Your browser doesn't support javascript.
loading
Show: 20 | 50 | 100
Results 1 - 20 de 395
Filter
1.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 23(1): 10-27, maio 2023.
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1434404

ABSTRACT

A ascensão de governos neoliberais e de movimentos ultraconservadores vem reforçando a heterocisnormatividade e o racismo, produzindo desigualdade e infligindo ainda mais sofrimento e riscos letais às minorias. Conjurando imposição de regimes de austeridade, limites da presença do Estado e esvaziamento da propriedade social à autorresponsabilização pela gestão da própria vida e saúde, a questão da diferença passou a ser forjada como ponto de instabilidade e ameaça a tais propósitos e pressupostos político-econômicos. Uma das consequências é a ampla circulação de discursos de ódio e desprezo pela diversidade. Este trabalho buscou, assim, compreender como então se estabelecem intersecções enunciativas entre marcadores de diferença e a racionalidade liberal na economia e conservadora nos costumes, tomando como foco a (des)articulação em torno da precarização de parentalidades e conjugalidades diversas. Os resultados desta investigação apontam que, quanto maior a densidade democrática de uma sociedade ou relação sociocultural, maiores as possibilidades de afirmação positiva da alteridade e diferença, bases importantes para a produção da saúde e da cidadania (racial, sexual, de gênero e ambiental).


The rise of neo-liberal governments and ultra-conservative movements has been reinforcing cisheteronormativity and racism, thus generating inequalities and inflicting even more lethal risks and suffering upon minorities. Conjuring the imposition of austerity regimes, limitations on State action and the emptying of social property in favor of self-responsibility for managing one's own life and health, the issue of differences started being forged as a point of instability and threat to such political and economic premises and purposes. One of the consequences is the widespread circulation of discourses filled with hate and contempt for diversity. This study aimed to understand how discourse intersections are established between markers of difference and the liberal rationale in terms of economy and the conservative rationale in terms of customs, focusing on the (dis)articulation surrounding the precariousness of diverse parenthood and conjugalities. The results of this study point out that the larger democratic density of a given society or sociocultural relationship, the greater the possibilities of positively affirming otherness and difference, which are important foundations for health care, and citizen (racial, sexual, gender and environmental) rights.


La ascensión de gobiernos neoliberales y de movimientos ultraconservadores viene reforzando la heterocisnormatividad y el racismo, produciendo desigualdad e imponiendo aún más sufrimiento y riesgos letales a las minorías. Invocando imposición de regímenes de austeridad, límites a la presencia del Estado y el vaciamiento de la propiedad social a la auto-responsabilización por la gestión de la propia vida y salud, el tema de la diferencia pasó a ser forjado como punto de instabilidad y amenaza a tales propósitos y presupuestos político-económicos. Una de las consecuencias es la amplia circulación de discursos de odio y desprecio hacia la diversidad. Este trabajo buscó comprender cómo, entonces, se establecen intersecciones enunciativas entre marcadores de diferencia y la racionalidad liberal en la economía y conservadora en las costumbres, tomando como enfoque la (des)articulación sobre la precarización de parentalidades y conjugalidades diversas. Los resultados de esta investigación apuntan a que cuánto más grande la densidad democrática de una sociedad o relación sociocultural, mayores posibilidades de afirmación positiva de la alteridad y la diferencia, bases importantes para la producción de la salud y de la ciudadanía (racial, sexual, de género y ambiental).


Subject(s)
Humans , Politics , Family , State , Racism , Sexism
2.
Medicina (Ribeirao Preto, Online) ; 56(1)abr. 2023. tab, ilus
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1442327

ABSTRACT

Introdução: A obesidade é uma doença multifatorial, crônica e progressiva, que afeta parcelas consideráveis da população mundial e brasileira. Estudos mostram que sociedades e ambientes com maiores níveis de racismo estrutural podem desencadear maiores níveis de prevalência de obesidade nas suas populações marginalizadas. Assim, a maior vulnerabilidade das populações de etnia preta no Brasil, decorrentes do racismo estrutural e institucional instaurado, leva a maiores índices de sobrepeso e obesidade ocasionadas pela incapacidade de tais populações garantirem a segurança alimentar. Objetivo: O objetivo deste estudo foi analisar a evolução da prevalência do sobrepeso e obesidade nas populações da etnia branca e preta no Brasil, avaliando hábitos alimentares com potencial de promover a obesidade. Além disso, buscou-se relacionar o agravamento do IMC populacional no Brasil com a etnia e o racismo estrutural presente na sociedade brasileira. Método: Trata-se de um estudo descritivo de cunho transversal. Foram selecionadas 12 questões padronizadas do inquérito VIGITEL realizados nos anos de 2011 a 2020. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva, e para comparação entre os grupos étnicos aplicou-se o teste T de Student. Resultados: Os resultados, de modo geral, evidenciam que indivíduos da etnia preta apresentam maior grau de IMC (Kg/m2) em comparação à etnia branca. Os dados de IMC entre as capitais brasileiras demonstram que tanto em 2011, quanto em 2020, as médias do índice avaliado foram maiores entre a população de etnia preta, apresentando 26,03 Kg/m2 e 27,07 Kg/m2 respectivamente, enquanto os indivíduos declarados brancos tiveram médias de 25,7 Kg/m2 e 26,45 Kg/m2 nos mesmos anos. O IMC médio nos anos de 2011 a 2020, de 25,99 Kg/m2para a etnia branca, e de 26,50 Kg/m2 para a etnia preta indicam sobrepeso no âmbito nacional. Ademais, o consumo médio de verduras e legumes foi inferior entre a etnia preta, a qual manifestou uma frequência alimentar maior no consumo de refrigerante ou suco artificial do que a etnia branca, apresentando, de um modo geral, uma alimentação de menor qualidade. Conclusão: O IMC médio e a prevalência de sobrepeso estão aumentando nas populações das capitais do Brasil, sendo tal aumento mais acentuado nas populações da etnia preta. Também se observou que as populações da etnia preta possuem uma alimentação de menor qualidade, quando comparado à alimentação da população de etnia branca (AU).


Introduction: Obesity is a multifactorial, chronic, and progressive disease that affects considerable portions of the world and Brazilian populations. Studies show that societies and environments with higher levels of structural racism can trigger higher levels of obesity prevalence in their marginalized populations. Thus, the greater vulnerability of populations of black ethnicity in Brazil, resulting from the structural and institutional racism established, leads to higher rates of overweight and obesity caused by the inability of such populations to guarantee food security. Objective: This study aimed to analyze the evolution of the prevalence of overweight and obesity in white and black populations in Brazil, evaluating eating habits with the potential to promote obesity. In addition, we aimed to relate the worsening of the populational BMI in Brazil with ethnicity and structural racism present in Brazilian society. Method: This investigation is a descriptive cross-sectional study. Twelve standardized questions from the VIGITEL survey were selected from 2011 to 2020. Data were analyzed using descriptive statistics, and Student's T-test was applied to compare ethnic groups. Results: The results, in general, show that individuals of the black ethnic group have a higher degree of BMI (Kg/m2) compared to the white ethnic group. BMI (Kg/m2) data for Brazilian capitals show that both in 2011 and 2020, the averages of the evaluated index were higher among the black population, presenting 26.03 Kg/m2 and 27.07 Kg/m2, respectively, while individuals declared white had averages of 25.7 Kg/m2 and 26.45 Kg/m2 in the same years. The average BMI in 2011 to 2020, of 25.99 Kg/m2 for the white ethnicity, and of 26.50 Kg/m2 for the black ethnicity, indicates overweight at the national level. In addition, the average consumption of vegetables was lower among black people, which showed a higher food frequency in the consumption of soft drinks or artificial juice than the white people, presenting, in general, a lower quality diet. Conclusion: The average BMI and the prevalence of overweight are increasing in the populations of the capitals of Brazil, being this increase more accentuated in the populations of black ethnicity. It was also observed that the populations of black ethnicity have a lower quality in their diet compared to the diet of the white population (AU).


