RESUMEN
RESUMO: Objetivo: Investigar a prevalência e os fatores associados ao uso de psicofármacos entre idosos. Métodos: O estudo, realizado em 2003, baseou-se no Inquérito de Saúde da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Participaram do estudo 1.635 idosos (60 anos ou mais) residentes nos municípios da RMBH, selecionados por meio de amostra probabilística complexa. Modelos de regressão logística foram utilizados para identificar os fatores associados ao uso de psicofármacos, considerando o nível de significância de 5,0%. Resultados: A prevalência de uso de psicofármacos foi de 13,4%, sendo 8,3% para uso de benzodiazepínicos e 5,0% para antidepressivos. Os fatores independentemente associados ao uso de psicofármacos foram sexo feminino (OR = 2,20; IC95% 1,49 - 3,27), relato de diagnóstico médico para depressão (OR = 6,42; IC95% 4,31 - 9,55), ter realizado 5 ou mais consultas médicas nos últimos 12 meses (OR = 2,15; IC95% 1,32 - 3,53) e afiliação a plano de privado saúde (OR = 2,69; IC95% 1,86 - 3,88). Conclusão: A prevalência observada foi semelhante ao verificado entre idosos brasileiros e o padrão de associações detectado foi consistente com o observado em populações idosas de países de maior renda, sendo o relato de diagnóstico médico para depressão o fator mais fortemente associado ao uso de psicofármacos.
ABSTRACT: Objective: Investigating the prevalence of psychotropic drug use among older adults and factors associated with it. Methods: This study was based on the Belo Horizonte Metropolitan Area Health Survey, conducted in 2003. It involved 1,635 elderly (60 years or older) citizens, who were residents of cities within the Belo Horizonte Metropolitan Area and were selected using complex randomize sampling. Logistic regression models were used to identify factors associated with psychotropic drug use, with a 5.0% significance level. Results: The prevalence of psychotropic drug use in the sample was 13.4%; specifically, 8.3% of individuals surveyed used benzodiazepines, whereas 5.0% used antidepressants. The following factors were independently associated with the use of psychotropic drugs: female gender (OR = 2.20; 95%CI 1.49 - 3.27), medical diagnosis of depression (OR = 6.42; 95%CI 4.31 - 9.55), 5 or more medical appointments in the last 12 months (OR = 2.15; 95%CI 1.32 - 3.53), and subscription to private health insurance (OR = 2.69; 95%CI 1.86 - 3.88). Conclusion: The prevalence observed was similar to the one verified in other elderly Brazilian populations and the pattern of associated factors was consistent with the one detected for older populations of higher-income countries. Medical diagnosis of depression was the factor most strongly associated with psychotropic drug use.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Anciano , Anciano de 80 o más Años , Psicotrópicos/uso terapéutico , Utilización de Medicamentos/estadística & datos numéricos , Brasil , Estudios Transversales , Depresión , Persona de Mediana EdadRESUMEN
Objetivo - Investigar o uso de psicofármacos na população idosa, em termos de sua prevalência e dos fatores associados, considerando características sociodemográficas, hábitos de vida, condições de saúde e utilização de serviços de saúde. Metodologia - O estudo utilizou dados do primeiro Inquérito de Saúde da RMBH, realizado em 2003. A população de estudo foi constituída por 1.635 idosos (60 ou + anos) residentes nos municípios da referida região metropolitana, selecionados por meio de amostra probabilística por conglomerado, em dois estágios, sendo os setores censitários do IBGE as unidades primárias de seleção e o domicílio a unidade amostral. A variável-evento foi o uso de psicofármacos. Usuários e não usuários de psicofármacos foram comparados em relação às covariáveis do estudo por meio do teste do qui-quadrado de Pearson. Hipóteses de associação independentes foram testadas por meio por meio de regressão logística multivariada, produzindo estimativas de odds ratio ajustados e seus respectivos intervalos de confiança de 95%.
Considerou-se o nível de significância de 5% para definição da associação independente e a análise dos dados foi realizada com o programa STATA, versão 13.0. Resultados - A prevalência de uso de psicofármacos foi de 13,4%, sendo 8,3% para uso de benzodiazepínicos, 5,0% para antidepressivos, 1,7% para antidemenciais e 1,5% para antipsicóticos. Os fatores independentemente associados ao uso de psicofármacos foram sexo feminino (OR=2,20 IC95% 1,49-3,27), relato de diagnóstico médico para depressão (OR=6,42 IC95% 4,31-9,55), ter realizado cinco ou mais consultas médicas nos últimos 12 meses (OR=2,15, IC95% 1,32-3,53) e afiliação a plano de privado saúde (OR=2,69 IC95% 1,86-3,88). Conclusão - O relato de diagnóstico médico para depressão foi o fator mais fortemente associado ao uso de psicofármacos. A prevalência observada foi semelhante ao observado entre idosos brasileiros e o padrão de associações detectado foi consistente com o observado em populações idosas de países de maior renda