, and exploitation which include in their own strategy of domination promoting the experience of suffering, whether comprising anguish, guilt, shame or social humiliation. In view of this premise, we formulate the vicissitudes and specificities of listening to socio-political suffering arising from socially disqualified positions due to economic, racial, cultural, religious and gender factors, among others. The clinical vicissitude that will guide us will be the silencing derived from this suffering. The clinical listening to subjects under discursive helplessness is anchored on the observation that sociopolitical suffering takes the subject out of his or her place of speech, promoting narcissistic shock and the emergence of the traumatic dimension - a diagnostic issue that should be considered - and raising a possible conflict of loyalties regarding the psychoanalyst's social pact that can generate his or her resistance to listening. These clinical considerations would not be possible without overcoming a dichotomy and a repression: the question of politics in psychoanalysis. Such conceptions suppose rethinking tactical, strategic and ethical dimensions in psychoanalytic clinical care. We will approach the tricks of power that produce the discursive helplessness and the traumatic dimension, finally reaching some considerations about the treatment to be given to socio-political suffering and the specifics of listening in these contexts.(AU)
El campo de la Psicología produce conocimiento y discursos que son decisivos para las políticas públicas y para alterar o consolidar el lugar social atribuido al sujeto. Este artículo considera la existencia de modalidades de gestión política, control y explotación que incluyen, en su estrategia de dominación, promover la experiencia del sufrimiento, ya sea compuesta por angustia, culpa, vergüenza o humillación social. En vista de esta premisa, formulamos las vicisitudes y especificidades de escucha del sufrimiento sociopolítico que surge de posiciones socialmente descalificadas debido a factores económicos, raciales, culturales, religiosos y de género, entre otros. La vicisitud clínica que nos guiará es el silenciamiento derivado de este sufrimiento. La escucha clínica de los sujetos bajo impotencia discursiva está anclada en la observación de que el sufrimiento sociopolítico saca al sujeto de su lugar de discurso promoviendo el shock narcisista y la aparición de la dimensión traumática -un problema de diagnóstico que debe tenerse en cuenta-, y pone en juego un posible conflicto de lealtades con respecto al pacto social del psicoanalista, lo que puede generar su resistencia a la escucha. Estas consideraciones clínicas no serían posibles sin superar una dicotomía y una represión: la cuestión de la política en el psicoanálisis. Dichas concepciones suponen repensar las dimensiones tácticas, estratégicas y éticas en la atención clínica psicoanalítica. Se abordarán los trucos del poder para producir la impotencia discursiva y la dimensión traumática, llegando finalmente a algunas consideraciones sobre el tratamiento que se dará al sufrimiento sociopolítico y los detalles específicos de la escucha en estos contextos.(AU)
Subject(s)
Humans , Psychoanalysis , Psychological Trauma , Psychological Distress , Organization and Administration , Pain , Public Health Administration , Public Policy , Shame , Poverty Areas , Humanization of Assistance , Health Vulnerability , Frustration , Guilt , Mental Health ServicesABSTRACT
Introdução: Este texto, em homenagem à profa. Simoni Guedes (in memoriam), tematiza o futebol de várzea. Mais precisamente, a experiência cultural do "Preto X Branco", jogo de futebol que ocorre na periferia de São João Clímaco, São Paulo capital, há cerca de 50 anos.As questões, as quais orientam este artigo são: qual a função simbólica do "Preto X Branco"? O que ele representa e inclui/exclui como distintivo de sua identidade? Quais laços sociais são criados? Quais seus ideais, reprodutores ou reinterpretativos da ordem dominante? Objetivo:Desse modo, os autores objetivaram interpretar que representação esse jogo do futebol da várzea paulistana traz para a comunidade que o promove.Método:Para tanto, foram tomadas como fontes 13 entrevistas de atores protagonistas do jogo, o documentário "Preto X Branco", reportagens jornalísticas sobre o evento, além das percepções captadas pela observação participante do fenômeno "de perto e de dentro". Resultados:Ao proceder à aproximação e adentramento no jogo, foi descoberto que se trata de um ritual de futebol realizado anualmente com o objetivo de afirmar os valores antirracistas, almejando-se sua promoção e preservação pelos guardiões da memória do"Preto X Branco". Esse jogo que celebra a amizade de amigos pretos e brancos tem a mensagem simbólica de mostrar-se um coletivo cuja marca distintiva de sua identidade é o combate ao racismo. Conclusão:Para a comunidade que o realiza, o "Preto X Branco" revela as relações sobre as raças na cultura brasileira através da experiência cultural de um tradicional jogo de futebol radicado na várzea paulistana.