Subject(s)
Humans , Male , Female , Adult , Middle Aged , Brazil , Ethnicity , Body Mass Index , Prevalence , Feeding Behavior , Racism , Obesity/epidemiology
3.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e246584, 2023.
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1422412

ABSTRACT

Este relato de experiência, situado no campo do cuidado a pessoas usuárias de álcool e outras drogas em contextos marcados por violência, tem como objetivo explorar os limites, desafios e caminhos possíveis, em um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD III), para a sustentação de um cuidado orientado pela compreensão das pessoas usuárias do Caps a partir da sua existência, sofrimento e relação com o corpo social, mesmo diante de comportamentos tidos como violentos. De caráter qualitativo, o percurso de pesquisa foi conduzido por meio de dois recursos metodológicos: o relato de experiência, referente à trajetória de uma das autoras no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Mental do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPUB/UFRJ), e a metodologia caso traçador ou usuário-guia. O trabalho de cuidar de pessoas expostas à necropolítica exige um posicionamento ético dos trabalhadores de saúde mental de engendrar processos de resistências e produção de vida. Pela radicalidade que é vivenciá-la, a violência comparece como um elemento dificultador desse trabalho para os profissionais, fazendo com que, diante do desamparo, por vezes utilizem lógicas disciplinares para conseguir lidar com esse fenômeno. Propõe-se abordar as cenas nomeadas como violentas nos Caps com base na noção de situação-limite, retirando a situação da malha de sentidos que acompanha a palavra e remete a práticas disciplinares e ao contexto da violência urbana. Essa mudança de paradigma abre a possibilidade de que os trabalhadores se incluam nas situações, as entendam como relacionadas à complexidade e à singularidade da existência das pessoas envolvidas e, assim, proponham soluções produtoras de vida.(AU)


This experience report, situated in the field of care for people who use alcohol and other drugs in contexts marked by violence, aims to explore the limits, challenges, and possible paths, at a Psychosocial Care Center for Alcohol and Drugs (CAPS AD III), to support care guided by the knowledge of CAPS users based on their existence, suffering, and relationship with the social body, even in the face of behaviors considered to be violent. The path of this qualitative research was conducted with two methodological resources: the experience report, referring to the trajectory of one of the authors at the Multiprofessional Residency Program in Mental Health at the Institute of Psychiatry at the Federal University of Rio de Janeiro (IPUB/UFRJ), and the methodology of case tracer or user-guide. The work of caring for people exposed to necropolitics requires an ethical positioning of mental health workers to build resistance processes and life production. Due to it is radical to experience, violence appears as a complicating element of this work for the professionals, forcing them to, due to the lack of support, occasionally use disciplinary reasoning to deal with this phenomenon. This study proposes to approach violent scenarios in the CAPS under the guise of limit-situation, withdrawing the situation from the web of meanings that accompany the word and refer to disciplinary actions and the context of urban violence. This paradigmatic change opens the path for workers to include themselves in these situations, to understand their relationship with the complexity and singularity of the existence of the implicated people, and thus offer solutions that produce life.(AU)


Este reporte de experiencia se sitúa en el área de la atención a las personas que consumen alcohol y otras drogas en contexto de violencia y tiene por objetivo explorar los límites, desafíos y caminos posibles en un Centro de Atención Psicosocial Alcohol y Drogas (Caps AD III), para ofrecer un cuidado a los usuarios basado en la comprensión de las personas usuarias del Caps considerando su existencia, sufrimiento y relación con el cuerpo social, incluso ante situaciones violentas. Esta es una investigación cualitativa que se basó en dos recursos metodológicos: el reporte de experiencia sobre la trayectoria de una de las autoras en el Programa de Residencia Multiprofesional en Salud Mental de la Universidad Federal de Río de Janeiro (IPUB/UFRJ) y de la metodología del caso trazador o usuario guía. La labor de asistir a las personas expuestas a la necropolítica requiere un posicionamiento ético de los profesionales de la salud mental de producir vida y procesos de resistencia. Por la radicalidad de la experiencia, la violencia es un obstáculo para el trabajo de los profesionales, lo que los llevan a actuar de forma disciplinaria para hacer frente a este fenómeno. Se propone aquí abordar las escenas violentas bajo la noción de situación límite en el Caps, sacando del contexto la red semántica que acompaña la palabra y alude a las prácticas disciplinarias y la violencia urbana. Este cambio de paradigma permite que los trabajadores se incluyan en las situaciones, las comprendan en relación con la complejidad y la singularidad de la existencia de las personas y propongan soluciones que produzcan vida.(AU)


Subject(s)
Humans , Male , Female , Violence , Mental Health , Psychiatric Rehabilitation , Occupied Territories , Poverty , Psychology , Public Policy , Social Change , Social Work , Tobacco , Tranquilizing Agents , Unconsciousness , World Health Organization , Emergency Feeding , Shyness , Neurosciences , Brazil , Ill-Housed Persons , Bereavement , Sexually Transmitted Diseases , Central Nervous System , Crack Cocaine , Crime , Death , Harm Reduction , Vulnerable Populations , Depression , Dissociative Disorders , Disease Prevention , User Embracement , Euphoria , Exploratory Behavior , Family Relations , Pleasure , Racism , Social Discrimination , Alcohol Abstinence , Psychological Distress , Workhouses , Social Representation , Metabolism , Antidepressive Agents
4.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e244897, 2023. tab
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1422411

ABSTRACT

O racismo estrutural é uma realidade na sociedade brasileira e pode ser manifestado no interior de famílias inter-raciais. As crianças e as pessoas adultas que experienciam sentimentos de aceitação ou de rejeição nas dinâmicas familiares desenvolvem diferentes formas de ver a si mesmas, os outros e o mundo ao redor. Este estudo teve por objetivo avaliar as percepções de suporte emocional, rejeição parental na infância e discriminação cotidiana entre pessoas brancas, pardas e pretas. Participaram 175 pessoas, 80% do gênero feminino, com idade da amostra total variando de 18-39 anos (M = 24; DP = 5,11). Cento e três participantes se identificaram como branca/o, 42, como preta/o e 30, como parda/o. Todos responderam um formulário online composto pela Escala de Lembranças de Práticas Parentais, Escala de Discriminação Cotidiana e questões sociodemográficas. O resultado do teste Manova indicou que não houve diferença estatisticamente significativa entre as pessoas brancas, pardas e pretas em relação ao suporte emocional e à rejeição parental. Quanto à percepção de discriminação, houve diferença estatisticamente significativa nas subescalas de Tratamento Injusto [X²(2) = 17,360; p < 0,001] e Rejeição Pessoal [X²(2) = 27,970; p < 0,001], pessoas pretas apresentaram maiores médias que pardas e brancas, respectivamente. Discute-se a importância de falar sobre racismo nas relações familiares. Espera-se percepções de rejeição parental menor para pessoas brancas e de discriminação cotidiana maior para pardas e pretas.(AU)


Structural racism is a reality in Brazilian society and it can manifest within interracial families. Children and adults who experience feelings of acceptance or rejection in family dynamics develop different forms of seeing themselves, others, and the world around them. This study aimed to analyze perceptions of emotional support, parental rejection in childhood, and everyday discrimination between white, mixed, and black people. The participants were 175 people, 80% women, aged between 18 to 39 years (M = 24; DP = 5.11). A hundred and three participants identified themselves as white, 42 as black, and 30 as mixed. All answered an online form with the Memories on Parenting Practices, Everyday Discrimination Scale, and sociodemographic questions. Results show that the MANOVA test indicated no statistically significant difference between white, black, and mixed people regarding emotional support and parental rejection. Concerning the perception of discrimination, there was a statistically significant difference in the Unfair Treatment [X2(2) = 17.360; p < 0.001] and Personal Rejection [X2(2) = 27.970; p < 0.001] subscales, black people presented higher averages than mixed and white groups, respectively. This study discusses the importance of discussing racism in family relationships. Perceptions of lower parental rejection for white people and higher everyday discrimination for mixed and blacks are expected.(AU)


El racismo estructural es una realidad en la sociedad brasileña y puede manifestarse en familias interraciales. Los niños y los adultos que experimentan sentimientos de aceptación o rechazo en la dinámica familiar desarrollan diferentes formas de verse a sí mismos, a los demás y al mundo que los rodea. Este estudio tuvo como objetivo evaluar las percepciones de apoyo emocional, rechazo de los padres en la infancia y discriminación cotidiana entre personas blancas, mestizas y negras. Participaron 175 personas, 80% mujeres, con una edad de la muestra total de entre 18 y 39 años (M = 24; DE = 5,11). Ciento tres participantes se identificaron como blancos; 42 como negros y 30 como pardos. Todos respondieron un formulario en línea que consta de la Escala de Recuerdo de Prácticas de Crianza, la Escala Discriminación en la Vida Cotidiana y de preguntas sociodemográficas. El resultado de la prueba Manova indicó que no hubo diferencias estadísticamente significativas entre las personas con respecto al apoyo emocional y el rechazo de los padres. En cuanto a la percepción de discriminación, hubo uma diferencia estadísticamente significativa en las subescalas de trato injusto [X2(2) = 17,360; p < 0,001] y rechazo personal [X2(2) = 27,970; p < 0,001], los negros tenían promedios más altos que los pardos y los blancos, respectivamente. Se discute la importancia de hablar de racismo en las relaciones familiares. Se esperan percepciones de menor rechazo de los padres hacia las personas blancas y mayor discriminación diaria hacia los pardos y negros.(AU)


Subject(s)
Humans , Female , Adult , Young Adult , Social Support , Family , Racism , Social Discrimination , Social Status , Psychology , Psychosexual Development , Psychotherapy , Public Policy , Race Relations , Social Change , Social Isolation , Socioeconomic Factors , National Health Strategies , Intergenerational Relations , Domestic Violence , Colonialism , Western World , Affect , Culture , Denial, Psychological , Comprehension , Racial Groups , Ego , Family Conflict , Family Therapy , Enslavement , Psychological Trauma , Social Oppression , Social Privilege , Disgust , Humanities
5.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e249674, 2023. tab
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1422407

ABSTRACT

Este artigo teve como objetivo compreender, a partir de uma análise fenomenológica, o impacto do racismo sobre vivências de mulheres negras. Foram analisados relatos escritos por mulheres que se autodeclaravam negras encontrados em sites e blogs da internet. Esta pesquisa qualitativa fenomenológica foi inspirada na proposta filosófica de Edmund Husserl, consistindo na elaboração de uma narrativa síntese que resumiu os elementos essenciais das vivências dessas mulheres. Os resultados possibilitaram compreender que as experiências de racismo vivenciadas por mulheres negras têm início na infância e as acompanham ao longo de toda a vida, causando impactos sobre sua saúde mental. A insatisfação em relação ao cabelo natural e a cor da pele surgem como sinais concretos de recusa da identidade negra; enquanto o processo de tomada de consciência, reconhecimento e aceitação da negritude impulsionam a autoaceitação e a construção de uma nova identidade como mulher negra. A troca de experiências com outras pessoas negras sobre racismo favoreceu o reconhecimento da negritude. Conclui-se que o suporte emocional de pessoas que vivenciam o mesmo tipo de sofrimento social pode ser de grande relevância no processo de superação, assim como os processos de intervenção psicológica quando pautados por atitudes de empatia e aceitação. Nesse sentido, a formação de psicólogos deve incluir conteúdos e práticas que abordem o tema do racismo como parte da realidade social.(AU)


This article aimed to understand, based on qualitative research, the impact of racism on Black women's experiences. To this end, accounts authored by women who self-identify as Black, found on websites and internet blogs were used as data sources. The phenomenological analysis of data was based on Edmund Husserl's philosophical proposal, and consisted of a narrative synthesis that summed the essential elements of these women's experiences. Results of this research enabled the understanding that experiences of racism, lived by Black women, start during childhood and accompany them throughout their lifetime, impacting their mental health. Dissatisfaction with their natural hair and skin color appear as concrete signs of turning down their Black identity; sharing their experiences with other Black people about racism helps them recognize their Blackness. The process of awareness, recognition and acceptance of Blackness drive them to self-acceptance and the construction of an identity that integrates their condition as Black women. We conclude that the emotional support given by people who live similar social suffering can be essential to the process of overcoming it, as should be the process of psychological intervention, when founded on attitudes of comprehensive empathy and acceptance. In this regard, we suggest that psychologists' education include both courses and practice that encompass the theme of racism as part of our social reality.(AU)


Este artículo tuvo como objetivo comprender, a partir de una investigación cualitativa, el impacto del racismo en las experiencias de las mujeres negras. Fueron utilizados relatos escritos por mujeres que decían ser negras como fuentes de datos, en sitios de Internet y blogs. El análisis fenomenológico de los datos se realizó a partir de la propuesta filosófica de Edmund Husserl y consistió en la construcción de una narrativa síntesis que presentaba los elementos esenciales de las vivencias de estas mujeres. Los resultados permitieron comprender que las experiencias de racismo, vividas por las mujeres negras, comienzan en la infancia y las acompañan a lo largo de la vida, con un impacto en la salud mental. La insatisfacción con el color natural del cabello y la piel aparece como signos concretos de rechazo a la identidad negra; el intercambio de experiencias con otros negros sobre el racismo favorece el reconocimiento de la negritud. El proceso de toma de conciencia, reconocimiento y aceptación de la negritud impulsa la autoaceptación y la construcción de una identidad que integra la condición de la mujer negra. Se concluye que el apoyo emocional que brindan las personas que experimentan el mismo tipo de sufrimiento social puede ser de gran relevancia en el proceso de superación, así como los procesos de intervención psicológica, cuando se guían por actitudes de comprensión y aceptación empáticas. En este sentido, se sugiere que los cursos de formación para psicólogos incluyan contenidos y prácticas que aborden el tema del racismo como parte de la realidad social.(AU)


Subject(s)
Humans , Female , Psychological Phenomena , Black or African American , Mental Health , Racism , Learning , Poverty , Prejudice , Psychology , Public Policy , Rabies , Self Concept , Social Isolation , Socioeconomic Factors , Violence , Wounds and Injuries , Child Welfare , Women's Health , Adolescent , Sexuality , Feminism , Cultural Deprivation , Personal Autonomy , Narration , Human Characteristics , Ego , Emotions , Employment , Social Stigma , Social Marginalization , Physical Appearance, Body , Defamation , Blog , Political Activism , Social Oppression , Social Privilege , Androcentrism , Freedom , Internet Access , Sadness , Respect , Gender Identity , Empowerment , Social Comparison , Social Status , Socioeconomic Disparities in Health , Life Change Events , Loneliness , Mass Media
6.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e244329, 2023.
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1422404

ABSTRACT

Este artigo relaciona o paradigma manicomial, relativo à assistência psiquiátrica, à compreensão e ao manejo do campo da saúde mental, ao paradigma proibicionista, referente ao porte, uso e à circulação de drogas, como duas séries de políticas e práticas sociais que operam a guerra de raças que está na base do Estado brasileiro. Com isso, propomos uma investigação arqueogenealógica acerca do emaranhado de condições de emergência das práticas e objetos de saber-poder mobilizados por esses dois paradigmas, atentando ao caráter político das verdades que as sustentam. Dedicamo-nos especialmente ao período entre o final do século XIX e o começo do XX ao interrogar as dinâmicas de forças que constituem as práticas sociais e seus efeitos de subjetivação, produzidos pela sujeição de corpos por meio de uma diversidade de mecanismos morais, disciplinares, eugênicos, higienistas e biopolíticos que articulam os anseios de modernização e produtividade do Estado brasileiro à gestão dos problemas de saúde e segurança do país, colocando a pobreza, o vício e a doença como desdobramento da sua constituição racial. Concluímos, por fim, que o conflito de raças aparece como fundo intrínseco que se atualiza no cerne e a partir dos campos problemáticos da saúde mental e das drogas, colocando como saída dos impasses sociais e políticos eliminar ou pelo menos diluir, via miscigenação ou submissão para integração, o elemento físico e cultural do negro do Brasil.(AU)


This article puts in relation the asylum paradigm, associated to psychiatric care, to the understanding and management of the mental health field, to the prohibitionist paradigm, that refers to the possession, use and circulation of drugs, as two series of social policies and practices that operate racial war that is in the base of the Brazilian State. So on, we propose an archeogenealogical investigation about the emergency conditions of the practices and objects of knowledge-power organized by these two paradigms, paying attention to the political character of the truths that support them. Looking especially at the period between the end of the 19th century and the beginning of the 20th, we questioned the dynamics of forces that constitute social practices and their effects of subjectivation, produced by the subjection of bodies through moral, disciplinary, eugenic, hygienist and biopolitics mechanisms that articulate the modernization and productivity aspirations of the Brazilian State to the management of the country's health and safety problems, understanding poverty, addiction and disease as consequences of its racial constitution. We conclude that the conflict of races is an intrinsic background that is updated at the heart of the problematic fields of mental health and drugs. Considering this, the solution for social and political impasses is the elimination or at least dilution, through miscegenation or submission for integration, of the physical and cultural element of black people in Brazil.(AU)


Este artículo relaciona el paradigma asilar de atención psiquiátrica, comprensión y manejo del campo de la salud mental, con el paradigma prohibicionista, referente a al uso y circulación de drogas, como dos series de políticas y prácticas sociales que operan la guerra racial que está en el fundamento del Estado brasileño. Así, proponemos una investigación arqueogenealógica sobre las condiciones de emergencia de prácticas y objetos de saber-poder movilizados por estos dos paradigmas, prestando atención al carácter político de las verdades que los sustentan. Nos dedicamos especialmente al período entre finales del siglo XIX y principios del XX buscando la dinámica de fuerzas que constituyen a las prácticas sociales y sus efectos de subjetivación, producidos por la sujeción de los cuerpos a través de una diversidad de mecanismos morales, disciplinarios, eugenésicos, higienistas y biopolíticos que articulan las aspiraciones de modernización y productividad del Estado brasileño a la gestión de los problemas de salud y seguridad del país, comprendiendo la pobreza, la adicción y la enfermedad como resultado de su constitución racial. Finalmente, concluimos que el conflicto racial aparece como un trasfondo intrínseco que se actualiza en el cerne y desde los campos problemáticos de la salud mental y de las drogas, tomando como soluciones a los impasses sociales y políticos nacionales, la eliminación o al menos la dilución, a través del mestizaje o de la sumisión para fines de integración, del elemento físico y cultural del negro en Brasil.(AU)