Introduction: This text in homage to the teacher Simoni Guedes (in memoriam) thematizes the Várzea soccer. In the case, the cultural experience of "Black vs. White", the soccer game which occurs in the São João Clímaco periphery, São Paulo. Capital, about 50 years ago. The questionsthat guide this article are: what is the symbolic function of "Black vs. White"? What social bonds are created? What are their ideals, reproducing or reinterpreting, of the dominant order? Objective:The authors aimed to interpret what this soccer game inthe São Paulo Várzea represents for the community that promotes it. Method:Therefore, we took as sources 13 interviews of protagonists of the game, the documentary "Black vs. White", journalistic reports about the event, in addition to the perceptions captured by the participant observation of the phenomenon "from up close and from within". Results:When approaching and entering the game we discovered that it is a football ritual held annually with the objective of affirming the values that are promoted and preserved by the guardians of that group's memory. This game that celebrates the friendship of black friends and white friends has the symbolic message of showing itself as a collective whose distinctive mark of its identity is the fight against racism.Conclusion:For the community that promotes it, our interpretation is that the "Black vs. White" reveals the relationships about races in Brazilian culture through the cultural experience of a traditional soccer game rooted from São Paulo's Várzea.
Introducción: Este texto en honor al prof. Simoni Guedes (in memoriam) se centra en el fútbol de la "Várzea". En este caso, la experiencia cultural de "PretoX Branco", un partido de fútbol que se desarrolla en São João Clímaco, afueras São Paulo Capital, desde hace alrededor de 50 años. Las preguntas que orientan este artículo son: ¿cuál es la función simbólica de "Preto X Blanco"? ¿Qué representa e incluye/excluye como rasgo distintivo de su identidad? ¿Qué vínculos sociales se crean? ¿Cuáles son sus ideales, reproduciendo o reinterpretando el orden dominante? Objetivo:Los autores pretendían interpretar lo que representa este juego de fútbol en la llanura aluvial de São Paulo para la comunidad que lo promueve. Método:Para ello, tomamos como fuentes 13 entrevistas a protagonistas del juego, el documental "PretoX Branco", reportajes periodísticos sobre el evento, además de las percepciones captadas por la observación participante del fenómeno "de cerca y desde adentro". Resultado:Al acercarnos e ingresar al juego, descubrimos que se trata de un ritual futbolístico que se realiza anualmente con el objetivo de afirmar los valores que promueven y preservan los guardianes de la memoria de ese colectivo. Este juego que celebra la amistad de amigos negros y amigos blancos tiene el mensaje simbólico de mostrarse como un colectivo cuya marca distintiva de su identidad es la lucha contra el racismo. Conclusión:Para la comunidad que lo promueve, nuestra interpretación es que "Negro X Blanco" revela las relaciones entre razas en la cultura brasileña a través de la experiencia cultural de un juego de fútbol tradicional arraigado en el fútbol de la "varzea" de São Paulo.
Subject(s)
Humans , Adult , Middle Aged , History, 20th Century , Young Adult , Soccer , Culture , Racial Groups , Racism , Anthropology, Cultural , Race Relations , Social Identification , Black or African American , Brazil , Poverty Areas , White People , MethodsABSTRACT
Esta pesquisa teve como principal objetivo investigar o processo de construção da resiliência das mulheres de origem nordestina do bairro Novo Recreio, Guarulhos-SP, tenta também identificar elementos de empoderamento. Foram utilizados nos procedimentos metodológicos, técnicas participativas: observação participante e a História Oral. Seguiu-se referências sobre resiliência urbana em contexto de insustentabilidade e vulnerabilidade socioambiental, processo de periferização e migração das mulheres nordestinas em/para São Paulo, urbanização, participação social e protagonismo feminino. Foram feitas entrevistas semi-estruturadas com quatro mulheres por meio das histórias de vidas; que juntadas às observações de campo, foi realizada análise de dados, aportada na técnica de análise de conteúdo. Os principais resultados obtidos partem das histórias de sofrimento na infância e adolescência, tais como casamentos infantis, impossibilidade de estudar e a vivência da/na marginalidade urbana. Pode-se considerar que as vivências obtidas pelas mulheres no Nordeste colaboram no potencial criativo e existencial, desenvolvendo mecanismos de superação e adaptação.
This research aimed to investigate the process of resilience building of women from northeastern that moved to Novo Recreio neighborhood, in Guarulhos-SP, and also try to identify elements of empowerment. Participatory instruments were used in the methodological procedures, such as participant observation and Oral History. References were based on urban resilience in a context of unsustainability and socio-environmental vulnerability, process of peripherization and migration of northeastern women in/to São Paulo, urbanization, social participation and female protagonism. Semi-structured interviews were performed with four women through life stories; that assimilated with the field observation, data analysis was made, supported by the content analysis technique. The main results obtained starts from stories of suffering in childhood and adolescence, such as child marriages, the impossibility of studying and the experience of living in an urban marginality. The main results arising from the experiences induced by women in Northeast entailed in creative and existential potential, developing components of resilience and adaptation.
Subject(s)
Women , Poverty Areas , Urban Area , Resilience, Psychological , EmpowermentABSTRACT
Resumo O artigo visa compreender como ocorre o acesso à água e ao esgotamento sanitário na Ocupação Vitória e a percepção dos moradores acerca da associação entre esse acesso e as condições de saúde: aparecimento de doenças, qualidade de vida e as relações de gênero na comunidade. Trata-se de estudo qualitativo, fundamentado na imersão no trabalho de campo, empregando observação participante na Ocupação e em entrevistas com seus moradores. Observou-se a precariedade do acesso à água pela população, que ocorre por meio de ligações irregulares às redes formais, e a predominância de fossas rudimentares. A população relaciona a falta de saneamento com o surgimento de doenças infecciosas e parasitárias e impactos sobre a desigualdade de gênero. O acesso inadequado à água e esgoto impacta a qualidade de vida da comunidade ao comprometer a produção de alimentos agroecológicos e as práticas culturais e identitárias. A informalidade do assentamento se traduz em maior vulnerabilidade social e maior exposição da população a efeitos sobre sua saúde, principalmente de mulheres e crianças.