Subject(s)
Humans , Male , Female , Pharmaceutical Preparations , Illicit Drugs , Mental Health , Public Health , Racial Groups , Pathology Department, Hospital , Physiology , Prejudice , Primary Prevention , Psychiatry , Psychology , Psychology, Social , Psychomotor Agitation , Social Alienation , Social Work , Substance Withdrawal Syndrome , Legislation, Labor , Black or African American , Bronchitis , Cannabis , Family , Dopamine , Poverty Areas , Cognitive Behavioral Therapy , Cure in Homeopathy , Population Control , Civil Rights , Cocaine , Community Health Services , Substance-Related Disorders , Disaster Vulnerability , Culture , Personal Autonomy , Dangerous Behavior , Aggression , Depression , Growth and Development , Ethanol , Humanization of Assistance , Ethics , Fetishism, Psychiatric , Racism , Medicalization , Criminal Behavior , Social Segregation , Freedom , Workhouses , Mania , Hallucinations , Anthropology, Cultural
7.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e246660, 2023.
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1422419

ABSTRACT

Objetivamos reconstruir, por meio das vozes de mães de jovens negros mortos em ações policiais, a subtração da vida de seus filhos em contínuas políticas que precarizavam suas existências ao negar-lhes direitos básicos e cidadania. Participaram desta pesquisa seis mães. As conversas com elas, após cuidadosa aproximação, se iniciaram com a pergunta disparadora: "Como você gostaria de contar a história do seu filho?". Para subsidiar nossas análises, tomamos como centrais a articulação teórica e política das noções de genocídio negro e de necropolítica. Este artigo evidencia que, entre o nascimento e a interrupção da vida por balas que atravessam o corpo como um alvo predestinado, o racismo constrói trilhos de precarização da vida que a torna cada vez mais abjeta, vulnerável e descartável, conduzindo à morte precoce, ainda que preveníveis, de jovens negros, principalmente, residentes em periferias e favelas. Nesta discussão, fomentamos uma visão menos compartimentalizada das múltiplas políticas genocidas, trazendo para o diálogo outras políticas públicas, para além da segurança pública. Abordamos um continuum de produção e legitimação de mortes de jovens negros, centrando nossas análises nas formas de apagamento social e institucional desses jovens, que ocorreram anteriormente à morte física, de modo a desqualificar suas vidas. Esses processos contribuem para que a política de segurança pública extermine vidas de jovens negros sem causar ampla comoção social, a devida investigação criminal e, portanto, a responsabilização do Estado, pois já eram vidas mutiladas e desumanizadas em suas existências.(AU)


We aim to reconstruct, with the voices of mothers of young black people killed in police actions, the subtraction of their children's lives in continuous policies that undermined their existence by denying them basic rights and citizenship. Six mothers participated in this research. The conversations with them, after a careful approach, began with the triggering question: "How would you like to tell your child's story?". To support our analyses, we take as central the theoretical and political articulation of the notions of black genocide and necropolitics. This article shows that, between the birth and the interruption of life by bullets that pass through the body as a predestined target, racism builds trails of precariousness of life that makes it increasingly more abject, vulnerable, and disposable, leading to premature death, even if preventable, of young black people, mainly, living in suburbs and slums. In this discussion, we foster a less compartmentalized view of multiple genocidal policies, bringing to the dialogue other public policies, in addition to public safety. We approach a continuum of production and legitimization of deaths of young black people, centering our analysis on the forms of social and institutional erasure of these young people, which occurred before physical death, to disqualify their lives. These processes contribute to the public security policy to exterminate the lives of young black people without causing widespread social upheaval, due criminal investigation, and, thus, the accountability of the State, since they were already mutilated and dehumanized lives in their existence.(AU)


El objetivo de este artículo es reconstruir, a través de las voces de las madres de jóvenes negros asesinados en acciones policiales, la sustracción de la vida de sus hijos en políticas continuas que socavaron su existencia al negarles derechos básicos y ciudadanía. Seis madres participaron en esta investigación. Las conversaciones con estas madres, después de un enfoque cuidadoso, comenzaron con la pregunta desencadenante: "¿Cómo le gustaría contar la historia de su hijo?". Para apoyar el análisis, se tomó como eje central la articulación teórica y política de las nociones de genocidio negro y necropolítica. Este artículo muestra que, entre el nacimiento y la interrupción de la vida por balas que atraviesan el cuerpo como fin predestinado, el racismo construye senderos de precariedad de la vida que la hace cada vez más abyecta, vulnerable y desechable, conduciendo a una muerte prematura, incluso prevenible, de jóvenes negros, principalmente, residentes en la periferia y favelas. Esta discusión fomenta una visión menos compartimentada de múltiples políticas genocidas, llevando al diálogo otras políticas públicas, además de la seguridad pública. Se acerca a un continuo de producción y legitimación de muertes de jóvenes negros, centrando el análisis en las formas de borrado social e institucional de estos jóvenes, ocurridas antes de la muerte física, para descalificar sus vidas. Tales procesos contribuyen a la política de seguridad pública para exterminar la vida de los jóvenes negros sin provocar un gran revuelo social, la debida investigación criminal y, en consecuencia, la rendición de cuentas del Estado, pues ya eran vidas cuya existencia era mutilada y deshumanizada.(AU)


Subject(s)
Humans , Female , Public Policy , Women , Adolescent , Racism , Genocide , Prejudice , Psychology , Scapegoating , Social Justice , Social Problems , Social Support , Socioeconomic Factors , Sociology , Violence , Child Labor , Emergency Feeding , Unified Health System , Brazil , Bereavement , Illicit Drugs , Child Advocacy , Nutrition Policy , Colonialism , Statistics , Criminal Law , Hazards , Adolescent Health , Whistleblowing , Dehumanization , Disasters , Educational Status , Employment , Ethics , Fear , Social Stigma , Social Discrimination , Enslavement , Underage Drinking , Help-Seeking Behavior , Political Activism , Academic Failure , Freedom , Disgust , Respect , Empowerment , Social Vulnerability , Citizenship , Homicide , Human Rights , Income , Anger , Loneliness , Mothers
8.
Textos contextos (Porto Alegre) ; 22(1): 42348, 2023.
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1438501

ABSTRACT

O presente artigo tem como objetivo geral demonstrar a importância da dimensão étnico-racial na área da habitação, enfatizando os fenômenos socioespaciais atuais, com foco na seletividade socioterritorial. Para tal, utiliza-se de ampla revisão de literatura fundamentada no materialismo histórico e dialético em Marx, bem como nas análises sobre território e espaço de Milton Santos. Assim, evidenciando as motivações deste recorte fazer-se fundamental na área a partir de um resgate histórico sobre a formação socioespacial do espaço urbano no Brasil, tornando notória a consequente seletividade socioterritorial existente nos dias atuais. A partir da contextualização histórica, as ocupações irregulares são tidas como um reflexo desta questão e as Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) tornam-se um importante suporte na garantia de moradia adequada à população de baixa renda; porém, ainda um tanto ineficazes sem um olhar atento para quem são os usuários das políticas e serviços ali presentes. Ademais, se fomenta o debate sobre a dimensão étnico racial precisar estar presente desde a formação acadêmica, visto que atualmente o conteúdo referente à temática é escasso ou quase nulo


This article aims to demonstrate the importance of the ethnic-racial dimension in housing, emphasizing current socio-spatial phenomena, with a focus on socio-territorial selectivity. In order to do so, it makes use of an extensive literature review based on Marx's historical and dialectical materialism, as well as Milton Santos' analysis of territory and space. Thus, evidencing the motivations of this cut, making itself fundamental in the area from a historical review of the socio-spatial formation of urban space in Brazil, making evident the consequent socio-territorial selectivity existing today. From the historical context, irregular occupations are seen as a reflection of this issue and the Special Zones of Social Interest (ZEIS) become an important support in guaranteeing adequate housing for the low-income population; however, they are still somewhat ineffective without a careful look at who the users of the policies and services present there are. Furthermore, the debate on the racial ethnic dimension is fostered, it needs to be present since academic training, as currently the content related to the subject is scarce or almost nil


Subject(s)
Public Policy , Racism , Urban Area , Home Environment
9.
Demetra (Rio J.) ; 18: 65199, 2023.
Article in English, Portuguese | LILACS | ID: biblio-1442851

ABSTRACT

Ambientes alimentares domésticos condicionam oportunidades e práticas que se relacionam à nutrição e à promoção da alimentação saudável. Devido às construções de gênero, as mulheres têm papel fundamental nesses contextos, estando associadas histórica e culturalmente ao cuidado alimentar nos domicílios. Considera-se que fatores como raça e classe social proporcionam diferentes experiências e níveis de agência feminina em ambientes alimentares domésticos, reverberando sobretudo na alimentação e na saúde. A partir disto, este ensaio propõe uma reflexão sobre as repercussões das relações entre gênero e ambientes alimentares domésticos. Discute-se também como os desdobramentos das interações entre as desigualdades de gênero, raciais e econômicas incidem na organização e no cuidado com a alimentação, a partir de aspectos que vão desde a aquisição e preparo de alimentos saudáveis, a padrões de consumo criados. Conclui-se que a falta de compartilhamento do trabalho doméstico, a dupla jornada, a sobrecarga, a dificuldade de acesso a recursos e alimentos e a vulnerabilidade socioeconômica são alguns dos fatores que desafiam a constituição de ambientes alimentares domésticos justos e saudáveis.


Home food environments provide opportunities and practices related to food and nutrition and the promotion of healthy eating patterns. Due to gender constructions, women play a key role in these contexts, being historically and culturally associated with food care at home. Race and social class are considered factors that provide different experiences and levels of female agency in home food environments, with special impact on nutrition and health. Based on this, the present study proposes a reflection about the repercussions of relations between gender and home food environments. It also discusses how unfolded interactions between gender, race and economic inequalities affect food organization and care based on aspects that range from purchase and preparation of healthy foods to created consumption patterns. It is concluded that some factors such as unshared household chores, double work shift, overload, difficulty of accessing resources and foods and socioeconomic vulnerability are challenges to be overcome to build fair and healthy home food environments.


Subject(s)
Humans , Female , Socioeconomic Factors , Women, Working , Diet, Healthy , Gender Equity , Home Environment , Social Class , Cultural Factors , Racism , Race Factors , Intersectional Framework , Social Vulnerability , Household Work
10.
Rev. SPAGESP ; 23(2): 69-89, jul.-dez. 2022. tab
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1449315

ABSTRACT

O presente estudo é resultado de um projeto interventivo realizado em uma escola pública de ensino fundamental, na cidade de Aracaju (Sergipe, Brasil), com a finalidade de promover ações de combate ao racismo entre os alunos e, ao mesmo tempo, desenvolver estratégias de valoração da identidade racial das crianças e adolescentes negros. Essa iniciativa foi amparada no projeto de trabalho de extensão da Universidade Federal de Sergipe. Trabalhamos com aproximadamente 80 alunos, do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, a maioria negra. Foram realizadas atividades planejadas para intervir nos seguintes eixos: Autoaceitação: valorização positiva da identidade social; Reconhecimento das diferenças e respeito à diversidade; Desenvolvimento de atitudes positivas para diferentes grupos. Os resultados evidenciaram mudanças na identidade racial das crianças, pelo aumento da autoestima individual e grupal, orgulho racial e atitudes intergrupais positivas.


This paper is the result of an intervention project carried out in a public elementary school in the city of Aracaju (Sergipe, Brazil), to promote actions of coping with racism among students and, at the same time, develop strategies to value the ethnic-racial identity of black children and teenagers. This initiative was supported by the extension work project of the Federal University of Sergipe. We worked with approximately 80 students, from the 1st to the 5th year of elementary school, the majority being black. Interventional activities were carried out in the following axes: Self-acceptance: positive appreciation of social identity; Recognition of differences and respect for diversity; Development of positive attitudes towards different groups. The results evidenced changes in the children's racial identity, through the increase of individual and group self-esteem, racial pride and positive intergroup attitudes.


Este artículo es el resultado de un proyecto de intervención llevado a cabo en una escuela primaria pública de la ciudad de Aracaju (Sergipe, Brasil), con el propósito de promover acciones para combatir el racismo y, al mismo tiempo, desarrollar estrategias para valorar la identidad racial de los niños y adolescentes negros. Esta iniciativa fue amparado por el proyecto de extensión universitaria de la Universidad Federal de Sergipe (Brasil). Trabajamos con aproximadamente 80 alumnos, de 1º a 5º año de primaria, en su mayoría negros. Se realizaron actividades planeadas para intervenir en las siguientes áreas: Autoaceptación: valoración positiva de la identidad social; Reconocimiento de las diferencias y respeto a la diversidad; Desarrollo de actitudes positivas hacia los diferentes grupos. Los resultados señalaran cambios en la identidad racial de los niños, por el aumento de su autoestima individual y grupal, del orgullo racial y de las actitudes intergrupales positivas.


Subject(s)
Humans , Education, Primary and Secondary , Racism , Gender Identity
11.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 22(4): 1479-1498, dez. 2022.
Article in English, Spanish, Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1428528

ABSTRACT

A relação entre racismo, subjetividade e o trauma colonial tem, cada vez mais, ocupado os debates no campo dos estudos e pesquisas em Psicologia. Este artigo tem como foco os processos de subjetivação, levando em consideração a relação entre racismo, gênero e o trauma colonial, bem como as agências possíveis que emergem nas vidas das mulheres negras ativistas. Adotando a interseccionalidade enquanto lente epistemológica e metodológica negra, os discursos e práticas de mulheres que fazem parte do Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro assumem aqui o protagonismo, compondo um espaço perpassado por agências políticas de re-existência e reivindicação de falas, escutas e ações de mulheres negras. Pode-se considerar, a partir da atuação no Fórum, que a consciência e a participação em uma instituição coletiva política feminina negra atuam como forças impulsionadoras, tanto em espaços públicos, pressionando o poder do Estado, quanto formando as mulheres negras nos/para espaços microcapilares e cotidianos. Foi possível perceber como a agência das mulheres negras possibilita formas de devolver o trauma colonial ao mundo através de uma mística quilombola coletiva pelo bem viver.


The relationship between racism, subjectivity and colonial trauma has increasingly been debated in the field of studies and research in Psychology. This paper focuses on the processes of subjectivation, taking into account the relationship between racism, gender, and colonial trauma, as well as the possible agencies that emerge in the lives of black women activists. We adopt intersectionality as a black epistemological and methodological lens. The discourses and practices of women who are part of the State Forum of Black Women of Rio de Janeiro assume the leading role in this study, creating a space permeated by political agencies of re-existence and demand for black women's voices, listening, and actions. It can be considered, from the performance in the forum, that consciousness and participation in a collective black female political institution act as a driving force both in public spaces, as pressure on the power of the State, as well as preparing black women for microcapillary and everyday spaces. Therefore, it was possible to perceive how the agency of black women can return the colonial trauma to the world through a collective mystic quilombola for "good living".


La relación entre racismo, subjetividad y trauma colonial ha ocupado cada vez más los debates dentro del campo de estudios y investigaciones en Psicologia. Este artículo tiene por foco los procesos de subjetivación, tomando en cuenta la relación entre racismo, género y trauma colonial, así como las agencias críticas posibles que emergen en la vida de las mujeres negras activistas. Tomando la interseccionalidad como lente epistemológica y metodológica negra, los discursos y prácticas de mujeres que hacen parte del Fórum Estadual de Mujeres Negras de Rio de Janeiro asumen aquí el protagonismo, formando un espacio, permeado por agencia política de re-existencia y reivindicación de palabras, escuchas y acciones de mujeres negras. Se puede considerar a partir de la actuación en el Fórum que la consciencia y participación en una institución colectiva política femenina negra, actúan como fuerzas impulsoras tanto en espacios públicos, presionando el poder del Estado, así como formando mujeres negras en y para espacios microcapilares y cotidianos. Fue posible percibir como la agencia crítica de mujeres negras posibilita formas de devolver el trauma colonial al mundo a través de una mística cimarrona colectiva por el bien vivir.


Subject(s)
Humans , Female , Women , Colonialism , Black People , Racism , Political Activism , Gender Identity , Brazil , Intersectional Framework , Quilombola Communities , Life Change Events
12.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 22(4): 1560-1580, dez. 2022.
Article in English, Spanish, Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1428536

ABSTRACT

O presente artigo tem como objetivo apresentar a construção teórica sobre a sexualidade feminina e a feminilidade em Freud, para depois questioná-la a partir de um recorte de raça e gênero. Para isso, foram utilizados como referências principais trabalhos de autoras negras que discutem a temática étnico-racial, além de produções que abordam gênero e teorias do feminismo interseccional. O trabalho observou a concepção de um universal de mulher que parte da atribuição de traços da feminilidade que se vinculam à figura da mulher branca, burguesa e mãe e, portanto, não compreendem em sua totalidade gênero, raça e classe, de forma a apagar a experiência da mulher negra, marcada pelo racismo e pela história escravocrata. Assim, observa-se uma omissão da psicanálise frente à questão racial e, portanto, evidencia-se a necessidade de se pensar uma psicanálise contextualizada, que leve em consideração os aspectos históricos e sociais da realidade na qual se insere.