Abstract The article aims to understand how access to water and sanitation occurs in the Vitória Occupation and the residents' perception of the association between this access and health conditions: the emergence of diseases, quality of life and gender relations in the community. This is a qualitative study, based on immersion in fieldwork, employing participant observation in the Occupation and in interviews with residents of the Occupation. It was observed the precariousness of access to water by the population, which occurs through irregular connections to formal networks, and the predominance of rudimentary septic tanks. The population relates the lack of sanitation with the emergence of infectious and parasitic diseases and impacts on gender inequality. Inadequate access to water and sewage impacts the community's quality of life by compromising the production of agroecological food and cultural and identity practices. The informality of the settlement translates into greater social vulnerability and greater exposure of the population to effects on their health, especially on women and children.
Subject(s)
Humans , Male , Female , Child , Adult , Urban Sanitation , Poverty Areas , Sewerage , Basic Sanitation/organization & administration , Equity in Water Access , Gender Equity , Parasitic Diseases , Quality of Life , Brazil , Communicable Diseases , Social Vulnerability , Health Policy , Health Services AccessibilityABSTRACT
Pode a clínica psicológica escutar as subjetividades periféricas? A partir dessa problematização, o presente estudo teórico se propõe a pensar a relação entre clínicas psicológicas e subjetividades periféricas, aquelas vidas que estão afastadas dos diversos centros: políticos, sociais, econômicos, étnico-raciais, de gênero e sexualidades etc. Marcadas por relações de exclusão, opressões e precarizações, as subjetividades periféricas são vistas como produtos de processos de colonização que se atualizam em estratégias mais sofisticadas, investindo além do corpo biológico e alcançando os processos de subjetivação em suas múltiplas faces. Ao mesmo tempo, também são vistas como sujeitas, cujos processos de dessubjetivação dessa produção de território existencial terrificante expressam linhas de resistência crítica e inventiva que contornam um espaço fora do centro não como lugar de sujeição, mas de politização do corpo e afirmação da vida. O estudo aponta para a irrupção da fixidez teórico-metodológica e aposta na invenção de uma clínica que pensa a partir de onde os pés pisam, e da experimentação dos contextos e das vidas que se propõe cuidar, produzindo uma dupla tarefa de descolonização: da psicologia clínica ainda carregada de discursos e práticas colonizantes e das subjetividades que são produtoras e produtos de processos de opressão e exclusão.(AU)
Can psychological clinic listen to peripheral subjectivities? From this problematic, this theoretical study reflects on the relationship between psychological clinics and peripheral subjectivities-lives that are removed from the various centers: political, social, economic, racial-ethnic, gender and sexualities, etc. Marked by exclusion, oppression, and precariousness, peripheral subjectivities are seen as products of colonization processes that are reiterated by more sophisticated strategies, going beyond the biological body and reaching the subjectivation processes in its multiple facets. Simultaneously, they are seen as subjects, whose desubjectivation processes of this terrifying existential territory production express critical and inventive resistances that outline a peri-space not as a place of subjection, but of politicization of the body and affirmation of life. The study argues in favor of dismantling theoretical-methodological fixity and inventing a clinic rooted on experimentation of the contexts and lives it proposes to care for, engendering a double decolonization: of clinical psychology still laden with colonizing discourses and practices and of subjectivities that produce and are products of oppression and exclusion.(AU)
¿Puede la clínica psicológica escuchar las subjetividades periféricas? Desde esta problematización, este estudio se propone pensar la relación entre clínicas psicológicas y subjetividades periféricas, aquellas vidas que están apartadas de todos los centros: políticos, sociales, económicos, étnico-raciales, de género y sexualidades, etc. Marcadas por relaciones de exclusión, opresiones, precarizaciones, estas subjetividades periféricas son producto de los procesos de colonización que se actualizan en estrategias más sofisticadas que, más allá del cuerpo biológico, invisten en los procesos de subjetivación y sus múltiplos rostros. Al mismo tiempo, son agentes cuyos procesos de subjetivación de esta producción de territorio existencial petrificante exprimen líneas de resistencia crítica e inventiva que contornan el margen del centro no como espacio de sujeción, sino como espacio de politización del cuerpo y afirmación de la vida. El estudio realizado apunta a la necesidad de ruptura con los aportes teórico-metodológicos rígidos y apuesta en la invención de una clínica que piensa desde su fundamentación, y de la experimentación de los contextos y vidas que buscan cuidar, lo que produce una doble tarea de descolonización: de la psicología clínica aún marcada por las prácticas de colonialidad y de las subjetividades que son productoras y producto de los procesos de opresión y exclusión.(AU)