This article aims to present the theoretical construction on female sexuality and femininity in Freud, and then question it from a racial and gender perspective. To this end, the main references employed were works from black female authors who discuss the ethno-racial subject, as well as some which address gender and theories of intersectional feminism. This paper observed the conception of a universal woman that includes the attribution of traits of femininity which are linked to a white, bourgeois and motherly woman figure and, therefore, aren't comprehensive of gender, race and class in their totality, in order to erase the black woman's experience, marked by racism and a slavocratic history. Thus, an omission from Psychoanalysis can be observed regarding to the racial issue and, therefore, the need of think about a contextualized psychoanalysis, which takes into account the historical and social aspects of the reality in which it is inserted, is evident.


Este artículo tiene como objetivo presentar la construcción teórica de la sexualidad femenina y la feminidad en Freud, y a seguir cuestionarla a partir de una óptica de raza y género. Para esto, las referencias más importantes son los trabajos de autoras negras que discuten la temática étnico-racial, y también estudios que abordan género y teorías del feminismo interseccional. El trabajo observó la concepción de una categoría de mujer con origen en la atribución de rasgos de la feminidad que se vinculan a la figura de la mujer blanca, burguesa y madre y, por lo tanto, no comprenden en su totalidad género, raza y clase, apagando la experiencia de la mujer negra, marcada por el racismo y los muchos años de esclavitud. De esa manera el Psicoanálisis omite la cuestión racial, lo que revela la necesidad de pensar un Psicoanálisis adecuado al contexto histórico y social en el que se inserta.


Subject(s)
Humans , Female , Psychoanalysis , Women , Sexuality , Black People , Femininity , Racial Groups , Racism , Gender Identity
13.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 22(4): 1601-1621, dez. 2022.
Article in English, Spanish, Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1428538

ABSTRACT

Este artigo trata das memórias de mulheres dissidentes na ditadura militar e da importância de seu aparecimento social como resistência à produção do apagamento. As dissidências, além de abarcarem a militância política à época, abrangem as experiências atravessadas por marcadores sociais de diferença, como gênero, sexualidade e raça, que, no regime militar, eram assumidas como ameaças ao projeto de nação. As memórias de mulheres militantes, em depoimentos que constam no Relatório da Comissão Nacional da Verdade, de mulheres lésbicas, nos boletins ChanacomChana, e de mulheres periféricas, negras e trabalhadoras, no jornal Nós, Mulheres, são discutidas a partir dos seguintes vieses: das violências praticadas contra essas pessoas por performarem uma feminilidade subversiva que ameaça as normativas de gênero como pilares do ideário de nação e família vigente à época; e da visibilidade de suas práticas de resistência. Entende-se que a produção dessas memórias ocorre nas articulações de experiências e posições sociais que enunciam diferenças nos modos de viver, pensar, sentir, narrar e resistir. Nesta perspectiva, a interseccionalidade é o aporte para as análises das memórias dessas mulheres.


This article focuses on the memories of dissident women in the military dictatorship and the importance of their social appearance as a resistance to the production of erasure. The dissidences, in addition to encompassing political militancy at the time, cover the experiences crossed by social markers of difference, such as gender, sexuality and race, which, in the military regime, were assumed as threats to the nation project. Memories of militant women, in testimonies that appear in the Report of the National Truth Commission, of lesbian women, in the ChanacomChana newsletters, and of peripheral, black and working women, in the newspaper Nós, Mulheres, are discussed from the following perspectives: violence practiced against these people for performing a subversive femininity that threatens gender norms as pillars that sustain the ideology of nation and family in force at the time; and the visibility of their resistance practices. We argue that the production of these memories occurs in the articulation of experiences and social positions that enunciate differences in the ways of living, thinking, feeling, narrating, and resisting. In this perspective, intersectionality is the contribution to the analysis of these women's memories.


Este artículo aborda las memorias de las mujeres disidentes en la dictadura militar y la importancia de su aparición social como resistencia a la producción de invisibilidad. Las disidencias, además de abarcar la militancia política de la época, reúnen las experiencias atravesadas por marcadores sociales de diferencia, como género, sexualidad y raza, que, en el régimen militar, fueron asumidos como amenazas al proyecto de nación. Las memorias de mujeres militantes, en testimonios presentes en el Informe de la Comisión Nacional de la Verdad, de mujeres lesbianas, en los boletines de ChanacomChana, y de mujeres periféricas, negras y trabajadoras, en el diario Nós, Mulheres, son discutidas desde las siguientes perspectivas: de la violencia practicada contra ellas por ejercer una feminidad subversiva que atenta contra las normas de género como pilares de la ideología de nación y familia vigente en la época; y la visibilidad de sus prácticas de resistencia. Se entiende que la producción de estas memorias ocurre en la articulación de experiencias y posiciones sociales que enuncian diferencias en las formas de vivir, pensar, sentir, narrar y resistir. En esta perspectiva, la interseccionalidad es la contribución al análisis de las memorias de estas mujeres.


Subject(s)
Humans , Female , Politics , Violence Against Women , Life Change Events , Military Personnel , Brazil , Sexuality , Democracy , Black People , Racism , Sexual and Gender Minorities , Intersectional Framework
14.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 22(4): 1622-1642, dez. 2022.
Article in English, Spanish, Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1428539

ABSTRACT

Este manuscrito tem como objetivo analisar de que modo coletivos juvenis LGBTQIAP+ têm produzido formas de re-existir a violências induzidas pelas expressões da necropolítica genderizada em Fortaleza. Ao longo do artigo, tomamos a necropolítica genderizada como uma ferramenta operacional da racionalidade neoliberal, que tem visado, dentre outras coisas, exaurir existências posicionadas como "outras" do padrão branco cis-hétero-patriarcal burguês, a exemplo de juventudes periféricas LGBTQIAP+. Elegemos a cartografia como ethos da pesquisa-inter(in)venção, a partir da qual fomentamos e compomos a rede "EntreColetivos". As análises foram feitas a partir de diários de campo sobre os encontros com essa rede de coletivos juvenis. As cenas trazidas apontam o dispositivo-arte como estratégia de enfrentamento à necropolítica genderizada, que assola desigualmente determinadas populações. As movimentações artísticas do "EntreColetivos" buscaram tornar a cidade circulável para juventudes negras e LGBTQIAP+, segmentos aos quais os espaços urbanos têm sido historicamente negados. Desse modo, observamos que a luta pela sobrevivência e pela re-existência nas margens não se encapsula em pautas identitárias. O "EntreColetivos" mostrou-se como uma rede de cuidado e luta, fazendo da arte e da ocupação da cidade um ato político de re-existência.


This manuscript aims to analyze how LGBTQIAP+ youth collectives have produced forms of re-existing violence induced by expressions of gendered necropolitics in Fortaleza. Throughout the article, we take gendered necropolitics as an operational tool of neoliberal rationality, which has aimed, among other things, at exhausting existences positioned as "others" of the bourgeois white cis-hetero-patriarchal standard, such as the peripheral LGBTQIAP+ youth. We chose cartography as the ethos of research-inter(in)vention, from which we foster and compose the "EntreColetivos" network. The analyzes were carried out through field diaries about the meetings with this network of youth collectives. The scenes brought point out the art device as a confrontation with the gendered necropolitics, which unequally devastates certain populations. The artistic movements of "EntreColetivos" sought to make the city accessible to black and LGBTQIAP+ youth, segments to which urban spaces have been historically denied. Thus, we observe that the struggle for survival and re-existence on the margins is not encapsulated in identity guidelines. The "EntreColetivos" showed itself as a network of care and struggle, making art and the occupation of the city a political act of re-existence.


Este manuscrito tiene como objetivo analizar cómo los colectivos juveniles LGBTQIAP+ han producido formas de violencia re-existentes inducidas por expresiones de necropolítica de género en Fortaleza. A lo largo del artículo, tomamos la necropolítica de género como una herramienta operativa de la racionalidad neoliberal, que ha apuntado, entre otras cosas, a agotar existencias posicionadas como "otras" del patrón cis-hetero-patriarcal blanco burgués, como la juventud LGBTQIAP+ periférica. Elegimos la cartografía como el ethos de la investigación-intervención, a partir de la cual fomentamos y componemos la red "EntreColetivos". Los análisis se realizaron a través de diarios de campo sobre los encuentros con esta red de colectivos juveniles. Las escenas presentadas señalan el dispositivo del arte como una confrontación con la necropolítica de género, que asola desigualmente a ciertas poblaciones. Los movimientos artísticos de "EntreColectivos" buscaron hacer accesible la ciudad a jóvenes negros y LGBTQIAP+, segmentos a los que históricamente se les han negado los espacios urbanos. Así, observamos que la lucha por la supervivencia y la reexistencia en los márgenes no se encapsula en pautas identitarias. Los "EntreColetivos" se mostraron como una red de cuidado y lucha, haciendo del arte y la ocupación de la ciudad un acto político de reexistencia.


Subject(s)
Humans , Politics , Art , Violence , Sexual and Gender Minorities , Gender-Based Violence , Political Activism , Brazil , Racism , Personal Narrative , Interpersonal Relations , Life Change Events
15.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 22(3): 1103-1123, set. 2022.
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1428708

ABSTRACT

O Programa Universidade para Todos (ProUni) é uma política de ações afirmativas que concede bolsa para alunos de baixa renda na rede privada de ensino superior. Este texto trata de uma investigação acerca da inserção e a permanência de estudantes prounistas negras na universidade com base na Análise Institucional de René Lourau articulada aos estudos de branquitude crítica. Os dados foram produzidos por meio de entrevistas grupais on-line com quatro estudantes e analisados em conjunto por restituição. Evidenciamos que o ProUni é uma força instituinte por inserir as estudantes na universidade, antes destinadas apenas às elites, e que causa tensões produzidas no encontro com o estabelecimento de ensino. Evidenciamos a urgência do debate a respeito das questões raciais no ambiente acadêmico, espaço em que a branquitude acrítica se institui enquanto norma silenciosa. Desnaturalizando as desigualdades raciais ao desvelar os desconfortos que a discussão apresenta, por escancarar o racismo estrutural em que se assenta na instituição-educação, apontamos a urgência em criar fissuras nessa estrutura. Estrutura que capilarmente compõe, produz e reproduz lógicas opressoras no sistema de ensino superior.


The University for All Program (ProUni, in Portuguese) is an affirmative action policy that grants scholarships to low-income students in private higher education institutions. This paper is about an investigation into the insertion and permanence of black scholarship holders in the university based on René Lourau's Institutional Analysis articulated with critical whiteness studies. The data were produced through online group interviews with four students and analyzed together by restitution. In this study, we evidenced that ProUni is an instituting force for inserting students in the university, a place previously destined for the elites, and that it causes tensions produced in the encounter with the establishment. In addition, we demonstrated the urgency of the debate about racial issues in the academy, a space where uncritical whiteness establishes itself as a silent norm. Denaturalizing racial inequalities by unveiling the discomforts that the discussion presents for opening up the structural racism on which it settles in the institution-education, we point out the urgency to create fissures in this structure. Structure that extensively composes, produces and reproduces oppressive logics in the higher education system.


El Programa Universidad para Todos (ProUni) es una política de acción afirmativa que concede becas a estudiantes de clases bajas en la red de enseñanza superior privada. Este trabajo trata de una investigación sobre la inserción y permanencia de las estudiantes prounistas negras en la universidad, a partir del Análisis Institucional de René Lourau en diálogo con los estudios de la blancura crítica. Los datos se produjeron en línea, mediante entrevistas grupales con cuatro estudiantes y fueran analizados en conjunto por medio de restitución. Evidenciamos que el ProUni es una fuerza instituyente porque inserta a los estudiantes en la universidad, antes destinada sólo a las élites, pero provoca tensiones producidas en el encuentro con el establecimiento. Destacamos la urgencia del debate sobre cuestiones raciales en el ámbito académico, un espacio en el que la blancura acrítica se establece como norma silenciosa. Desnaturalizando las desigualdades raciales al develar las incomodidades que la discusión presenta al exponer el racismo estructural en el que se basan institución-educación, señalamos la urgencia en crear fisuras en esta estructura. Estructura que capilarmente compone, produce y reproduce lógicas opresivas en el sistema de educación superior.


Subject(s)
Humans , Female , Public Policy , Universities , Women , Black People , Racism , Students , Social Vulnerability
16.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 22(3): 1245-1263, set. 2022.
Article in English, Spanish, Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1428740

ABSTRACT

O presente artigo reúne contribuições psicanalíticas a respeito do fenômeno do racismo, seu lugar na organização da sociedade ocidental e brasileira, e na constituição do sujeito. O intuito é examinar as análises de pessoas negras para além da afirmação de que ser negro e lutar contra o racismo levaria à formação de grupo e inviabilizaria a emergência da singularidade do sujeito. Buscamos, então, as exíguas contribuições psicanalíticas sobre o tema para abordar a questão. Estudamos o conceito de raça e racismo em outros campos do saber a fim de desvelarmos os mecanismos do racismo como construto social, histórico e político. A investigação da literatura psicanalítica nos aproximou dos conceitos de ódio e expulsão e foi possível verificar que tais artifícios estão envolvidos tanto na fundação de um tipo específico de laço social, quanto na fundação do sujeito. Por fim, resgatamos as contribuições feitas por Lélia Gonzalez no que se refere ao racismo e seus efeitos na constituição da subjetividade negra e na sociedade e cultura brasileiras a partir da psicanálise.


This article collects psychoanalytic contributions regarding the phenomenon of racism, its place in the constitution of Western, Brazilian society and in the constitution of the subject. The aim is to examine the analyses of black people far beyond the mere statement that being black and fighting against racism would lead to the formation of a group and would make the emergence of subject's singularity unfeasible. Therefore, we have sought the scarce psychoanalytical contributions on the subject in order to approach the issue of racism. We have studied the concept of race and racism in other fields of knowledge in order to understand the mechanism of racism as a social, historical and political construct. We have approached the concepts of hatred and expulsion in psychoanalysis and realized that such mechanisms are involved both not only in the foundation of a type of social bond but also in the foundation of the subject. Finally, we have rescued the contributions made from the field of psychoanalysis by Lélia Gonzalez regarding the role of racism in the constitution of black subjectivity and in Brazilian society and culture.


Este artículo tiene como objetivo recoger aportes psicoanalíticos sobre el fenómeno del racismo, su lugar en la constitución de la sociedad occidental brasileña y en la constitución del sujeto, para ayudarnos a pensar en el análisis de los negros más allá de la mera afirmación de que el ser negro, la lucha contra el racismo conduce a la formación de un grupo que hace inviable la singularidad. Luego buscamos las pocas aportaciones psicoanalíticas sobre el tema, para abordar el tema del racismo. Estudiamos el concepto de raza y racismo en otros campos del conocimiento para llegar al mecanismo del racismo como construcción social, histórica y política. La investigación en la literatura psicoanalítica sobre el mecanismo del racismo nos acercó a los conceptos de odio y expulsión en psicoanálisis y nos dimos cuenta de que estos mecanismos están involucrados tanto en lafundación de un tipo de vínculo social como en la fundación del sujeto. Finalmente, recordamos las contribuciones de Lélia González sobre el lugar del racismo en la constitución de la subjetividad negra y en la sociedad y cultura brasileñas basadas en el psicoanálisis.


Subject(s)
Psychoanalysis , Black People , Racism , Racial Groups
17.
Agora (Rio J.) ; 25(2): 74-85, maio-ago. 2022.
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1403093

ABSTRACT

RESUMO: Apresentamos nesse artigo os primeiros resultados de uma pesquisa de pós-doutorado desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Teoria Psicanalítica da UFRJ, que tem, como campo de intervenção do psicanalista, os movimentos sociais populares. A hipótese de trabalho sustentada é a de que a presença do psicanalista junto a tais movimentos favorece a sublimação, um destino da pulsão diferente do recalque e das perversões e pode servir como meio de decolonização dos laços sociais e de tratamento do gozo racista. Através da apropriação das novas tecnologias digitais, movimentos de base popular e de transformação social e política constroem novos modos de transmissão de um uso particular da língua, da cultura e das invenções singulares para enfrentamento do colonialismo e da necropolítica. A subversão do sujeito pode ser testemunhada pela amplificação de vozes que encontram ressonância na pólis, rompendo o silenciamento histórico imposto pelo jugo da raça, que reduz sujeitos a objetos-dejeto do capital.


ABSTRACT: We present in this article the first results of a post-doctoral research developed in the Graduate Program in Psychoanalytic Theory at UFRJ, which has, as a field of intervention of the psychoanalyst, popular social movements. The working hypothesis is that the presence of the psychoanalyst with such movements favors sublimation, a destination of the drive different from repression and perversions and can serve as a means of decolonizing social ties and treating racist jouissance. Through the appropriation of new digital technologies, grassroots movements and social and political transformation build new modes of transmission of a particular use of language, culture and unique inventions to face colonialism and necropolitics. The subversion of the subject can be witnessed by the amplification of voices that find resonance in the polis, breaking the historical silencing imposed by the yoke of race, which reduces subjects to capital waste objects.


Subject(s)
Psychoanalysis , Social Media , Racism
18.
RECIIS (Online) ; 16(2): 332-346, abr.-jun. 2022. ilus
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1378392

ABSTRACT

Barebacking sex é o engajamento intencional de homens que fazem sexo com homens na relação anal sem camisinha. Para além de abordagens moralistas, relacionadas à possibilidade de infecção pelo HIV, analisamos como narrativas barebacking classificam os corpos em desejáveis e indesejáveis, a partir da maneira como são apresentados em cartazes de divulgação de orgias brasileiras disponíveis para visualização na internet. Neste artigo, almejamos uma discussão interseccional sobre desejo sexual, gênero, raça e classe, partindo das imagens em circulação nos contextos brasileiros do bareback.


Barebacking sex is the intentional engagement of men who have sex with other men in anal intercourse without a condom. Beyond moralistic approaches, related to the possibility of HIV infection, we analyse how barebacking narratives classify bodies into the desirable and the undesirable, through the way they are shown in posters publicizing Brazilian orgies available for viewing on the internet. In this article, we aim to develop an intersectional discussion about sexual desire, gender, race and class, starting from the images circulating in Brazilian bareback contexts.


Barebacking sex es el compromiso intencional de hombres que tienen sexo con hombres en el coito anal sin condón. Además de los enfoques moralistas relacionados con la posibilidad de infección por el VIH, analizamos cómo las narrativas barebacking clasifican los cuerpos en deseables e indeseables, en función de la forma en que se presentan en carteles para la difusión de orgías brasileñas disponibles para su visualización en Internet. En este artículo,apuntamos a una discusión interseccional del deseo sexual, género, raza y clase, a partir de las imágenes en circulación en contextos de bareback brasileños.


Subject(s)
Humans , HIV , Masculinity , Racism , Sexual and Gender Minorities , Health Risk Behaviors , Sexual Behavior , Unsafe Sex , Gender Identity
19.
Rev. psicol. (Fortaleza, Online) ; 13(2): 80-90, jul./dez. 2022.
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1378968

ABSTRACT

Situando o campo onto-epistemológico do espaço universitário, este texto volta-se para a contestação da produção de conhecimento científico e, com isso, possibilitar marcar o não-marcado (privilégio do saber) e citar sobre o mal falado (racismo). Para isso, situa-se que a entrada na universidade de sujeitos historicamente construídos como objetos científicos acarreta tensões através da exposição de um curioso silenciamento acerca da produção da ficção de neutralidade de um certo tipo de sujeito-sistema (homem, branco, cis, hétero). Neste escrito, ocorre a marcação da localização da autoria (negra, homem, cis, gay) como uma estratégia de produção de autonomia, do negro falar sobre si, marcando a trajetória como parte do fazer ciência - não como novidade e, sim, como uma re-inauguração anti-racista. Com o objetivo de tentar responder "Quem pode falar?" (KILOMBA, 2019, p. 33), organiza-se a partir daqui uma "contação de histórias" biográfica e coletiva sobre os atravessamentos de uma formação racista para pessoas negras, a qual pretende se ater sobre as tensões, os racismos e as negociações das questões raciais na área da Psicologia.


Situating the onto-epistemological field of the university space, this text turns to the contestation of the production of scientific knowledge and, thus, making it possible to mark the unmarked (privilege of knowledge) and to quote about the amiss spoken (racism). It is situated, the entry into the university of an object historically constructed to produce through the exposition of a strange silencing about the fiction of a type of neutrality of a system (man, white cis, hetero) ). In this writing, the location of authorship (black, male, cis, gay) is marked as a strategy for the production of autonomy, for black people to talk about themselves, marking the trajectory as part of doing science - not as a novelty, but as an anti-racist re-inauguration. With the aim of trying to answer "Who can speak?" (KILOMBA, 2019, p. 33), it organizes itself into a biographical and collective "storytelling" about the crossings of a racist formation for black people, which intends to focus on tensions, racisms and the negotiations of issues races in the field of Psychology


Subject(s)
Systemic Racism , Psychology, Social , Racism
20.
Acta bioeth ; 28(1): 35-50, jun. 2022. ilus, tab
Article in English | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1383279

ABSTRACT

Abstract: This study was conducted to reveal how physicians view the access of refugees, who have difficulties in accessing health services and who may experience various health rights violations, to health services and to discuss the case in terms of medical ethics and deontology. Xenophobia, which is one of the main causes of discrimination in health, needs to be evaluated. In this context, quantitative research methods were used to measure the xenophobia levels of physicians working in Eskişehir province. Stratified sampling method was used to evaluate the views of the physicians. The study data were collected through the Xenophobia Scale developed by Kees Van Der Veer et al. and a questionnaire created by the researchers. The age distribution of the physicians in the study was 38,069±10,337. The distribution of the scores obtained from the xenophobia scale was found to be high (56.20±11.54). Of the physicians in the study, 34.3% stated that they would not want to provide health services for refugees if they were given the right to choose. They mainly thought that health services should not be provided free of charge for refugees and should be provided in separate places, refugees affected the access of the citizens of the Turkish Republic to health services negatively, the number of children should be limited, refugees would increase violence in health and public health problems, and that there should be an interpreter in health institutions. "Refugees do not deserve discrimination in health services" in terms of medical ethics. "Physicians should reach a common consensus against all kinds of discrimination while carrying out their profession." When xenophobia shows its effect in the field of health, it turns into a phenomenon that damages human dignity, causes all kinds of inequality, and moves medicine away from its deontology.


Resumen: Se realizó este estudio para revelar cómo ven los médicos el acceso de refugiados con dificultades para acceder a servicios de salud y que sufren violaciones a sus derechos de salud, y para discutir el caso desde la ética médica y la deontología. La xenofobia es una de las principales causas de discriminación en cuidados de salud, por lo que necesita ser evaluada. En este contexto, se usaron métodos de investigación cuantitativa para medir los niveles de xenofobia de médicos que trabajan en la provincia de Eskişehir. Se usó un método de muestra estratificada para evaluar los puntos de vista de los médicos. Los datos del estudio fueron recolectados mediante la escala de Xenofobia desarrollada por Kees Van Der Veer y colaboradores, y mediante un cuestionario creado por los investigadores. La distribución de la edad de los médicos que participaron en el estudio fue de 38,069±10,337. Se encontró que la distribución de los puntajes obtenidos de la escala de xenofobia fue alta (56.20±11.54). De los médicos del estudio, 34.3% manifestó que no proporcionarían servicios de salud a los refugiados si se les diera el derecho a elegir. Principalmente pensaban que los servicios de salud no debieran proporcionarse gratis a los refugiados, debiera hacerse en lugares separados, los refugiados restringen el acceso a los servicios de salud de los ciudadanos de la República de Turquía, debiera limitarse el número de niños, los refugiados incrementan los problemas de violencia y salud pública y debiera haber intérpretes en las instituciones de salud. De acuerdo con la ética médica, "los refugiados no merecen ser discriminados en los servicios de salud". "Los médicos debieran llegar a un consenso común en contra de toda clase de discriminación mientras que cumplen con su profesión". Cuando la xenofobia muestra sus efectos en el campo de la salud, se transforma en un fenómeno que daña la dignidad humana, causa toda clase de desigualdades y lleva a la medicina a apartarse de su deber.


Resumo: Esse estudo foi realizado para mostrar como médicos veem o acesso de refugiados -que tem dificuldades em acessar serviços de saúde e que podem experimentar diversas violações em direitos à saúde- a serviços de saúde e para discutir o situação em termos de ética médica e deontologia. Xenofobia, que é uma das principais causas de discriminação na saúde, necessita ser avaliada. Nesse contexto, métodos de pesquisa quantitativa foram utilizados para medir os níveis de xenofobia de médicos trabalhando na província de Eskisehir. Métodos de amostragem estratificada foram utilizados para avaliar o ponto de vista dos médicos. Os dados do estudo foram coletados através da Escala de Xenofobia desenvolvida por Kees Van Der Veer et al. e um questionário criado pelos pesquisadores. A distribuição etária dos médicos no estudo foi 38,069±10,337. A distribuição dos escores obtidos na escala de xenofobia foi alta (56.20±11.54). Dos médicos no estudo, 34,3% afirmaram que eles poderiam não querer prestar serviços de saúde para refugiados se fosse dado a eles o direito de escolher. Eles principalmente pensam que serviços de saúde não deveriam ser fornecidos gratuitamente para refugiados e que deveriam ser fornecidos em lugares separados, que refugiados afetam negativamente o acesso de cidadãos da República Turca a serviços de saúde, que o número de crianças deveria ser limitado, que os refugiados poderiam aumentar a violência na saúde e os problemas de saúde pública, e que deveria haver um intérprete nas instituições de saúde. "Refugiados não merecem ser discriminados em serviços de saúde" em termos de ética médica. "Médicos deveriam alcançar um consenso contra todas as formas de discriminação quando no exercício de sua profissão". Quando a xenofobia mostra seus efeitos no campo da saúde, ela se transforma em um fenômeno que danifica a dignidade humana, causa todas as formas de desigualdades e afasta a medicina para longe de sua deontologia.


Subject(s)
Humans , Male , Female , Adult , Middle Aged , Aged , Racism , Right to Health , Surveys and Questionnaires , Ethical Theory , Health Services Accessibility
SELECTION OF CITATIONS
SEARCH DETAIL